Sugestão: Gérsio Mutti
Sinal do fim de prestígio político dos militares, Exército, Marinha e Aeronáutica terão que abandonar os edifícios que ocupavam na Esplanada dos Ministérios.
Símbolo do poder e prestígio que os militares mantiveram no Brasil mesmo após a redemocratização do País, os edifícios da Esplanada dos Ministérios ocupados pelas Forças Armadas estão prestes a receber novos moradores. Em uma decisão que demorou mais de 25 anos para ser tomada, o Executivo decidiu, finalmente, que os comandantes militares devem voltar a comandar as tropas da caserna, e não mais em uma área que originalmente foi criada para abrigar os ministérios. Ainda não há data definida para o início da mudança, mas internamente o Exército já concordou em ser o primeiro a voltar para o quartel. Mais do que prática, a medida tem um efeito simbólico importante e deve causar mal-estar em parte da tropa. Desde o fim da ditadura os militares vêm perdendo espaço na política brasileira. A criação do Ministério da Defesa, há 11 anos, significou o primeiro passo no controle civil das Forças Armadas. Mas só no Dia do Soldado, 25 de agosto, com a sanção presidencial da lei que reestrutura e fortalece a Defesa, é que o projeto avançou de forma concreta. Pois, mesmo sem a prerrogativa de ministros de Estado, sabe-se em Brasília que os comandantes militares mantiveram, em parte, o status do passado.
MUDANÇA
Comando do Exército será a primeira
força militar a desocupar a Esplanada
“A desocupação desses imóveis será um marco histórico”, avalia Gunther Rudzit, que foi assessor do Ministério da Defesa na gestão do advogado Geraldo Quintão (2000-2002). O especialista lembra que Quintão, quando ministro, chegou a pensar na hipótese de remover as Três Armas da Esplanada, mas ficou só na intenção. “Não havia clima para isso, pois o Ministério, na verdade, não tinha controle nenhum sobre os militares, não indicava o comandante nem controlava o orçamento”, explica Rudzit. A história, no entanto, mudou na administração do ministro Nelson Jobim, especialmente a partir da aprovação da Estratégia Nacional de Defesa no Congresso. “Vai ter uma chiadeira, especialmente entre os oficiais da reserva. Vão achar que é revanchismo”, prevê o especialista. O presidente do Clube Naval, almirante Ricardo Antônio da Veiga Cabral, concorda. Para ele, trata-se de uma medida vertical, feita sem consulta prévia e cuja reação não será positiva. “A Esplanada é o centro do poder. É aquela velha história; quem está perto do rei manda ou influencia, quem está longe não interfere”, afirma Veiga Cabral.
OLIVA
Exército será a primeira das
Três Armas a voltar para a caserna
Fontes do Alto Comando ouvidas por ISTOÉ confirmaram que o Exército será a primeira Arma a deixar a Esplanada. Desde que o comandante era ministro, seu gabinete sempre esteve localizado no “Forte Apache”, quartel-general localizado no Setor Militar Urbano. Mas toda a burocracia do Comando Militar do Planalto, da 11ª Região Militar e da Secretaria de Economia e Finanças está abrigada no edifício ministerial. “Esse conjunto todo será transferido para uma área ao lado do quartel-general, e vamos entregar os imóveis ao Patrimônio da União”, explica um assessor. Segundo ele, o Exército deixará a Esplanada provavelmente no final de 2011, assim que as obras da nova sede estiverem concluídas. A Força Aérea, por sua vez, deve ser a segunda a sair. O gabinete do comandante e toda a estrutura de assessoria deverão ser realocados perto da base aérea de Brasília, numa área onde hoje funciona o Comando-Geral de Operações Aéreas (Comgar). “Não é de hoje que o comando pensa em sair, tanto é que mantém uma estrutura administrativa relativamente pequena”, explica um oficial da FAB. Já a Marinha ainda não definiu se vai para a área Alfa, localizada na BR-040, em Santa Maria, distante 35 quilômetros do Plano Piloto.
