Nova ponte militar para enchentes foi exibida no Desfile de 7 de setembro

Brasília, 07/09/2010 – A mais moderna ponte do mundo para uso em campanhas militares, ou em catástrofes, foi montada e exposta no gramado da Esplanada dos Ministérios, durante o desfile Cívico-Militar de 7 de Setembro. O equipamento, inglês, denominado “Logistic Support Bridge” (LSB), do tipo painel, é o primeiro de oito adquiridos pelo Exército, e ficarão espalhados em pontos estratégicos do Brasil, para atender rapidamente emergências em qualquer estrada brasileira importante.

Os caminhões que auxiliam no transporte das pontes e os tratores que realizam os trabalhos prévios de engenharia que precedem sua instalação também fizeram parte do desfile, com a 23ª Companhia de Engenharia de Combate. “Estamos comemorando aqui no desfile a aquisição dessas pontes pelo Exército”, vibrou o Assessor do Departamento de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro, Júlio César de Arruda.

As outras sete pontes chegarão ao Brasil até novembro deste ano. “Esse tipo de ponte é de última geração, a mais moderna, já foi utilizada pelo Exército dos Estados Unidos, no Iraque, e pelas Forças da OTAN. É uma ponte de linha”, explicou o Coronel Arruda.

Com um comprimento de 60 metros e capacidade para suportar 80 toneladas, a aquisição faz parte do esforço nacional para o reequipamento e a modernização do Exército Brasileiro. A finalidade é promover uma ajuda mais rápida à população atingida pelas fortes chuvas e, assim, restabelecer o tráfego nas rodovias em casos de calamidades, a exemplo do ocorrido na região Nordeste, no mês de junho deste ano.

Foram pagas pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), num claro exemplo de parceria civil-militar, pois atende aos dois objetivos. “Por incrível que pareça essa ponte é como um brinquedo de armar. Ela vai sendo montada e empurrada. Imagine agora um rio, você monta e vai empurrando até ela chegar a outra margem”, explica o Coronel.

De acordo o Coronel Arruda, as pontes serão estrategicamente posicionadas no território nacional. Os locais serão: Cachoeira do Sul (RS), Porto União (SC) Rio de Janeiro (RJ), Ipameri (GO), Porto Velho (RO), Natal (RN), Teresina (PI), Aquidauana (MS). “Elas foram espalhadas estrategicamente nessas oito localidades do Brasil, no norte, sul, centro oeste e no leste. Posicionadas dessa forma exatamente para diminuir o tempo de montagem. O tempo que leva é apenas de carregar, chegar ao local e montar”. Cada ponte pesa 170 toneladas e é montada em dois a três dias. O transporte é feito em cerca de quatro carretas tipo bi-trens.

Hoje, o Exército Brasileiro tem estrutura para montar as oito pontes simultaneamente. Anteriormente a essa, o Exército utilizava a ponte Compact 200, adquirida em 1997. Uma equipagem similar a LSB, no entanto, com metade da capacidade. A compact 200 foi usada em 2009, quando as fortes chuvas atingiram o Maranhão. O Exército levou 10 dias para chegar com a ponte no Maranhão, que estava no Sul do país. “A decisão foi comprar as oito pontes justamente para espalhá-las estrategicamente e diminuir o tempo de montagem, para rapidamente o tráfego ser restabelecido”, afirmou.

O investimento do DNIT foi de R$ 60,4 milhões, incluindo as oito pontes, os equipamentos necessários para a montagem (guindaste, trator e carregadeira), os galpões para guardá-las e o treinamento do pessoal para a montagem. Segundo o Coronel Arruda, é necessário um pelotão completo, formado por cerca de 40 homens, para a montagem de uma ponte.

A expectativa do Exército Brasileiro, agora, segundo o Coronel Arruda, é adquirir um equipamento que alcance além dos 60 metros de cumprimento. “A solução são as pontes flutuantes. O que o Exército quer agora é adquirir esse tipo de ponte”, afirmou.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que prestigiaram o desfile, já haviam conhecido a ponte, durante a comemoração do Dia do Soldado, no Quartel-General do Exército, em agosto deste ano. Na ocasião, um segmento foi montado pela primeira vez no Brasil. No desfile, no entanto, a montagem foi completa.

