Fidel diz que conflito coreano prova cinismo dos EUA

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EFE  —

O ex-presidente de Cuba Fidel Castro acredita que o atual conflito entre as duas Coreias é uma prova do “cinismo e da falta total de escrúpulos que caracterizam a política imperial dos Estados Unidos”, segundo artigo divulgado nesta sexta-feira pela imprensa oficial da ilha.

Na última de suas “Reflexões” – a terceira em menos de uma semana e intitulada “O Império e a Mentira” – Fidel classifica de “estranha invenção” o fato de responsabilizar a Coreia do Norte pelo afundamento da corveta sul-coreana “Cheonan” no fim de março.

Em seu artigo, Fidel cita uma análise de um jornalista venezuelano e de outro americano que relaciona o conflito na península coreana com o interesse dos EUA em que o governo do Japão mude a postura sobre a retirada de sua base militar na ilha japonesa de Okinawa.

Fidel menciona novamente as suspeitas contidas em um dos relatórios sobre um suposto ataque de “bandeira falsa” contra a corveta para parecer ter partido da Coreia do Norte.

O líder cubano se soma a teoria de que com a tensão entre as duas Coreias pelo afundamento do “Cheonan” – onde morreram 46 marítimos – os Estados Unidos “conseguiram resolver um grande problema” que, em sua opinião, era “liquidar o Governo de Yukio Hatoyama” no Japão.

Fidel Castro, de 83 anos, está há quatro afastado da vida pública devido a uma doença que o levou a ceder o poder ao seu irmão Raúl, embora ainda seja o secretário do governante Partido Comunista.

As duas anteriores “Reflexões” que Fidel divulgou nesta semana foram sobre os EUA, com os títulos “O império e a droga”, onde questionava à potência americana como resolveria o problema, e “O império e a guerra”, sobre o conflito com o Irã.

Fonte: Terra

8 Comentários

  1. Cuba é uma grande contradição, belíssimos resultados obtidos na educação, nos esportes e na saúde. Chega a ser um milagre (para os que creem)essa pequena ilha ter se tornado uma potência olímpica.

    Mas a ilha vive em estado de penúria econômica e as pessoas tem se virado para sobreviver. Os salários são aviltantes e a prática do escambo tornou-se o modo de vida de muitos cubanos. O bloqueio econômico estrangulador de fluxos comerciais e balanço econômico tem a ver com isso, sem dúvida, mas não há como negar o papel nefasto da centralização administrativa excessiva, filha da ditadura mantida até após a queda do bloco soviético.
    Me parece que faltou aos revolucionários a delicadeza necessária para a transição política. Finda a revolução (na cabeça dos dirigentes ela não acabou) é hora de liberdade (política, cultural e econômica). Não permitiram que isso ocorrese, e caem no mesmo vício institucional da época fugencista. A que preço?

    Porque se por um lado Cuba conseguiu uma exelência em serviços sociais básicos, por outro dinamitou suas conquistas com a ausência de liberdade em todos os sentidos.

    Não conheço Cuba (iria agora em março para um congresso, mas desisti por ser um evento mais político que científico), mas posso imaginar que estas dinamites terminaram por prejudicar o país de uma forma muito grave. Imagina um cenário de maior liberdade, onde fosse possível que as informações fossem menos distorcidas e a imensa maioria da população latina soubesse que a liberdade por si só não lhe trouxe os benefícios prometidos e que em uma ilha, uma pequena ilha, as pessoas tem uma educação muito superior ainda que o país sofra com problemas econômicos graves. Quais seriam os argumentos para justificar tamanha desigualdade no nosso país-continente? Ou ainda, que neste país de imensos recursos as pessoas sejam tão passivas?

    Quanto a esquerda ou direita, qualquer discurso com referência a Cuba e o seu modelo de desenvolvimento seria uma imensa contradição. Ausência de liberdade não anda junto com desenvolvimento e desenvolvimento não anda junto com subserviência. Pro primeiro caso, o próprio EUA da era Bush que o diga.

  2. nunca acreditei que a Coréia do Norte tivesse atacado a do Sul. Acham mesmo que os dois países iriam recomeçar a guerra do nada? Ja tiveram muitas perdas em todos os sentidos. Nunca houve submarino norte coreano.

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