Ciência brasileira é tema da principal matéria da prestigiosa Science

por Conceição Lemes

Ter trabalho mencionado ou publicado na Science é o sonho de todo cientista. Pudera. Publicada pela Associação Americana pelo Avanço da Ciência (www.aaas.org), é a mais prestigiosa revista de ciência do mundo, ao lado da Nature , inglesa.

A triagem é rigorosíssima. Os critérios para publicação, científicos, mesmo.

Imaginem ser o tema de uma reportagem de seis páginas. É o supra-sumo.

Pois a edição 331 da Science, que começou a circular nessa tarde, dedica seis páginas à ciência brasileira. É a principal reportagem da edição. Nessa magnitude, é a primeira vez que isso acontece na publicação que já teve como um dos seus editores o genial Thomas Edison (1847-1931), criador da lâmpada elétrica, do fonógrafo e do projetor de cinema, entre outras invenções.

A reportagem começa e termina por Natal (RN). Mais precisamente no município Macaíba, que sedia o Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lilly Safra, mais conhecido como Centro do Cérebro, implantado pelos neurocientistas Miguel Nicolelis e Sidarta Ribeiro.

A reportagem destaca também, entre outras,  as pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Petrobras e da Amazônia. Sinceramente emocionante. Uma demonstração clara de que:

1) Lá fora, estão de olho no que se faz aqui.

2) É preciso mudar o modo de gestão científica no Brasil.

3)  A Universidade de São Paulo, apesar de ter grande produção científica, está perdendo espaço. Nenhuma pesquisa da USP foi destacada. Sinal de alerta de que há algo errado.

4) O que o Brasil está fazendo em termos de ciência tem sentido.

5) A visão do  Centro de Natal de que ciência é  agente de transformação social convenceu até os gringos, apesar de ela ainda sofrer resistência e bombardeio de setores da academia brasileira.

A propósito, todos os aspectos da  Ciência Tropical estão no artigo da Science. Sinal de que ela é o futuro.

Confira você mesmo. Segue a íntegra da tradução do artigo da Science, exceto os quadros.

Ciência brasileira: de vento em popa

Uma economia vigorosa e descobertas de petróleo estão impulsionando a pesquisa no Brasil a novas alturas. Mas as lideranças científicas precisam superar um sistema educacional fraco e um histórico de pouco impacto

NATAL – De pé, braços abertos, Miguel Nicolelis aponta para uma escavação retangular na terra seca nos arredores da cidade litorânea brasileira de Natal. “É aí que vai ficar o supercomputador”, diz ele. E indicando uma área ainda coberta de mato, acrescenta: “ali é o complexo esportivo”.

Nicolelis é o cientista mais conhecido do Brasil. Neurobiologista da Universidade Duke, em Durham, Carolina do Norte, ele tornou-se famoso depois de experiências espetaculares que usam sinais emitidos por cérebros de macacos para fazerem robôs andarem. Mas quando apresentou, em 2003, seus planos de criação de um instituto de neurociência em uma região atrasada do Nordeste do país, poucos acreditaram que poderia dar certo (Science, 20 de fevereiro de 2004, p. 1131).

A ideia era combinar ciência de ponta com uma missão social: desenvolver uma das regiões mais pobres do Brasil. Nicolelis, que atualmente passa parte do ano no país, mostra-se ansioso para oferecer ao visitante uma “prova categórica” do sucesso. Ele pôs a mão na massa e construiu duas escolas de ciência para crianças mais uma clínica de atendimento materno, e recrutou 11 neurocientistas PhD para dirigir laboratórios numa sede improvisada. Dentro de alguns meses, diz ele, US$ 25 milhões de recursos  federais brasileiros vão começar a escoar para seus terrenos arenosos, criando um vasto complexo de neurociência que Nicolelis chama de seu “Campus do Cérebro”.

“No Brasil, precisamos da ciência para construir um país”, diz Nicolelis, um entusiasmado nacionalista cujas paixões incluem usar um boné verde do clube de futebol Palmeiras e entornar jarras de suco de maracujá amarelo. “Este lugar vai criar a próxima geração de líderes brasileiros.”

Alguns continuam a achar excêntrica a ideia de Nicolelis. Mas o momento não poderia lhe ser mais propício. Nos últimos 8 anos, o maior país da América Latina começou a viver uma grande expansão. Sua economia está crescendo de maneira acelerada e ele se tornou um ator nos assuntos mundiais, festejando um surto sem precedente de autoconfiança. O país vai receber a Copa do Mundo de Futebol de  2014 e os Jogos Olímpicos dois anos depois.

Os bons tempos estão beneficiando a ciência, também. Entre 1997 e 2007, o número de papers brasileiros em publicações indexadas, avaliadas por pares mais que dobrou, para 19.000 por ano. O Brasil figura hoje em 13º em publicações, segundo a Thomson Reuters, tendo ultrapassado Holanda, Israel e Suíça. Universidades brasileiras formaram duas vezes mais doutores este ano do que em 2001, e milhares de novos empregos acadêmicos foram abertos em 134 novos campi federais.

Trata-se de uma inversão da sorte para um país que durante os anos 1990 teve de enfrentar problemas econômicos terríveis. Naquela época, os pesquisadores mendigavam fundos; o Brasil chegou a ter sua bandeira retirada do logotipo da Estação Espacial Internacional depois de não conseguir financiamento para construir seis componentes. “Nós estávamos pensando cada vez menor”, diz Sérgio Rezende, ministro da Ciência e Tecnologia nos últimos cinco anos. “Se não conseguíamos resolver pequenos problemas, como poderíamos resolver os grandes? Agora estamos em condição de pensar grande novamente.”

O combustível que impele a ciência no Brasil é um imposto de P&D sobre grandes indústrias; ele aumentou o orçamento do ministério de Rezende de US$ 600 milhões, há uma década, para US$ 4 bilhões. A companhia de petróleo nacional, a Petrobrás, é a maior contribuinte. O Brasil reiniciou seu programa de pesquisas nucleares em 2008, após 20 anos de calmaria, e, em outubro, uma delegação viajou a Genebra para negociar uma associação com o CERN. Com a economia brasileira crescendo a uma taxa de 7%, neste ano, o país pode se dar ao luxo de pagar US$ 14 milhões por ano para isso.

Cientistas daqui dizem que seus argumentos em prol de mais educação, inovação e tecnologia foram ouvidos na capital, Brasília, e esperam que os orçamentos continuem crescendo sob o comando da presidente eleita Dilma Rousseff, a primeira mulher a ocupar esse posto no país. Segundo autoridades da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), até 2020 o Brasil deve dobrar ou triplicar a produção de alunos, de papers e os investimentos e se tornar uma força “formidável” em ciência. Autoridades federais querem ver o Brasil entre os 10 principais países produtores de ciência do mundo.

Mas o Brasil ainda não é formidável. Como o instituto de Nicolelis ­– onde a construção está com um atraso de anos no cronograma – a produção científica brasileira segue atrás de suas ambições. O país produz poucos papers de alto impacto e apenas um filete de patentes. Seu sistema de educação pública primária e secundária está em frangalhos, deixando o país de 195 milhões de habitantes cronicamente carente de trabalhadores técnicos.

“Precisamos ser lúcidos e não cair num discurso de vitória”, ressalva Sidarta Ribeiro, um neurocientista formado na Rockfeller University em Nova York e cofundador do instituto do cérebro de Nicolelis. “Em termos de impacto, somos marginais. O discurso externo para o mundo deveria ser que estamos interessados em ciência e estamos progredindo. O discurso interno deveria ser, ´Vamos melhorar. Vamos focar no mérito`.”

