Aeronáutica quer novo foguete nacional

Ele substituiria, a partir de 2020, o VLS-1, que pegou fogo em 2003, matando 21 pessoas na base de lançamento Alto custo do projeto entregue ao ministro da Ciência e Tecnologia pode ser entrave para a para a sua execução

CLAUDIO ANGELO

A Aeronáutica está planejando um novo foguete lançador de satélites brasileiro. O VLS-Beta, como está sendo chamado, deve substituir a partir de 2020 o malfadado VLS-1, que pegou fogo em 2003, matando 21 pessoas.

O VLS-Beta integra uma proposta entregue na semana passada à equipe do ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia). Ela foi elaborada pelo DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Espacial), da força aérea Brasileira, pelo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pela AIAB (Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil).
Seu objetivo é aproveitar o governo que entra para influir no rumo da política espacial, que sofre cronicamente de falta de planejamento, financiamento e integração entre seus atores.
A conta apresentada a Mercadante é salgada: para o setor de satélites, seriam R$ 500 milhões por ano a partir de 2016. O desenvolvimento de foguetes nacionais precisaria de R$ 160 milhões ao ano, subindo para R$ 210 milhões de 2016 a 2017.

Para comparação, todo o PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais) terá em 2011 R$ 350 milhões.

O que as três instituições prometem em troca é o desenvolvimento de um parque industrial de alta tecnologia -algo equivalente ao que a Embraer representa hoje.

CRUZEIRO DO SUL
O VLS-Beta integra a família de lançadores Cruzeiro do Sul, substituta do VLS.

Ele representa uma inovação em relação ao VLS-1, um projeto da década de 1980 que caducou e é considerado um “beco sem saída tecnológico”, incapaz de colocar em órbita cargas maiores que 150 kg (satélites de observação pesam dez vezes isso).

O VLS-1, cujo voo inaugural será em 2015, tem um sistema de propulsão considerado antiquado, com quatro motores no primeiro estágio.

A Aeronáutica quer concluí-lo como “demonstrador tecnológico”, mas sabe que o foguete não tem futuro.

O Beta teria só um motor no primeiro estágio e poderia colocar em órbita satélites já em desenvolvimento no país, como os da série Amazônia (de monitoramento da floresta) e Lattes (de pesquisa de clima espacial e de raios-X).

Antes de o Beta ficar pronto, porém, o DCTA quer usar uma evolução do VLS-1, batizada Alfa, para lançar satélites do Inpe a partir de 2015.

A parte alta do foguete, crucial para transportar a carga útil, seria desenvolvida em parceria com algum país que domine a tecnologia.

A Aeronáutica trabalha também, com a Alemanha, no desenvolvimento de um foguete pequeno, o VLM-1, a ser lançado a partir de 2015.

Os dois foguetes são uma resposta dos militares à parceria Brasil-Ucrânia para lançar o foguete ucraniano Cyclone-4 a partir de Alcântara, com fins comerciais.

O ex-ministro Sergio Rezende (PSB) apostou nela para suprir a deficiência do VLS-1. A Aeronáutica nunca engoliu o Cyclone, que abocanha recursos que poderiam ser do foguete nacional.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO / NOTIMP

29 Comentários

  1. Espero q o Mercadante abrace a idéia e lancemos logo esse VLS + 3 satélites p ajudae na vigilância de mares e fronteiras e o novo Foguete…o foguete de hoje e o missil de amanhã, o ianks sabem disto e por isso fazem de td p tirar a gente deste clube…Sds.

  2. No Orçamento Geral da União para 2011(só para vocês terem uma idéia) estão reservados 32% só para pagar os juros da dívida pública interna-a maior fonte de gastos de custeio.Gastos improdutivos e que crescem com juros altos,mesmo que a relação dívida/PIB seja de 42%.
    Então,a prioridade é pagar juros para rentistas que não produzem nada;apenas vivem do governo.Enquanto isso,projetos como esse estão à míngua.
    Esse comentário não é “politiqueiro”.Votei na Dilma.

  3. mais $$$ indo para o ralo…
    o que o Mercadante entende de tecnologia minha avó entende de fisica nuclear..rsrsrs

  4. Infelizmente o VLS nem voou e já esta obsoleto,custou a vida de vários brasileiros e quase nada poderemos aproveitar dele! devemos repensar a utilização dos recursos,já que o envio de Marcos Pontes ao espaço só foi bom para ele,MOSTRANDO QUE ESTAMOS GASTANDO ERRADO TAMBÉM!!