Texto: Roberta Belyse
Fotos: Élio Sales e Tereza Sobreira
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa

Fonte: Ministério da Defesa


13 Comentários

  1. Parece um bom investimento. Mas, desculpem minha ignorância, alguem pode me explicar pq o Brasil não produz essas pontes aqui? Qual seria dificuldade?

  2. Equipamentos de uso dual como esse, contribuem para a integração das atividades operacionais do exército ao planejamento infra-estrutural de estado. Eu vejo muito da estratégia atual de investimentos, necessariamente deve passar pela coordenação entre gerenciadoras públicas e instituições militares, no que tange a programas de integração logística do território.

    Os meios são semelhantes para objetivos complementares, onde a estratégia nacional de defesa abrange desenvolvimento, que são o da mobilidade tática e o da superação de gargalos emergenciais.

    Mas, é interessante extender nossa visão aos modais ferroviário e hidroviário que estão subutilizados e seriam importantíssimos para o deslocamento de massa num provável plano nacional de emergência, onde as redes interestaduais seriam as artérias que capilarizam o sistema de transportes nacional, e as federais as veias que ligam as regiões geográficas pelos seus principais centros urbanos.

    Aliás, peço aos editores do blog, que vejam esse texto sobre a mudança no marco regulatório ferroviário e as discussões sobre um possível corredor Trans-Oceânico na América do Sul.
    http://www.alerta.inf.br/Transporte/1666.html
    http://www.alerta.inf.br/Transporte/1689.html

  3. Ótimo equipamento… Essencial em um clima cada vez mais instável devido ao aquecimento global (eu particularmente não acredito na hipótese antropogênica).

    Pelo jeito a rapaziada ficou feliz…

    Exato Fernando!

    São meios com uma imensa capacidade a espera de serem acordados…

    Transportes de pessoas e mercadorias mais eficiente = valor mais baixo de transporte = maior competividade.

    Eu sou a favor de ao invés utilizar verbas para o trem bala (só a “diretoria” terá condições de utilizar…risos…cheira a fracasso comercial…), investir em ampliar a capacidade em aeroportos destas cidades e o grande do bolo, aplicar em ferrovias tradicionais MODERNAS (mesmo assim, atingem velocidades médias iguais ou maiores que os rodoviários, e sendo muito mais pontuais seja para carga ou passageiros). Estas tecnologias já estão no Brasil. Para que, pagar mais… Depois de um transporte ferroviário/hidroviário decente, é que se pensa em trens balas e afins…

    Abs.

  4. Raptor por um lado, o trem-bala vai sair do papel, com uma parceria que pode trazer a construção de outras ligações no futuro(entre outras Capitais brasileiras e/ou áreas de interesse nacional determinante), com a incorporação, pelos brasileiros, da tecnologia oriunda do País parceiro, sendo que o governo brasileiro pretende aproveitar a construção da ligação terrestre de alta velocidade entre Rio de Janeiro e São Paulo também como elemento propulsor do parque tecnológico e industrial, com anuncios inclusive da criação de uma empresa estatal com este objetivo.

    Mas por outro lado, como bem colocado pelo site e pelo senhor: “Em outras vertentes de críticas ao projeto do trem-bala estão os que argumentam que seus recursos – estimados em mais de R$ 33 bilhões – poderiam ser melhor empregados na construção de ferrovias convencionais ligando o Centro Oeste aos principais portos de País e (porque não recordar) a tão sonhada ligação ferroviária entre o Atlântico e o Pacífico, a Transulamericana. Apenas para contextualizar, o quilômetro construído de uma ferrovia de alta velocidade custa cerca de 25 vezes mais do que em uma obra tradicional.”

    Só que é bom lembrar, que outros projetos muito interessantes estão sendo desenvolvidos em paralelo, como o primeiro trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), cuja licitação é aguardada para as próximas semanas, “deve operar dentro de um novo modelo de exploração para as ferrovias no país que prevê separar a gestão da via férrea, a ser exercida por um gestor de infraestrutura, da operação dos serviços de transporte, que ficará a cargo de operadores ferroviários. A separação das funções segue o modelo europeu em que existe um gestor de capacidade, responsável pela administração da malha, e operadores que desempenham a função de transportadores ferroviários.

