Defesa & Geopolítica

SEGURANÇA NACIONAL – Opnião do Carcará

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Antes de fazer minha própria “crítica” eu coloco a disposição de todos os leitores as críticas dos seguintes locais:

Estadão ou O Globo (é o mesmo texto, mesmo autor)

Último Segundo IG

Terra

Universia

Antes de comentar, faço uma breve explicação sobre o porque dos links:

Não sou especialista em cinema, sou apenas um apreciador da arte, creio que nem possa me considerar um “cinéfilo”, meu pai foi durante muitos anos dono de locadora de vídeo, trabalho que era duro, pois ele tinha que realmente ver todos os filmes para poder contar ao cliente sobre o mesmo, caso este o perguntasse algo, além disso o vi investir em algumas produções locais (grandes fracassos, mas o esforço era o que valia).

Portanto deixo em aberto o espaço para que o leitor tenha contato com outras opniões, e lembro que não sou especialista e estarei aqui tratando de minha visão pessoal, da forma mais consciente possível, porém pessoal.

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Faço também observações sobre as críticas, creio que sejam pertinentes:
O site do Terra não faz uma “crítica” do filme, os dois primeiros tratam disso, na forma mais tradicional da “crítica de cinema” feita pela imprensa nacional, e em minha visão o autor do artigo do Estadão simplesmente não viu o filme, pois se ele não entendeu o motivo de parte da trama se passar em Florianópolis acho que ele realmente não viu o filme.

Concluindo a observação sobre os que já trataram de “criticar” o filme eu recomendo muito o último link, por representar uma visão mais consciente e consistente, calcada em um profissional da área de política para ambientar a análise da trama.

Então vamos lá, minha vez.

Segurança Nacional é o filme do ano para mim até o momento, por seu apelo e pelo que pode significar.

A trama se concentra em um Brasil orgulhoso de seu Sistema de Vigilância da Amazônia (o controverso SIVAM), a Lei do Abate (nº 9614, de 5 de março de 1998), narcotráfico, terrorismo, corrupção e um rápido romance de “fundo”. Para mesclar tudo isso temos um agente secreto brasileiro atuando contra o tráfico de drogas e a devida reação das organizações criminosas contra o combate aos seus negócios, partindo para o terrorismo e usando até de artefatos nucleares para alcançar seus objetivos.

O roteiro realmente não é dos melhores, é fraco, muito provavelmente por ser ambicioso, mas a idéia definitivamente eu considero boa, apostar no gênero de ação em filmes nacionais e fugir do Drama/Comédia/Cinema Arte, que são os temas mais abordados pela indústria cinematográfica brasileira.

O ritmo da narrativa é boa, um pouco corrido talvez, com uma continuidade que exige atenção do espectador, porém nada que seja além da média. A trilha sonora ao meu ver não é tão feliz, mas não atrapalha o ritmo da história, porém certamente o que ganha pontos no filme são: fotografia e sonoplastia. O elenco conta com bons nomes da dramaturgia brasileira, como Gracindo Júnior e Milton Gonçalves, além de Angêla Vieira, Thiago Lacerda e o ator mexicano Joaquin Cosio. A trama, porém, não exigiu de nenhum dos atores qualquer tipo de brilhantismo e assim sendo isso não é encontrado em nenhuma das atuações do filme

As sequências de ação em terra não são ruins, mas também não chegam a ser boas, demonstram novamente um esforço do filme em tentar fazer algo cuidadoso, bem feito, porém não alcançaram o sucesso neste aspecto, seja pela questão orçamentária ou quem sabe até mesmo a ausência experiência neste tipo de produção.

As sequências de ação onde aparecem militares na selva ou trechos com aeronaves, ganham pontos. O trabalho foi bem realizado e mostra um lado de “marketing” interessante não somente para a FAB como para as demais armas e algo muito interessante em tempos de reaparelhamento e eventual aumento de gastos militares, pois conquistar a opnião pública pela mídia (no caso cinema) seria uma opção interessante.

O filme infelizmente acaba esbarrando em vários clichês, frases feitas, tentativas de cópias de cenas de outros filmes de ação (americanos), como o envolvimento pessoal que o antagonista acaba por ter com o protagonista e obviamente o pequeno romance do filme se torna fator importante para esse envolvimento pessoal até então inexistente.

Brincadeiras e comentários maliciosos à parte, como comparar com a série “24 horas” ou “James Bond”, o roteiro de fato é fraco, ou melhor, mal aproveitado. As cenas de ação não são tão boas quanto poderiam, mas já causam um certo efeito e as cenas disponibilizadas pela FAB são realmente muito interessantes.

Poder ver os R-99A e R-99B sobre a Amazônia, atendendo pelo nome “Guardião 7-0” (trazendo realismo à quem conhece), além dos A-29 “Escorpião Negro” (e um pilotado por uma mulher, viva a democracia dos ares!), com os F-5 escoltando o avião do presidente (o Emb-190 Bartolomeu Gusmão) e encerrando com os A-1 com direito a lançamento de bombas e câmera térmica confirmando o “estrago”.

RESUMINDO: O filme não é tão bom quanto poderia ser, mas não chega a ser tão ruim quanto a maior parte da crítica tem colocado. Creio que a produção sofreu muito com a falta de orçamento (somente 5 milhões de Reais, pouco para o tipo de produção) e pelo fato de ser o primeiro do gênero de ação a abordar uma temática de nível nacional e englobando o lado militar.

Não concordo que seja ufanismo ou patriotismo fora de moda (se for, então creio que os meios de mídia se acompanhassem o blog ficariam surpresos com a quantidade de nacionalistas que frequentam…), acho que o enfâse na bandeira brasileira em várias cenas é uma boa tentativa de despertar ou alcançar algo no público que de fato é importante, seja a reflexão sobre a defesa do país ou seja pelo aspecto do nacionalismo mesmo.

http://img.youtube.com/vi/2aOTvLTTMM8/0.jpg

Se os americanos podem fazer um filme onde vemos sua bandeirinha a cada 10 minutos, por que não podemos fazer igual? YES WE CAN!

Espero profundamente que este seja o primeiro de muitos, dado que a idéia é muito boa e a intenção melhor ainda, posso estar equivocado nesta visão, mas realmente acredito que este filme deve ser o primeiro de muitos. Torço para que a idéia de se trabalhar no marketing das Forças Armadas tenha “colado” e seja cada vez mais aproveitada, pois temos coisa boa e gente boa para mostrar e temos que mostrar! Mas é óbvio também que temos de melhorar, pois o cinema nacional tem condições de produzir um filme bem melhor hoje e amanhã deverá ser ainda melhor.

Site do filme:
Segurança nacional

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