Tempos de expansão

O Brasil está claramente se destacando na América Latina, como mostram os indicadores. O país responde hoje por mais de 60% de todos os gastos em pesquisa na América Latina, e os cientistas brasileiros escrevem metade dos papers. A burocracia científica do Brasil é influente, também, contando com um ministério próprio desde 1985. Esse é um passo que a Argentina só deu há três anos e que a vizinha Bolívia está discutindo atualmente. “O Brasil é o único exemplo na América Latina em que 1% do PIB vai para P&D e o ministro da Ciência e Tecnologia é um físico que ainda publica. Assim, o Brasil é o farol”, diz Juan Asenjo, presidente da Academia Chilena de Ciências.

A globalização dos mercados também está operando em favor do Brasil. Como em outros países latino-americanos, a base de pesquisa do Brasil é pesadamente orientada para agricultura, ecologia e doenças infecciosas – ele é o primeiro do mundo em publicações relacionadas a açúcar, café e suco de laranja. A indústria pecuária brasileira produz 33% dos embriões bovinos do mundo. Pesquisa outrora secundária, hoje ela está crescentemente bem situada para abordar preocupações globais com produção de alimentos, mudanças climáticas e conservação.

Nicolelis diz que vê uma “maneira tropical emergente de fazer ciência” movida pela pesquisa em energia renovável, agricultura, água e genética vegetal e animal. “Essas são as questões definidoras do planeta, e, acreditem ou não, os players estão bem aqui”, diz Nicolelis.

A pesquisa biológica é uma área de crescimento acelerado. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, empresa estatal de pesquisa agrícola conhecida como Embrapa, pretende contratar 700 novos pesquisadores neste ano. A Embrapa é considerada uma das unidades de pesquisa agrícola de primeira linha do mundo e seu orçamento de US$ 1 bilhão é hoje do mesmo porte do orçamento do Agricultural Research Service do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. “Nunca vi tantos recursos para a ciência como nos últimos cinco anos”, diz Maria de Fátima Grossi de Sá, uma geneticista de plantas que recebeu recentemente US$ 1,5 milhão para desenvolver uma planta de algodão transgênica.

De Sá trabalha na estação de pesquisa da Embrapa em Brasília, que também está concluindo testes de uma soja resistente a herbicidas que será a primeira planta geneticamente modificada projetada por cientistas brasileiros a chegar ao mercado. A demanda por cientistas PhD está tão elevada que De Sá diz que é difícil encontrar alguns para assumirem cargos de pós-doc. “Nós passamos muito rapidamente da dificuldade de colocar PhDs a ter verbas sem receptores.”

A Embrapa está finalizando a construção de um centro de agroenergia de quatro andares e custo de US$ 15 milhões que empregará 100 pesquisadores no campus de Brasília. Um objetivo é transformar os 22 milhões de hectares de soja do Brasil em produtos mais valiosos como o biodiesel.

“Nós captamos energia solar e a transformamos em outras formas de energia. Achamos que podemos mudar muito rapidamente da agricultura voltada à produção de alimentos para a agricultura destinada à energia. Podemos ser um player”, diz Frederico Ozanan Machado Durães, diretor geral da nova unidade. Para ele, incontáveis carregamentos de soja que embarcam para a Ásia a cada dia de portos brasileiros poderiam energizar indústrias domésticas de lipoquímica e plásticos que produzem “produtos com valor agregado”.

O projeto representa uma importante virada do pensamento brasileiro: a saber, que a ciência pode transformar a economia do país, atualmente dominada por commodities como soja, carne bovina, cana de açúcar, minério de ferro e petróleo. “O novo Brasil será uma economia de conhecimento natural”, diz Gilberto Câmara, diretor da agência espacial do Brasil.

Com mais dinheiro e uma missão de ciência verde emergente, pesquisadores brasileiros dizem que serão levados mais a sério. A maioria dos cientistas seniores das Embrapa foi formada nos estados Unidos, como o Diretor-Executivo José Geraldo Eugênio de França, que em 1987 foi para a Texas A&M University para estudar genética do sorgo, França diz que notou uma mudança durante uma missão a Washington, D.C., em novembro passado, quando se encontrou com o consultor americano de ciências John Holdren e outras autoridades. “Pela primeira vez na história, tivemos um reconhecimento de que alguma coisa está mudando no Brasil. Eles não nos perguntaram quantos pós-doc precisávamos enviar, ou onde nós precisávamos de ajuda, mas onde poderíamos trabalhar juntos”, diz França.

Dinheiro privado

O objetivo mais importante neste momento, reconhece Rezende, “é que a ciência faça diferença na produtividade da indústria. Eu teria de dizer que esse é nosso grande desafio”. Outros objetivos são aumentar o número de cientistas, investir em áreas estratégicas, e resolver problemas sociais chaves.

A desconexão entre ciência e negócios é quase total no Brasil, segundo pesquisadores. Nos Estados Unidos, cerca de 80% do pessoal de pesquisa trabalha na indústria, segundo dados da OCDE, enquanto no Brasil essa cifra fica em torno de 25%. O Brasil quase não produz patentes – apenas 103 patentes americanas foram emitidas para inventores no Brasil em 2009 – e companhias brasileiras gastaram metade do que as européias gastam em P&D. Quando elas gastam, é mais na importação de tecnologia que em seu desenvolvimento.

Pesquisadores dizem que os 20 anos de ditadura no Brasil, findos em 1984, foram em parte responsáveis pelo atraso. As universidades se tornaram redutos da oposição política e círculos de leitura marxista, nos quais as patentes eram vistas como opressão. “Nós nos isolamos das grandes indústrias, que apoiavam os militares. Elas não podiam entrar na universidade. A universidade se tornou fechada, hermética, e agora precisamos mudar isso”, diz Maria Bernardete Cordeiro da Sousa, pró-reitora de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

As autoridades vêm tentando vencer o atraso na inovação. Em 2004 e 2005, o Brasil aprovou leis que concedem benefícios fiscais à P&D para empresas e começou a permitir que o Ministério da Ciência e Tecnologia conceda verbas a empresas, e mesmo pague salários de pesquisadores nas empresas industriais. Em agosto, o ministério anunciou um grande projeto de P&D industrial, oferecendo US$ 294 milhões em verbas para apoiar projetos de inovação dentro de companhias em “áreas estratégicas” como carros elétricos, marca-passos e culturas agrícolas geneticamente modificadas.

Ainda é cedo para dizer que os incentivos do governo estão funcionando. Somente um pequeno número de empresas se candidatou às isenções fiscais. Mas a inovação de risco no estilo americano, antes considerada estranha, está sendo vista cada vez mais em termos favoráveis. Capitalistas de risco começaram a se instalar no Brasil, e em 2010, tanto a IBM como a General Electric anunciaram planos de criar centros de pesquisa no país.

“Nos falta uma cultura de inovação e empreendedorismo. Há um  longo caminho a percorrer para mudar isso”, diz Luiz Mello, um médico que no ano passado foi designado pela segunda maior empresa do Brasil, a mineradora de minério de ferro Vale S.A, para gastar US$ 180 milhões estabelecendo três novos institutos de ciências corporativos. Mello diz que foi contratado depois de abordar o CEO da Vale, Roger Agnelli, para levantar dinheiro para um programa de engenharia. “A coisa se transformou numa reunião para ele dizer o que queria. E ele queria o MIT [Instituto de Tecnologia de Massachusetts] da Vale”, recorda Mello. “Eu estava sendo convidado pra chefiar algo que seria um novo Bell Labs ou Xerox PARC.”

Mello viajou recentemente ao vale do Silício para colher idéias. Embora o negócio da Vale seja de baixa tecnologia, a companhia de commodities, que despacha imensas quantidades de minério para a China e a Europa, quer gastar pesadamente em pesquisa em parte porque tem enfrentado uma forte escassez de mão de obra especializada, aumentando a pressão de ambientalistas, e a concorrência de companhias globais. Os três laboratórios da Vale operarão com biodiversidade, energia renovável e tecnologia de mineração. “Esse é o maior investimento espontâneo em P&D que eu conheço no Brasil”, diz Mello.

