Relações Político-Militares Sino-Brasileiras

Comunicado Conjunto Brasil – China

Ministério da Defesa da República Federativa do Brasil e
Ministério da Defesa da República Popular da China

O Conselheiro de Estado e Ministro da Defesa da República Popular da China, General do Exército Liang Guanglie, em visita oficial ao Brasil no período de 7 a 10 de setembro de 2010, e o seu anfitrião, o Ministro da Defesa do Brasil, Nelson Azevedo Jobim, estiveram reunidos nesta quarta-feira, 8 de setembro, na cidade de Brasília.

Na ocasião, os dois Ministros fizeram avaliação conjunta dos temas das relações bilaterais. Ambas as partes reconheceram que a paz e o desenvolvimento econômico e social representam os principais desafios do nosso tempo. No âmbito da defesa, ambas as partes concordam que o fomento à cooperação constitui importante instrumento para a consecução desses objetivos.

Ao mesmo tempo, entendem os Ministros que novos desafios globais se delineiam no horizonte, a exigir ainda mais cooperação entre as nações, especialmente para salvaguardar os interesses comuns dos países em desenvolvimento e a paz e a estabilidade regional e global.

Reconheceram que as relaçãos entre as Forças Armadas constituem componentes importantes da Parceira Estratégica entre a China e o Brasil. O intercâmbio e cooperação entre os dois países nos assuntos de defesa e segurança favorecem o enriquecimento do contéudo da Parceira Estratégica entre os dois países e o maior desenvolvimento das relações bilaterais.

Reiteraram sua satisfação com os resultados positivos do intercâmbio e cooperação entre as áreas de defesa dos dois países, especialmente de suas Forças Armadas – com trocas de visitas de alto nível, treinamento e formação profissionais- e consideram amplas as perspectivas da cooperação das duas partes.

Chegaram os dois Ministros aos seguintes consensos sobre as ações para prosseguir no fortalecimento do intercâmbio e do diálogo nas diversas áreas:

1. Intensificar ainda mais a troca de visitas de delegações militares de alto nível e aumentar o conhecimento e confiança mútua;

2. Aprofundar o mecanismo do Comitê Conjunto China-Brasil de Intercâmbio e Cooperação entre os Ministérios de Defesa, por meio do qual se promove a cooperação entre as duas partes. Confirmaram a realização da Segunda Reunião do Comitê Conjunto China-Brasil no Brasil, em 2011;

3. Continuar a reforçar a cooperação nas áreas de formação de pessoal e treinamento. A parte chinesa manifestou interesse em realizar treinamento conjunto entre os dois Exércitos na China em 2011 e entre pilotos das duas Forças Aéreas; A parte brasileira transmitiu sua reação favorável à proposta chinesa para participar de treinamento em salto livre operacional de alta altitude e também receber curso de língua portuguesa no Brasil;

4. Continuar a intensificar o intercâmbio e a cooperação nas áreas de tecnologias específicas, bem como a observação da paz internacional, o controle aeronáutico e a segurança da aviação.

Brasília, 8 de setembro de 2010

Fonte: Defesa@Net

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Cooperação amistosa entre Exércitos chinês e brasileiro obtém avanços

O conselheiro de Estado chinês e ministro da Defesa Nacional da China, Liang Guanglie, se encontrou nesta quarta-feira em Brasília, capital brasileira, com o ministro da Defesa do país, Nelson Jobim.

Na manhã do dia 8, Nelson Jobim realizou em Brasília, acompanhado dos generais da Marinha, Exército e Força Aérea do Brasil, uma cerimônia de boas-vindas a Liang Guanglie, que está em visita ao Brasil.

Na ocasião, Liang Guanglie afirmou que nos últimos anos, paralelamente ao avanço das relações bilaterais entre a China e o Brasil, as parcerias entre os dois exércitos também vêm sendo aprofundadas, com frequentes contatos de alto nível, constante ampliação das cooperações pragmáticas e êxitos na formação de pessoal. A China acompanha com atenção as relações militares e está disposta a promover essas relações a um novo patamar, com base na reciprocidade.

