Brasil & Paraguai, um problema nosso

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Nota do Editor:

Trago aqui alguns três artigos sobre a temática Brasil &Paraguai e  os recentes  conflitos campesinos que há muito vem sendo propagados como ” o tambor da guerra”.

As autoridades precisam agir e rápido, pois o crime organizado  que impera nas grandes cidades brasileiras ameaça se instalar no Paraguai e junto com os conflitos agrários que agora mascaram um movimento militar armado,  ameaçam acender o pavíl de polvora que está se tornando a tríplice fronteira.

E.M.Pinto


A nova fronteira da estupidez

Às voltas com tráfico de drogas e um grupo extremista de esquerda, os paraguaios pedem ajuda ao Brasil para pacificar o país

É difícil perceber onde termina Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, no Brasil, e onde começa Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Praças mal sinalizadas e carros se cruzando a toda hora pela avenida que liga as duas cidades fazem parecer um só lugar, um só país. Essa impressão nunca foi tão forte como na semana passada. Um atentado contra o senador paraguaio Robert Acevedo pôs brasileiros e paraguaios igualmente à mercê da violência do narcotráfico. Há fortes indícios da participação de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa de São Paulo, na emboscada que resultou na morte de dois assessores do senador, que ficou ferido. Não é apenas um caso de polícia: o futuro da região dependerá do que os dois países fizerem juntos para combater o problema.

Diante do agravamento da insegurança dos dois lados da fronteira, ficou em segundo plano o debate sobre revisão tarifária da usina energética binacional de Itaipu, motivo original do encontro presidencial previsto para esta segunda-feira na fronteira. O paraguaio Fernando Lugo vai pedir a Lula mais atenção ao vizinho e ajuda no combate à criminalidade. O Paraguai dispõe de pouquíssimo dinheiro para isso. Um discreto aceno positivo de Lula daria a Lugo força para amenizar o momento político de grande instabilidade.

Boa parte da turbulência se deve a um grupo extremista de esquerda denominado Exército do Povo Paraguaio (EPP), acusado de sequestrar e matar quatro pessoas no interior do país, há duas semanas. Não há ainda provas contundentes de que os guerrilheiros do EPP estejam por trás do atentado contra Acevedo. Autoridades dos dois países, porém, vinculam o grupo a sequestros de várias figuras públicas do Paraguai desde o início dos anos 2000, alguns deles em associação com membros do PCC. Embora pequeno estimado em não mais de 100 integrantes e ainda restrito a áreas rurais do país, o EPP pôs o governo de Lugo em xeque.

Como resposta às críticas, Lugo conseguiu aprovar no Congresso a decretação de estado de exceção em cinco departamentos: Concepción, Amambay, San Pedro, Presidente Hayes e Alto Paraguay (leia o quadro na próx. página). Os três primeiros são considerados os de maior presença do EPP. O governo justificou a medida como forma de permitir às Forças Armadas buscar e prender os responsáveis pelos assassinatos nas áreas mais conturbadas do Paraguai sem a necessidade de mandados judiciais.

Especialistas dizem que o gesto de Lugo foi compreensível em virtude da comoção provocada pelas mortes atribuídas à guerrilha. Outra razão para a elevação do tom é a proximidade do EPP com integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O governo paraguaio detém informações de que os colombianos transmitem técnicas de guerrilha ao EPP, bem como os ensinam a realizar roubos e sequestros a fim de angariar recursos para as causas políticas. É o mesmo modo de operação das Farc. Daí é possível presumir que o EPP esteja enveredando para o tráfico de drogas, afirma uma autoridade do serviço de inteligência do Paraguai.

