'Vi muito sangue e comecei a passar mal', diz brasileira sobre ataque de Israel

http://www.newmedia-art.org/documents/doc/H0000/H000001/H000001017.jpgBabeth Bettencourt

Da BBC Brasil

A ativista e cineasta brasileira Iara Lee, detida por tropas israelenses na ação militar contra embarcações que levavam ajuda humanitária a Gaza na segunda-feira passada, disse que viu “muito sangue” e que começou “a passar mal” quando subiu ao convés do barco em que viajava.

Em entrevista à BBC Brasil, de Istambul, onde chegou nesta quinta-feira de madrugada junto com um grupo de cerca de 450 ativistas deportados de Israel, Iara contou que os atiradores de elite do Exército de Israel entraram no principal navio da frota, o Mavi Marmara, “atirando para matar”.

Ela disse que o operador de internet do barco foi morto com um tiro na cabeça.

“Ele estava na sala de operações, perto da ponte, por onde entraram os atiradores de elite. O corpo dele foi encontrado com um tiro na cabeça”, disse ela nesta quinta-feira, em Istambul, onde aguarda o embarque, na sexta-feira, para os Estados Unidos, onde vive.

Iara contou que estava embaixo do convés no momento do ataque, mas quando subiu para procurar seu cinegrafista, viu quatro corpos e vários feridos.

“Era muito sangue, eu comecei a passar mal, tive ânsia de vômito e até desisti de procurá-lo.”

Iara disse não ter testemunhado as mortes, mas que “outras pessoas que estavam no barco contaram ter visto soldados atirando corpos no mar”.

“Nossa contabilidade é de que 19 pessoas morreram. Ainda há gente desaparecida, não sabemos o que aconteceu com eles. E ainda há feridos muito graves, praticamente morrendo, que não conseguimos retirar do hospital em Tel Aviv.”

Violência desproporcional

Para a cineasta, a violência usada pelas tropas na ação foi desproporcional.

“Nos barcos pequenos, eles usaram balas de borracha, gás lacrimogêneo e armas de choque. Mas no nosso barco, eles chegaram usando munição de verdade”, conta.

“Foram atiradores de elite, todos vestidos de preto, armados”.

A cineasta contou que a abordagem israelense ocorreu por volta de 04h30 da madrugada, no escuro, e que foi muito rápida.

“Tinha dois barcos da Marinha. Quando a gente piscou apareceram dezenas de barcos de borracha, helicópteros, atiradores de elite descendo no barco. A marca registrada deles é o silêncio, fomos pegos de repente”, ela lembra.

Iara acredita que os soldados ficaram assustados com o número de passageiros a bordo – mais de 600 – e que, por isso, ele podem ter optado por uma ação rápida com o objetivo de assumir imediatamente o controle do barco.

“Esperávamos que eles atirassem para o alto, em direção aos nossos pés, para nos assustar. Imaginávamos que eles fossem tentar jogar redes nos nossos motores, deixar a gente à deriva no meio do mar, mas nunca imaginamos isso.”

Depois da abordagem, as embarcações da tropa foram levadas para o porto de Ashdod, em Israel, com todos os passageiros algemados. “Quando mandaram a gente descer do barco, já tinham jogado todo o conteúdo de nossas malas no chão, estava tudo misturado. Eram roupas, laptops, pijama, escova de dentes, tudo junto.”

Os ativistas voltaram para a Turquia apenas com a roupa do corpo e seus passaportes. Segundo a cineasta, todas as câmeras, telefones celulares e blackberries foram confiscados pelo Exército. Ela diz que perdeu US$ 150 mil em câmeras e lentes.

Mas Iara disse que os ativistas conseguiram salvar registros do ataque que teriam sido escondidos em peças de roupas.

“A gente conseguiu salvar algumas fitas com imagens do ataque, que costuramos nas nossas roupas e não foram encontradas pelas autoridades israelenses.”

Iara Lee saiu do Brasil em 1989 e passou 15 anos nos Estados Unidos, onde é radicada. Nos últimos cinco anos, ela morou em diversos países, entre eles Irã, Tunísia e França, onde filmou documentários.

Fonte: BBC Brasil

14 Comentários

  1. Os ativistas tem registro ou foto, que mostra que os israelenses tinham uma cartilha com um listado de alguns ativistas incluindo foto de cada.
    Por isso é possível que tinha havido execuções.