As novas leis também encorajam universidades brasileiras a depositar patentes e criar escritórios de transferência de tecnologia, o que muitas estão fazendo pela primeira vez. Na Universidade Federal de Minas Gerais, o número de pedidos de patentes atingiu 356, incluindo uma para uma vacina canina contra leishmaniose , que já chegou ao mercado. “Tudo isso está provocando ressonância no sistema”, diz Ado Jorio, o professor que coordena os esforços de patente da universidade. “Está havendo uma explosão de publicações, e isso também vai ocorrer em inovação.”

Partilhar a riqueza

A ciência brasileira sofre de um outro desequilíbrio, entre o sul afluente e as regiões setentrionais pobres, que as autoridades colocaram como prioridade tentar corrigir. A maior parte da ciência ainda ocorre em apenas três estados sulinos, com a Universidade de São Paulo sozinha respondendo por quase um quarto de todas as publicações científicas. “Um dos maiores problemas que enfrentamos é essa assimetria brasileira, a desigualdade das regiões”, diz Lucia Melo, diretora do Centro de Estudos Estratégicos e Gestão em Ciência, Tecnologia e Inovação, um think tank de política científica do governo em Brasília.

Para levar a ciência ao interior negligenciado do Brasil, o governo se embrenhou numa farra de construção de universidades e reservou 30% dos recursos de pesquisa para os estados pobres do norte e do centro-oeste. Por um programa de 2009, autoridades em Brasília disseram que dariam bolsas de estudo para todos os alunos de pós-graduação em regiões distantes, independentemente do mérito acadêmico. A ideia provém do Partido dos Trabalhadores, o partido governante no país, que fez da melhoria das condições nas áreas pobres uma prioridade. Um programa de bem-estar bastante expandido ajudou a tirar muitos milhões de brasileiros da pobreza. Isso também deu aos cientistas brasileiros espaço para respirar.

“Antes, nós tínhamos de enfrentar a questão, ´Por que vocês estão dando comida e leite para um macaco quando há crianças famintas na casa vizinha?`” diz Cordeiro de Sousa, que também faz pesquisas sobre primatas. Mas ela vê uma compensação: os pesquisadores sentem uma pressão crescente para dedicar tempo para solucionar problemas locais. Ele está analisando a criação de um instituto do sal para respaldar a indústria local de mineração de sal. “É preciso ter uma vocação, porque no futuro poderemos ser chamados a responder intensamente.”

Em nenhum outro lugar a carência de ciência brasileira é mais preocupante do que na Amazônia, a floresta tropical que cobre aproximadamente 49% do território brasileiro, mas abriga somente cerca de 3.000 pesquisadores doutores, dos quais pouquíssimos fazem ciência aplicada. “Imagine o que esse número absolutamente irrelevante representa para essa região imensa”, diz Odenildo Teixeira Sena, secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas. Embora seja maior que a França e a Espanha juntas, o Amazonas possui somente um arqueólogo PhD residente, e apesar de seu vasto sistema fluvial, nenhum engenheiro naval, diz Teixeira.

Uma força de trabalho cada vez mais científica na região poderia ajudar a encontrar alternativas para a agricultura baseada na derrubada e nas queimadas. Mas as ansiedades nacionais também figuram no cálculo. “A maioria das publicações sobre a Amazônia não tem um autor brasileiro. Isso nos preocupa”, diz Jorge Guimarães, o funcionário do Ministério da Educação que supervisiona a educação superior no Brasil. “Precisamos de mais brasileiros participando.”

O Brasil nunca se sentiu seguro de seu controle sobre a vasta região que a Espanha cedeu a Portugal pelo Tratado de Madri de 1750. Com a Amazônia, um foco de manobras internacionais sobre créditos de carbono, a dependência do Brasil da produção externa de conhecimento se tornou “uma questão muito delicada”, diz Adalberto Val, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia em Manaus. Durante uma conferência nacional de ciência e tecnologia em maio último, Val propôs uma “hegemonia informacional” brasileira sobre o bioma da floresta. “Existe uma questão de soberania nacional”, diz ele

Esses tons nacionalistas podem parecer hostis fora do Brasil, mas eles caem bem no país. O físico Luiz Davidovich, que presidiu a conferência de maio, diz que a comunidade científica brasileira precisa levantar “grandes bandeiras” para mobilizar o país. “´A Amazônia é nossa` é uma delas”, diz ele.

Mesmo alguns especialistas estrangeiros responderam ao apelo. Daniel Nepstad, um renomado ecologista americano especializado em florestas tropicais largou seu emprego em outubro no Woods Hole Research Center, em Massachusetts. para se tornar residente brasileiro e empregado em tempo integral do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, uma organização sem fins lucrativos que ele cofundou, baseada na cidade de Belém.

Daniel Nepstad trocou Massachusetts pelo Instituto Pesquisa Ambiental da Amazônia

Nepstad diz que sua filiação americana “era interpretada no sentido de que eu seria menos comprometido com a agenda científica no Brasil”. A política florestal brasileira está evoluindo rapidamente e, diz Nepstad, “enquanto a ciência for liderada por pesquisadores do Hemisfério Norte, estamos perdendo a oportunidade de tornar informações realmente boas em decisões políticas.”

Fazendo acontecer

Apesar de suas ambições crescentes, o Brasil ainda precisa provar que pode fazer pesquisa básica de classe mundial. A contagem dos impactos de seus papers científicos é modesta, cerca de dois terços da média mundial, e caiu em algumas áreas. Nenhum brasileiro ganhou o Prêmio Nobel em ciência ou medicina, enquanto a rival regional, Argentina, tem três. Os cientistas culpam problemas estruturais nas universidades estatais do Brasil. Críticos dizem que eles desencorajam a competição, por exemplo, com mandatos automáticos após três anos no emprego e avaliações que premiam a publicação em língua portuguesa.

“A atitude durante muitos anos foi evitar a competição, manter a cabeça baixa, e escolher um tema marginal”, diz Ribeiro. Em vez de competir de igual para igual em tópicos quentes com grandes laboratórios do exterior, diz ele, os pesquisadores brasileiros às vezes têm se contentado em estudar questões locais. “O pensamento era, ´O tamanduá é nosso por isso não se preocupem com os gringos`.”

Os cientistas brasileiros que voltavam do exterior, atraídos por empregos e os recursos de empresas iniciantes, se queixam de que ainda há muitos obstáculos que tornam quase impossível produzir uma ciência de classe mundial. Após 11 anos nos Estados Unidos, a bióloga Luciana Relly Bertolini retornou ao Brasil em 2006 com seu marido, Marcelo, para começar um laboratório para clonar cabras transgênicas. Embora o esforço esteja financiado de maneira adequada, Bertolini diz que a pesada carga de ensino requerida de professores e a falta de pessoa treinada implica que “aqui se faz ciência por teimosia”.

Também são notórios os regulamentos de importação kafkianos do Brasil. Mesmo simples reagentes demoram meses para chegar, com amostras radioativas e biológicas muitas vezes em condições duvidosas. Bertolini diz que um equipamento de fusão celular que ela encomendou da Hungria ficou preso por quatro meses na alfândega. “Pode-se ter a melhor cabeça do mundo e não conseguir jamais a competitividade porque o governo trabalha contra nós”, diz Bertolini. “Quando começamos a pensar nisso, queremos voltar.”

Alguns dizem que as perspectivas continuarão sombrias até esses problemas ser resolvidos. “Não tenho conhecimento de nenhuma ciência extraordinária no Brasil”, diz Andrew J. G. Simpson, diretor científico do Ludwig Institute for Cancer Research na cidade de Nova York.