  5. Estas coisas que eu não entendo! bixo.. Mercadante! na C&T.. tinha que TER NA CONSTITUIÇÃO dizendo que ministros de A a Z tem de possuir formação e experiencia nas áreas que lhe forem concedidas.

  6. concordo plenamente,com o sr: cêsar pereira estamos gastando mal,muito mal o vsl deveria dexar alguma tecnologia,para o proximo foguete,matar 21 pessoas e ja estar absoleto,gastarem milhões num projetinho que leva apenas 150 kilos é um absurdo,tem que ser melhor fiscalisado o uso destes milhões que viram bilhões ao longo do desenvolvimento de nada.

  7. JONNAS…Deveria constar na constituição que pastas publicas essenciais a nação deveriam ser ocupadas pelos mais capacitados Brasileiros de cada area independente de corrente ideologica ou partidaria…Quando vamos aprender que quando buscamos ter algo que para nós é moderno e quando efetivamente o colocamos em serviço esta ultrapassado aos valores mundiais.Não deveriamos primeiro arrumar a nossa casa proporcionando a infraestrutura,logistica e acima de tudo impulsionando pesquisas einvestimentos de ponta que nos capacita-se a criar-mos.Brasileiros com capacidade para surpreender o Brasil e o mundo temos.

  8. A AERONAUTICA PRECISA TER SUA ARAMAR.
    Ter controle da tecnologia aeroespacial sensiveis, cruciais ao pais.
    Que boa noticia, saber que a FAB, me renova as esperanças nesta instituição.
    Que terá apoio do Mercadante.
    E QUE SE ENTERRE O FX-2.
    Isso é um CAIXÃO de uma Aeronautica capaz de determinar os caminhos de um BRASIL MAIS AUTONOMO.
    abs

  9. Esse programa deveria ser prioritário para o GF. Vamos ver o quanto o discurso de apoio à Ciencia e Tecnologia vai resistir aos aportes necessários para o programa.

    []’s

  10. Nick, mesmo que por necessidade de ajuste impresindivel dos gastos e investimentos que se faz necessario nestes dois primeiros anos,
    Pois é sabido que não podemos continuar neste ritmo de crescimento com essa taxa de inflação e baixo investimento em infraestrutura.
    O que importa é que Aeronautica demonstra uma mudança de paradigma, mudança de modelo do que ela quer como GESTOR,
    demonstra esta sainda da INERCIA.
    Abs

  11. A mais de duas décadas acompanho com atenção a evolução do programa espacial brasileiro e jamais engoli o projeto do VlS!

    Não tem cabimento desenvolver um veiculo de lançamento de pequeno porte com aquela configuração, pra se ter uma ideia a VLS todo é formado por um conjunto de 7 motores, 4 no primeiro estagio e mais três nos outros estágios isto é loucura. Um bom exemplo de projeto bem sucedido é a configuração adota pelos Israelenses no lançador Shavit desenvolvido pela IAI (Israel Aerospace Industries)

    Características Shavit
    * Altura – 18 metros.
    * Estágios – 3
    * Diâmetro – 1,35 metros.
    * Peso na Descolagem – 30 toneladas.
    * Carga máxima – 225 kg.

    Características VLS-1
    * Altura – 19.7 metros.
    * Estágios – 7
    * Diâmetro – 1 metro.
    * Peso na Descolagem – 50 toneladas.
    * Carga máxima – 150 kg.

    É difícil tentar entender porque optaram por complicar tanto as coisas, só pra se ter uma ideia no primeiro instante de lançamento de VLS é necessário realizar a ignição simultânea de 4 motores (boosters), cada um deles usando vetoramento de empuxo (TVC). No primeiro lançamento em 1997 à falha ocorreu justamente quando 1 dos motores não ligou e a decolagem acabou sendo um fiasco com o VLS subindo caindo pra um dos lados.

    Existe uma regra no desenvolvimento de Veículos Lançadores que prega que quanto maior o numero de estágios maiores são as chances de algo dar errado.

    A configuração adotada no VLS só é justificável em veículos de grande porte que podem ter sua capacidade de carga dimensionada (Expendable Launch Vehicle) onde se desenvolve um veiculo inicial com uma capacidade de carga X e dependendo da necessidade vai se acrescentando boosters nas laterais.

    Certa vez ouvi dizer que optaram por fazer o VLS tão complicado porque quando se decidiu dar inicio ao desenvolvimento do VLS na década de 80 recomendaram usar sempre que possível a tecnologia já existente desenvolvida nos foguetes sub-orbital da serie SONDA I-II-II e IV.

