Defesa & Geopolítica

Analisando as Relações Político-Militares Sino-Brasileiras

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Autor: konner

Plano Brasil

Em termos econômicos, os Estados Unidos têm sido descritos por alguns analistas como um gigante com pés de barro, hoje espetacularmente ligado ao crescimento da economia chinesa, e não há muito o que os políticos em Washington possam fazer para mudar radicalmente essa situação. Em termos militares, porém, a questão mais importante dos próximos anos será saber o quanto eles tolerarão o desafio chinês.

A primeira visita de um presidente brasileiro à China, João Figueiredo, em 1984, deu inicio ao dialogo sino-brasileiro entre as sua maiores lideranças políticas. Um diálogo que gerou consenso quanto ao principio de defesa da ordem internacional baseada no respeito à independência, integridade territorial, soberania e não interferência nos assuntos internos de cada país, lançando as bases do intercâmbio e cooperação política entre os dois maiores países em desenvolvimento.

A importância desse fato cresce na medida da percepção pela liderança de ambos os estados de que “convergências no plano mais alto da política internacional” devem orientar a política externa do Brasil e da China no sentido da preservação da paz e segurança mundial, do respeito aos princípios de auto-determinação e de não-interferência em assuntos internos de cada país, e da plena aceitação das diferenças existentes na comunidade internacional.

Neste ponto parece residir um dos pontos nodais desta parceria estratégica para o século XXI. Nas condições desafiadoras do mundo da globalização econômica e das grandes crises desestabilizadoras das economias nacionais, constitui um objetivo de ambos estados garantir as melhores posições no jogo internacional.

Os acontecimentos desse começo de milênio, portanto, configuram um mundo de polaridades difusas imerso em violenta competição. A economia global sob a hegemonia norte-americana vem sofrendo contínuos e constantes choques que mantêm o mundo ameaçado de a qualquer momento ser atingido por uma onda gigantesca(a “tsunumi”financeira) capaz de engolfá-lo numa megacrise de maiores proporções do que a que o mundo sofreu em 1929, o que se afigura como um fim apocalíptico do ciclo econômico, social e político.

O Brasil e a China, pois, estão estruturalmente inseridos neste contexto de mudanças globais, no qual algumas tendências parecem ser ameaçadoras para seus objetivos comuns de sustentação de projetos econômicos de desenvolvimento e de busca da estabilidade e unidade interna. No entanto, ambos deverão implementar em suas políticas fórmulas destinadas a enfrentar a realidade atual, partindo da situação de fato que os caracteriza: dois imensos países de dimensões continentais, verdadeiras pan-regiões auto-satisfeitas territorialmente, mas desafiadas a desenvolver-se para atingir padrões mais altos de riquezas e poderio nacional.

É a meu ver mister, que laços de amizade, e portanto, de confiança, sejam firmados também no campo militar, isto para que esta aproximação se dê de forma consistente e seja duradoura.

Assim sendo, é sem sobra de duvidas com vistas a um novo mundo em um futuro [geopolítico] que se descortina, que tal aproximação se fia.

Vejo com bons olhos, e aguardo sinceramente que o mesmo se dê com a Índia, por mais incrível que isto possa parecer.

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