No cumprimento da lei

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Indústria afirma que cumpre normas determinas pelo governo para a venda de bombas e diz que entrega o produtor especificado pelo comprador, sem julgar a finalidade dele

Solano Nascimento

Para as dimensões do setor bélico, a ETR Indústria Mecânica Aeroespacial é uma empresa pequena. Instalada em São José dos Campos (SP), tem três dezenas de funcionários e menos de meia dúzia de clientes fixos no exterior. Mesmo assim, exporta cerca de 70% do que produz, e só em uma venda de bombas para a Força Aérea do Sri Lanka, no ano passado, faturou de U$ 1,1 milhão. Rubens Jacintho, presidente da empresa, não procurou saber o destino que o governo cingalês deu às bombas. “Entregamos o produto conforme o especificado”, diz o empresário. “Não posso julgar o que um país vai fazer com ele.”

É o pensamento padrão no setor. Ainda que hoje seja comum empresas de diversas áreas selecionarem fornecedores para evitar a compra de matéria-prima resultante de devastação florestal ou trabalho infantil, por exemplo, os exportadores de munição brasileira não cogitam filtrar o outro extremo da cadeia, os compradores. O superintendente Comercial da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) é claro ao dizer que a existência ou não de embates no país importador não é analisada. “Efetivamente nós não vemos esta questão de conflito interno ou externo”, afirma o coronel Haroldo Leite Ribeiro.

A empresa é a única estatal da lista de exportadores para países em conflito. Subordinada ao Ministério da Defesa e com sede em Brasília, vendeu em 2003 e 2005 munição de grosso calibre, destinada a destruir tanques, para a Indonésia. Naquela época, o governo indonésio enfrentava o Movimento Aceh Livre em um embate que produziu 12 mil mortos.

Também instalada em São José dos Campos e conhecida pela produção de foguetes para uso militar, a Avibras Indústria Aeroespacial exportou no começo da década para Angola — onde enfrentamentos com raízes econômicas, étnicas e religiosas mataram 1 milhão — e agora foi autorizada a negociar munições com a Índia. Por e-mail, Sami Hassuani, presidente da empresa, ressalta que o objetivo dos clientes internacionais é “dar segurança aos seus cidadãos para que possam desempenhar suas funções, manter a ordem e o progresso da nação.” A União comprou no começo do ano passado cerca de 25% das ações da Avibras para tentar evitar o fechamento da empresa, que passava por uma grave crise.

A Mectron Engenharia, Indústria e Comércio, também de São José dos Campos, abastece Israel e o Paquistão, um de seus grandes compradores de mísseis. Por meio de sua assessoria de Comunicação, a empresa informa que não se pronuncia sobre o assunto.

Com sede em Ribeirão Pires (SP), a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) é a maior exportadora de munição e vende para cerca de 40 países, entre os quais há seis com conflitos étnicos e religiosos. É o caso das Filipinas, país no qual enfrentamentos de conotação religiosa já produziram 97 mil mortes. “A gente segue a regra do governo, cem por cento”, afirma Andreas Kripzak, diretor de Exportações da CBC.

Fonte: O Estado de Minas via Notimp

18 Comentários

  1. Melhor assim porque si do jeito que anda a situação no mundo hoje digamos que se o governo se preocupar com isso as industrias de defesa vão falir já que os nossos equipamentos a maioria não e o melhor na sua classe de emprego temos que fornecer para os que não tenham aceso e si o outro lado acho ruim eles que comprem da gente também afinal assim e o capitalismo.

  2. Esse repórter deve ser no mínimo muito ingênuo.

    Deve ter saído da faculdade agora e lhe faltou inspiração.

    Que reportagem mais medíocre!!!

  3. Engraçado como o reporter insinua essas vendas como algo condenável ou imoral sem ver o destinação definitiva dos mesmos, pois podem estar mesmo protegendo vidas.

    • Excel, existe uma o parcela dos “desformadores de opinião” que acham imoral falar em defesa, até tem urticária ao ouvir a palavra patriotismo, mas são capazes de ficar maravilhados quando o assunto é boi do vizinho, ai sim eles fazem um lobbie danado e ressaltam a inveja que deveriamos ter… mas sustentar o que é nosso nem pensar…
      Já vi inclusive matérias chamando a Força de Paz do Brasil na MInustah como ( exército do império) força invasora.
      queres oque?
      sds
      E.M.Pinto

  4. É uma contradição, a partir do momento que armamentos não tem outro objetivo a não ser inflingir danos vitais ao inimigo.

