Israel rejeita ideia de inquérito internacional sobre ataque

http://wscdn.bbc.co.uk/worldservice/assets/images/2010/06/03/100603152711_turquia226.jpgIsrael indicou nesta quinta que não cederá à pressão para que seja conduzida uma investigação internacional sobre o ataque à frota de barcos que tentava furar o bloqueio à Faixa de Gaza e que resultou na morte de pelo menos nove ativistas nesta semana.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU votou pela abertura de um inquérito internacional independente sobre o incidente, mas Israel afirma que pode investigar o ocorrido com credibilidade.

“É nosso costume padrão após operações militares, especialmente após operações nas quais ocorrem fatalidades, conduzir rapidamente uma investigação profissional, transparente e objetiva, de acordo com os mais altos padrões internacionais”, disse o porta-voz do governo israelense Mark Regev.

Israel afirma que, quando militares britânicos ou americanos são acusados por mortes no Iraque ou Afeganistão, eles mesmos conduzem as investigações, disse o correspondente da BBC em Jerusalém Andrew North.

O jornalista afirmou também que, embora os Estados Unidos tenham declarado aceitar um inquérito liderado por Israel, crescem as indicações de que o país estaria pressionando Israel para começar a relaxar o bloqueio a Gaza, imposto desde 2007 quando o grupo Hamas passou a controlar o território.

Funeral

Milhares de pessoas compareceram nesta quinta-feira em Istambul, na Turquia, aos funerais dos nove ativistas mortos na ação israelense.

A multidão seguiu à Mesquita de Fatih para o evento, no qual os caixões foram cobertos com as bandeiras turca e palestina.

A Turquia, um dos maiores aliados israelenses entre os países muçulmanos, retirou seu embaixador de Tel Aviv após o incidente.

O presidente turco, Abdullah Gul, disse que a relação entre os dois países “nunca mais será a mesma”.

Também nesta quinta-feira, cerca de 450 ativistas detidos por Israel na frota de ajuda humanitária – entre eles a cineasta brasileira Iara Lee – chegaram a Istambul, onde foram recebidos como heróis por uma multidão liderada pelo vice-primeiro-ministro turco, Bulent Arinc.

Clique Leia mais na BBC Brasil: Ativistas deportados de Israel são recebidos como heróis na Turquia

Ajuda

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, rejeitou as críticas à ação militar, que chamou de “hipocrisia internacional”.

Segundo ele, os soldados foram recebidos por uma “multidão cruel” e agiram para se defender.

Cerca de 700 ativistas – entre eles 400 turcos – estavam a bordo das embarcações que tentavam furar o bloqueio e transportar dez toneladas de ajuda humanitária.

Israel rejeita as alegações de que Gaza, cujas fronteiras estão fechadas desde que o grupo Hamas assumiu o poder em 2007, esteja passando por uma crise humanitária.

Após dizer inicialmente que permitiria a entrada em Gaza do material que os seis navios transportavam, Israel voltou atrás e afirmou que nem toda a ajuda será levada ao território palestino.

O governo israelense diz temer que parte do material, como cimento e metal, possa ser usado pelo Hamas para fins militares.

O correspondente da BBC em Gaza Jon Donnison afirma que tanto o Hamas como Israel parecem estar usando o tema para fins políticos

“As razões israelenses para não permitir a entrada de algumas mercadorias não são claras. Canela pode, mas coentro e geleia não”, diz ele.

Já o Hamas disse que aceita a ajuda apenas se ela chegar integralmente ao território palestino.

Fonte: BBC Brasil

8 Comentários

  1. Acho muito perigoso que ONGs comecem a ter poder e comportamento de Estado. Neste caso especifico em Israel, iria contra uma resolução de um Estado, burlando o direito deste Estado( ISRAEL) de fiscalizar a carga e as pessoas do comboio.

    Se ficarmos dando apoio a este tipo de coisas, será que não teremos problemas com as ONGs que operam na Amazonia? Ou mesmo dando jurisprudência a organizações que defendem interesses de grupos ou Estados internacionais em nosso território? Será que não estamos dando um tiro no pé? Aonde estará a soberania de nosso país com apoio a este tipo de ação?

  2. Esse conselho é dominado por paises subdesenvolvidos e é antiisraelense e nao tem imparcialidade para essa análise. O bloqueio é legal e sua violaçao é que é ilegal, ademais por entidades que tem fins politicos e por ter ligaçao com os terroristas do Hamas. A situaçao em Gaza é de pura responsabilidade desse grupo.

  3. E parece ter muita coisa para investigar:

    “corpos foram jogados no mar…”

    A ativista e cineasta brasileira Iara Lee, disse que passageiros do barco em que viajava “‘viram soldados atirando corpos no mar”. Israel sustenta que 9 pessoas morreram no ataque, mas Iara discorda.

    “Nossa contabilidade é de que 19 pessoas morreram. Ainda há gente desaparecida, não sabemos o que aconteceu com eles. E ainda há feridos muito graves, praticamente morrendo, que não conseguimos retirar do hospital em Tel Aviv.”

  4. O Brasil tem ordem para atacar qualquer avião que não se indentificar será abatido por violar nosso espaço aéreo e foram dados os avisos aos navios para pararem só uma não obedeceu e os vídeos mostram como eles foram atacados(soldados judeus) por pessoas que não tem nada de ativistas e se simpatisantes de terrorista, os israelenses não são piratas somalis para serem atacados como mostra os vídeos e bem como a Turquia não forá verdadeira aliada de Israel e se aproveitava da falsa amizade para repassar informações belicas ao Irã, Síria e Líbano. Era para a turquia que se diz aliada a Israel ter proíbido os navios de irem para Gaza ou avisar a Israel de tal viagem para serem tomadas as medidas prevêntiva de seguranç.

    • SIm Genivaldo, mas esta lei se restringe a ao espaço soberano do Brasil, e impede que o Brasil faça isso fora da sua área de atuação, como no caso, Águas internacionais.
      Com o AGravante, deter as pessoas e levá-las para interrogatório tal como foi feito configura-se sequestro.
      Se os navios levavam armas e foram capturados porque israel não as mostra?
      sds
      E.M.Pinto

  5. Italo Lobo :
    Acho muito perigoso que ONGs comecem a ter poder e comportamento de Estado. Neste caso especifico em Israel, iria contra uma resolução de um Estado, burlando o direito deste Estado( ISRAEL) de fiscalizar a carga e as pessoas do comboio.
    Se ficarmos dando apoio a este tipo de coisas, será que não teremos problemas com as ONGs que operam na Amazonia? Ou mesmo dando jurisprudência a organizações que defendem interesses de grupos ou Estados internacionais em nosso território? Será que não estamos dando um tiro no pé? Aonde estará a soberania de nosso país com apoio a este tipo de ação?

    Exatamente.
    Pensemos na nossa Amazônia quando formos falar dessas ONGs, elas não podem ter esse “poder” para burlar REGRAS de uma nação. Eu não sou contra o bloquio a GAza pois entendo a preocupação de Israel, contudo essas ONGs bem que pediram para levar porrada. Se fosse no Brasil acho que o E.B. teriam metralhado o barco inteiro.

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