Cidadão naturalizado brasileiro, Simpson viveu em São Paulo por sete anos e coordenou um dos triunfos memoráveis do Brasil, o seqüenciamento do patógeno de planta Xylella fastidiosa, que foi parar na capa da revista Nature em 2000. Mas quando Simpson retornou este ano para uma celebração de 10 anos do feito, ele notou que, pelo menos no campo da genômica, “não houve mais nenhum paper de grande impacto. Não houve um processo ascendente. Foi uma situação anormal.”

Autoridades brasileiras se concentraram antes em resolver outro problema: a insegurança nos recursos para pesquisa. Em 2008, em sua maior rodada de financiamento da pesquisa básica em todos os tempos, o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil ofereceu US$ 350 milhões em três anos para financiar 122 institutos nacionais para enfrentarem temas que  variam  da computação quântica e células-tronco a modernização da estação de pesquisa na Antártica.

“Eles viram que precisávamos de programas de longo prazo com estabilidade”, diz Davidovich, que divide a direção do programa de computação quântica. Outros cientistas manifestam dúvidas privadamente sobre institutos com nomes grandiosos, notando que na verdade eles são redes virtuais com uma média de 20 pesquisadores universitários cada e dinheiro espalhado demais para se conseguir muita coisa. Em papers de posicionamento, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência disse que o Brasil precisa se concentrar na criação de mais empregos de pesquisa pura fora do sistema universitário. Ela quer um novo instituto com grande staff para estudar os oceanos, e outro para a Amazônia, moldados na agência de estudos agrícolas Embrapa ­– neste caso com financiamento condizente com a visão grandiosa.

Na cidade de Natal, o instituto de neurociência de Nicolelis, atualmente abrigado num hotel convertido, ainda precisa produzir uma ruptura brasileira. Mas ele está cada vez mais bem posicionado para isso. Possui laboratórios razoavelmente equipados, uma instalação para primatas, e uma multidão contratada de jovens professores com currículos promissores, incluindo dois recrutados do Max Planck Center, na Alemanha. Em agosto, a École Polytechnique Fédérale de Lausanne na Suíça doou um supercomputador IBM Blue Gene/L, que Nicolelis diz será o mais rápido da América do Sul.

Ribeiro, o brasileiro que retornou de um pós-doc na Rockefeller para ser o diretor científico do instituto, diz que o ano de ciência que ele esperava perder enquanto organizava o centro se estendeu para três, na medida em que teve que lidar com as autoridades alfandegárias e com um grande número de alunos mal formados. “Agora, eu finalmente estou começando a enfrentar avaliadores de novo, em vez de burocratas, o que é um sinal de que o plano funcionou”, diz Ribeiro, cujo trabalho inclui experimentos para observar o efeito do sono e do sonho na retenção da capacidade motora e perceptiva.

A rua de terra na frente de seu prédio que leva para uma favela próxima, o faz lembrar uma fotografia que viu do Founder`s Hall da Rockefeller depois que ela foi construída em 1906 e ainda estava cercada por campos lamacentos e carruagens puxadas por cavalos: “Eles não começaram com o melhor lugar para fazer ciência tampouco.”

Antonio Regalado

Fonte: Viomundo

41 Comentários

  1. Um comentário rápido, por hora:

    o Brasil está trilhando seguramente o caminho para se tornar um player mundial, um dos líderes mundiais em todos os aspectos. A dúvida que tenho é só uma: quanto tempo para isso ocorrer efetivamente?

    como temos ainda muitos problemas na educação básica, embora muitos já estejam sendo resolvidos, então vou dar um chute: isso vai demorar uma geração. Pois uma geração é o tempo necesário para se corrigir esses problemas e ver seus efeitos. E quanto mais gente tivermos na Universidade (nas boas universidades) do Brasil, tanto melhor, e é isso que vem ocorrendo ultuimamente. A Universidade brasileira está deixando de ser “pra meia dúzia” apenas, o que e fantástico (e sou professor universitário, de uma conhecida e renomada universidade brasileira, falo isso tranquilamente).

    No mais, a C&T está num crescimento exponencial no Brasil, assim como a economia-social (não só a economia de PIB).

    Portanto, pelos indicadores todos, o Brasil deve chegar ao final deste século dando as cartas no mundo. Não tenho dúvida nenhuma disso. E azar de quem hoje menospreza o Brasil…azar mesmo, vão quebrar a cara.

    abraços a todos

  2. É essencial acrescer mais no PIB tudo o que é essencial isso significa mais progresso ao pais.Ate mesmo nossa burocracia é alerta internacional,de tanta e tantas retardam o desenvolvimento.Embora a revista tenha focado mais o trabalho de dois cientistas muitos de nós sabemos que o que temos de melhor são nossos cientistas,tecnicos e todos os nossos centros de pesquisas,governamentais,universitarios,privados,particulares,militares.Verdadeiros Brasileiros que não buscam notoriedade mas o beneficio de todos nós e a verdadeira independencia do Brasil.Parabens a todos voces.

  3. acho excelente o brasil estar bem no que diz respeito ao desenvolvimento tecnologico voltado a agricultura(agronomia), e pecuaria e etc, mas acho que deveriamos nos desenvolver na area de carros, avioes, navios, na area de radares e por ai vai.(porque enquanto nos vendemos uma carne de boa qualidade, ele(outros paises) vendem carros , navios , computadores, ships e etc, que dao muito mais dinheiro do que vender “carne”), outras areas que ainda tem muito que desenvolver no mundo é a area da robotica , a area “espacial” , a area de nanotecnologia, a aea de biomedicina e muitas outras, nisso o brasil poderia com investimentos caminhar junto ou a frente desse outros paises.
    sds a todos.

  4. Sobre a USP: São Paulo é governado pela mesma quadrilha (desculpe, partido) neoliberal ha décadas e que tem como modus operandi (desculpe, politica). Alienar (desculpe, privatizar) o patrimonio público. Assim, inicialmente abandona-se o serviço para sucatear, depois com bem coordenada campanha de midia difama a instituição e depois vende-se pros chegados. Nesta, a Usp caiu de produção.

  5. Cesar,

    a USP continua sendo a maior e mais importante universidade brasileira. Mas concordo com o que vc disse.

    De qualquer modo, não estamos pra brincadeira: quando se tentou mexer na autonomia das univesidades do estado de SP, a comunidade universitária reagiu e o governo de SP recuou. Aqui em SP tem que ser assim, uma luta diária contra o sucateamento, pois se deixar, o governo do estado sucatea tudo mesmo, e isso vai na contra-mão do que vem ocorrendo nas universidades federais, que se expandem e qualificam o pessoal cada vez mais. Achei importante dar este depoimento pessoal.

    Mas ainda assim, as 3 estaduais de SP são as universdidades mais importantes do país.

    abração

  6. Portugal: Ciência, Tecnologia e Inovação

    Para Portugal o futuro é já hoje. Líder em nichos como as telecomunicações, a tecnologia e os serviços, as empresas portuguesas estão a apostar na especialização e inovação. Gigantes como a NASA ou a Agência Espacial Europeia utilizam programas informáticos criados por portugueses

    E brasil e agora

  7. O mesmo se verifica, por exemplo, no Metro de Londres ou nos Caminhos de Ferro da Holanda, da Noruega, da Finlândia e da Dinamarca, que compram às empresas portuguesas o seu software de gestão ferroviária.

  8. Mas há mais. Sabia que foram os portugueses quem inventaram os cartões pré-pagos nas comunicações móveis? E que em Portugal já pode comprar o bilhete e escolher o seu lugar na sala de cinema por telemóvel? E que estamos a construir a maior central foto voltaica da Europa? E que a «via verde» utilizadas nas auto-estradas nacionais foi criada por técnicos portugueses e é um dos produtos mais cobiçados pelos parceiros mundiais?

