Fuzileiros Navais realizam importante exercício em Minas Gerais

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Escrito por Ronaldo Olive

Entre os dias 7 e 19 de agosto, cerca de mil integrantes de nosso Corpo de Fuzileiros Navais estiveram envolvidos numa série de exercícios de adestramento na região de Três Corações, MG, primariamente, em área da EsSA – Escola de Sargentos das Armas do Exército Brasileiro e, também,  em outras, adjacentes.

A fase inicial durou seis dias (7 a 13) e envolveu exercícios gerais com a participação de um Batalhão de Infantaria (2º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais, Btl “Humaitá”), do Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais (BtlArtFuzNav), do Batalhão de Comando e Controle (BtlCmdoCT) e do Batalhão de Controle Aerotático e Defesa Antiaérea (BtlCtAetatDAAe), unidades subordinadas ao Comando da Divisão Anfíbia (ComDivAnf). Em todas as etapas da manobra, elementos dos Batalhões de Engenharia (BtlEngFuzNav) e  Logístico (BtlLogFuzNav), ambos subordinados ao Comando da Tropa de Reforço (ComTrRef), e da Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti (BFNRM), subordinada diretamente ao Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra (ComFFE),  estiveram atuando em suas vitais funções de proporcionar às tropas de combate os meios capazes de garantir sua efetiva participação, tais como a remoção de obstáculos (físicos e de minas, por exemplo) e a provisão, a tempo e nos locais adequados, de combustível, água, alimentação (em rancho quente ou rações) e do variado leque de itens necessários a uma manobra desse porte.

A partir da noite do dia 13,  com base num tema tático elaborado pelos altos escalões da FFE, teve início o Exercício ADEST-FER, em que uma Unidade Anfíbia (UAnf) foi constituída para realizar uma operação de desembarque  (obviamente, em área litorânea simulada naquela região, em pleno interior do estado de Minas Gerais), permitindo que “A força que vem do mar” realizasse uma Operação Anfíbia (OpAnf), cujo Componente de Combate Terrestre (CCT) foi nucleado pelo Batalhão “Humaitá”. O Componente de Comando da UAnf foi nucleado pelo Comando da Tropa de Desembarque. A ação teve como objetivo aplicar uma FER – Força de Emprego Rápido para, sob a égide da Organização das Nações Unidas, resolver um conflito de reivindicação territorial entre os hipotéticos países Azul e Vermelho, localizados no igualmente imaginário  Continente Aquarela.

O Exercício ADEST-FER também contou com a participação de unidades aéreas da Marinha. Um helicóptero UH-14 Super Puma (N-7071, “Pégasus 71”) do  2º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2) da Força Aeronaval operou intensamente, cumprindo missões de helitransporte de peças de artilharia (obuseiros de 105 mm e morteiros de 120 mm do BtlArtFuzNav), ligação, observação e, até, de… combate  a incêndios! É que a região, muito seca nesta época do ano, apresentava várias queimadas na vegetação, cujos múltiplos focos estavam sendo combatidos pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais. Equipes em terra estavam sendo apoiadas por um helicóptero Helibras AS 350 B/2 VEMD Esquilo (PR-BOA, “Arcanjo”)  do Batalhão de Operações Aéreas, a aeronave constantemente operando na área onde estavam os Fuzileiros Navais. Paralelamente, a aeronave Super Puma do Esqd. HU-2 realizou diversos vôos de apoio, incluindo observação, transporte de equipes e material  e, culminando, no combate direto a focos de incêndio florestal, utilizando equipamento  “Bambi Bucket”  próprio, com capacidade para 800 litros, enquanto que o dos bombeiros tem capacidade para 540 litros. A contribuição dada pela Marinha também incluiu o fornecimento de água para o combate aos incêndios e alimentação para o pessoal.


Este exercício do CFN também serviu para aprimorar a capacidade da Força Aeronaval em dar apoio aéreo aproximado às unidades de terra. Diversas missões foram executas por aeronaves AF-1 (Douglas A-4KU Skyhawk) do Esquadrão VF-1 “Falcão” (1º  Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque) operando a partir da Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia, no RJ. Ainda que tenham sido, até agora, poucas as ocasiões em que adestramentos desse tipo foram executados, ficou bem evidenciado um bom entrosamento  entre as unidades terrestres e aéreas. Mais especificamente, a aeronave “em estação” (ponto em que orbita a área, aguardando ordens para uma missão) foi corretamente guiada em precisos ataques a alvos terrestres, em apoio à infantaria, dentro de exíguos espaços de tempo entre fogos de artilharia (obuseiros e morteiros) executados pelo BtlArtFuzNav.


O evento em Três Corações, num todo, revestiu-se de pleno sucesso, deixando bem claro a qualquer observador externo o elevado grau de apronto e capacidade operativa do Corpo de Fuzileiros Navais. Como em toda missão real de combate, diversos problemas foram surgindo aqui e ali, mas, também como em toda situação de combate real, a capacidade de improvisação e adaptação da tropa aos obstáculos encontrados foi um fator que pode decidir quem saiu vencedor no fim. Naquela empoeirada e fria região de Minas Gerais, a vitória ficou com nossos “navais”.


Fonte: Tecnologia&Defesa


2 Comentários

  1. O CFN é uma das linhas de frente das F.A. brasileiras, adestramento já fazem, resta ser equipado a altura de sua importância dentro da defesa nacional.

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