“Nos últimos anos, um grande desenvolvimento tem sido registrado nas cooperações pragmáticas e nas relações amistosas entre os dois exércitos. Eu estou disposto a cooperar com o ministro Jobim e me esforçarei para desenvolver as relações de parceria cooperativa estratégica entre os dois países e garantir a paz e a prosperidade mundial, além de responder às perspectivas do presidente chinês, Hu Jintao, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre as relações militares bilaterais.”

A China, segundo ele, aprecia a posição do governo brasileiro de persistir na política de “Uma só China” e agradece o apoio do país em questões relacionadas à Taiwan e ao Tibete.

Jobim concordou com a avaliação de Liang Guanglie sobre as relações entre os dois países e exércitos, e afirmou que a parte brasileira dá ênfase às relações com a China e quer promover os intercâmbios e cooperações com o país em diversas áreas.

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“O Brasil e a China têm compromisso no desenvolvimento da vida dos seus povos, e também o compromisso pela paz e estabilidade mundial. As relações bilaterais entre os dois Exércitos vêm sendo reforçadas. A segunda reunião da comissão conjunta dos dois exércitos já foi marcada para o próximo ano e a parte brasileira vai determinar os detalhes da cooperação ainda este ano para garantir as cooperações contínuas entre China e Brasil após as eleições no Brasil em 2011.”

Após o encontro, Jobim deu a Liang Guanglie uma medalha de mérito conforme a ordem presidencial emitida por Lula. O ministro chinês expressou agradecimentos.

“Essa Medalha de Mérito dada pelo Ministério de Defesa do Brasil reflete a atenção do presidente Lula nas relações amistosas militares entre os dois países e a disposição sincera do Ministério de Defesa do Brasil em promover essas relações. Ao mesmo tempo, isso representa a amizade entre os povos e seus exércitos.”

Ontem à tarde, a delegação de Liang Guanglie visitou o Comando de Defesa Aeroespacial do Brasil. Ele fará também uma visita à base da Marinha brasileira no Rio de Janeiro.

Fonte: Defesa@Net

17 Comentários

  1. Opinião: konner

    Em termos econômicos, os Estados Unidos têm sido descritos por alguns analistas como um gigante com pés de barro, hoje espetacularmente ligado ao crescimento da economia chinesa, e não há muito o que os políticos em Washington possam fazer para mudar radicalmente essa situação. Em termos militares, porém, a questão mais importante dos próximos anos será saber o quanto eles tolerarão o desafio chinês.

    A primeira visita de um presidente brasileiro à China, João Figueiredo, em 1984, deu inicio ao dialogo sino-brasileiro entre as sua maiores lideranças políticas. Um diálogo que gerou consenso quanto ao principio de defesa da ordem internacional baseada no respeito à independência, integridade territorial, soberania e não interferência nos assuntos internos de cada país, lançando as bases do intercambio e cooperação política entre os dois maiores países em desenvolvimento.

    A importância desse fato cresce na medida da percepção pela liderança de ambos os estados de que “convergências no plano mais alto da política internacional” devem orientar a política externa do Brasil e da China no sentido da preservação da paz e segurança mundial, do respeito aos princípios de auto-determinação e de não-interferência em assuntos internos de cada país, e da plena aceitação das diferenças existentes na comunidade internacional.

    Neste ponto parece residir um dos pontos nodais desta parceria estratégica para o século XXI. Nas condições desafiadoras do mundo da globalização econômica e das grandes crises desestabilizadoras das economias nacionais, constitui um objetivo de ambos estados garantir as melhores posições no jogo internacional.

    Os acontecimentos desse começo de milênio, portanto, configuram um mundo de polaridades difusas imerso em violenta competição. A economia global sob a hegemonia norte-americana vem sofrendo contínuos e constantes choques que mantêm o mundo ameaçado de a qualquer momento ser atingido por uma onda gigantesca(a “tsunumi”financeira) capaz de engolfá-lo numa megacrise de maiores proporções do que a que o mundo sofreu em 1929, o que se afigura como um fim apocalíptico do ciclo econômico, social e político.

