Premiê do Japão diz ser impossível realocar base americana integralmente

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Sugestão: Cmdt Melk

Mudança de instalação militar americana foi uma das promessas de campanha de Hatoyama

TÓQUIO – O primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, disse nesta terça-feira, 4, que será impossível mover integralmente a base militar americana Futenma em Okinawa, como havia prometido durante sua campanha. A instalação dos EUA tem sido motivo de grande discussão entre os dois países, já que os japoneses querem o complexo realocado, sendo essa um dos principais pontos da campanha eleitoral do primeiro-ministro.

Entretanto, em uma recente visita à ilha, Hatoyama disse “realisticamente falando, é impossível” uma realocação completa.

A ilha é lar para mais da metade dos 47.000 soldados americanos estacionados no Japão.

Hatoyama, falando em sua primeira visita a Okinawa desde que se tornou primeiro-ministro, disse que a manutenção da base era necessária de alguma forma para a segurança nacional, sob a aliança pós-guerra com os americanos.

“Eu realmente sinto muito, e preciso pedir a compreensão da população de Okinawan pois parte da base de operações terá que permanecer”, disse.

Ele pediu ao povo japonês que “esteja disposto a partilhar o fardo, pois as bases são necessárias para a segurança nacional”.

Hatoyama, que havia prometido resolver o problema até o final deste mês, foi recebido por manifestantes com cartazes demandando o fechamento da base enquanto ele chegava para sua visita de um dia.

Ele disse que independentemente de onde as tropas fossem realocas, haveria “críticas da população local”.

O governador de Okinawa, Hirokazu Nakaima, disse a repórteres que os planos de Hatoyama iam contra a vontade dos locais, e que ainda havia tempo para que ele mudasse de ideia.

“Ainda há tempo até o final de maio. Eu quero que ele continue a considerar suas promessas feitas na campanha eleitoral”, disse.

Protesto

O Japão e os EUA fecharam um acordo em 2006 que visa reduzir a presença de tropas americanas em Okinawa, e sob o qual o Japão concordou em contribuir US$ 6,1 bilhões com o custo de realocar 8.000 soldados para a ilha de Guam no Pacífico.

O campo aéreo em Futema seria fechado e realocado em uma nova base em Nago, na região norte e menos populosa de Okinawa.

Os EUA fazem oposição a qualquer renegociação do acordo, e o caso afetou as relações bilaterais entre os dois países. Também minou o apoio ao governo de centro-esquerda do Japão.

Hatoyama assumiu en setembro, prometendo colocar o Japão em uma posição mais independente nas relações com os EUA – enfatizando que Okinawa era um ponto central de sua campanha.

Mas sua aprovação caiu no mês recente para cerca de 20%, em parte por sua indecisão quanto a Okinawa.

No mês passado, cerca de 100 mil pessoas fizeram um protesto no sul da ilha, demandando a remoção da base.

Os habitantes se revoltaram com incidentes envolvendo soldados americanos no local, incluindo o caso de estupro de uma menina de 12 anos por soldados americanos em 1995, e a queda de um helicóptero em um campus universitário em 2004.

Outras reclamações se relacionam com os altos níveis de barulho e objeções ao uso da terra japonesa pelas tropas americanas.

Analistas dizem que a maneira como Hatoyama está lidando com o problema poderá ser um ponto crítico nas eleições japonesas para a câmara alta do parlamento em julho.

Fonte:BBC Brasil via Estadão

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