A polícia paraguaia diz que parte do dinheiro obtido pelo EPP com sequestros estimado em US$ 5 milhões desde o início dessas ações vai para as Farc, e a intermediação seria feita por integrantes da guerrilha no Brasil. É essa a acusação contra os paraguaios Anuncio Martí, Juan Arrom e Victor Colmán, supostos líderes do EPP que obtiveram refúgio político no Brasil no fim de 2003. O governo paraguaio foi às Nações Unidas na semana passada para pressionar o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) a rever sua posição, alegando que o trio tem vínculos com as Farc e se envolveu em pelo menos um sequestro. Mas Brasília dificilmente vai mudar de ideia. Não há prova cabal desse envolvimento (dos refugiados) nas informações enviadas ao Brasil, diz Renato Zerbini, coordenador do Conare. ÉPOCA teve acesso ao relatório encaminhado pelo Paraguai com supostas provas contra Martí, Arrom e Colmán. Há muitos recortes de jornais e até algumas folhas sem timbre, detalhes que podem pesar negativamente na análise do comitê.

No esforço de encontrar os guerrilheiros, o governo distribuiu pelo interior do Paraguai painéis com as fotos daqueles tidos como os chefes do EPP. Mas a grande dificuldade de Lugo para combatê-los, na verdade, é renegar o passado, quando esteve junto com representantes do EPP em movimentos de camponeses no departamento de San Pedro. Para os simpatizantes do grupo, Lugo tornou-se um traidor.

O estabelecimento do estado de exceção se justifica? Até agora, pelo menos, não. A atuação das Forças Armadas esteve longe de produzir boas notícias. Para o promotor de justiça Julián Rodríguez, especializado em investigar o narcotráfico no norte do país, a medida é um atestado do fracasso das políticas rotineiras: Como é possível garantir que o estado de exceção vai funcionar se, em condições normais, quase nada funciona?.

No departamento de Amambay, a presença dos soldados é inconstante e desordenada. Na semana passada, nas ruas de Pedro Juan Caballero, só era possível avistar patrulhas esparsas do Exército. Barracas apinhadas de produtos falsificados e a diminuição do faturamento do comércio por conta do receio dos turistas brasileiros em cruzar a fronteira são as marcas mais visíveis do estado de exceção. Dependente do turismo de compras, a população de Pedro Juan Caballero está incomodada. Acredita que o governo esteja tentando forçar uma ligação entre o EPP, mais atuante em San Pedro e Concepción, e os traficantes do PCC, concentrados na fronteira.

O atentado ao senador Acevedo trouxe à tona um problema mal dimensionado pelo governo brasileiro. Ex-governador de Amambay, Acevedo denuncia há quase dez anos a presença de organizações criminosas brasileiras na região. Depois de sair do hospital, no dia 28, ele recebeu ÉPOCA em sua casa. Disse que, apesar de quase ter morrido, continuará apontando as ramificações do crime. Não posso deixar brecha para o narcotráfico. Tenho medo em razão da minha família. Mas não é possível desistir agora, afirma. Dono de uma rádio e de postos de gasolina na região, Acevedo costumava desafiar os traficantes em entrevistas. Ainda quando governador, chegou a dar um safanão em um traficante que fora preso. Conta que a introdução das organizações criminosas em Amambay começou com a chegada de Fernandinho Beira-Mar, líder da facção carioca Comando Vermelho, a Capitán Bado, cidade a 150 quilômetros de Pedro Juan Caballero e também uma importante rota do tráfico de drogas na região.

Com a prisão de Beira-Mar no começo da década, parte do esquema do Comando Vermelho foi desmantelada, o que abriu brecha para o PCC. O tráfico na fronteira é tão lucrativo que é comum grupos rivais se engalfinharem pelo controle da região. Observamos alguns embates entre o CV e o PCC. A briga transcendeu o território brasileiro e chegou ao Paraguai, afirma o promotor Rodríguez. Mas hoje não tenho dúvida em afirmar que o PCC comanda o tráfico de drogas no Paraguai. Para o juiz federal brasileiro Odilon de Oliveira, que decretou a prisão de mais de 100 traficantes quando atuou em Ponta Porã, a presença do PCC na região se explica por alguns motivos. O primordial é servir de esconderijo para membros fugitivos do Brasil. Lá, eles contam com facilidade maior na aquisição de drogas e armas e dispõem de melhor ligação com as Farc, de quem o PCC é cliente na aquisição de cocaína, diz Oliveira.