    E isto é apenas o princípio de um projecto ambicioso que tem como objectivo o desenvolvimento económico, social e cultural de Portugal. O país tem registrado desde meados dos anos 90 uma duplicação no número de empresas com actividades de Investigação & Desenvolvimento (I&D). Estas companhias competem internacionalmente com recursos humanos altamente qualificados, I&D e inovação, marketing, design, formação e qualidade. De acordo com o 4º Inquérito Comunitário à Inovação (2002-2004) aproximadamente, 4 em cada 10 empresas portuguesas tiveram actividades de inovação. De salientar que 41 novas empresas de base tecnológica com elevado potencial de crescimento foram criadas desde 1995 com a implementação da Iniciativa NEOTEC.

    Portugal tem registrado um aumento contínuo no número de novos doutorados por ano, tendo este crescimento sido sistematicamente referido pelos painéis de avaliação que visitaram Portugal, como um factor decisivo para a garantia da massa critica para o desenvolvimento científico. Entre 1996 e 2006, o número de doutoramentos atribuídos ou reconhecidos anualmente por universidades portuguesas duplicou de 608 para 1 273. Este valor deverá ultrapassar 1500 novos doutoramentos por ano em 2009. O país também tem investido em pós doutoramentos, com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) a prosseguir uma politica aberta guiada pelo interesse em atrair alunos estrangeiros e investigadores para o sistema de ensino superior e instituições de investigação portuguesas.

    Paralelamente, o número de publicações científicas portuguesas referenciadas a nível internacional entre 2000 e 2006 aumentou para cerca do dobro (com 6 357 publicações em 2006), ilustrando o impacto e reconhecimento internacional da investigação feita em Portugal. O aumento da colaboração internacional na produção científica portuguesa evidencia também a internacionalização da investigação nacional. Em 2004, 49% da produção científica foi produzida em co-autoria com instituições de outros países.

  9. Os Laboratórios Associados, instituições de investigação de mérito reconhecido são actores relevantes da investigação que se faz em Portugal. Hoje em dia existem 25 laboratórios associados que envolvem 60 instituições de I&D. Estes laboratórios de investigação integram mais de 1 739 doutorados e 2 922 investigadores. As Unidades de Investigação, a maioria associadas a universidades públicas, e os Laboratórios de Estado são também responsáveis pela investigação produzida no país. Existem também diversas Fundações que contribuem para a promoção do desenvolvimento científico e tecnológico do país.

    A promoção da cultura científica e tecnológica tornou-se num eixo central das políticas nacionais de Ciência & Tecnologia com o lançamento do Programa Ciência Viva em 1996. O programa inclui uma rede de Centros Ciência Viva por todo o país. Estes centros foram desenvolvidos como espaços interactivos para a divulgação científica junta da população, bem como plataformas de desenvolvimento regional. A Iniciativa Ciência Viva nas Escolas, promove o ensino experimental da ciência e o ensino científico nas escolas. A iniciativa Verão Ciência Viva mobiliza milhares de portugueses durante os meses de Agosto e Setembro.

    Finalmente, a importância do ensino experimental e a necessidade de aumentar o contacto dos alunos com investigadores tem estado presente na iniciativa Ocupação Cientifica de Jovens Durante as Férias Escolares.

    Desde 2006 que o Governo português tem vindo a desenvolver parcerias internacionais com os principais intervenientes à escala global em ciência e tecnologia. Estas parcerias marcam ainda uma nova etapa nas relações institucionais entre universidades, institutos de investigação e empresas, mobilizados de forma inovadora em programas de formação pós-graduada sustentados por redes de competência distribuídas pelo país.

    A Parceria MIT- Portugal, nas áreas dos sistemas de engenharia, lançou 4 novos programas de doutoramentos e mestrados profissionais de âmbito internacional. O Programa CMU- Portugal, para além de programas de formação em Tecnologias de Informação e Comunicação, promove o estabelecimento de um Instituto virtual de Tecnologias de Informação e Comunicação (ICTI). O Programa UT Austin- Portugal abrange as áreas de conteúdos digitais, formas avançadas de computação e matemática. Esta colaboração envolve igualmente a implementação conjunta de um Co-Laboratório Internacional para Tecnologias Emergentes (CoLab), incluindo ainda o estabelecimento de uma rede de estímulo às actividades de comercialização de ciência e tecnologia, (“University Technology Enterprise Network”, UTEN). Estas 3 parcerias internacionais vão abranger cerca de 325 doutorandos e 550 alunos de mestrados profissionais. Mais recentemente, o Governo assinou também um Acordo com a Harvard Medical School orientado sobretudo para a produção e divulgação de conteúdos médicos em português.

    Foi também concluído o programa de instalação do Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia, criado por tratado internacional entre Portugal e Espanha no final de 2006, cuja construção em Braga ocorrerá em 2008. Trata-se de uma das mais ambiciosas iniciativas científicas actuais, e da primeira Organização Internacional de investigação instalada na Península Ibérica. O Instituto contará com cerca de 200 investigadores portugueses, espanhóis e de outros países, deste modo afirmando-se como uma instituição internacional de excelência. Recentemente, o Governo português celebrou também um Memorando de Cooperação com a Fraunhofer Geselschaft contemplando o estabelecimento do primeiro instituto Fraunhofer fora da Alemanha em investigação aplicada de novas tecnologias, conteúdos, e serviços para ambientes e espaços públicos, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

  10. Que ótima noticia para terminar a semana!
    E já que dinheiro não é problema – US$ 4 bilhões podendo dobrar ou triplicar até 2020, então, vou sair e tomar uma gelada para comemorar esse notícia . Só para fechar com chave de ouro a semana!
    Abraços!

  11. ta bom rogerio, é por isso que portugal faz parte dos “PIGS”, e mts portugueses estão emigrando, inclusive para o brasil, em busca de uma vida melhor; por isso que portugal está quase tendo que recorrer à ajuda financeira…

    então, tente ser mais humilde da proxima vez

  12. essa matéria eu a considero como sendo digna de nota máxima.

    conheço um montão de gente que carrega consigo, a falta de visão do que de bacana anda acontecendo em terras tupiniquins: como eu gostaria que cada uma dessas pessoas
    tivessem acesso a essa super matéria. hoje eu vou dormir com a minha alma lavada…

  13. O que está ajudando muito a criatividade e intuição do brasileiro é a Rede Internet, e não o nosso sistema de ensino engessador, bloqueador, traumatizante, anticriativo e antiintuitivo. O Brasil nunca ganhou um Prêmio Nobel. Se bem verdade, que já teria merecido no mínimo uns 2. Os argentinos ganharam 5, se não me engano. Em matéria de Ciência, o brasileiro não cria porque os estudantes criativos e intuitivos são descartados do sistema. Resultado, temos bons engenheiros, mas péssimos pesquisadores. Quem não sonha, não cria. Os judeus, que vivem no mundo dos sonhos, por causa da religião, possuem 1/3 dos Prêmios Nobel.

  14. Parabéns aos cientistas Brasileiros, devemos mostra que aqui tem café no búle, não so fica no papel, mais me surpreende de um tempo pra cá que há USP,UFRJ,UNB,ITA,FGV, etc…vêem dívuldando poucos trabalhos, curioso isso, daqui a pouco vai aparece um professor pardal ae nas ruas, formando novos preendedores não é de dúvida não, que o governo cumpra a ordem de renovar nossa educação sem mais.

