Vietnã celebra 35 anos da vitória contra os EUA

http://operamundi.uol.com.br/arquivos/upload/vietna7.jpgMilitares apresentam armas diante da tribuna da manifestação, em Ho Chi Minh.

Ainda amanhecia quando milhares de vietnamitas, organizados em colunas, começaram a se aproximar do Parque 30 de Abril, diante do antigo palácio presidencial, na cidade de Ho Chi Minh. Sindicatos, universidades, fábricas e organizações camponesas enviaram suas delegações, além das forças armadas. Respondiam à convocação para a manifestação que celebraria o triunfo do Vietnã socialista contra o governo de Saigon (velho nome da cidade) e seus aliados norte-americanos.

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Vietnamitas festejam os 35 anos do fim da guerra durante manifestação em Ho Chi Minh.

Não foi um comício de tipo ocidental. O horário já era extravagante. Todos estavam avisados que as atividades começariam pontualmente às 6h30 e estariam encerradas três horas depois, antes que o calor alucinante de Ho Chi Minh vencesse o dia. Quem ocupava as arquibancadas armadas no caminho central do parque eram as autoridades e os convidados. Os cidadãos, com seus agrupamentos, foram os responsáveis pelo espetáculo.

Poucos discursos, apenas quatro – e religiosamente cronometrados. O primeiro secretário do Partido Comunista do município falou por 20 minutos. Depois vieram o presidente da Associação dos Veteranos de Guerra, o secretário-geral da federação sindical local e o presidente da Juventude Comunista de Ho Chi Minh – cada qual com direito a 10 minutos de discurso. O presidente da República, Nguyễn Minh Triết, 68, um sulista que teve participação discreta na guerra e está no cargo desde 2006, apenas assistiu, junto com outros dirigentes.

Aproximadamente 50 mil pessoas desfilaram diante das tribunas. Grupos teatrais representaram momentos da guerra de 21 anos contra os norte-americanos e o então Vietnã do Sul. Muita música, até com um pouco de ritmo pop, além dos acordes previsíveis da Internacional (o histórico hino socialista) e de canções revolucionárias. Depois, uma longa marcha, com militares, trabalhadores, mulheres, intelectuais, estudantes, camponesesm com suas faixas e bandeiras, além de modestas coreografias.

Mas a maior emoção estava no rosto dos veteranos de guerra. Um deles era o coronel Nguyễn Van Bach, de 74 anos, cabelos inteiramente brancos. Nascido na província de Bình Dương, no sul do país, integrou-se à luta armada em 1947, aos 11 anos. Ainda era a época da guerra contra os franceses, que não aceitavam a independência conquistada em 1945, sob a liderança do líder comunista Ho Chi Minh.

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Van Bach ainda combatia no final de abril de 1975. Fazia parte das tropas guerrilheiras. Estava em um destacamento que já controlava a cidade de Tan An, na província de Long An, localizada no delta do rio Mekong. Foi lá que soube da queda de Saigon nas mãos de seus camaradas. “Tive uma alegria tão grande que provocava lágrimas”, lembra-se. Ainda se emociona, como vários de seus amigos, quando se recorda dessa data.

Afinal, no dia 30 de abril de 1975, encerravam-se mais de 30 anos de guerra regular ininterrupta. Desde que fora formado o primeiro pelotão da guerrilha comunista, em dezembro de 1944, sob o comando de Võ Nguyên Giáp, braço direito de Ho Chi Minh, os vietnamitas enfrentaram sucessivamente invasores japoneses, franceses e norte-americanos.

Colonia francesa desde 1856, o Vietnã foi ocupado pelas tropas nipônicas durante a Segunda Guerra Mundial. Os comunistas assumiram a linha de frente na luta contra os soldados de Hiroito, aproveitando o colapso de Paris às voltas com a ocupação nazista. Lideraram uma frente de várias correntes políticas, denominada Vietminh, e declararam a independência do país depois da capitulação japonesa, em agosto de 1945. No dia 2 de setembro do mesmo ano nascia a República Democrática do Vietnã.