    Se é para preservar vidas do outro lado, então que nenhum país do mundo exporte material bélico, pois sabe com certeza que o futuro emprego pelo usuário vai causar mortes.

  5. Ele é do viva rio(um mundo sem armas)So não vai esquecer de combinar com o outro lado (claro que o outro lado não vai aceitar).

  6. eu acho que se nao fosse as guerras nao averia imdustria de defesa e so nos nao vendermos outros venderao entaoa a ounu cuida pa parte humama afinal as nossa fabricas estao quase todas falidas ou apequenadas tem de vender mesmo.
    “Mectron abastece Israel e Paquistão” so o paquistao com o mar1 pior que falar mau e estar desinformado!! por isso que o brasil e um pais frouxo!!

  7. Eu quis dizer que esse senhor achar que não devemos exportar material para esses países, é uma contradição com o próprio conceito de armas.

    Portanto, esse jornalista não sabe de dissuasão muito menos de políticas bélicas envolvendo as nações.

  8. Como sempre tem alguem da imprenssa jogando “balão” no ventilador para agradar o Editor chefe, e ver se a matéria “cola” e sai alguam discussão “quante” na Globo…..Temos que ter calma com este tipo de profissional, pois o que interessa é somente ele…..e que o progresso do Brasil que vá para….

  9. Armas não matam pessoas. Pessoas matam pessoas.

    O uso que fazem das armas é problema dos compradores. Quem imaginava que seriam jogados dois aviões no WTC? Vamos parar de vender aviões da Embraer para os mulçumanos por causa disso?

    Faça-me o favor! Tô de saco cheio desse lobby “pró-paz-e-amor” e contras “milicos”! Milicos é o escambau! Quando o pau comer, vai ter muito jornalista, político e padre gritando socorro para os militares!

  10. Contenham-se amigos, vamos com calma, pois, já sabemos que esses jornalistas não sabem nada mesmo. Então não vamos ficar nervosos.
    Essa coisa de “paz e amor” nunca funcionou mesmo, uma vez que a situação de “não paz” é fruto da própria humanidade, da nossa pura e ordinária consciência.

    Há muitas esplicações para essa matéria tendenciosa que explicita o desejo de que “o Brasil está fazendo um mau negócio vendendo armas à esses países etc”. Isso é bem evidente. Entretanto, o autor não fala que outras empresas de países ricos, europeus e americanos também vendem armas para países também consideráveis “instáveis”.

    O mais engraçado é que os jornalistas realmente assumem existir essa panelinha de imprensa, agrados aqui e alí.

    Eu não tenho muito o que dizem sobre isso, pois não podemos mesmo confiar nessa gente da imprensa. Não sabemos quem são seus financiadores, apenas temos uma idéia de “lado”.

  11. Sejamos praticos…se eles nao comprarem de nos vao comprar da russia, china, EUA , frança e por ai vai…vão dar emprego ao pessoal de outros paises…resumindo.

  12. O brasil devia adotar a seguinte regra de venda quer comprar eu quero vender e pronto.Todos fazem isso.

  13. Acho legal que todos tenham falado do lado dos empregos que esses boçais editoriais esquecem…

    Mas vale lembrar também que não se trata só de emprego, se trata de dinheiro entrando de riqueza sendo gerada e tributada, mais para os cofres da União, mais dinheiro para saúde, educação e defesa também…

    Ah… sempre vai ter um imbecil dizer que “esse dinheiro é sujo”… Que seja, então vamos transformá-lo em algo que faça valer o seu mal uso por parte de seja lá qual for o operador, vamos fazer valer em desenvolvimento do país à um ponto que possamos recusar compradores…

    Antes disso acontecer porém… não tem outra… Temos, devemos e vamos continuar vendendo.

  14. Precisa lembrar a esse jornalista que acidentes de carro matam muito pelo mundo afora, e ninguém vai querer voltar a andar a pé por isso…

    Cigarro e bebidas alcoólicas também são terríveis…

    As drogas são uma tragédia, mesmo apenas se olharmos o consumo, isto é , sem contar as mortes devidas ao tráfico…

    E guerras se fazem até mesmo com paus e pedras, conforme previu Einstein para a 4a. guerra mundial…

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