Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) anunciaram um pacote de emergência no valor de 500 bilhões de euros (cerca de U$ 650 bilhões) para fortalecer a moeda comum e evitar que a crise da dívida grega contagie outros países do continente.
Os 16 membros que utilizam o euro terão acesso a 440 bilhões de euros provenientes de um Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira, e a outros 60 bilhões euros de recursos da Comissão Europeia (CE), o braço executivo do bloco.
O pacote de estabilização será engrossado pelo FMI, que contribuirá com cerca de 250 bilhões para fortalecer a moeda comum contra as adversidades financeiras geradas pela crise grega.
Os mercados reagiram positivamente ao anúncio das medidas na noite do domingo. A bolsa de Londres abriu em alta de 3,7% nesta segunda-feira e o euro chegou a superar a marca de US$ 1,30, depois de chegar, na semana passada, ao seu valor mais baixo dos últimos 14 meses (US$ 1,25).
Na Ásia, as bolsas também fecharam em alta.
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou que comprará títulos privados e públicos dos países da zona do euro para “garantir liquidez naqueles segmentos do mercado que estão problemáticos”.
“Defenderemos o euro a qualquer custo”, disse o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn.
O euro tem perdido valor na medida em que investidores temem que a crise da dívida grega se espalhe para outros países que o utilizam, como Portugal e Espanha.
No domingo, o banco central americano, o Federal Reserve, anunciou que reiniciará um intercâmbio de moedas com alguns dos principais bancos centrais do mundo (europeu, britânico, suíço, japonês e canadense) para “melhorar as condições de liquidez em dólar nos mercados e evitar o contágio”.
Reação dos mercados
Entretanto, os investidores ainda estão preocupados com o tamanho dos aportes para o pacote europeu de emergência e os problemas estruturais de longo prazo na zona do euro.
Na sexta-feira, os líderes dos países da zona do euro aprovaram um pacote de empréstimo de 110 bilhões de euros para a Grécia. Só neste ano, o país terá também acesso a mais de US$ 50 bilhões do FMI e de países europeus combinados.
O FMI calcula que o pacote permitirá que a Grécia não precise pegar novos empréstimos no mercado por dois anos, tempo para a economia do país se fortalecer.
“O FMI vai fazer a sua parte, no interesse da comunidade internacional, para enfrentar os desafios atuais”, disse o diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn.
Entretanto, para ter acesso às medidas, o governo do país teve de concordar com um pacote de austeridade altamente impopular.
Na semana passada, protestos contra os planos de aperto deixaram três mortos na capital, Atenas.
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