Guerra da Indochina

O general De Gaulle, presidente da França, assim que viu derrotado o nazismo, ordenou que suas tropas sufocassem os rebeldes vietnamitas. Foram oito anos de sangrentos combates. Os homens de Ho Chi Minh e Giáp organizaram uma poderosa resistência guerrilheira, que progressivamente aterrorizou e desgastou os franceses. Mais de 90 mil gauleses perderam a vida nos campos de batalha.

A estocada final contra os colonizadores foi em 1954. Ficou conhecida como a batalha de Điện Biên Phủ, uma região no noroeste do Vietnã, perto da fronteira com o Laos. Os franceses imaginavam-se invulneráveis nessa posição estratégica, da qual planejavam sua contra-ofensiva a partir de uma grande concentração de recursos humanos e materiais. Mas o Vietminh, através de trilhas na selva e túneis, foi cercando o local sem ser percebido.

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Carro alegórico homenageia o ex-presidente Ho Chi Minh (1890-1969), líder histórico do país.

Depois de oito semanas, entre 13 de março e 7 de maio, as tropas do general Christian De Castries estavam destruídas e desmoralizadas. Foi o derradeiro capítulo da chamada Guerra da Indochina. Os franceses, derrotados, aceitaram as negociações que levariam aos acordos de Genebra, em 1954. Pelos termos desse tratado, o Vietnã ficaria provisoriamente dividido em dois, ao norte e ao sul  do paralelo 17. Mas eleições gerais teriam lugar em 1956 para reunificar o país.

Quando se consolidaram as perspectivas de vitória eleitoral comunista, os grupos conservadores chefiados pelo católico Ngô Đình Diệm deram um golpe de Estado no sul e cancelaram as eleições. Os Estados Unidos, que já tinham sido os principais financiadores das operações francesas, assumiram a defesa do regime de Saigon. Forneceram, a princípio, recursos, armas e assessores militares.

Guerra do Vietnã

Os comunistas reagiram e liderou, a partir de 1960, um levante popular e guerrilheiro contra Diem, articulado pela Frente de Libertação Nacional com o apoio do norte. Os norte-americanos, diante da fragilidade de seus aliados, enviaram tropas para defendê-los. Era o início da Guerra do Vietnã.

A participação direta dos Estados Unidos durou até 1973. Acabaram asfixiados e quebrados como os franceses. “A supremacia deles era tecnológica”, recorda outro veterano, o general Đỗ Xuân Công, 72. “Mas o armamento deles era para guerra à distância, com aviões, foguetes e bombas. Nós reduzimos o espaço, forçamos o combate no quintal de suas tropas. As armas modernas não tiveram serventia nem substituíram sua falta de moral para a luta”.

A casa começou a cair depois da chamada Ofensiva do Tet (o ano novo vietnamita), em 1968, quando as forças guerrilheiras atacaram dezenas de objetivos ao mesmo tempo, incluindo a própria embaixada norte-americana em Saigon. A Casa Branca já tinha mais de 500 mil homens em combate. A sociedade estrilava com as mortes, derrotas e mentiras.

Os EUA, durante os quatro anos seguintes, despejaram uma quantidade de bombas superior a que foi empregada em todas as batalhas da Segunda Guerra Mundial. No final de 1972 submeteram Hanói a 12 dias e noites de terror. Utilizaram armas químicas para destruir a capacidade alimentar dos vietnamitas e anular as forças guerrilheiras. Mas suas tropas estavam cada vez mais tomadas pelo medo e incapazes de defender suas posições territoriais.

Derrota norte-americana

Washington se viu forçado às negociações de Paris, que levariam à retirada de seus soldados em 1973. O regime de Saigon ficou por sua própria conta. Não permaneceu de pé por muito tempo. Em 1975, o Vietnã reconquistava sua unidade nacional e os comunistas venciam a mais duradoura guerra do século 20.