Em ótimo estado de conservação, as instalações que serão desocupadas pelos Comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica já são cobiçadas por outros ministérios e secretarias especiais, que por falta de espaço funcionam empilhadas nos mesmos imóveis. É o caso, por exemplo, do Bloco A, que abriga os ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Esporte, além das secretarias de Promoção da Igualdade Racial e de Política sobre Drogas. Sem contar a possibilidade de criação de novos ministérios, como o das Micro e Pequenas Empresas, idealizado por Dilma Rousseff.
“O ministro Nelson Jobim está sacudindo a caserna”, diz o coronel da reserva Geraldo Cavagnari. Para ele, a saída das Forças Armadas da Esplanada dos Ministérios era uma questão de tempo. “Quando tínhamos os ministros militares, a ocupação desses imóveis se justificava. Mas isso mudou. Os comandos não são instâncias políticas e a Esplanada é um local de órgãos políticos”, afirma. Segundo Cavagnari, que durante a Constituinte apresentou a proposta de criação do Ministério da Defesa, a mudança faz parte da consolidação do regime democrático. “É bom para o processo de despolitização das Forças Armadas. Toda essa reestruturação já deveria ter ocorrido antes, não fossem os antecessores de Jobim uns ministros medíocres”, afirma. Joanisval Gonçalves, especialista em defesa, prevê uma reação negativa na caserna. “A entrega dos ministérios é uma perda de prestígio muito grande. E, diga-se de passagem, parece uma agressão direta, um revanchismo”, diz. Gonçalves garante que a influência política dos militares hoje é mínima. “Dizer o contrário só serve para justificar decisões como essa.”
Antes de começar gostaria que alguém me falasse sobre quem é este “especialista” em defesa Joanisval Gonçalves? Ele é que nem caviar, não comi, nunca vi, só ouvi falar, este nem ouvi falar. Será que “ele” é mais um dos “especialistas que o PIG cria de uma hora para outra”?
Bem, toda esta mudança me parece um acordo para acomodar a situação dos militares no Brasil. Nos outros países democráticos da América do Sul, os militares pararam atrás das grades, falei democráticos, Peru e Colômbia ainda são colônias militarizadas, porém no Brasil parece que o governo resolveu aplicar uma saída menos dolorosa pros velhos rançosos, aqueles que são ainda capachos dos EUA. O governo esta fazendo por debaixo do pano uma acomodação, ao invés de prender ou mandar a julgamento, esta tirando definitivamente o poder usurpado pelos militares da antiga subserviência fascista, é um cala boca. A turba vai chiar, é obvio, mas o governo já deve ter preparado os geriatras para cuidarem deles.
Acho que o Jobim poderia joga-los nos EUA, em alguma escola fascista, School of the Americas, afinal a cria é deles.
O autor poderia ter resumido todo o seu texto dizendo.
A END veio para por em prática todas as ideias defendidas por mim (o autor) e por todos os cidadãos brasileiros, vamos gastar melhor o dinheiro direcionado a defesa, vamos reduzir quadros inúteis e despesas desnecessárias, vamos criar um Ministério da Defesa enxuto e eficiente ( tenho certeza que é isto que defende o autor) e condizente com as necessidades e dignidade dos homens e mulheres das Forças Armadas.
Por último vamos “gastar” o dinheiro da defesa na compra e manutenção de sistemas em estado de arte e condizentes com nossas dimensões, e não em prédios, papel e secretarias que são ralos e sifões do parco orçamento destinado a defesa do nosso país.
Acho que o autor concorda com isso até porque é isso que defende e defendeu em outras eras, não creio que mudaria o discurso agora.
sds
E.M.Pinto
Já existe o prédio do MD, p q +, está certa sim essa medida. Sds.
1 – O Militar é um servidor público como qualquer outro e deve atender aos interesses do estado.
2 – Troco todos os palácios e mansões de Brasília por um salário melhor para a tropa e quartéis melhor equipados.