    Levaram a coisa ao “pé da letra” e ao invés de usar a tecnologia pegaram o estagio 1 do foguete sub-orbital SONDA IV com 1 metro de diâmetro e fizeram o VLS.

    Bastavam 3 estágios de um diâmetro maior 1,5 ou 2 metros e teriam um veiculo mais simples e eficiente, 30 anos depois parece que caíram na real e reconheceram que estão perdendo tempo com um projeto sem futuro e já partem para o VLS-Beta que é exatamente o que deviam ter feito desde o inicio.

    Abraço a todos de um brasileiro que duas décadas aguarda ansioso pelo dia que seu pais colocara em orbita um satélite sem ter que pegar carona no “foguete” dos outros!

    Putzz até o Irá do Ahmadinejad consegue. ACORDA BRASIL!

  12. Ele pode até ñ entender, + de for assessarado por quem entende..então,vai sair finalmente um genuíno(sem trocadilhos )VLS Brasuca, já q o anterior está anacrônico…jagamos milhões pelo ralo, sem falar em 20 mortos…mt derespeito .Sds.

  13. Nilo,

    Eu entendo e apóio a necessidade de ajuste e mais ainda, da responsabilidade fiscal, para manter o equilíbrio dos gastos do governo e por consequência, do controle da inflação.

    Mas, na minha opinião, se existe um lugar onde não pode haver cortes ou problemas orçamentários são esses programas tecnológicos de longo prazo de maturação,como o VLS, Satélites Nacionais, o Sub Nuclear, etc… Esses programas para dar resultado exigem grandes somas de investimento, e durante longos períodos. O VLS sofreu muito com poucos recursos, e diria que fracassou. Esse novo programa poderá ir pelo mesmo caminho se começar com poucos recursos ou contigenciamentos.

    []‘s

  14. Depois de 21 mortos…é questao de honra e uma homenagem até aos tecnicos que morreram no projeto…o VLS nao pode ser abandonado, no fim vai ser bom para o Brasil, e o futuro é satelites cada vez menores,dada a capacidade de integraçao de componentes e novos materiais usado….o VLS tem que sair do chao, e com os Ucranianos uma parceria mais profunda com absorçao de conhecimento e novas tecnologias.

  15. Ministro é um cargo político e não técnico. Por acaso FHC é formado em economia? Mas foi o ministro do Plano Real!

    Jobim é da área de defesa? Mas tá dando conta não!?

  16. AHHAAHAH chega a ser coméia
    O valor é irrisório perto do que paises serios investem, interessante é que ao invés de os repreentantes so programa dizer, “nada mais que garrafa PET vai ser lançado, pois nao tem $$$$$$” não tem grana é fato, esses caras moram na terra do nunca!!!
    .
    .
    Quanto ao VLS, tá mais pra um ICBM do que pra VLS. Só investir u pouco que se tem um ICBM

  17. Concordo.. mas as respostas da gerência seriam mais rápidas e de melhor qualidade, se unisse a liderança que é marca da política, com mínimos conhecimentos na área técnica, porque senão.. como que vai ser cobrado do assessor?? Mesma coisa que por um filosofo gerenciando uma linha de produção automobilistica. Pode ter tecnico auxiliando-o mas quem na verdade vai ta sendo gerente é o tecnico e não o filosofo. Por mais esforçado que seja.. é certo se formar em economia sendo MBC, se formar em ciencias militares sendo MD, e virar astronauta sendo MC&T??.. Que estágio bom danado é este!..

  18. Nossos mísseis estão demorando muito, é verdade.
    Devemos acelerar um pouco mais, mas sempre lembrando que temos muitas coisas bem importantes a administrar, com a educação, essa prioritária sem dúvida.
    Um cargo de ministro NÃO e técnico mesmo, pois se fosse assim não haveria ninguém apto a comandar algo além de um departamento.
    Qual seria a formação de um presidente então? Técnico em tudo?
    Assim, mesmo não sendo a ‘praia` dele, um ministro pode fazer grandes trabalhos em uma área.
    Vamos torcer pelo ministro, que escolha a seus auxiliares adequadamente.
    Outra coisa: acidentes na área aeroespacial acontecem e aconteceram com todos países que se envolveram nisso.
    Lamento a perda nossa no acidente com o VLS, mas o risco é inerente à atividade.
    Espero apenas que tenhamos coragem política de enfrentar as pressões internacionais contrárias, e também uma boa versação das verbas.