Combater o tráfico de drogas na região requer esforço demais para uma estrutura atrofiada. A Secretaria Nacional Anti-drogas paraguaia tem apenas dez homens para tomar conta de três departamentos. Os baixos salários são a porta para a corrupção na polícia local. Um oficial em começo de carreira ganha menos que o equivalente a R$ 1.000 por mês. No final de carreira, o salário não passa de R$ 2 mil. Em Pedro Juan Caballero, as pessoas sabem que há policiais a serviço do PCC: deixam de fiscalizar ou até mesmo contribuem decisivamente para o tráfico.

A PF deve usar uma aeronave não tripulada para monitorar plantações de maconha no Paraguai

Outro problema é a falta de controle do espaço aéreo do Paraguai. Acredita-se que boa parte da cocaína e do crack provenientes da Bolívia e da Colômbia chegue ao Paraguai por avião. Sem equipamento de detecção, o governo não coíbe os voos irregulares. Nem a prisão de importantes traficantes, como Carlos Caballero, o Capillo, suposto chefe do PCC no Paraguai, tem sido suficiente. Ele dá ordens para ajudantes de dentro da penitenciária, em Assunção, afirma Nelson Lopez, chefe da Senad em Pedro Juan Caballero.

Uma autoridade paraguaia diz que faz falta um maior apoio do Brasil no combate ao narcotráfico. Afirmou haver ofertas de parcerias dos Estados Unidos e da Colômbia. Está em estudo, no Congresso brasileiro, a doação de três aeronaves da Embraer para que o Paraguai possa combater o narcotráfico. Neste mês, a Polícia Federal deve usar um veículo aéreo não tripulado (Vant), capaz de realizar mapeamento do solo e identificar áreas de plantio de maconha. A PF já ajudou o Paraguai concretamente em dezembro, nas investigações para desbaratar o sequestro de Fidel Zavala. Foram enviados cinco policiais e três técnicos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a região, com a missão de identificar a origem do rádio que fazia as comunicações com a família. Um mês depois, o cativeiro foi encontrado.

O presidente Lula terá dado uma grande contribuição para a região se, no fim do mandato, ajudar a desmantelar o narcotráfico. Lugo espera mais que qualquer um por esses bons ventos. Pode valer até sua permanência na Presidência do Paraguai.

Fonte: Época via NOTIMP

Brasil minimiza elo do EPP no caso de senador baleado

Lula é informado que autoria do atentado no paraguai é de criminosos ligados ao narcotráfico Brasileiro, que se encontra hoje com colega paraguaio na fronteira, deve anunciar ajuda econômica, política e policial ao país vizinho

ELIANE CANTANHÊDE

Os relatórios da inteligência brasileira quase descartam que a autoria do ataque ao senador Robert Acevedo no paraguai, no qual morreram seu motorista e seu segurança, tenha sido do EPP (Exército do Povo paraguaio), descrito como um grupo pequeno -no máximo cem pessoas-, cujas ações estariam restritas a sequestros, não chegando a assassinatos.

Pelas informações que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e da PF (Polícia Federal), o atentado foi promovido por criminosos comuns, ligados ao narcotráfico dos dois países e interessados em desestabilizar o governo Fernando Lugo.

Entre os suspeitos, há quatro brasileiros, supostamente membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), que estão presos no paraguai.

Lula e Lugo se encontram hoje no olho do furacão: na fronteira dos dois países, entre Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e Pedro Juan Caballero. O prefeito da cidade paraguaia é irmão do senador baleado.
A maior preocupação do Planalto e do Itamaraty não é com o EPP -cuja atuação motivou o estado de exceção decretado no país vizinho no último dia 24.