    O Brasil e a China, pois, estão estruturalmente inseridos neste contexto de mudanças globais, no qual algumas tendências parecem ser ameaçadoras para seus objetivos comuns de sustentação de projetos econômicos de desenvolvimento e de busca da estabilidade e unidade interna. No entanto, ambos deverão implementar em suas políticas fórmulas destinadas a enfrentar a realidade atual, partindo da situação de fato que os caracteriza: dois imensos países de dimensões continentais, verdadeiras pan-regiões auto-satisfeitas territorialmente, mas desafiadas a desenvolver-se para atingir padrões mais altos de riquezas e poderio nacional.

    É a meu ver mister, que laços de amizade, e portanto, de confiança, sejam firmados também no campo militar, isto para que esta aproximação se dê de forma consistente e seja duradoura.

    Assim sendo, é sem sobra de duvidas com vistas a um novo mundo em um futuro [geopolítico] que se descortina, que tal aproximação se fia.

    Vejo com bons olhos, e aguardo sinceramente que o mesmo se dê com a Índia, por mais incrível que isto possa parecer.

  2. ótimo para ‘oxigenar’ nossas forças armadas… que venham os ‘amarelos’…

    nada como uma boa ‘entropia’ na dinâmica militar..rsrsrs

  3. Eles foram convidados para o 7 de setembro e essa suposta viagem a America do Sul foi pra desviar as atenções…Hummm…Tem coisas por traz disso

  4. Nós fomos convidados para assistirmos o desfile da comemoração da revolução deles e na ocasião Jobim e Saito ficaram impressionados com o desfile dos caças deles…Hummmm…Ling Ling faz de tudo né,sabedoria milenar.Ling Ling come de palito né,um negocio da China né…Se não soltar pecinhas pelo caminho pois se viessem faltando com as Americanas recolocariamos,mas se soltarem babau,era uma vez um piloto e um cofre publico voador….Vamos construir uma grande muralha como a Chinesa e deixar a Bolivarianada do lado de la Ebaaa…

  5. comprar material militar?corta essa!o brasil infelizmente nao investe nem numca vai investir em defesa…pura especulaçao…a respostapra essa visita é simples: os americanos foram xeretar lá no continente deles, e agoraeles vieram futricar no quintal do fdp..desculpe dos americanos:olho por olho,dentepor dente,.

  6. A hegemonia política dos Estados Unidos,há muito tempo está em ladeira a baixo,viusse claramente na guerra do golfo,quando não conseguirão o apoio da UNO,e então fizeram o que vimos,e o resultado é esse atoleiro em que se encontrão hoje.
    A sua economia,bem essa está cambaleante e até o próprio governo americano admite que se saírem vivos dessa,a américa não será a mesma.
    A última força que lhes restam é a militar,é óbvio se a sua economia está passando por uma transformação,logo tudo mais terá que se ajustar a realidade econômica,porque a força militar é um espelho do poder econômico de um país.

  7. A BASTILHA AMERICANA.

    A hegemonia americana na política,econômica e militar,são os pilares que sustentam o dólar americano,não é de se esperar que esta moeda está em declínio, assim como o poder americano no mundo.
    Na era de Nixon, o seu lastro era o ouro,más durante a guerra fria,a URSS inundou a europa de ouro, ai o dólar desceu ladeira a baixo,assim como hoje.
    Se vê que nada é por acaso,se encontraram um meio de derrubar um império,encontram o seu calcanhar,ou os seus calcanhares.
    O militar será como a “bastilha francesa”,a última a tombar.
    É só uma questão de tempo.

  8. konner,

    muito bom seu comentário.
    …………

    Quanto a a “queda do império”, se tudo correr bem, acredito mais em uma evolução transformadora, onde em um mundo multipolar, nenhum país ou bloco, sozinho, terá poder para mandar no “pedaço global”.
    .
    EUA e UE (OTAN) continuarão sendo potencias más com sua capacidade e poder de interferência unilateral sobre o resto do mundo bastante diminuídos, não porque estarão no caos e na miséria, (e espero que continuem prósperos…), más por que outros países e blocos terão também força, econômica, política e militar. Relativizando assim, o poderio do antes hegemônico bloco da OTAN…

    Uma queda , uma “ruína do império” (e OTAN…) só se daria se o mesmo insistisse na via bélico/militar de forma unilateral e a revelia das leis internacionais.

