Luís Bassets
Que pedrada na testa deu o pequeno David que é o WikiLeaks no Grande Irmão que tudo sabe e controla! Entende-se que o governo dos EUA tente minimizar os danos. Também que o sigam outros governos amigos, assim como algum dos veículos de mídia que não tiveram acesso à torrente de documentos apresentada pela organização de Julian Assange.
Mas quanto mais notícias forem surgindo dessa mina de informação mais difícil será ocultar o interesse público de seus conteúdos, assim como o volume de mossas e avarias que produz a revelação de segredos zelosamente guardados.
De cara, é preciso salientar que a diplomacia americana sai prejudicada desse desafio, como explicava Robert Baer, um ex-agente da CIA, nas páginas do “Financial Times”. Baer concentra sua avaliação de imperfeições nos canais de comunicação especiais que muitos chefes de Estado, sobretudo de países árabes, estabelecem com o presidente dos EUA, normalmente uma pessoa de confiança do mandatário estrangeiro.
Assange apertou o botão “reset”, e agora Washington terá de começar do zero nesse capítulo. Quem mais sabe sobre esses assuntos em nosso país, que é Javier Solana, já indicou que esse vazamento obrigará os diplomatas a mudar de métodos e hábitos de trabalho, coisa que também afeta numerosos cidadãos, empresários, jornalistas, juízes ou políticos, que deverão aprender uma nova cultura da cautela em seus contatos com diplomatas de todos os países.
Na observação de Solana há uma crítica implícita a usos que não correspondem à época em que vivemos. Não se trata só de uma má utilização das comunicações e de uma péssima blindagem por parte de uma superpotência que dá aulas sobre as ciberguerras do futuro; mas do estilo periclitante, impróprio do novo mundo globalizado e multipolar, com que ainda se movem alguns diplomatas.
Por enquanto, a publicação simultânea das primeiras notícias surgidas do arquivo do WikiLeaks obrigou o Departamento de Estado a mobilizar todos os seus recursos para amortizar o impacto e preparar-se para as sucessivas revelações.
Este é o quarto canhonaço dirigido aos EUA, em um bombardeio que vai aumentando de intensidade: o primeiro foi o vídeo “Assassinatos Colaterais”, com voz e imagens do ataque de metralhadora a um grupo de civis no Iraque a partir de um helicóptero militar americano; o segundo e o terceiro foram 90 mil e 400 mil documentos das guerras do Afeganistão e Iraque, respectivamente. Advertidos com vários dias de antecedência sobre a envergadura do quarto disparo, as embaixadas e os consulados em todo o mundo realizaram uma ação de amortização preventiva através de contatos em todos os níveis com os amigos e parceiros afetados pelas revelações.
Uma vez aberta a brecha por onde fluem as notícias, ocorreram simultaneamente duas reações contraditórias: uma minimizadora e outra ameaçadora. Mas a reação mais importante, que será discreta e inclusive desconhecida pelo grande público, será a reparação do veículo diplomático danificado. Ainda há uma avaria política maior e de reparo mais difícil, e é a que afeta o deslocamento do poder no mundo, assim como o futuro da superpotência americana.
O caudal de credibilidade e de prestígio internacionais que os EUA haviam recuperado graças a Obama, e que fazia parte do capital político mais apreciado desta presidência, está escapando a olhos vistos pela via aberta pelo WikiLeaks. Voltam os piores estereótipos, cultivados durante a Guerra Fria e recrudescidos com a presidência de Bush, através dessa brecha informativa que nos ilustra sobre a mentalidade, as formas de pressão e inclusive as vergonhosas expressões de arrogância de alguns diplomatas americanos, assim como a atitude deferente de suas contrapartes dos diversos países, incluindo espanhóis.
O Grande Irmão, em crescimento constante nos EUA e na Europa, tem uma versão muito pior e mais fiel ao modelo totalitário da Guerra Fria que inspirou George Orwell, o criador do personagem literário. Está em países como a China, onde o hipercontrole cibernético e audiovisual do cidadão se soma aos controles policial e militar tradicionais em uma ditadura clássica.
Que a rachadura não alcance ainda esta versão ainda mais tenebrosa e totalitária não é argumento para desqualificar as revelações sobre os EUA nem significa que não devam chegar até a China um dia. A tecnologia e a globalização farão também sua parte, esperemos que logo. Também o farão, sem dúvida, os novos poderes ou contrapoderes emergentes não estatais, surgidos da sociedade civil global e tecnológica, dos quais o WikiLeaks é apenas o primeiro e mais espetacular exemplar.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
A coisa que mais querem é manchar a imagem das instituições soberanas, para criarem uma nova mais controladora e mais “limpa” que englobe grande parte da população. Heil Wikileaks!
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“…caudal de credibilidade e de prestígio internacionais que os EUA haviam recuperado…”
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O autor se ilude ao dizer isto, Obama não passou de um show midiático em seu tempo de campanha para presidente e um nóbel comprado… uma vez na presidência, o prestigio tanto de Obama como do EUA não tiveram nenhum “caudal de credibilidade e de prestígio internacionais”
recuperados, pelo contrário!
Uma coisinha à parte: um senador americano, Joe Lieberman, fez com que o maior site de compras dos EUA, o amazon.com, retirasse de seu domínio um portal de acesso à wikileaks. Lieberman é o líder dos assuntos de segurança doméstica no senado americano.
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É muito relevante, essa notícia. Ela mostra o quanto está mudando a política doméstica americana: cada vez mais indo no caminho do fascismo.