3 – Acabou o tempo que Militar mandava além dos quartéis.
É uma pena saber que assuntos como ditadura.. e etc só servem para fugir dos reais problemas que acometem o país. Saber que existe candidato à presidência que é meramente um papagaio falante sem nenhum lastro suficiente, que não apresenta de forma direta questões cruciais, é meramente um AVATAR, mas com um defeito ainda mais grave, consegue usar do completo cinismo em negar que naquela época tambem fez algo, senão pior, do que a revolução militar ( ditadura para eles..) fez.
Vc pode esta até certo, + questão desse problema passa pelo voto facultativo , distral e misto, abaixo a ditadura do voto abrigatório. Sds.
Os militares no Brasil ainda vivem no passado; faz tempo que o regime acabou… o que passou passou e não adianta ficar mais de nhé nhé nhé… pois, hoje, à vista de qualquer mudança os calos da “ditadura” ainda gritam. Se nesses 25 anos que passaram os militares tivessem tido outra visão, uma visão moderna, não teriam, hoje, que passar por essa situação, semelhante a um inquilino inadimplente que é despejado. Se hoje estão voltando aos quartéis, não tem dinheiro nem pro soldo ou pra compra de equipamentos/munição, etc, e perderam todo poder e prestígio, é porque fizeram mal uso e, na oportunidade de reescrever a própria história, ficaram de frescura; deviam ter acompanhado, de perto, a democracia.
Alex, o prestígio nunca perderão, pode ter certeza disto.
Pois os militares estão entre aqueles mais respeitados dentre as profissões. Não posso dizer a mesma coisa dos políticos. O país é comandado por civis. Quando um Chefe faz, o subordinado fica quieto e obedece.
E avante! a democracia atual brasileira! Uma das mais desiguais socialmente em todo o mundo!
E até milagres fizeram e fazem sim, como? mantendo no ar aviões da época de setenta… ao mesmo tempo sendo polo de excelência em treinamento.. controlando até a amazônia, num país continental que nem 1% de verbas que o MD dos EUA possuem.
Enganam-se os que dizem que os militares ficarão frustrados, chateados ou diminuídos por sairem da Esplanada.
Quem fala isso não conhece o verdadeiro espírito militar.
O Exército (como também a Marinha e Força Aérea) está saindo de cabeça erguida, pois não é um local físico que dirá da nossa determinação em continuar a sermos o mesmo Exército, desde Caxias.
Ficando longe da Esplanada, ficamos também mais purificados e poderemos nos concentrar em nossos verdadeiros e antigos anseios.
Não nos interessa o poder, a não ser o poder de nossas armas e nossas estratégias militares.
Quanto ao Prestígio, as pesquisas sempre nos colocaram entre os preferidos do povo brasileiro.
Às hienas a carniça.
Tem que fazer isso, e profissionalizar as Forças! tentei falar sobre isso em outro “local” e fui praticamente banido! parece que tem gente que precisa bajular para ter acesso aos militares!… olha este efetivo: + de 80mil na FAB! para quê isso minha gente?! a FAB tem que reagir a esta escalada sem fim, isso sim! e não ficar de birra com o MD e GF! com os recursos e atribuições que a FAB tem, seriam necessários não mais que 30mil militares! o EB apesar de mal equipado ainda tem uma função de presença e ostencividade que não cabe a FAB, a Marinha também precisa enxugar! FABe Marinha são as que devem ter um índice de profissionalização muito maior!
LUGAR DE MILICO É NO QUARTEL! somente lá ele poderá manter sua integridade e intervir, se necessário, militarmente para defender seus cidadãos! é assim nos “melhores lugares”! afastar milico da política é benéfico! só assim não veremos Ex Brigadeiros, membros do COPAC, fazendo lobie para fabricante de armas, não veremos oficiais da força altamente “empenhados” em “desenvolver” nossa indústria! coisa que não é sua atribuição!