  19. Eduardo Carvalho, eu não quis dizer que ministro tem de ser tecnico.. e sim que tem de ter conhecimento mínimo na área em que está se metendo, e o que dirá formação e experiência. Quanto ao presidente mesma coisa.. sendo que quanto mais se afia a ponta da pirâmide menos tem de saber os pormenores, e mais do todo, pois senão o jeito é TORCER mesmo.. para que escolham assessores de futuro, e toquem pra frente o Brasil. Tivemos presidente que nao teve curso superior.. mas tinha enorme conhecimento de mundo, e imagine aliando isto a umas formações superiores se caso tivesse feito?..

  20. O Partido Socialista Brasileiro tem uma visão única do que é bom para o Brasil no desenvolvimento de tecnologia de lançadores de satélite no Brasil.
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    Vejam bem que o ACORDO na verdade não passa até o momento de um acordo PARA EXPLORAÇÃO COMERCIAL (Leiam com atenção).
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    Diário Oficial da União (DOU) de 31/05/2010.
    Artigo 3.
    Objetivos da EMPRESA.
    3,1, A EMPRESA tem por objeto o desenvolvimento e a operacao do LOCAL DE LANCAMENTO do foguete Cyclone-4 localizado no Centro de Lancamento de Alcantara, no Estado do Maranhao, na Republica Federativa do Brasil, incluindo sua infraestrutura para preparacao e lancamento do veiculo lancador Cyclone-4.
    preparacao da espaconave e sua integracao, os sistemas auxiliares ao lancamento e demais equipamentos, para a prestacao de servicos de lancamento aos programas nacionais espaciais das PARTES DO TRATADO e para clientes comerciais.
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    abs

  21. Antes de fechar o acordo com os brasileiros, os ucranianos fizeram consultas ao governo dos EUA. Os americanos teriam apenas imposto condições em relação à transferência de tecnologia.
    Condições para uma POSSIBILIDADE DE PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NO CYCLONE 5.
    JÁ QUE O CYCLONE 4 JÁ ESTA PRONTINHO.
    aBS

  22. A empresa criada por Brasil e Ucrânia para lançar satélites da base de Alcântara deve custar ao país quase R$ 1 bilhão. O valor é dez vezes maior do que o estimado inicialmente para o capital da parte brasileira da empresa, cerca de R$ 100 milhões.
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    Os custos incluem a construção do sítio de lançamento do foguete ucraniano Cyclone-4 no CLA (Centro de Lançamentos de Alcântara), no Maranhão, orçado em R$ 519 milhões.
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    Entre elas estão um porto e uma estrada no valor de R$ 180 milhões.
    LEMBRANDO QUE O FOQUETE VIRA PRONTINHO DA UCRANIA.
    E SEGUNDO ESPECIALISTAS O LANÇAMENTO TEM UM ALTO NIVEL DE AUTOMAÇÃO, SÓ CABENDO AOS BRASILEIRO ASSISTIR DO BANQUINHO.
    ————
    aBS

  23. O ministro OU MELHOR O EX ESTAVA PROPONDO um novo acordo com os EUA, só para a área de satélites. (Fonte: Folha.com).
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    É mais fácil o EUA fazer acordo com Russia que com o Brasil.
    E Afinal porque EUA não fizeram com a Ucrania, sua Aliada, porque não utilizar seus foguetes pagando com construção de uma base na Ucrania.
    Pelo que parece Sr. Amaral e Sr.Resende e o PSB descobriram que o EUA ama o Brasil – apoia o desenvolvimento tecnologico de foguetes abaixo da linha do equador.
    —————-
    Abs
    Tamos pagando pela falta de visão da Aeronautica.

  24. Com tandos corte de verbas para áreas “sem importância” como a defesa nos deixarão mais vulneráveis que moça virgem na prisão masculina, literalmente.

  25. Temos que queimar etapas. Precisamos que iniciar o desenvolvimento de um foguete tripulado. Enquanto tem países que até agora a pouco estavam bem atrás de nós lançando satélites (|Irã), nós ficamos marcando touca e fazendo planos imbecis, visto que completamente fora de time.

  26. Precisamos de novas tecnologias para naves espaciais.
    Tenho em mente propulsores que transformam o eletromagnetismo em onda gravitacional, energia cinética em onda gravitacional, propulsor de fusão nuclear a laser e propulsor de elétrons de alto desempenho. Agora, tenho que ter à disposição, um laboratório para fabricar e testar esses engenhos.Detalhe: Eu sou o chefe do projeto.

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