Os mortos vietnamitas, civis e militares, chegaram a três milhões, contra apenas 50 mil “sobrinhos” do tio Sam. Dois milhões de cidadãos, incluindo filhos e netos da geração do conflito, padecem de alguma deformação genética provocada pela dioxina, subproduto cancerígeno presente no agente laranja, fartamente empregado pelos norte-americanos. Além das perdas humanas, a economia do país foi quase levada à idade de pedra, como preconizava o general norte-americano Curtis LeMay.

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General Do Xuan Cong (esquerda) e coronel Nguyen Van Bach (direita), líderes dos veteranos de guerra

Mas quem desfila a vitória, ainda assim, é o Vietnã. Os norte-americanos foram ocupar o mesmo lugar na galeria de fotos que japoneses e franceses, para não falar dos chineses: o de agressores colocados para correr. “Nossa estratégia se baseou em uma ideia simples: a da guerra de todo o povo”, enfatiza o general Công. “Não havia um centímetro de nosso território no qual os norte-americanos podiam ficar tranquilos. Eles perderam para o medo.”

Essas são águas passadas, porém. Das quais ficam lições, estímulos e valores, é certo, além de grandes livros, fotos e filmes. Mas não resolvem os desafios da paz. Os vietnamitas, nesses 35 anos, tiveram que cuidar de outro problema, para o qual a guerrilha e seus inventos não eram solução. Como alimentar e desenvolver uma nação tão pobre e destruída? Essa é a outra história do Vietnã indomável.

Texto e fotos: Breno Altman

Fonte:Operamundi

24 Comentários

  1. VEJO COMO VCS SÃO BASTANTE PROFISSIONAIS E INTELIGENTES COM MAIS UMA MATERIA DE LEVANTAR FOLEGO…PARABENS….

  2. É quando o bicho pega jogam sujo com o uso de suas armas químicas mas foi uma vitória realmente heróica do Vietnã.

  3. Vitória imunda do comunismo,digo,os EUA podem ter cometido seus erros mas se vencesse o Vietnã do norte,hoje o mesmo poderia se tornar grande econômicamente como foi a Coréia do Sul.

    Pergunto aos Senhores,o que está “vitória eróica”fez para o país?E vou mais longe,se a Coréia do Sul tivesse perdido para o norte,e se tornasse uma só coréia com uma ditadura comunista,vcs acham que a mesma seria,por exemplo,uma potência na indústria naval?

    Por isso digo,vitória imunda do comunismo!

  4. Lembrando que quem chama os EUA de “satã” são os terroristas extremistas islâmicos, daí vocês podem tirar o nível, mentalidade e valores dos esquerdopatas presentes neste blog.

  5. Então façamos como os EUA , jogamos uma bomba em suas casas matamos suas esposa seus filhos, seus vizinhos e se alguém falar,claro, foi efeito colateral.

  6. Se alguém me der uma boa razão de o porque os EUA é um satã,eu respondo.Para aqueles que são anti-americanos devo lembrar que eles:

    1-Evitaram o holocausto nuclear na guerra fria

    2-Foi a nação que mais lutou contra o Eixo na segunda guerra mundial.

    Apesar de serem interesseiros,isso eu concordo,mas me diga uma só grande potência que nunca fez isso?O BRASIL NO LUGAR DOS EUA FARIAM O MESMO!Mas nesse ponto alguém ia aparecer dizendo”só defendemos nossos interesses…”,e eles tão fazendo o que?Afinal a política externa do Brasil no Irã é o que?A mesma coisa!(Nada contra a nossa política nuclear em relação ao Irã,pois eu também apóio,mas meu objetivo é fazer uma comparação.

  7. Essa é a verdade os EUA nunca foram bom em guerras de mata fechada. Por isso que alguns militares de ‘alto-escalão” vem treinar aqui nas nossas Forças Armadas.