    Neste caso o mundo todo sofreria com as guerras, más exceto no caso de surtarem… acredito no pragmatismo dos anglo-saxões e penso que “botarão suas barbas de molho”,
    para evitarem o caos! Pelo menos, esta seria a atitude que se espera de pessoas adultas e com um mínimo de bom senso.

    Minha preocupação é com o “poder nas sombras”, manipulador, que tem ainda, grande influência sobre o “Ocidente”, lá do norte…Estes, os muitissimo ricos e poderosos, seriam os que teriam mais a perder com uma alteração do ‘status quo global” vigente.

  9. Vejo isso deforma muito positiva… principalmente agora quando o GF esta rearmando as forças armadas, aparentemente o próximo GF vai segui a mesma linha de raciocínio que o atual então que venham os chineses, israelenses, italianos, franceses, russos e os americanos com suas ofertas pois esmos comprando.

  10. Com esse PIB de 14 tri, mesmo que os EUA fiquem 10 anos sem crescer, a China levará uns 14 anos para atingir o mesmo PIB, se puder sustentar um crescimento de 10% ao ano.
    Pode até ser que outros cresçam, mas os EUA não vão desaparecer de uma hora para outra. Continuarão sendo uma grande potência, graças a pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de ponta.
    Além disso tem a bomba e sabe mais lá o que…
    Não sou babão de americano, mas também achar que eles tem pés de barro é muita bobagem. Se quebrar, logo eles colocam uns pés biônicos.

  11. Acho que os EUA vao ser uma potencia..veja por exemplo a Franca e a Inglaterra, ainda sao potencias ..mas vao ter que dividir a influencia com a China..
    Os Orientais sao um povo que tem muita paciencia, se demorar 20 anos ,30 anos nao importa..
    Os EUA estao num mato sem cachorro, foram arrumar briga com todos os paises do mundo…. agora esta’ tipo os chacais estao ao redor , so’ esperando a fraqueza americana..
    Veja tem Russia, China, e os paises muculmanos que sao mais de 1 bilhao de pessoas, a America Latina, India…
    O problema e’ a arrogancia e a intervencao em todos os paises..
    A China usou a Russia para se estabelecer e depois falou: obrigado nao preciso mais dos russos..Agora e’ os EUA em breve vao dizer: bye bye, agora somos maiores que vcs, nossas forcas sao maiores, temos mais dinheiro..nao precisamos de vcs..
    E’ so’ uma questao de tempo..por isso que os americanos tem esse medo enorme do crescimento chines..

  12. outro ponto no Vietnan morreram mais de 50 mil soldados americanos..o que foi um baque psicologico enorme na pais..
    Agora se morrer 50 mil soldados chineses…
    Se a diferenc,a tecnologica chinesa chegar proxima a americana a vantagem numerica chinesa e’ muito grande..

  13. Francisco :

    Não sou babão de americano, mas também achar que eles tem pés de barro é muita bobagem. Se quebrar, logo eles colocam uns pés biônicos.

    adiamantium .. rsrs ..

    mais é bem isso a turma surtadora do PB enxerga na admiração pela ‘máquina’ de guerra e econômia dos EUA .. algo como ser entreguista .. babão .. antipatriota e toda aquela lenga lenga inerente desta ‘fauna’.. rsrs

    é com os mais fortes que crescemos … nas diferenças… se alinhar aos iguais.. não aceitar a confrontação da desigualdade.. achar que o diferente é o errado.. é pensar pequeno .. é ver o mundo de forma miope e disforme…

    felizmente agora que o Brasil acordou do seu ‘quase eterno’ berço esplêndido..rsrs… o pensar levantou junto..rsrs.. e as diferenças nos farão maiores e melhores 😉

  14. Por outro lado dizer que EUA e UE não entrarão em colapso, não quer dizer que não sofrerão uma queda , relativa ao patamar anteriormente ocupado…

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