A avaliação é que não há provas de relações financeiras e operacionais entre essa organização paraguaia e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). O que há, até agora, são trocas de e-mails classificados como “de simpatia, praticamente sociais” entre militantes dos dois grupos.

Esses e-mails constam da documentação levantada pelos órgãos de segurança colombianos a partir dos computadores do líder das Farc, Raul Reyes, morto pelo Exército da Colômbia em solo equatoriano.

Para o governo brasileiro, a importância desse material é muito relativa e, além disso, não há ali nenhuma prova concreta da conexão Farc-EPP. Lula, que atua sistematicamente a favor dos governos da região e contra as crises políticas do Cone Sul, quer oferecer dois tipos de ajuda a Lugo -que é considerado pelo governo brasileiro uma esperança positiva para o paraguai, mas que enfrenta sérios problemas de governabilidade.

A primeira é econômica, para a construção de uma linha de transmissão de energia entre a hidrelétrica de Itaipu e Assunção. A outra, política e policial, de reforço na fronteira, para evitar que o dinheiro do tráfico circule livremente na região.

Mas ele viaja disposto a não atender um pedido que certamente ouvirá: a revisão do refúgio que o Brasil deu aos paraguaios Victor Colmán, Juan Arrom e Anúncio Martí, que o paraguai acusa de serem do EPP e responsáveis por sequestros lá.

Fonte: Correio Braziliense via NOTIMP

Lula e Lugo se encontram sob forte esquema militar

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, receberá nesta segunda-feira em Ponta Porã (MS), na fronteira com Pedro Juan Caballero, o presidente paraguaio, Fernando Lugo. A pauta do encontro abrange desde acordos energéticos de Itaipu até a violência na região da fronteira.

O encontro privado está previsto para começar por volta das 10h desta segunda nas proximidades da cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, capital do departamento (Estado) de Amambay, onde na semana passada o senador Robert Acevedo sofreu um atentado. Quatro brasileiros foram detidos sob suspeita de terem disparado mais de 40 tiros contra o parlamentar durante a ação, na qual morreram duas pessoas.

O porta-voz da Presidência brasileira, Marcelo Baumbach, disse que Lula pretende mostrar a Lugo sua solidariedade e oferecer toda a cooperação possível, embora tenha esclarecido que para o Brasil essa situação é de “natureza interna” do Paraguai.

Estado de exceção

Pedro Juan Caballero é capital do departamento (Estado) paraguaio de Amambay, uma das cinco regiões do país em que rege o estado de exceção decretado pelo governo Lugo para conter uma onda de violência atribuída à guerrilha do chamado Exército do Povo Paraguaio (EPP).

Segundo a Promotoria paraguaia, o EPP é um grupo desprendido do Partido Pátria Livre (PPL) e poderia ter relações até com o Primeiro Comando da Capital (PCC), controlado por presos em São Paulo.

Itaipu

Na reunião desta segunda, Lula e Lugo também farão uma avaliação dos acordos alcançados em 25 de julho de 2009 dentro das negociações sobre a divisão de energia da hidroelétrica de Itaipu, de propriedade compartilhada pelos dois países.

O porta-voz de Lula antecipou que um dos assuntos que serão colocados será a oferta brasileira de construir uma linha de transmissão de 500 quilowatts entre Itaipu e Assunção. O preço da obra tinha sido fixado inicialmente em US$ 250 milhões, que seriam financiados totalmente pelo Brasil.

Baumbach disse que agora se pretende que as obras, cujo custo situou entre US$ 350 e 400 milhões, sejam financiadas pelo Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), bloco que ambos os países integram junto com Argentina e Uruguai.

Isso significa que o projeto precisa ser aprovado pelos quatro países, embora, segundo disseram fontes oficiais, o Brasil poderia facilitar o trâmite e apresentar a maioria ou até o total do dinheiro, através de contribuições especiais do Focem.

