Defesa & Geopolítica

A viagem a Marte proposta a Obama pela SpaceX

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A família de lançadores "Falcon" atuais e previstos da SpaceXA família de lançadores “Falcon” atuais e previstos da SpaceX

A SpaceX apelou ao governo dos EUA para que focar os seus esforços via NASA num programa estatal de desenvolvimento de um sistema nuclear térmico de propulsão a utilizar numa futura missão marciana e deixar o desenvolvimento de lançadores pesados para as empresas privadas como a SpaceX.

A declaração foi produzida na apresentação de duas novas gerações de lançadores pesados da SpaceX: o Falcon X e o Falcon XX. O diretor de desenvolvimento de foguetes da SpaceX, Tom Markusic acrescentou que “Marte era o objetivo último da SpaceX”.

Estes anúncios parecem indicar que depois dos até agora muito económicos e bem sucedidos Falcon 1 e Falcon 9 a SpaceX está a apontar miras para objetivos mais ambiciosos, já não a colocação de satélites em orbitas baixas (LEO) ou no abastecimento da Estação Espacial Internacional (ISS), a empresa norte-americana irá agora focar-se no Espaço Profundo, provavelmente através de contratos governamentais.

Mas para realizar a transição de uma órbita terrestre para Marte a SpaceX acredita que a forma mais eficiente de o fazer é através de propulsão nuclear térmica. A SpaceX defende que a missão principal devia ser seguida por uma missão secundária transportando abastecimentos com propulsão eletro-solar. Segundo a SpaceX estes estudos deviam começar de imediato, de forma a poder realizar o primeiro voo experimental antes de 2025.

Em termos de Design para a missão a Marte, a SpaceX sugere uma cadeia de módulos ligados entre si por cabos e propulsados por uma série de impulsores eletro-magnéticos em cada módulo transportaria até 4 toneladas métricas de carga levando 390 dias a fazer a viagem de ida e volta de Marte até Terra. No total, a visão da SpaceX prevê 10 módulos circulando entre órbitas terrestres LEO e a órbita marciana com os veículos sendo abastecidos na ISS.

Para a aterragem e descolagem em Marte, a SpaceX propõe um sistema de propulsão a oxigénio líquido e metano com a capacidade de transportar até 35 toneladas. A empresa prevê usar o metano de Marte para abastecer o Lander.

O lançamento desta missão marciana vai depender do desenvolvimento do lançador Falcon 9 Heavy com o novo motor Merlin 2 que poderá estar pronto dentro de 3 anos e após um investimento de um bilião de dólares. Serão 3 destes motores Merlin 2 que darão propulsão ao primeiro estádio do Falcon X, o lançador super-pesado da SpaceX com uma capacidade para colocar em órbita 38 toneladas em órbita baixa LEO. O lançador seguinte será o Falcon X Heavy, com 9 Merlin 2 agrupados em 3 núcleos e com uma capacidade de colocar 125 toneladas em órbita. Por fim, a SpaceX tenciona construir o Falcon XX Com 6 motores num único núcleo e capaz de colocar 140 toneladas em órbita LEO.

Se a Administração Obama aceitar este modelo de uma viagem a Marte desenvolvida por um operador privado, será dada uma autêntica revolução nos métodos de desenvolver a exploração espacial, com custos potencialmente muito mais baixos do que aqueles que a NASA consegue mas… sacrificando os seus tradicionalmente elevados padrões de segurança?

Se Obama aceitar esta proposta a SpaceX acredita que conseguirá colocar um norte-americano em Marte até 2025, desde que se comece a construção e desenvolvimento dos sistemas necessários ainda durante o corrente ano de 2010.

O modelo proposto pela SpaceX é interessante: o governo define um objetivo; abre um concurso e recolhe as melhores propostas dos privados, cabendo à agência espacial nacional (NASA neste caso) escolher a melhor opção. O modelo está a funcionar bem para a substituição do Space Shuttle nos voos de abastecimento para a ISS, será que também funcionaria numa escala tão superior como aquela exigida num voo tripulado para Marte?

Fonte: AviationweekVia Quintus

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