  8. “1-Evitaram o holocausto nuclear na guerra fria”

    É justamente o contrário!.

    Na 2ª Guerra,os EUA provocaram um holocausto nuclear, Hiroshima e Nagasaki. 400.000 mortos nas explosões e muitos outros milhares depois… pelos efeitos da radiação, foi o único holocausto nuclear na história da humanidade.

    Foi no EUA que se criou a 1ª arma nuclear

    E foi o EUA que o grande e principal responsável pelo risco de um holocausto nuclear, ao desenvolver e investir pesadamente em armas nucleares e sistemas de mísseis, provocaram uma corrida nuclear, onde sempre foi o EUA ( E é assim até os adias atuais…) que “puxou” a corrida, os outros países iam a reboque, reagindo aos armamentos nucleares e convencionais “made in USA”. É assim até hoje !

    “2-Foi a nação que mais lutou contra o Eixo na segunda guerra mundial.”

    Foi a então, URSS, a grande responsável pela derrota dos nazistas alemães.

    De cada dez baixas entre o Wehrmacht (Forças Armadas da Alemanha), nove morreram na frente leste em combate com a URSS.

    Noventa por cento dos tropas nazistas foram mortos pelos Soviéticos. E 26 milhões de cidadãos soviéticos morreram para para que o resto do mundo pudesse viver em liberdade e fora do jugo do nazismo.

  9. Até à invasão da Itália, em 1943, pelos Aliados, as tropas russas eram as únicas a combater as forças alemãs em solo europeu.

    Apesar dos pedidos de ajuda da URSS, as forças terrestres Aliadas só entraram verdadeiramente na Europa depois da invasão da Normandia, em Maio de 1944 – daqui até ao fim da Guerra morreriam a maior parte dos 264 000 soldados britânicos mortos em combate. Até essa altura, os bombardeamentos aéreos das cidades alemãs foram a única forma eficaz da Inglaterra e dos Estados Unidos atingirem a Alemanha.

  10. Wi

    1-Veja bem,eu disse guerra fria,eu sei que os EUA fizeram em Hiroshima e agasaki e sou contra aquilo,mas a URSS Quase detonou o mundo!Lembra da crise dos mísseis em Cuba em 1962?Imagina se aquilo tivesse acontecido?Pode te certeza que ia ser o fim do mundo ou perto disto.

    2-O que vc colocou sobre a URSS contra os Nazistas foi certo,porém preste atenção,eu disse EIXO,te,os soviéticos conseguiriam derrotar o Japão?Claro que não.
    Talvez em número de casualidades os soviéticos tenham ganhado,mas os Estados Unidos tinham a maior estratégia global,e se não fosse pelos EUA,o Eixo inteiro cairia em cima da URSS,pois até la o Reino Unido estaria acabado varrendo boa parte da civilização cristã.

    3-Ata,então a URSS lutou simplesmente pela limberdade?Mentira que se conta até hoje!Eles lutaram contra o Nazismo somente por vingança pela quebra do pacto não-agressão por parte de Hitler.Ou é necessário lemprar que a URSS matou 20.000 poloneses em Katin?Se o pacto não tivesse quebrado,Stalin mataria muito mais.

    E que liberdade é essa onde não se pode votar e expressar sua opinião?

    Abraços e espero sua resposta se quiser.

  11. O Brasil é pior, destroi seu próprio povo….Nó possuímos a mais poderosa “arma de destruição em massa” do mundo, nossos políticos. Joga alguns deles la nos EUA para ver o que acontece. Não dou um mês para acabar com eles…Detalhe, não tem volta…

  12. Tem mesmo é que festejar vitória sobre um inimigo cruel e invasor, tem mesmo que matar e eliminar os usurpadores da democracia que apoiaram e fizeram um golpe de estado contra o resultado das eleições de 1956, mas é sempre assim, a democracia para os Yankees é que vença o melhor candidato “pra eles”….

