GEEV – GRUPO ESPECIAL DE ENSAIOS EM VOO

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A atividade de ensaios em vôo tem, entre os brasileiros, uma história tão longa quanto a da própria aviação. Na realidade, foi Santos Dumont quem realizou o primeiro ensaio em vôo, ao pendurar seu 14-Bis sob o balão de número 14.

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É claro que, ao longo dos tempos, métodos e equipamentos evoluíram, mas o objetivo básico da atividade de ensaios em vôo permaneceu o mesmo: confirmar na prática o que a teoria indicou e explorar em vôo as características de aeronaves, de sistemas e de equipamentos, determinando assim parâmetros de vôo, envelopes de desempenho, limites de segurança, normas de operação e níveis de confiabilidade.
A definitiva implantação no Brasil de técnicas, práticas e normas de ensaios em vôo está intimamente liga- da à criação do Centro Técnico Aeroespacial – CTA que iniciou suas atividades em 1947, no Rio de Janeiro. Foi criado então o Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA ,dando início à primeira atividade do CTA, a formação acadêmica de recursos humanos especializados em aeronáutica. O ITA começou a funcionar em instalações cedidas pela então Escola Técnica do Exército (hoje Instituto Militar de Engenharia).
Em 16 de janeiro de 1950, foi efetuada a transferência do CTA para São José dos Campos. Em 26 de novembro de 1953, o decreto n° 34.701 formalizou a organização do CTA, cujas atividades seriam coordenadas e supervisionadas por uma Direção Geral e executadas pelos seguintes órgãos: Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Curso de Proteção ao Vôo e Curso de Preparação de Oficiais da Reserva (CPORAer).
O IPD tinha sob sua direção um Departamento de Aeronaves (PAR), um de Eletrônica (PEA), um de Materiais (PMR) e um de Motores (PMO).
Dentro desse contexto, dois dos principais objetivos do IPD eram: “ensaiar e homologar novos tipos de aeronaves produzidas no país bem como aeronaves modificadas ou alteradas e fornecer os certificados de tais homologações” e “ensaiar e homologar equipamentos, componentes e materiais de interesse dos órgãos da aeronáutica, por solicitação de outros órgãos do governo ou da indústria”.

http://www.geev.cta.br/internet/images/beijaflor.jpgO primeiro vôo oficial de ensaio de uma aeronave desenvolvida no Brasil ocorreu em 18 de dezembro de 1958, envolvendo o protótipo do helicóptero BF-1 Beija-Flor.
Em fins de 1961 , foi criada a Seção de Operações e Ensaios em Vôo, mais tarde denominada Subdivisão de Ensaios em Vôo.
As primeiras aeronaves testadas pela Seção foram dois bombardeiros quadrimotores Privateer, convertidos para transporte de carga. Seguiram-se os ensaios de aceitação do Neiva XL-7 Campeiro, que resultaram várias modificações na aeronave.
Nos anos de 1962 e 1963, a Seção pôde absorver um volume maior de serviços, graças ao aumento de seu quadro de pessoal. Neste período foram ensaiadas várias aeronaves, sendo todas de construção nacional. Dentre elas pode-se citar o Regente, o treinador primário T-22, o Paulistinha 56C-1 nas versões agrícola e rebocador de planadores e o Avibras Falcão.
Paralelamente, no campo dos estudos, foram feitos diversos desenvolvimentos importantes de forma a dar apoio à atividade aérea. Entre eles, merecem destaque:

  • uma fórmula empírica para exprimir a velocidade de descida em parafuso das aeronaves, obtida pelos de ensaios em vôo efetuados no T-6, T-22 e L-6; e
  • uma Tabela de Correção de Altímetro que permitiu fixar a separação vertical das aeronaves voando em aerovias acima de 3.900 metros (13.000 pés).

