A Suécia de olho no Brasil

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ARNALDO NISKIER

É extremamente difícil comparar o que se passa na Suécia com o que ocorre no Brasil, principalmente na área da educação

ENQUANTO NA calçada a neve descia em flocos apressados, a cidade de Estocolmo, linda apesar do frio de 6 graus negativos, abrigava um importante seminário sobre o Brasil e o futuro, a cargo de especialistas dos dois países. Falou-se sobre novas formas de energia (etanol, biodiesel, gás natural e até sistemas híbridos) e defesa do meio ambiente.

O embaixador Antonino Mena Gonçalves traçou um panorama bastante otimista em relação à ampliação das relações comerciais mantidas por nosso país com a nação escandinava, que hoje tem aproximadamente 200 empresas em território brasileiro, contabilizando, somente elas, mais de 50 mil funcionários.

Isso ainda pode crescer muito mais, assinalando-se algo visível a olho nu: o povo sueco tem grande estima pelos brasileiros, fato que remonta ao parentesco do nosso imperador com a família real escandinava. Com o reforço, é claro, da Copa do Mundo de 1958, a que lançou Pelé. Até hoje eles se lembram como aplaudiram os nossos craques durante a final, que vencemos por 5 a 2.

A Suécia tem 9 milhões de habitantes e cerca de 2 milhões de estudantes nas suas escolas. O ensino é integral para todos os alunos -e rigorosamente gratuito, das 9h às 16h30. Os professores são bem remunerados e constituem uma categoria socialmente muito respeitada. Os pais se interessam pela educação dos filhos, especialmente nas primeiras séries do ensino fundamental, quando é comum participarem das atividades escolares para estimular os filhos à conquista do conhecimento.

Uma das palavras que ouvimos na Câmara de Comércio foi a do professor Thomas Arctaedius, da Universidade de Estocolmo. De forma bem objetiva, ele traçou para os 180 participantes do seminário as prioridades da sua instituição.

Vale a pena prestar muita atenção: 1) a formação de cientistas; 2) a formação de pensadores; 3) a formação de professores. Isso numa universidade que tem 50 mil alunos.

É extremamente difícil comparar o que se passa na Suécia com o que ocorre no Brasil, sobretudo na área da educação. São duas realidades totalmente distintas.

Querem um exemplo? Fizemos uma visita à Royal Swedish Academy of Sciences. Ela é uma das quatro responsáveis pela atribuição anual do Prêmio Nobel. Na exposição feita por um dos seus membros, o que mais chamou a atenção foi o cuidado revelado com as crianças. “Elas devem, desde cedo, acostumar-se com a iniciação científica. Damos a isso absoluta prioridade.”

É claro que o resultado só pode ser a existência de um país solidamente constituído do ponto de vista científico e tecnológico. Produz talvez o melhor papel do mundo (lembro que era muito utilizado pela revista “Manchete”) e tem empresas internacionais do porte da Volvo, da Ericsson, da Scania e da SKF, exportando tecnologias e mão de obra ultraespecializada. Sem contar os aviões de combate (caças Gripen), hoje alvo de movimentada concorrência internacional.

Não é de estranhar, pois, que, cuidando assim dos seus recursos humanos, a Suécia esteja no topo das dez maiores economias mundiais impulsionadas pela inovação, superando países como Estados Unidos, Noruega e Dinamarca.

Em pesquisa da London Business School, a Suécia apresentou a melhor combinação de atributos, com os seus serviços de educação e capacitação.

Com outra particularidade: há poucas probabilidades de que o país perca essa liderança, com o atual estágio em que se encontram as suas tecnologias de comunicação (redes, celulares e computadores).

Na lista dos países em desenvolvimento, impelidos pelos recursos naturais, o Brasil figura em sexto lugar na classificação feita pelo Fórum Econômico Mundial, atrás da Malásia, da África do Sul, do Chile, da Argentina e da Rússia.

A conclusão óbvia é a de que devemos persistir nas estratégias de inovação, para o que se torna indispensável um choque de eficiência no processo educacional brasileiro, hoje muito aquém das necessidades de crescimento do país. Quando se vê o que se faz lá fora, aumenta a vontade de uma grande mudança.

ARNALDO NISKIER , 74, é doutor em educação, professor de história e filosofia da educação e membro da Academia Brasileira de Letras.

Fonte: FSP via CCOMSEX

19 Comentários

  1. …caça tupiniquim já, embraer já…o basil que invista na sua turbina e no radar com uma parceria…não dá para deixar passar o bonde da história…

  2. Impressionante, vão cair no conto do vigário do Rafale, pior é cair nesse conto de forma consciente, isso sim é imperdoável….o bonde está pasando e nós para variar vamos ficar esperando na estação, lamentável….

  3. A Suecia e outros paises nordicos que vivem sob uma “social-democracia capitalista”, são no meu entender o mais avançado exemplo de democracia.

    Muito diferente de democracias de fachada, como a norte-americana que, apesar do PIB multi trilhionário, só recentemente começou a debater a implantação deu um sistema de saúde que dê assistência aos mais pobres. No caso norte-americano, as ideologias ortodoxas do capitalismo liberal sem limites , já trouxeram graves prejuízos não só aos estadunidenses, como ao resto do mundo.