    E tem mesmo que festejar a derrota de um país que usou mares de armas químicas no Vietnam, e depois dizem com a típica hipocrisia a eles encarnada, que vão invadir um país para prevenir o uso de armas químicas… que a festa da vitória seja plena e vai longe na noite profunda !!!

    Eles venceram a guerra e se libertaram de uma nação invasora, e certamente mudaram hoje regime econômico, assim como a China fez nos últimos anos, mas isso não desmereçe em algum modo a vitória militar, pois basta lembrar da guerra das Malvinas, um lado venceu e outro foi derrotado, mas todos os dois utilizam o mesmo regime econômico.

    Valeu, e farei também grandes festas pela unificação do vosso país, aqui em casa, uma boa desculpa para uma cervejada bem brasileira !!

  13. Lecen:

    Estamos ai se tiver peito pra debater de forma clara e direta… mas pra mimos maiores terroristas do mundo são os Yankees, pois são eles os maiores homicidas de civis indefesos do mundo pós 2GM, e isso é um fato!!

    Quanto aos “terroristas extremistas islâmicos” que o senhor se refere, eu os vejo como senhores que não medem conseqüências para defender a própria terra dos invasores estrangeiros, usando métodos “Extremos”, por isso são chamados de extremistas, elementos capazes de sacrificar a própria vida em prol da morte do inimigo, da defesa da pátria e da cultura do próprio povo, além do credo divino que assume tons de esperança para o povo que combate.

    E quanto a serem islâmicos, bem eu não tenho credo algum e considero a religião a maior droga que a humanidade tenha nunca experimentado, pois mesmo nos dias de hoje não vejo que o homem conseguirá inventar ou sintetizar uma outra droga capaz de gerar mais vitimas que a religião, desde as cruzadas aos dias de hoje, nada fez mais mortos nesta nossa espécie quanto o ópio religioso. Agora, considerando somente o lado pratico desde cocktail de substancias nocivas, vejo o islamismo moderno como uma coisa nova, que esta se abrindo à discussão interna e ao confronto entre as facções, sem perder a fé pessoal básica de cada um… à parte nos países amigos dos Yankees como a Arábia Saudita por exemplo, onde estas aberturas à moderação e confrontação pacifica entre facções não existem, mas são duramente reprimidas pelo governo ditatorial local… mas voltando ao tema, vejo que essa abertura é positiva e razão de inveja de muitos cristãos e judeus por ai, pois poucos são os homens capazes de morrer voluntariamente por algo que acreditam nestas culturas religiosas… creio que no Brasil o numero de cidadãos assim determinados são realmente poucos, ou quase inexistentes !!

    Estamos ai… se quiser e for capaz de debater os pontos de vista sobre a realidade que nós circunda, estamos ai !!

    Valeu !!

  14. Assim não dá, entro em um novo tópico e lá vem a chuva de desqualificação ácida gerada pelos idealismos simplistas.

    OS EUA não são o Satã muito menos a luz q guia o mundo como o Império Romano assim achava.

    O q foi tentado no Vietnã, foi uma intervenção militar na linha vital de contenção geopolítica do Leste Asiático, dada sua importância como corredor marítimo-comercial de acesso ao Japão e como zona de ligação e ponte logísitca à maior parte das águas do Pacífico. Ou seja, os EUA buscavam maximizar seu bem-estar político/econômico atendendo aos seus interesses estratégicos.

    Já o Vietnã, q já havia passado por um violento processo de luta pela sua própria independência como nação, durante o conflito da Indochina, sabia muito bem o q era voltar a ser colônia de exploração ultra-marina, por um país estrangeiro cuja visão hegemônica não ia de acordo com seus interesses nacionais, e portanto sua sobrevivência como Estado soberano e sócio-políticamente autônomo importava muito mais do q qualquer ideologia ou modo de produção.

    Acho que um mínimo de bom senso e ponderação, ajudam a construir o pensamento crítico.

