Pentágono é instruído a economizar bilhões para uso na guerra

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Thom Shanker
Em Washington (EUA)
George El Khouri Andolfato

O secretário de Defesa, Robert M. Gates, ordenou aos militares e à burocracia civil do Pentágono que economizem anualmente dezenas de bilhões de dólares para o pagamento das operações de guerra, disseram altos funcionários na quinta-feira.

Sua meta é US$ 7 bilhões em cortes de gastos e melhoria da eficiência para 2012, aumentando para US$ 37 bilhões anuais até 2016.

Todo secretário de Defesa moderno declarou guerra ao desperdício e redundância do Pentágono. E ocorreram sucessos notáveis, mas relativamente pequenos, no fechamento e consolidação de bases militares ou no cancelamento de um punhado de sistemas de armas.

Mas se o amplo plano de Gates for plenamente implantado, nenhum dos serviços armados ou agências e diretórios civis do Pentágono estaria imune da dor do corte anual de custos, que seriam institucionalizados por todo o Departamento de Defesa.

As diretrizes de gastos foram apresentadas oralmente aos altos oficiais militares e funcionários civis antes da partida de Gates nesta semana para uma conferência de segurança asiática, em Cingapura, e a diretriz oficial assinada será emitida nos próximos dias.

A meta é forçar todas as agências e organizações do Departamento de Defesa, e todos os serviços armados, a economizar dinheiro suficiente em sua gestão, políticas de pessoal e logísticas para garantir um crescimento real de 3% ao ano, descontada a inflação, na contabilidade para pagamento das operações de combate.

Os atuais planos orçamentários projetam um crescimento de apenas 1% no orçamento do Pentágono, descontada a inflação, nos próximos cinco anos.

“Dada a situação fiscal do país, há uma urgência em fazer isso, em vez de transferir mais recursos da nação para a defesa nacional”, disse William J. Lynn 3º, o vice-secretário de Defesa, em uma entrevista.

As ordens de gastos de Gates oferecem um incentivo considerável aos serviços armados. Cada dólar em cortes de gastos conseguidos por um departamento militar seria reinvestido na força de combate daquele serviço e não desviado para outros propósitos.

Altos funcionários reconheceram que elementos poderosos deverão se opor aos cortes de programas favoritos –com críticas esperadas da indústria da defesa, Congresso, quartéis militares, funcionários do Pentágono e aposentados.

“Nós precisaremos discutir os motivos para as coisas estarem no orçamento com a intenção de podermos reduzir as despesas gerais”, disse Lynn. “Nós teremos que dialogar com a indústria, com o Congresso, com as outras agências, com a Casa Branca e dentro do Pentágono –todas as partes interessadas.”

As novas diretrizes visam três áreas distintas de gastos.

A primeira é a gestão e pessoal, despesas gerais, logística e operações básicas, missões de apoio.

A segunda é a contabilidade das próprias operações de combate. Três grandes alvos para o próximo ano fiscal já foram identificados pela liderança do Pentágono, com apoio da Casa Branca, incluindo o cancelamento de um programa para compra de um motor alternativo para o avião de guerra F-35 e o fim da produção do avião de carga C-17. Funcionários disseram que vários programas de menor prioridade também seriam analisados.

A terceira área envolve os funcionários e agências do próprio Departamento de Defesa de Gates.

As agências do Pentágono que cuidam de tarefas especializadas como defesa antimísseis e reembolsáveis (as armazéns de abastecimento para os militares e suas famílias), assim como os diretórios de Gates para assuntos como pessoal e prontidão, políticas, inteligência e assuntos públicos, serão ordenados a reduzir custos por meio do corte de funcionários e otimização das práticas de negócios.

Gates estabeleceu um prazo de 31 de julho para recebimento dos detalhes sobre os programas e corte de pessoal e para uma descrição da economia nas práticas de gestão que serão incluídas na proposta orçamentária para o próximo ano fiscal, 2012. Dois terços das economias ordenadas devem ser na forma da transferência de fato do dinheiro da contabilidade de operações não relacionadas a combate para o orçamento de guerra, enquanto um terço poderá ser encontrado na melhoria da eficiência e eliminação das redundâncias e despesas gerais.

As instruções específicas estão incluídas em três documentos não confidenciais assinados por Gates –um para os serviços armados, um para as principais agências e diretórios do Pentágono e um para os comandos globais de combate.

Para o ano fiscal de 2012, os departamentos do Exército, Força Aérea e Marinha –que inclui o Corpo dos Marines– devem cada um encontrar um economia de US$ 2 bilhões, enquanto o restante do Departamento de Defesa deve encontrar uma economia de US$ 1 bilhão. Até 2016, cada departamento militar deve apresentar uma economia de US$ 10 bilhões, com US$ 7 bilhões no restante do Pentágono.

“Vocês não conseguirão fazer isso apenas com pura eficiência”, disse Lynn. “Vocês terão que eliminar programas de menor prioridade. Vocês terão que encontrar quartéis que acham que não precisam. Vocês terão que encontrar funcionários que acham que podem demitir.”

O esforço para encontrar modos de economizar e assim garantir o crescimento real nos gastos em operações de combate foi primeiro exposto por Gates em um discurso no início de maio, na Biblioteca e Museu Presidencial Eisenhower, no Kansas.

Entre os principais problemas de gastos identificados por Gates estão o contínuo aumento dos custos do atendimento de saúde. Gates disse que o país deve um atendimento de saúde de qualidade aos militares, suas famílias e veteranos, mas apontou que não há aumentos nos planos de saúde para os militares há 15 anos –apesar do custo anual do programa ter subido para US$ 50 bilhões, em comparação a US$ 19 bilhões há uma década.

“Os custos do atendimento de saúde estão comendo vivo o Departamento de Defesa”, disse Gates. Funcionários disseram que mudanças no programa de atendimento de saúde militar seriam considerados, mas que nenhuma decisão foi tomada.

Fonte:Uol

6 Comentários

  1. Sustentar a guerra no Iraque e Afeganistão não é fácil, estão fazendo de tudo para não ter que abrir outra frente contra o Irã.
    Olha, vou falar o que eu penso. Os EUA não tem condições econômicas para sustentar por muito tempo suas duas frentes de guerra, mais outra seria impensáverl.
    Eles sabem que Israel está louca para atacar o Irã, mas o problema é que Israel pensa que vai contar com a ajuda americana, incondicional, como sempre. Aí é que está o perigo. Os EUA estão fazendo de tudo para “amortizar” as entrigas entre Israel x Irã à fim de evitar um ataque Israelense e uma guerra, pois custaria muito, fora que mau acabamos de sair de uma crise e esntrariamos em outroa, pois o preço do petróleo ia subir até às nuvens.
    Esta certo, Sr. Obama. Afinal, quando acabar os problemas no Iraque e Afeganistão (se é que vão acabar), será que vão partir para cima do Irã?

  2. Só sairão, quando estiverem com o controle do petróleo em empresas dos EUA e Inglaterra.
    Quando precisarem de mais petróleo, atacam o Irã.
    Agora, estão mais espertos, vão plantar umas bombas atomicas, lá, para dizerem que desta vez tinham razão.

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