  15. Mindua disse:
    03/12/2010 às 18:37

    ta bom rogerio, é por isso que portugal faz parte dos “PIGS”, e mts portugueses estão emigrando, inclusive para o brasil, em busca de uma vida melhor; por isso que portugal está quase tendo que recorrer à ajuda financeira…

    então, tente ser mais humilde da proxima vez

    pode ate ser mais pelo menos portugal ja equipou a sua forças armadas e o brasil que fica so no papel negociando decadas decadas e decadas

  16. Engraçado ja que o brasil e tão espetacular assim porque ainda não desenvolveu seus proprios caças,foguetes e submarinos e esta dependendo tanto dos outros menos ufanismo pessoal nosso pais não e espetacular assim

  17. o tópico é sobre o Brasil e o cara fica divagando sobre Portugal…pois pois.. outrora potencia viraram o que são hj… então melhor rever os conceitos..
    o Brasil deve a misigenação sua força criativa , alegria em viver e vontade de sempre progredir…
    o outro questiona o letargico parque industrial militar do Brasil… que passou decadas em completa estagnaçao e agora finalmente esta se reconstruindo… o problema não é a falta de ‘cerebros’ e sim a falta de uma política neste setor…
    deus salve a petrobras…rsrs.. de onde esta vindo a grana para as FAs… e grande parte dos investimentos em ciência e tecnologia…

  18. Engraçado ja que o brasil e tão espetacular assim porque ainda não desenvolveu seus proprios caças,foguetes e submarinos e esta dependendo tanto dos outros

    ***

    faço a mesma pergunta à portugal rogerio, pq, segundo seus textos, vcs ja estao quase colonizando outros planetas

  19. .
    Acho ridículo estas comparações entre países, a rigor nenhum país é melhor do que outro, são isto sim diferentes, dizer que um é melhor do que o outro, sempre implica em usar uma escala de valores especifica e parcial, escala nascida de uma visão igualmente parcial e estreita..
    .
    Pode parecer radical e é…más baseado nisto, se pode afirmar que o mais pobre país africano não é pior nem melhor do que o mais rico pais escandinavo, isto dentro de uma visão ampla que poucos são capazes de ter, já que estão presos à uma escala de valores especifica…
    .
    Agora temos os valores do coração e guiado por eles, digo: O Brasil é o melhor país do mundo!
    Já os portugueses, pelo coração, dirão que Portugal é o melhor país do mundo.

  20. .
    Más descendo para a terra e usando dos valores específicos, como o desenvolvimento cientifico e tecnológico, se pode dizer que a diferença entre o Brasil e Portugal é a seguinte:
    .
    O Brasil apesar de pertencer a um continente historicamente, entre os mais pobres e atrasados do planeta. É o mais desenvolvido do continente sul americano em C & T e possui desenvolvimento em C & T superior ao de Portugal.
    .
    Já Portugal, está inserido na Europa ocidental, a região que por séculos , foi a com o maior desenvolvimento em C& T do planeta, Portugal é o mais atrasado nestas áreas na Europa ocidental. E tem menor desenvolvimento em C & T do que o Brasil… em que pese o fato fazer parte da região mais avançada do planeta em C & T, durante séculos…
    .
    Só um exemplo: O Brasil domina todo o ciclo de produção do combustível nuclear e é capar de projetar e produzir reatores atômicos, Portugal não tem estas capacidades…

  21. Wi
    achei a análise entre países interessante e não discordo de todo, mas vamos escalpelizá-la:
    o ciclo nuclear é tecnologia antiga, nós não temos energia nuclear por opção política, (apesar de termos um reactor experimental num laboratório há 50 anos, antes dos brasileiros term visto alguma vareta de urânio ou plutónio) , no entanto estamos integrados no ITER (este sim, a esperança da Humanidade), no CERN, na ESA, no ESO, etc… não tem nada de extraordinário essa pretensa superioridade. a Embraer é o 3º maior construtor de aviões, mas que tecnologia inovadora tem produzido a Embraer??? nenhuma! estás a confundir o poderosíssimo complexo industrial brasileiro (que começou a ser desenvolvido por estrangeiros no pós-guerra) com inovação e ciência e ai está duplamente errado, nem o Brasil está tão avançado como pensas nem Portugal é tão atrasado como julgas.
    dou-te exemplos: Portugal lidera nas energias renováveis (isso sim é que é tecnologia de ponta e não o ciclo nuclear), informática, biotecnologia, semi-condutores, fibras do futuro, informática, materiais, nanotecnologia, etc…
    realmente o comentador Rogério veio para aqui cheio de azia e incomodado pelo sucesso do Brasil (apesar de ser verdade o que ele escreve sobre a nossa ciência) coisa que a mim me dá felicidade, saber que o Brasil evolui e avança com força na ciência, na economia, na educação, etc, etc. eu não me alimento com o insucesso dos outros, menos ainda do Brasil, país com o qual temos uma relação especial, mas quem nem todos os cidadãos de ambos os países percebem devido a complexos de colonizador e de colonizado… temos o exemplo do Mindua e do Rogério, e de certa maneira o teu, Wi, não só aqui mas em outros comentários. a seguir ao hidrogénio a ignorância e a estupidez são os elementos mais abundantes na Terra…
    já nem vou falar do ufanismo despropositado com que a maioria dos brasileiros que frequentam estes sites militares movidos por uma euforia de serem os maiores do mundo, poderem agora defender-se e atacar tudo e todos, como anjos vingadores que vão colocar o planeta na ordem! tenham calma e juízo, eliminem a pobreza, apliquem bem as riquezas, diversifiquem a economia e mantenham-se sossegados no vosso país continente (que foram os portugueses que o desbravaram e criaram), apostem tudo na ciência (sei existem muitos centros de excelência – trabalhei com “a turma” do CPqD de Campinas num projecto internacional e são profissionais de primeira linha) e na educação e não derretam futilmente o dinheirinho do pré-sal em armas. a guerra trás a desgraça aos povos.
    estes campeonatos Portugal-Brasil são tão estúpidos quando temos tantas mais coisas que nos unem e que podíamos tirar partido delas e prosperar juntos, apesar de hoje sermos países e povos diferentes mas com uma relação histórica e identitária que deve ser aproveitada por ambos.

    quanto ao melhor país do mundo esse não é nem Portugal nem Brasil é a Nova Zelândia!

  22. Uma das maiores falhas do brasil é que há uma espécie de competição interna entre os estados da federação.
    .
    Sim. Há algo errado, pois as Universidas cujos estados eram quase marginalizados, estã tendo mais resultado que o restando do Sudeste do Brasil, sobretudo Rio, São Paulo e Minas Gerais.
    .
    Isso é uma coisa realmente boa para a nação, mas que, infelizmente, é vista com maus olhos entre políticos e reitores de faculdades, pois estão perdendo uma concorrência seríssima.
    .
    O que me dá muita felicidade, é saber que faculdade do nordeste estão se destacando muito, pois não seguem o modelo “padrão” do sudeste, que apenas quer formar peças de um governo corrupto que adora formar ignorantes.
    Eu mesmo sofria no Ensino M´dio, pois não concordava com o comodismo de certos professores, que tinham como única meta ensinar: como passar no vestibular.
    Antigamente, escola era para a vida. O resultado da omissão está aí, à vista para todos. O Rio de Janeiro que o diga…
    .
    Isso é sinal de que finalmente algo esta mudando no Brasil.
    É hora de paramos de bajular nossos estados, pois brasileiro só é brasileiro em copa do mundo, depois, é cada um no seu quadrado e em suas prisões mentais.
    .
    Sou de Belo Horizonte, MG.
    Fiquei muito feliz que minha Universidade do coração, UFMG, conseguiu montar uma aeronave formidável.
    .
    O que nos falta é o motor, isso é um dos pontos chave de nosso desenvolvimento, tanto nas áreas civis quanto militares.

  23. Sem falar na tecnologia eletrônica. Algo que avança a passos modestos no Brasil, em virtude da pouca procura por material nacional.
    Na robótica, avançamos muito em industria e produção.
    Agora, carros, robótica, stc, nem pensar. Estamos longe.