    Pelo novo modelo, a gestão de capacidade poderia ser pública, com operação da Valec, Engenharia, Construções e Ferrovias, empresa vinculada ao Ministério dos Transportes, ou privada, via subconcessão concedida pela própria estatal. Assim, quando a ferrovia estiver pronta, a Valec irá vender capacidade de tráfego aos interessados em transportar carga.”(do site também)

    Para as hidrovias estão sendo concluídos os parâmetros para o Corredor Bioceãnico Central, mas ainda assim segundo o diretor da Dnit, “…o Brasil precisa investir R$ 30 bilhões (cerca de 0,65% do PIB do país) até 2014 para implantar em sistema de hidrovias para a dragagem de canais, construção de eclusas e modernização dos sistemas portuários. Se em 2006 o montante disponível não ultrapassava R$ 4 bilhões, este ano passou para R$ 9 bilhões e deve chegar a R$ 12 nos próximos anos.”

    Outro problema, é que se por um lado, já foram superados as principais questiúnculas que opunham defensores de hidrelétricas e de hidrovias por causa da necessária construção conjunta de eclusas, existem ainda algumas vozes discordantes.

    Abraços

  5. EU ME LEMBRO Q NO ANO PASSADO TEVE UM INVERNO MUITO FORTE AQUI NO ESTADO DO MARANHAO,UMA BR Q LIGA SAO LUIS AO PIAUI QUEBROU ERA UMA PASSAGEM ESTRATEGICA,FICOU MAIS OU MENOS DOIS MESES DESTRUIDA ATÉ CHEGAR ESSA PONTE FOI UM TERROR,EM SAO LUIS O ESTOQUE DE ALIMENTOS JÁ ESTAVA ACABANDO OS PREÇOS LÁ PRA CIMA, FOI UMA DERROTA.O EXERCITO FICOU ESPERANDO ESSA PONTE VIM DE CURITIBA,PENSE NA DEMORA.AGORA ESLES ESTAO FALANDO EM COLOCAR EM PONTOS ESTRATEGICOS,SERA Q FOI POR CAUSA DO MARANHAO?

  6. carlos argus :

    Marcos :
    Parece um bom investimento. Mas, desculpem minha ignorância, alguem pode me explicar pq o Brasil não produz essas pontes aqui? Qual seria dificuldade?

    Talvez a patente, Sds.

    Lugar no Brasil p treino ñ vai faltar, enchente e o ñ falta , neste momento no BRASIL. Sds.

  7. Excelente investimento para o País e para as tropas de Engenharia do Exército Brasileiro! O Exército Brasileiro, por meio de suas organizações militares, coopera com a Defesa Civil, em casos de calamidade pública. Antes da chegada das pontes LSB, o Exército empregava as famosas Bailey, também inglesas, cuja capacidade de suporte é bem inferior a das novas pontes. As pontes LSB e os meios logísticos de suporte (bitrens, tratores de esteira, carregadeira de rodas etc) foram adquiridos pelo Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército Brasileiro, cujos créditos foram destacados pelo DNIT.

  8. o que me irrita bastante é que quando adquirimos pontes como esta, temos que primeiro dizer que ela serve para atender o povo em caso de catastrofes.
    claro que é bom que ela sirva tb para casos de catastrofes, mais se dicermos primeiro que é para o uso militar, nossa o povo fica loco, e ate o governo critica.
    bem nao sei se fui claro mais ate o povo brasileiro mudar e começar a apoiar o proprio pais,ser nacionalista, ter uma visao de crescimento, se interessar e ser conciente nas questoes onde o pais se instrui e precisa instruir.
    bom parece que o brasil esta começando a mudar, mas até o povo começar a deixar de assistir televisao e ir ler um livro, bem acho que isso vai demorar um pouco(tomare que nao).
    abraço a todos.

  9. Marcos :
    Ué, desde quando ferro tem patente, hehehe, muda a forma e da um “braziliam jeitinho” e fabrica…

    Não compensa, pela escala de produção (até os EUA a utilizam) e sem contar que esta ponte, e o que existe de melhor qualidade no mundo (Os bretães são exímios artistas nesta área), apenas isto… Para chegar a este patamar, seriam necessários quantidades enormes de investimento e tempo, com retorno altamente duvidoso, devido a baixa escala de produção.

    Abs.

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