  15. Caro Ulisses,

    1- A crise dos mísseis foi um arriscado jogo de xadrez atômico. Más neste jogo, quem deu o 1º lance ofensivo foi o EUA, que ao instalar mísseis nucleares na Turquia, fronteira da URSS, provocou a reação soviética, a instalação de mísseis em Cuba…

    Ou seja ao contrário do que você diz, quem começou a crise foi o EUA, que com a instalação de mísseis nucleares na Turquia (na fronteira com a URSS), em 1961, provocou a reação soviética de instalar mísseis nucleares em Cuba em 1962.

    “Foram treze dias de suspense mundial devido ao medo de uma possível guerra nuclear, até que em 28 de Outubro Kruschev, após conseguir secretamente uma futura retirada dos mísseis estadunidenses da Turquia, concordou em remover os mísseis de Cuba.”

    ———————————————–
    Você disse que:

    “2-Foi a nação (EUA) que mais lutou contra o Eixo na segunda guerra mundial.”

    Respeitosamente discordo, o grande responsável pela derrota do “eixo”, foi a URSS que derrotou o detentor do maior poder bélico (disparado) dos países do eixo, a Alemanha nazista…

    Quanto ao papel dos EUA, é claro que foram muito importantes na 2ª Guerra, más quem jogou o papel decisivo na derrota do eixo, foi a URSS. Em que pese
    a propaganda pró norte-americana, de milhares de filmes feitos em Holiwood…

    Que eu saiba, a Alemanha fazia parte do eixo e sem dúvida era o mais poderoso entre os três ( Japãp,Alemanha, Italia).
    .
    .
    Além do que, a URSS já tinha lutado e infligido uma severa derrota ao japão na batalha travada junto ao rio Khalkhin-Gol entre Maio e Setembro de 1939.

    “Nas batalhas daquelas semanas, participaram dezenas de milhares de homens um elevado número de tanques, blindados e peças de artilharia e de centenas de aviões, de cada lado…”

    “A batalha prosseguiu até dia 31/08/1939, quando as últimas posições japonesas em território da Mongólia foram completamente derrotadas.

    O 6º Exército Imperial do Japão acabara de sofrer uma derrota humilhante em Khalkhin-Gol na véspera do início da II Guerra Mundial.”

    “A 15 de Setembro de 1939, Tóquio assinava o acordo de cessar-fogo e dois anos depois reconhecia o traçado da fronteira da Mongólia.”

    “A dura lição recebida na Mongólia aplacou definitivamente a veleidade agressiva do Japão em relação à URSS. A derrota categórica do Japão foi um dos factores determinantes que impediu que a URSS fosse obrigada a combater em duas frentes na guerra de 1941-45. A confirmação de que o Japão não tencionava atacar a URSS, transmitida de Tóquio por Richard Sorge (que avisara a direcção soviética para o início da operação Barbarossa pela Alemanha nazi, desencadeada a 22 de Junho de 1941) permitiu, nos dias especialmente críticos do Outono de 1941, a transferência para os arredores da capital soviética de importantes reforços militares provenientes do extremo oriente – entre os quais algumas das unidades que tinham combatido em Khalkhin-Gol.”

    O fato é que o Japão desistiu de atacar a URRS e foi arrumar uma encrenca ainda maior ! Com o ataque a Pearl Harbor…
    ——————————————————-

    “3-Ata,então a URSS lutou simplesmente pela limberdade?Mentira que se conta até hoje!…”

    Eu não disse que “…a URSS lutou simplesmente pela liberdade…”

    Más certamente que as primeiras motivações soviéticas foram de autodefesa, pois tinha sido atacada…

    Você diz: “Eles lutaram contra o Nazismo somente por vingança pela quebra do pacto não-agressão por parte de Hitler.”