  2. Quanta emoçao, essa cineasta de dupla cidadania, brasileira e americana, deve ter aprendido muita coisa na escola do Sr. Ahmadinejad quando esteve no Irã. Deve ter muito sangue mesmo, sangue israelense, pois os soldados foram atacados com barras de ferro e isso corta mesmo e sangra muito.

  3. “Ela disse que o operador de internet do barco foi morto com um tiro na cabeça.”

    “Segundo a cineasta, todas as câmeras, telefones celulares e blackberries foram confiscados pelo Exército.”

    ““A gente conseguiu salvar algumas fitas com imagens do ataque, que costuramos nas nossas roupas e não foram encontradas pelas autoridades israelenses.””
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    “A agência de notícias israelense Debka, de fato, agência-máquina de distribuir falsas notícias, comandada pelo centro de inteligência digital do governo de Israel, lamenta, só, que o exército de Israel – “famoso pela capacidade no campo da eletrônica militar de inovação” – não tenha conseguido impedir a distribuição de sinais eletrônicos, de forma que continuaram a jorrar, dos barcos, texto e imagens enviadas de dentro. Melhor seria, comenta a Debka, que o mundo nada visse. ” (Pepe Escobar)

    Isto tudo dá uma pequena noção sobre a importância que o sionismo dá ao controle da informação,a versão dos fatos, a única verdade, tem que ser a deles e inclusive são donos ou com forte influencia, de grande parte das grandes empresas de mídia ocidentais , inclusive na AL e Brasil.

  4. De acordo com o enteado da cineasta e ativista Iara Lee, Ele afirmou que Iara já havia sido presa em Israel em 2002, por estar com uma lista de contatos, com membros suspeitos ao governo.
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    . Esse comboio foi claramente ‘criado’ para gerar controvérsia..violência…
    “Humanitários” … ONG´s … a maioria são cavalos de tróia… sobre um manto altruísta… vejo o texto acima como uma realidade ‘moldada’ por uma mídia tendenciosa… que visa induzir a opinião de outros com suas próprias ‘versões’ de uma verdade tendenciosa…
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    http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4462287-EI308,00-M…

  5. Dos 6 navios, apenas o “Mavi Marmara” não aceitou os termos de negociaçãode Israel.
    Por que? O que tinha este navio de diferente dos outros?

    acho q era Ibope q essas pessoas queriam, e conseguiram esta ai, parabens

  6. acho q era Ibope q essas pessoas queria e a mobilização da mídia internacional, estão pagando muiito caro por isso, pagando com sangue de mulas chamados como ( Ativistas ), Dos 6 navios, apenas o “Mavi Marmara” não aceitou os termos de negociação de Israel, porque eles não pararam se era só mantimentos e remédios, não entendo isso.

  7. Caro Ricardo Pereira, é óbvio que o navio Mavi Marmara levava armas de destruição em massa, mas acho que eles jogaram as armas no mar antes da abordagem israelense, ou talvez também costuraram essas armas nas cuecas.
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    O problema não é, Israel sim ou Israel não.
    Israel não passa de um peão no tabuleiro geopolítico da região, tipo uma base americana planejada pelos ingleses.
    Os judeus que foram participar da ocupação da Palesitna são usados na sua ingenuidade, lhes prometeram poder estudar, terra etc, e depois no local, encontraram-se no meio dum tiroteio.

  8. O que muitos não entendem ou não querem entender é que o exército de Israel atacou o navio em águas internacionais, os tornado simples piratas ou terroristas (se preferirem). Mesmo que os que ali estavam, portassem AK-47 e reagissem, eles estariam corretos, no entanto se entrassem em território israelense não poderiam sequer abri a pouca, pois eles seriam os “criminosos” ao invadirem águas de um estado soberano.

    O engraçado disso tudo é que esses mesmo que defendem esse crime são os mesmos que criticam Cuba, Venezuela, Irã e etc. Só que esquecem que a natureza dos atos é exatamente a mesma, um estado tentando defender seus interesses, mas alguns podem e outros não?!
    Eu digo que ninguém pode cometer tais “barbaridades” e aqueles que cometem devem se punidos! Simples assim!