O chanceler paraguaio, Héctor Lacognata, disse desconhecer a proposta brasileira de mudar o modo de financiamento da obra, mas assegurou que a construção da linha de transmissão começará em breve. Lacognata também reiterou a confiança do governo paraguaio de que o Brasil vai honrar o compromisso de 25 de julho.

* Com EFE

Fonte: Último Segundo

13 Comentários

  1. A partir do dia 15 de junho o governo prometeu enviar reforço de 9 dos 11 Estados que têm fronteira seca. A cidade de Breves-PA será a primeira a receber um batalhão com policiais civis e militares treinados para atuar no combate ao crime na região fronteiriça. O efetivo vai contar com equipamentos de última geração como binóculos com câmera, aviões anfíbios, helicópteros tripulados e não-tripulados e lanchas que conseguem navegar em lâminas de 20 centímetros de água. O objetivo é combater crimes típicos da região como o tráfico de drogas, contrabando de armas e munições, roubo de cargas e veículos, tráfico de pessoas, exploração sexual e crimes ambientais. Atualmente, o policiamento de fronteira cabe aos estados e às Forças Armadas. O Ministério da Justiça cita o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) como exemplo de eficiência na atuação repressiva na região fronteiriça. O Policiamento Especializado de Fronteira (Pefron) tem o objetivo de intensificar esse trabalho. A primeira etapa do Pefron no Pará será a formação dos policiais selecionados e a aquisição de embarcações, carros com tração 4×4, binóculos com câmera digital, microcâmeras sem fio, microfones, geradores e equipamentos de visão noturna. O projeto atingirá 571 municípios brasileiros que estão localizados nas fronteiras da Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.

    Fonte: G1

  2. Olha, já havia comentado em outro tópico mas vou ampliar o que acredito ser necessário

    – Criação de uma Secretaria ou órgão binacional, responsável pela identificação e formação de um banco de dados que se registrem os grupos e indivíduos envolvidos na problemática dos brasiguaios e outros da fronteira, bem como a regularização fundiária de acordo com os trãmites legais, envolvendo um marco regulátório para a posse de terras.
    Dessa forma, podemos separar quem é quem, e se está ligado a alguém.

    – Formação de uma Força-tarefa permanete e conjunta, policial entre os dois países, não só através de grupos de operações táticas, como também intercãmbio e apoio em inteligência, criando uma estrutura de vigilãncia articulada e completa sobre a fronteira.

    – Fomento à capacidade de geração de dados e gestão de infomações policiais no paraguai, ligados á Inteligência policial, que atualmente está em frangalhos.

  3. No longo-prazo

    – Formação de um sistema ou órgão de mapeamento continental, que pemita o maior conhecimento a respeito de áreas de risco comum no continente, como um IBGE sul-americano vinculado a uma secretaria de assuntos estratégicos.

    – Segurnça pública integrada no âmbito sul-americano, com intercãmbio centrado em redes de busca e rastreamento.

  4. Caros amigos, só quem trabalha com segurança pública sabe o nível de infiltração do tráfico (leia-se crime organizado internacional) nas instituições policiais e políticas do nosso país e demais (todo o mundo). Se a sociedade não acordar e remendar essa “constituição” fabricada sob a égide do “preso político” não daremos conta de enfrentar essa situação que só tende a piorar. É necessário que tenhamos leis que punam terroristas (sim, ou vcs acham que no Brasil não tem terrorismo? lembram do caso do bicheiro do RJ, onde mataram seu filho?) se necessário com pena de morte e demais casos com pena perpétua (essa história que não resolve a pena capital é só mais uma forma ideológica usada pelos interessados na situação atual; os gringos não são burros não; matou morreu); com essa gente não tem acordo, já perderam a inocencia humana a muito tempo; são verdadeiros animais; quem discordar é porque ainda não foi vítima da violencia que esse pessoal pratica com tanta naturalidade…qnto ao fato de ir um inocente parar na cadeira elétrica, todos sabem a quantia de recursos que o ordenamento pátrio proporciona ao indivíduo…logo a chance de um inocente morrer é nula (in dubio pro reu)…vamos acordar enquanto é tempo…acrescento ainda que sem a devida mudança na legislação patria nenhuma ação policial será de eficácia duradoura. O tráfico internacional é filho do crime organizado internacional que é filho dos grupos políticos imperialistas americanos e europeus (não achem quea as FARC por terem ideologia comunista não é usada pelos donos do dinheiro mundial, pois adoram um grana)…é questão de soberania nacional o enfrentamento de grupos criminosos organizados…