O Que nos rendeu, para a FAB e para nós cidadãos comuns… para nossa defesa, ter institutos como CTA e ITA? rendeu a formação de engenheiros aeroespaciais, que vão para onde? EMBRAER, NASA, empresas de defesa e aeroespaciais espalhadas pelo mundo! e nós, a FAB, voando F-5 e AMX! que desenvolvimento é esse? temos uma das maiores empresas fabricante de aviões do mundo, que foi criada e desenvolvida pela FAB, e não temos meios de defesa “honestos”… porém temos muitos militares da reserva dando “expediente” em empresas da área de defesa… mesmo que em “off”… isso é fruto de quê? uma das possibilidade é, certamente, o envolvimento político demasiado!
Sds!
“Ficando longe da Esplanada, ficamos também mais purificados e poderemos nos concentrar em nossos verdadeiros e antigos anseios.”
Tá aí uma verdade!
Joanisval Gonçalves… meus Deus que mediocridade. Bem, se tratando da revistinha Isto é, não poderiamos mesmo esperar por qualidade jornalísitica quanto mais analitica. O que salvou o texto foi a palavra do Cel Cavagnari, bastante sensata.
Concordo plenamente com você E.M. Pinto o que precisamos é de um ministério defesa, eficiente e sem quadros inúteis, se essa mediada for um passo nessa direção, bom saber quanto ao revanchismo, devo dizer que nosso país anistiou muita gente que não devia inclusive, ir atrás das grades por enriquecimento ilícito.
Só lamento muito que a Esplanada vai ficar mais feia e suja, pois são os únicos prédios que mantém a limpeza em sua volta. O resto parece uma feira de peixe, daquelas lá da Índia. Sem falar dos camelôs e sindicalistas de plantão que “ganham” a vida lá na Esplanada.
Falou e disse! Francisco. São casos e casos de envolvimento político nas FA’s. Onde os superiores são obrigados a “engolir” funcionários que sabem nada de nada, mas que estão alí somente por indicação. Fungindo contra qualquer conduta de eficiência pública.
Bons tempos aqueles dos anos 60 e 70 que os militares eram respeitados e tinham prestígio em toda sociedade. Tinham orgulho e bom material para nos defender.Hoje são desalojados, esquecidos, e até a FX-2 eles não puderam escolher o preferido.
Desde a criação do MD. eles só estão perdendo. Que saudade de 31.03.64
sobre essa notícia procede a informação que existe mais ‘marinheiro’ em Brasília …que no RJ… rsrsrsrs….
deve ser por causa do porto secreto do braço de mar secreto que ..rsrsrs.. desagua em MG… hahahahahahaha
Aff Hermano… saudades de 64?!?!?!?! Ta loko?!?!?!?! Se fosse ainda iguall ao período citado não estaríamos aqui discutindo sobre Defesa. ERA PROIBIDO.
Não eram respeitados, ERAM TEMIDOS. Respeito não se impõem, se adquire.
Concordo em gênero, número e grau com o que disse. assino em baixo.
Fe, tu és um comunista idiota e ressentido. Esses homens nos salvaram do completo subdesenvolvimento.
Troco minha carreira militar por qualquer emprego público, pol rod federal, pol federal em início de carreira ganha mais que um militar com 20 anos de serviço.
Dos 342 mil militares 300 nem nascidos na época da ditadura militar e o restante não tinham poder de decisão alguma na instituição.
Até quando vamos pagar pelos erros dos militares que na sua maioria estão mortos.
Se o Brasil precisa de FFAA, deve mantê-la com dignidade caso contrário transfira todos os militares para outros serviços públicos.
Vão passar 100 anos e a DITADURA MILITAR será resposável pela má administração do dinheiro público.
Muitos politicos e empresários brasileiros eram coniventes com a “DITADURA MILITAR ” e enriqueceram por conta disso. Quais são os Militares da época que são ricos hoje.
Injustiças foram e são cometidas inclusive para com os militares!