  24. Olha Otus scops algumas coisas que voce disse tem razão a pobreza ,corrupção,o brasil tem a vontade mesmo pois as pessoas aqui diferente dos europeus não cobram nada como dizem os americanos o jeitinho brasileiro la o corrupto e punido aqui não tem dinheiro fica numa boa o brasil acha que grandes nações como frança,eua inglaterra,alemanha,russia,china,japão,vão comprar equipamentos militares inferiores so por que são baratos
    tecnologia tambem conta so paises africanos do oriente medio que tem restringido seu acesso a equipamentos de ultima geração vão comprar aqui pois se pudessem comprariam desses paises ai quanto a frança e o brasil muitos aqui no site pelo fato de o brasil ta pagando a frança sera obrigada a dar todo seu conhecimento que não foi nada facil por punhados de dinheiro eles sofreram muito na 2 guerra imaginem ter que se virar mais de 60 anos para desenvolver suas tecnologia e dar de mão beijada
    para o imcompetente brasil ,e claro se os franceses vão cair nesse jogo do jobim e problema deles,
    veja russia se tivesse topado os submarinos ia ta cendo passada para trás como frança ta na farsa fx2 e compra de escoltas da marinha que tudo não passa de ilusão aqui a arrogancia de muitos de acharem os europeus tão desesperados a ponto de transferirem todo seu conhecimento de graça para o brasil so porque vai pagar uns trocados se fosse assim arussia cumpria o acordo com irã s300 ,quanto ao fx2 os russos estariam sendo enrolados dia apos dia como esta os eua,suecos e franceses
    o brasil vai ficar sempre de caça de segunda mão usados
    enxerguem o pais que temos eles pensam que so quantidade
    de equipamentos militares e o suficiente e ruim se fosse assim a china era superior aos americanos mais vale o que muitos especialistas diziam era melhor ter uma força armada to tamanho da suecia mais bem preparada e tendo armas nucleares do que ter um grande exercito com equipamento inferior

  25. Otus scops tem razão a maioria nem todos os brasileiros e ufanista por se iludirem pois nossos politicos não tão nem ai para forças armadas por isso compram coisas baratas e inferiores e ate usadas e ainda vem com pose de algo fantastico e impressionante e quando investem pouco nessa area querem um lucro espetacular se achando que fizeram algo fantastico pelo pais ,esses e empresarios com muito dinheiro são os primeiros a sairem do pais em caso de guerra e depois voltam na boa para faturar mais não sou nacionlisata nem ufanista como muitos acho que deveria haver um equilibrio na saúde,tecnologia educação e defesa ai sim o pais seria melhor não perfeito pois ninguem e perfeito e combatendo a corrupção,desemprego,tambem ai sim o brasil podera ser um pais melhor agradeço a todos e o site plano brasil este sim democratico diferente de sites so de tanques,avião e navio por ai puxa sacos

  26. Bruno Rocha
    “Uma das maiores falhas do brasil é que há uma espécie de competição interna entre os estados da federação.” discordo! a competição é sempre saudável (desde que se cumpram as regras e não haja sabotagens ou ilegalidades) e fomenta a diferenciação, elimina o que não interessa e sobrevive o melhor, no global é benéfico para todos. talvez certos reitores daí é que sejam o mal, pois a mediocridade deles está a ser protegida pelos privilégios legais e impedem as suas universidades de competirem com mais categoria.

    Darth Sidious
    alguém te nomeou para seres o censor e julgares a qualidade dos comentários dou outros ou guardião-mor dos valores do PlanoBrasil??? porque não dás a tua opinião???

    Rogério
    sobre o primeiro comentário gostava de dizer que tenho mais que “alguma razão” (perdoem-me a imodéstia) e não gostaria de desviar-me do tema ciência e destas guerras autofágicas entre portugueses e brasileiros.
    “…acho que deveria haver um equilibrio na saúde,tecnologia educação e defesa…” concordo em absoluto, não só para o Brasil mas para qualquer povo ou nação evoluídos. as notícias do rearme brasileiro que tem vindo a público, a serem verdadeiras, são simplesmente ridículas!

  27. Otus scops disse:
    05/12/2010 às 14:44
    .
    Concordo. Concorrência saudável gera diversibilidade. Mas no Brasil a coias só funciona na base da corrupção.
    Políticos de estado X, mais ricos, compram outros políticos do estado Y, desfavorecendo o estado Z.
    Isso é Brasil!

  28. O problema da falta de bons pesquisadores brasileiros é um só: O Processo de Seleção dos alunos para os colégios e universidades não leva em conta a criatividade e raciocínio intuitivo. Os professores também não sabem estimular o espírito de pesquisa de seus alunos.

  29. .
    Energia nuclear é tecnologia velha. Então tá… más poucos países até hoje, dominaram o ciclo completo do combustível nuclear.
    .
    E está longe de ser um tecnologia irrelevante:
    .
    10 g de urânio 235
    equivalem a 700 kg de óleo ou 1200 kg de carvão…
    .
    O Brasil, graças a investimentos no passado, desenvolveu
    tecnologias próprias e hoje está incluído no rol dos 10 países que dominam a tecnologia nuclear, não só para
    produção de energia elétrica, mas em todos os campos de aplicação, inclusive médico e industrial. É também um dos 3 países do mundo que dominam toda a tecnologia do ciclo de combustível e também possuem reservas de urânio.
    .
    Quanto as “lideranças tecnológicas de Portugal”, bem, para mim, esta discussão idiota serviu para pelo menos uma coisa: Descobri de onde veio o sentimento ufanista tão comum a nós, brasileiros, HERDAMOS DOS PORTUGUESES !
    .
    A diferença é que os brasileiros riem do seu próprio ufanismo, riem de si mesmos…
    .
    Já o ufanismo português me parece mais pesado e sério, parece lhe faltar aquela capacidade de se olhar no espelho…

  30. Uma curiosidade sobre o programa nuclear brasileiro é que unidade de enriquecimento de urânio construída com tecnologia alemã, foi abandonada nos anos 80 porque a Marinha desenvolveu tecnologia própria mais barata, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear, Everton Carvalho. Ele afirma que o processo alemão era 40 vezes mais caro do que o nacional….

  31. Wi
    1. eu não disse que “Energia nuclear é tecnologia velha” disse que era antiga, duas coisas diferentes. eu não desvalorizo esse esforço da ciência e tecnologias brasileiras, pelo contrário, mas a comparação que fizeste entre Portugal e Brasil não é verdadeira e como português senti-me injustiçado porque revela grande ignorância da tua parte. que conheces tu de notável em termos científicos, sobre os países Bálticos, Grécia, Hungria, Rep. Checa, Eslováquia, Roménia, Islândia, Bulgária, Irlanda, etc, para colocares Portugal no fim da lista?
    2. ao não contestares os meus argumentos pró ciência lusa e a minha análise sobre a ciência no brasileira assumo que tenho razão e tu está errado – quem cala consente!
    (claro que há muito mais coisas boas a nível científico a acontecer no Brasil – exº a Embrapa que é um gigante da biotecnologia e ciências agrárias)
    3. fiquei elucidado sobre os diferentes estilos do ufanismo português e brasileiro, portanto o “nosso” é mais sério e pesado e o “vosso” é divertido e bem humorado… as coisas que eu aprendo contigo!
    4. “Descobri de onde veio o sentimento ufanista tão comum a nós, brasileiros, HERDAMOS DOS PORTUGUESES”
    como português, gosto sempre de ajudar qualquer brasileiro que ande perdido e ainda sem identidade formada a descobrir as suas idiossincrasias, é sempre gratificante saber que após 200 anos a nossa herança civilizacional é reconhecida e está viva. nem que seja com acinte antilusitano, como os adolescentes mal-educados e ingratos fazem com os pais nessas idades, maldizendo deles.
    5. dou por terminado este assunto contigo aqui no Plano Brasil fazendo votos para que a ciência brasileira continue a evoluir e sempre que possível haja cooperação entre os cientistas e técnicos de ambos os países para juntos prosperarem.

    p.s. – disseste “…esta discussão idiota…”. foi de propósito, tinha medo que não entendesses o que te escrevi.