  5. Limpar a penetração do crime organizado nas nossas instituições, passa necessariamente pela certeza de busca e de punição.

    Os dois elos devem se complementar.

  6. “O tráfico internacional é filho do crime organizado internacional que é filho dos grupos políticos imperialistas americanos e europeus (não achem quea as FARC por terem ideologia comunista não é usada pelos donos do dinheiro mundial, pois adoram um grana)…é questão de soberania nacional o enfrentamento de grupos criminosos organizados…”

    Perfeito!

  7. Aliás, O PCC nasceu e se desenvolveu dentro do sistema prisional do Estado de São Paulo, que por “coincidência”, nos últimos 18 anos, foi governado pelos tucanos, aliados incondicionais do EUA…

  8. Os paraguaios querem ajuda. Legal, abram o espaço aéreo para patrulhamento brasileiro e mais liberdade para a polícia brasileira atuar lá.

    De graça é que não deve sair.

  9. Faço minhas as palavras do Blueyes, comentàrio de òtimo nivel !!

    E desta vez concordo como Renato também… deixa a gente entrar legalmente là, fazer e levar um pouco de justiça para com esses terroristas… olha a gripe suína me pegando!

    Valeu !!

  10. BlueEyes :
    são verdadeiros animais;

    Discordo dessa parte. São outra coisa mais nunca animais…Animal é bem melhor que muito humano por ae, não mata por dinheiro…

  11. Esta é uma situação extremamente preocupante para os governos do Brasil e do Paraguai e para o futuro da integração sul-americana.
    Não é possível acreditar que tudo vai “se resolver sozinho” como os liberais defendem (livre mercado, livre concorrência, livre isso, livre aquilo). É necessário o planejamento de uma série de políticas públicas, de forma coordenada entre os dois Estados, do Brasil e Paraguai, e se possível, incluindo organizações internacionais regionais como o Mercosul e a UNASUL.

    Considerando a gigantesca desproporção de capacidade econômica (o PIB brasileiro é mais de 10 vezes maior do que o do Paraguai) é óbvio que o Brasil terá que assumir responsabilidades e arcar com custos maiores do que os assumidos pelo governo paraguaio.

    O aumento da segurança deve ser pensado em políticas de diferentes níveis de abrangência geográfica e securitária (local/subnacional, bilateral- regional e continental), que devem ser acompanhadas de políticas de desenvolvimento econômico e social (ampliação das capacidades produtivas no Paraguai, desenvolvimento local e integração de cadeias produtivas).

    A melhoria das políticas de segurança pública passa por uma completa reestruturação das polícias locais (dos estados/províncias/departamentos), transformando-as em polícias nacionais. Não é possível pensar em combater o crime organizado internacional com polícias estaduais/provincianas. No Brasil temos duas polícias estaduais diferentes (civil e militar) e tornou-se urgente transformar ao menos uma destas duas (de preferência a Polícia Militar) em uma polícia nacional, com uma política nacional integrada de segurança pública. Teriam um piso salarial único em todo o país, padrões de treinamento e bancos de dados unificados e as forças especiais das polícias seriam uma força especial nacional. Determinado grau de comando poderia continuar compartilhado entre estados e o governo federal até o processo ser terminado. O ideal seria, inclusive, transformar as duas polícias (civil/militar) em polícias nacionais.