    Agora o triste disso tudo é que tem gente que é tão sega que não vê que em Gaza tem seres humanos doentes e passando fome. E que aquele navio não carregava armas e sim comida, roupas e remédios.
    Como alguém pode se comover com as barbaridades cometidas contra o povo judaico na segunda guerra e não se comover com esses “seres humanos em Gaza”? Se lá existem terroristas não são todos, e exatamente o que é se terroristas pra vcs? Alguém que luta arriscando a sua própria vida para defender seu povo e seu país, então em caso de guerra vcs não lutariam contra seus inimigos (do Brasil), pois seria terrorismo, ficaria quieto vendo seu território se ocupado suas casas serem demolidas, as escolas de seus filhos e parentes se bombardeadas, e se seu pai ou mãe morressem nas mãos desses invasores, como ficaria a coisa? È bem assustador né? Mas não precisa pensar muito nisso é só olhar pra Gaza, isso tudo acontece lá… kkkkk e é o Irã o grande vilão, vcs são cômicos.

    Não existe uma verdade absoluta e eu não sou dono dela, mas o fato é que Israel é uma nação que comete crimes de guerra contra o povo palestino desde invasão de território a assassinatos frios, aquele povo tem o direito de se defender, e se Israel deseja o fim dos ataques que pare de invadir o território palestino e reconheça o estado soberano da Palestina, se necessário peça ajuda internacional para manter uma paz forçada, enquanto Israel não fizer isso na minha opinião é e será um país terrorista que esta sujeito a retaliações.

    Aqui fica meu protesto!!

  9. Jose Vanildes Luiz :
    Quanta emoçao, essa cineasta de dupla cidadania, brasileira e americana, deve ter aprendido muita coisa na escola do Sr. Ahmadinejad quando esteve no Irã. Deve ter muito sangue mesmo, sangue israelense, pois os soldados foram atacados com barras de ferro e isso corta mesmo e sangra muito.

    Vanildes Luiz, você deve ser um Judeu radical, só pode ser… Pq você defende massacre de tantas pessoas como algo aceitável.

  10. Milton, ninguém naquela terra é inocente. Esse comboio foi uma armação e essa cineasta tem comportamento do MST. É interessante a noticia de que os ativistas mortos eram todos Turcos.
    Isso tudo foi uma armação bem planejada e Israel caiu direitinho.

  11. “Israel não passa de um peão no tabuleiro geopolítico da região, tipo uma base americana planejada pelos ingleses.”

    Pessoal. O presidente dos EUA (independente do qual) tem por obrigação manter o atual estado dos países do Oriente Médio em estado do guerra. A a obrigação dele para com as doações pesadas de campanha que vem dos fabricantes de armamentos. A máquina precisa girar!
    Com a pressão sobre os EUA (estes principalmente por forçar uma situação que ninguém quer em cima do Irã), estão tentando mudar o foco armamentício para outros lugares como Coréia do Norte (este com pouco valor geográfico) e Américo do Sul (este sim com muito valor e onde todos ganham).
    Infelizmente, os políticos americanos (chineses também) pensam localmente e não mundialmente. Sem querer misturar o assunto, este é um dos prinicpais motivos em apoiar a França no FX-2. O trabalho deles custa mais caro e pode ser menos eficiente, mas a chance do governo americando ter segundas, terceiras e até quartas intenções é bem maior.

  12. Em sua entrevista a BBC a brasileira diz que os soldados israelenses chegaram atirando, solapando vidas indefesas, não havia reação dos simpatisantes do Hezbollah “Ativistas” humanitários e eram mortos com tiros na cabeça pelos furiosos soldados truculentos. O que vivos em vídeos mostra os soldados descendo de helicpeto sendo espancados um a um e jogados no mar, com a chegada de mais soldados então conseguiram por ordem na operação e vidas tiradas pelos soldados na sua defesa de sobrevivência, pois não se esperava tamanha violência que forá recebidos. Acho que a brasileira estava presente no convés ou ouvio conversas sobre o que se deu lá fora distorcida, a brasileira dá informes diferentes que estava na ponte do convés e depois diz que quando subio ao convés e vio muito sangue e como se reporta tão bem se não estava no convés? por que os outros navios obedeceram e o navio que ela estava não parou? porque já tava tudo programado para tal evento e a repercurssão mundial e pontos para o Al qaeda, Hezbollah e grupos terroristas, só faltou ela dizer que as vitimas gritavam Allah Akabar=DEUS É GRANDE e os soldados assassinos atiravam. Acho esta brasileira mui corajosa em In loco VENDO tudo assim. Este fato vai dar panos pra muitas mangasssssssssssss.

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