Em 1964, além das aeronaves citadas anteriormente, outras aeronaves foram testadas:

  • Lockheed Constellation L-049 e L-149;
  • T-22 (ensaios de refrigeração, para melhorar o resfriamento do óleo do motor e ensaios de desempenho para avaliar a instalação de nova hélice);
  • Lockheed 12A (uso em aerofotogrametria);
  • Cessna 172;
  • Catalina (duas aeronaves, com aumento no peso de decolagem); e
  • Planador IPT-17 Laminar

Ainda nesse ano, foi concebido e publicado o Manual de Vôo do Paulistinha, sendo o primeiro documento de vôo elaborado sob as especificações adotadas pela, já então, Subdivisão de Ensaios em Vôo. Foram, também, ultimados os trabalhos de revisão e acabamento do Manual de Vôo do T-22 e o Manual de Atmosfera Geral.
Nessa época, os Pilotos de Prova eram aviadores já experientes que se apresentavam como voluntários para fazer os ensaios nas aeronaves. Os Engenheiros de Prova eram normalmente graduados pelo ITA e estavam ligados à área de pesquisa e desenvolvimento e os Instrumentadores de Ensaio eram os próprios técnicos lotados no CTA, especialmente selecionados para realizar tarefas experimentais.
Entretanto, já existia a preocupação em se ter pilotos, engenheiros de prova e instrumentadores especializados na atividade de ensaios em vôo. Essa preocupação foi acentuada pelo acidente ocorrido em 11 de julho de 1966, durante um vôo de ensaio com o helicóptero protótipo Beija-Flor. A investigação desse acidente resultou em recomendações importantes que impunham “a formação de uma equipe fixa para execução de ensaios em vôo, constituída por pilotos, engenheiros e instrumentadores.
Assim, em 1967 um piloto e um engenheiro do CTA foram enviados para a EPNER – Ecole du Personnel Navigant d’Essais et de Reception – (França) para fazerem, respectivamente, os cursos de piloto e engenheiro de prova.
Com o desenvolvimento contínuo da indústria aeronáutica nacional e o conseqüente aparecimento de outros projetos, como o T-25 Universal, T-23 Uirapuru e principalmente o C-95 Bandeirante, sentiu-se a necessidade de aumentar o efetivo de pessoal especializado. Outras equipes de pilotos e engenheiros foram encaminhadas ao exterior para especializarem-se na área de ensaios em vôo.
Foram utilizadas três escolas de formação: EPNER (França), Empire Test Pilot School (Inglaterra) e USAF Test Pilot School (Estados Unidos).
Entretanto, o curso exigia grande preparo técnico e experiência de pilotagem dos candidatos. Criou-se, assim, um o Curso de Preparação de Pessoal de Ensaios em Vôo (CPPEV), com a finalidade de melhor preparar instrumentadores para o cumprimento da missão e candidatos para os cursos de Piloto de Prova e Engenheiro de Prova numa das três grandes escolas mundiais.
Com o passar do tempo, as necessidades da Força Aérea, a evolução da indústria aeroespacial brasileira, os acordos bilaterais para homologação aeronáutica com diversos países e os projetos próprios do CTA começaram a impor uma demanda crescente de pessoal especializado em ensaios em vôo.

Entretanto, os custos elevados dos cursos no exterior restringiam cada vez mais as possibilidades de satisfazer a essa demanda crescente.
Assim, em 04 de outubro de 1984 , por meio do Despacho nº 223/DRH/913, o Diretor-Geral do Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento (DEPED) determinou que fossem iniciados estudos visando a implantação no CTA de um curso de ensaios em vôo com o nível tão próximo quanto possível das escolas existentes no exterior.
Os estudos demonstraram a capacidade de se criar o Curso de Ensaios em Vôo (CEV), na modalidade de aviões(formação de pilotos e engenheiros), em 15 de setembro de 1986.
Alunos e instrutores da Divisão de Ensaios em Vôo engajaram-se na tarefa de levar a bom termo o primeiro curso de ensaios em vôo realizado no Brasil, objetivo este alcançado em 30 de outubro de 1987 quando, em cerimônia solene, foi encerrado o 1° CEV.

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GEEV – GRUPO ESPECIAL DE ENSAIOS EM VOO
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Fonte:GEEV

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