    Com certeza que não foi isto. Eles lutaram para sobreviver a um feroz ataque da mais poderosa máquina de guerra da europa e claro que ao final, ao sobrepujarem o agressor, partiram para a ofensiva, para a derrota final da Alemanha e o continente Europeu ficou dividido, foi o tempo da “Guerra Fria”…

    Más não importando as motivações, ao final a guerra Alemanha x URSS foi a principal responsável pela derrota do nazismo…

    Quanto aos crimes de Stalin é outra história…

    saudações !

  16. Wi

    Então façamos um seguinte,todos cometem erros,porém,não podemos nos esquecer dos crimes pois eles são tão crueis como a própria guerra!Em um levantamento que vi uma vez acho que passou até na BBC,os 2 homens que mais mataram inocentes no mundo foram justamente Stalin e Mao-Tsetung(Hitler vem em 3° lugar!),existem documentos que já provaram isso,e não foram feitos só por americanos.

    Saudações.

    Para os outros comentaristas:

    Daí eu pergunto,porque será mesmo que em países comunistas,não se tem muita notícia como no Ocidente?Justamente por causa da falta de liberdade de expressão!
    Será possível que revendo e revendo a história humana ainda não aprendemos isto?

    Eu pergunto também,porque de tanto imigrante do Vietnã,principalmente China que sai de seu “glorioso” país para viver no Ocidente?

    Sobre o Vietnã,existiu o vietnã do sul que lutou também contra o norte,se fosse uma “invasão” dos EUA,seria na ocasião um único vietña já comunista,dai sim seria invasão.O que é mais engraçado é que tem tanta gente chamando EUA de satanás,mas usa Windows,iPhone,vai no McDonalds e tem um Ford!

    Psíses que se tornaram comunistas não garantiram liberdade ao seu povo,apenás criaram outro regime.Se vcs tem democrácia hoje,agradeça aos diretistas de ontem,inclusive os EUA ta bom?Porque o comunismo nuncanos deu e nunca nos dará nada.

    Saudações e ainda estou aberto para comentários.

  17. O que fez o Vietnã foi notável.
    Independentemente de conotações ideológicas, lutar por mais de século pela própria independência é algo que poucos povos fizeram.
    Lutaram e demonstraram força moral, firmeza
    Venceram, sem duvidas.

    O regime que adotam não é importante.
    O essencial é o espirito de ser independente, não aceitar submissão (que muitas vezes vem disfarçada em eufemismos ideológicos), nem que seja necessário lutar com os mais poderosos do globo.

  18. É meu caro,

    estamos discutindo coisas diferentes, eu sobre fatos históricos e você sobre ideologias.

    Aliás,pelo seu discurso ideológico, nota-se que você ainda está imerso nos “ideologismos” da guerra fria ,capitalismo x comunismo | bem x mal…

    Más tanto o capitalismo/colonialismo ultra-liberal, como o comunismo “ortodoxo”, são duas ideologias extremas e são as duas faces de uma mesma moeda.

  19. Wi :
    É meu caro,
    estamos discutindo coisas diferentes, eu sobre fatos históricos e você sobre ideologias.
    Aliás,pelo seu discurso ideológico, nota-se que você ainda está imerso nos “ideologismos” da guerra fria ,capitalismo x comunismo | bem x mal…
    Más tanto o capitalismo/colonialismo ultra-liberal, como o comunismo “ortodoxo”, são duas ideologias extremas e são as duas faces de uma mesma moeda.

    Exato WI, duas faces diferentes da economia monetária… nada mais !!

  20. Os Nazistas eram invencíveis naquela guerra!
    Eles tinham Tecnologia 25 anos a frente de qualquer país do resto do mundo.

    Todo mundo queria ser Hitler!

    Os Nazis Perderam a guerra pois houve muitas traiçoes da SS e do Alto escalão.
    A maior investida dos Aliados na Guerra foi em subornar.

    Não é a toa que EUA e União Soviética se tornaram as maiores potencias mundias na Guerra Fria.
    Brigando pelos cientistas Nazis e pelos projetos Nazis fica facil se tornar a maior potencia mundial!

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