  32. Criei um novo processo para o enriquecimento do urânio muito simples e barato. Não sei se vai funcionar, mas gostaria de testá-lo.

  33. Comentei no tema “Brasil vai liderar mudança no desenvolvimento global” (que alías o assunto da ciência brasileira sustenta essa previsão) que elogios vindos de EUA e Reino unido sobre o Brasil são dignos de hipocrisia. O xtreme fez um comentário lá como que se duendo por essa falsidade inglesa, ou porque a carapuça lhe serviu. Portugal completa o trio com os ingleses! E que inveja portuguesa é essa?
    O Brasil é o único país do hemisfério sul que contrói submarino. A hipocrisia maior é se vangloriar do Brasil ter sido desbravado e criado por Portugal, como se isso fosse motivo de orgulho. Invasão e repressão mudaram de nome? Mudou para desbravamento e criação, diga-se á custa de índios, escravos africanos e brasileiros renegados em seu próprio país?
    Falar em investir em educação e considerar a palavra velho e antigo diferentes, sendo que são sinônimos, e dar outras dicas do que devemos fazer depois de tudo que o Brasil sofreu por causa dos portugueses, é revoltante! Que riquesas devemos aplicar? Sendo que Portugal desviou tudo para a europa?
    Não é só guerra que trás desgraça aos povos, mas também o sequestro de povos africanos trazidos á força e sendo submentidos á barbáries da escravidão, inclusive morrendo nos navios devido á doenças e complicações da longa travessia. A escravidão tem a mesma ideologia do nazismo que se sentia no direito de extinguir minorias ou desconsiderá-las inferiores.
    “menos ufanismo” lusitanos, Portugal não é tão espetácular assim.

  34. André

    és aquilo que eu chamo um caso perdido: intolerante, com uma leitura enviesada do mundo e com um complexo de colonizado muito vivo.
    1. não te reconheço legitimidade nenhuma para falares pelo Brasil e pelo povo brasileiro e vires para aqui com frases messiânicas tipo “…elogios vindos de EUA e Reino unido sobre o Brasil são dignos de hipocrisia.(…). Portugal completa o trio com os ingleses”. o Brasil não é teu.
    2. não tens capacidade para atestar as minha intenções, nem fazer juízos, se são sinceros ou hipócritas nos comentários que faço. represento-me a mim próprio e não Portugal ou alguma corrente de pensamento dominante dos portugueses, tal como tu.
    3. as tuas (grandes) limitações linguísticas não são apenas académicas, são nas ideias o que é mais grave – “o Brasil ter sido desbravado e criado por Portugal,” não é nenhuma hipocrisia, pelo contrário, é um FACTO!
    4. em relação ao ponto anterior é sim um orgulho para os portugueses, mas não apenas o Brasil, Angola, Moçambique, Índia, Ceilão, China, Japão, São Tomé e Príncipe, Canárias, Madeira, Açores, Cabo Verde, muitas praças no Golfo da Guiné, Zanzibar, Santa Helena, Tristão da Cunha, Mascate, Áden, Japão, Macau, Timor, Celebes, Malaca, etc, etc, etc, podemos dormir descansados porque os Portugueses serão dos 10-12 povos da história da Humanidade que a marcaram indelevelmente, cumpriram o seu desígnio! agora se me perguntares a mim se vivo obcecado com o passado do meu povo e isso dá-me direito a alguma coisa especial, digo-te que NÃO. a história é para tirar lições não para ficar agarrado a ela desfasado de realidade. mas não precisas é de ser invejoso por não teres esta história ou incomodado por os teus antepassados terem feito parte da história dos meu país, nem eu nem tu temos relações de suserano para vassalo, isso acabou à 200 anos.
    5. Portugal no passado cometeu muitos crimes contra a Humanidade, julgando pela moral, direito e desenvolvimento civilizacional dos dias de hoje. só que a tua visão preconceituosa, ínvia e mal intencionada sobre os portugueses dá-te o descaramento de comparares esse passado longínquo com o presente. ficas a saber que Portugal foi o primeiro país a abolir a escravatura em 1761 por decreto régio, muito antes dos auto-propagandeados Actos Abolicionistas dos anglo-saxónicos.
    para mais, Portugal não foi o único a fazer o comércio negreiro, foram TODOS. e mais ainda, não foi Portugal que o inventou, apenas aproveitou uma situação que existia (e existe infelizmente) entre os africanos, que se escravizavam entre si e alimentavam as redes de exploração para norte para os árabes (ainda persiste actualmente abominavelmente).
    tenho inclusive muito orgulho de ter o Padre António Vieira (considerado o primeiro brasileiro) como o maior e mais corajoso cidadão português que se insurgiu contra a violência sobre os índios numa época em que a economia vivia em grande parte da exploração do homem pelo homem.
    cala-te e olha para os esclavagistas que ainda andam aí no teu país em actividade que eu faço o mesmo cá no meu.
    6. “considerar a palavra velho e antigo diferentes, sendo que são sinônimos,” não são, mas por este comentário já me diz o suficiente do nível de pessoa que és…
    7. “…dar outras dicas do que devemos fazer…” já disse que não és dono do Brasil e que o povo brasileiro (ou qualquer outro) não está acima de críticas. derreter dinheiro, por exemplo, para ter uma frota de 24 submarinos(!!!) e ter aquela vergonha no Rio de Janeiro é por-se a jeito para ser criticado. “eta república das bananas”… mas se gostas de viver nessa condição é contigo, mas conheço alguns brasileiros que pensam como eu.
    8. “Que riquesas devemos aplicar?” educação, saúde, ciência, infraestruturas, energias renováveis, etc. não conheço o suficiente para dar mais sugestões, mas o óbvio coisa que não estás habituado.
    9. “depois de tudo que o Brasil sofreu por causa dos portugueses”, “Sendo que Portugal desviou tudo para a europa?” quando é que isso aconteceu? Portugal tem sido desde à 15 anos um dos maiores investidores no Brasil, agora está na hora dos empresários brasileiros virem para cá também (coisa que felizmente está a começar a suceder). é que se te estás a referir a antes de 7 Setembro de 1822 isso era de Portugal e os portugueses não fizeram mais nada que aproveitar as riquezas que estavam por aí a correr pelos rios fora e que os índios não usavam. não me digas que não fazias o mesmo???
    mas parece que Portugal não deixou mais nada, só destruição e desgraça, certo???
    9. “…Não é só guerra que trás desgraça aos povos,” afinal estás de acordo que a guerra trás desgraça, óptimo! então cala-te.
    10. “A escravidão tem a mesma ideologia do nazismo ” realmente esta vem no registo do ponto 6. sem comentários…
    11. “Portugal não é tão espetácular assim” depende do modo como se olha para ele, há quem ache é e há quem discorde. mas a tua opinião está embebida de ignorância e preconceitos negativos, logo é suspeita.

  35. “2. ao não contestares os meus argumentos pró ciência lusa e a minha análise sobre a ciência no brasileira assumo que tenho razão e tu está errado – quem cala consente!”
    …………………………….
    Sr. pretensioso:
    .

    Nem “calei nem consenti”,
    Já que não percebestes. Te explico, chamei tuas afirmações ( que nem de longe…são uma “análise”) sobre as “lideranças tecnológicas de Portugal”, de mero ufanismo!
    .
    E Portugal, conforme escrevi é de fato o país mais atrasado em C & T da “EUROPA OCIDENTAL”.É uma verdade, porque isto te ofende ou incomoda?
    .
    No mais, tua argumentação é tendenciosa, falha e repleta de arrogância , por isto mão merece resposta maior do que esta…

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