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Há uns meses atrás, esse mesmo cara foi um dos autores de um projeto de lei quasi-fascista que concede ao presidente da república o poder de ordenar a detenção e a interrogação de seja quem for, até de cidadãos americanos sem história conhecida de comportamento criminoso. Se o projeto foi aprovado ou não, eu não sei.
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Mas a coisa vai continuar. Quanto mais durar a crise econômica dos EUA, mais o país vai se polarizar. E quanto mais se polarizar, mais necessidade haverá de autoritarismo estatal. E quanto maior a percepção de perigos externos — a mesma coisa. Ou isso — a ditadura —, ou a sociedade se dissolve. Esse processo é antigo, já: começou com Bush, o 11 de setembro e o Patriot Act. Mas a wikileaks vai acelerá-lo. Pensa-se — não sei se com razão — que a transparência que wikileaks deu aos movimentos diplomáticos dos EUA, aumenta seus riscos de ser alvo de ataques, quer de terroristas ou de países inimigos.
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A percepção de que a sociedade está se dissolvendo, de que o país corre perigo, a posição de que cabe ao governo censurar informações que são prejudiciais à sua agenda: tudo isso é uma janela aberta para que o fascismo entre na política americana.
hahahahahhaa, tudo esta acontecendo como os antigos profetas diziam, existirá um grade império que governara por muito tempo vai ser o primeiro é o último, pelo visto Nostradamus acertou denovo…rrsrsrrs, Agora so falta os conspiradores aparecerem falando sobre suas novas téorias emblematicas, que ninguém entende so sabem que vai acontecer,rssrsrssr, agora se formos analisarmos a situação do jeito que a coisa ta os EUA, vai perde o último resquisio de integridade que resta vai cair em desgraça pelo mundo afora, qualquer um daqui em diante vai pensar duas vezes antes de falar com os Yankees, pelo visto nosso futuro sera obscuro cheios de surpressas, que a cada dia aparece que venha a tal globalização pra pro ordem na casa é por um fim nos conspiradores…
Q o sr. Assange contínue a divulgar os crimes dos ianks e se piolhos aSSaSSinos, ie, Otan…parbéns.
So aqui que nada abala os Deuses acima do bem e do mal e intocaveis.
concordo inteiramente com o Wi e o Rafael, agora como disse o Leonardo nós temos um futuro cheio de surpresas mas o fato do nostradamos ter acertado não surpreende afinal não é o primeiro grande império a beira da sua própria destruição, o interessante que se formos analizar os responsáveis pelo desmoronamento de todos os grandes governos/impérios até hoje é ninguém mais do que os seus lideres orgulhosos e cegos pelo poder.
Não sou anti-americano,mas não gosto da políca americana.
Eu tenho me pergunto ultimamente,por que só agora estes documentos foram divulgados? por que não foi divulgado nenhum documento sobre o 11/9? por que não vemos documentos mais antigos referentes ao período da guerra fria?
Se isto tudo for verdade ótimo.Mas eu também me perguntei, quando divulgaram a opinião dos Eua sobre Vladimir Putin Dimitri Medvedev,o porque ultilizaram uma linguagem chula como Batman e Robin.
Isto pra mim não parece linguagem diplomática séria,mesmo sendo de funcionários de 2 escalão.Pode ser que eu esteja absolutamente enganado.Mas pelo sim pelo não eu preciso analizar bem toda esta grande quantidade de informação.
No mais eu concordo com o Jonnas,há um grande plano(isto não é de hoje) de substituirem os governos nacionais por um grande ditadura global,e uma ótima maneira de fazer isto e desmoralizando todos os estados soberanos,para que a opnião pública se canse dos “antigos” por um “novo” tipo paternalista,mas no fundo não deixa nada a desejar a qualquer ditadura,seja ela comunista ou capitalista.
Outra boa forma seria mais uma Grande Guerra e eu me pergunto.Estamos preparados?
NovoBrasuk, no começo eu pensava ser algo como.. conversa de quem não tem o que fazer. Besteirol sensacionalista pra chamar a atenção. Procurem o filme inteiro END GAME. Tem no youtube ele inteiro. Mas assistam até o fim. Também pesquisem Jesse Ventura também no Youtube. Procurem encontrar conecções do que leram e viram na nossa realidade.
Quanto ao wikileaks, se fosse feito por hackers e dizendo a verdade. Não ficaria no ar mais de 1 dia!..
Os pilares da identidade americana estão ruindo. A 1. emenda está indo para o lixo. Apenas espero que o declínio da sociedade aconteça num ritmo que não de espaço a formas mais violentas. É preciso que a velocidade de mudanças preserve a percepção do povo americano da existência de continuidade. Se em uma geração for notada claramente este declínio, extremistas poderão tomar o poder.
Para eles que diziam que a diplomacia brasileria é imatura. Vejam o amadorismo das análises diplomáticas. Seria mais barato os EUA assinarem jornais brasileiros ao invés de pagar o salário de seu corpo diplomático.
Nem Nixon durante a guerra fria conseguiu o que eles estão tentando agora. Salve a maior democracia do mundo. Salve a liberdade de expressão. !!A desmascarada democracia americana de conveniência!!
A VERDADE SEMPRE PREVALECE.
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Eu acho que os danos na reputação americana não houve,pois para haver danos, teria que haver reputação virtuosa que não é ocaso aqui.
Na verdade, foi só a confirmação daquilo que escrevemos aqui.