    A Polícia Federal pode continuar existindo enquanto tal, mas seria transformada no núcleo de uma força policial continental, juntamente com as instituições equivalentes nos demais países, para formar uma espécie de “Europol” sul-americana, que no longo prazo, possa padronizar treinamentos e compartilhar informações em todo o continente.

    Para isso, é fundamental constituir uma série de tratados bilaterais com os vizinhos, assim como tratados multilaterais dentro do Mercosul e da UNASUL. Tudo indica que a Unasul é o melhor órgão para institucionalizar uma polícia continental, ao menos por enquanto. Forças especiais desta polícia sulamericana poderiam, inclusive, ser utilizadas como forças policias em missões de paz da ONU.

    Em paralelo é necessário reduzir urgentemente as gigantescas desigualdades socais existentes no continente, acabando com a miséria extrema existente no Brasil e nos países vizinhos, de forma simultânea. A melhor forma de fazer isto parece ser a construção de infra-estrutura comum aos países sul-americanos (transportes, energia e comunicações), pois estas obras geram empregos imediatos para mão-de-obra pouco qualificada, injetam recursos nas regiões e reduzem os custos da circulação de mercadorias e pessoas, ampliando desde o comércio até o turismo. A IIRSA já tem feito uma ou outra obra deste tipo, mas tudo de forma muito tímida se comparado às necessidades gigantescas da América do Sul, onde existe uma demanda reprimida de consumo que é absurda. Basta lembrar que metade da população do Paraguai e da Bolívia ainda vive no campo e não tem acesso a eletricidade, portanto são uma enorme reserva de mercado potencial para produtos eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

    No longo prazo é necessário criar uma série de novas indústrias com plantas industriais em todos os países da região, com uma cadeia produtiva integrada, que concentre as fábricas com grande demanda de mão-de-obra nas áreas mais pobres e de mão-de-obra mais abundante. Para viabilizar economicamente tais cadeias produtivas, a infra-estrutura de transportes, energia e comunicações, citada anteriormente, é absolutamente vital.

    É muito importante que novas empresas binacionais, trinacionais ou multinacionais (no sentido real da palavra) sejam criadas no âmbito do Mercosul ou em acordos bilaterais (Brasil-vizinhos) para viabilizar que estas cadeias produtivas gerem emprego e renda nos países da região. Por exemplo, uma empresa de automóveis trinacional Brasil-Bolívia-Paraguai poderia produzir carros elétricos leves e de baixo custo, com design e motores brasileiros, baterias de lítio fabricadas na Bolívia, autopeças e linha de montagem no Paraguai, exportando direto pela Hidrovia do Mercosul para todo o mundo. Até mesmo cooperativas de trabalhadores (mão-de-obra ainda mais barata) produtoras de parafuros poderiam ser subcontratadas pela empresa trinacional nestes países. Dependendo do número de países envolvidos, poderíamos ter determinadas peças fabricadas na Argentina e a linha de montagem final no Uruguai. Uma multinacional pertencente a 3 ou 5 países diferentes, poderia significar uma Participação de 10 a 20% para cada um e ainda 20-30% pulverizados nas Bolsas de Valores dos países integrantes do consórcio, nas mãos de particulares.

    A mesma lógica poderia ser aplicada a outros setores produtivos, como eletroeletrônico, na produção de celulares, computadores e até chips e painéis solares fotovoltáicos. Até mesmo a indústria naval, petroquímica, aeronáutica e indústria bélica poderiam ter parte de suas peças fabricadas em outros países sul-americanos. No longo prazo, esta parece ser a única alternativa de desenvolvimento integrado do continente, capaz de reduzir as pobreza extrema no continente e garantir um ciclo duradouro de desenvolvimento, paz e estabilidade regional.

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