  4. “A Suécia tem 9 milhões de habitantes e cerca de 2 milhões de estudantes nas suas escolas. O ensino é integral para todos os alunos -e rigorosamente gratuito, das 9h às 16h30. Os professores são bem remunerados e constituem uma categoria socialmente muito respeitada.”

    Enquanto isto, aqui em São Paulo, sob o governo de Serra, os professores são tratados como marginais:
    ————————
    GOVERNO SERRA
    AGRIDE PROFESSORES

    Tropa de choque cerca ruas da região
    do Palácio dos Bandeirantes e ataca professores
    com bombas de efeito moral e balas de borracha;
    vários professores ficaram feridos

    http://apeoespsub.org.br/teste/Fax/Fax_3610.pdf
    ———————————

    E a grande mídia corporativa também trata os professores como se fossem vagabundos e marginais. Esta é a diferença entre Brasil e Suécia…

  5. Eu acho que o Brasil deveria investir em parceria com à Suécia,África do Sul,Itália,Israel,Coréia do Sul,India e a propria Russia teriamos mais sucesso em compartilhar suas tecnologias.
    abraço.

  6. Eu ainda sou a favor do Rafale, já que esse assunto se estendeu por demais.
    Apenas mudaria incondicionalmente para o Gripen caso a Suécia fornecesse todo um estudo e coordenação para a mudanca de forma de ensino brasileiro.
    Sempre fui fã do método deles.
    O ensino brasileiro além de ser uma bagunça, é uma m****.
    Os nossos alunos não querem aprender e nosso professores não tem competência nem querem ensinar (claro que existem exceções dos 2 lados).
    Enquanto continuarmos assim, seremos meros montadores, independente do que for.
    É por isso que sempre digo, independente qm venha a ganhar o FX-2, se tivermos capacidade para absorvermos 10% da tecnologia, já ganharemos alguma coisa…

  7. É um bom texto de propaganda sueca, será parte do lobby?
    A realidade é muito diferente: os suecos estão desperados.
    Eles já vêem a crise europeia batendo as portas do paraíso escandinavo.

    A realidade é que a Europa não tem futuro, o futuro está nesses países em desenvolvimento, “impelidos pelos recursos naturais” [kkkk não fazem nada, só colheitam e tiram minério kkk].
    A Europa não tem futuro, mas ainda assim não podem com a soberbia.
    Lobby lobby e mais lobby, será que acham que a gente não ve isso.
    Acho bom, um caça brasuca, muito melhor que dar esse monte de dinheiro à Dassault, mas dar quase 5 bn à Saab? por um avião no provado en combate, que ainda falta desenvolver um 60%?
    Seria bom a Embraer falar de desenvolver um caça nacional SEM dar esa grana para os vikings, isso seria apoiado por todos.
    —————————————-
    Suécia: um país que não está preparado para o que vai acontecer nesse século.
    Salários altos, um povo acostumado a viver bem, todo baseado na exportação de mão de obra altamente qualificada.
    Mas neste século parece que a China vai acabar o serviço que começou no século passado, vai tirar esse negócio de fabricar máquinas de tudos os países que ainda as fabriquem.
    Brasil tem o que a China e a Índia precisam, nós não temos o problema que tem a Europa, ainda assim acho que devemos fomentar nossa indústria.
    Enquanto à educação, é óbvio que é tão fragil quanto a economia, se a economia cai a educação também vai cair.
    O problema desses países ‘perfeitos’, dos ‘paraísos’, é que não tem flexibilidade, tem sérias dificultades para fazer mudanças.
    Lembremos a evolução: tem sucesso, não os mas fortes, nem os mais inteligentes, se não aqueles que se adaptam.

  8. A Suécia pode ser um exemplo em várias áreas, principalmente educação.
    São, como vários povos, admiráveis em muitas coisas.
    Sem dúvida, um povo que saiu da pobreza (no séc XIX) para uma sociedade evoluída deve ser merecedor de grande atenção.

    Vamos nos valer de nossa capacidade de nos relacionarmos com todos para evoluirmos.

    Mas no caso dos caças, ainda acho que vamos de rafale mesmo…
    Afinal, não é comprando uns aviões que nos tornaremos socialmente como eles…
    rsrsrsrs….

  9. Wi :
    “A Suécia tem 9 milhões de habitantes e cerca de 2 milhões de estudantes nas suas escolas. O ensino é integral para todos os alunos -e rigorosamente gratuito, das 9h às 16h30. Os professores são bem remunerados e constituem uma categoria socialmente muito respeitada.”
    Enquanto isto, aqui em São Paulo, sob o governo de Serra, os professores são tratados como marginais:
    ————————
    GOVERNO SERRA
    AGRIDE PROFESSORES
    Tropa de choque cerca ruas da região
    do Palácio dos Bandeirantes e ataca professores
    com bombas de efeito moral e balas de borracha;
    vários professores ficaram feridos
    http://apeoespsub.org.br/teste/Fax/Fax_3610.pdf
    ———————————
    E a grande mídia corporativa também trata os professores como se fossem vagabundos e marginais. Esta é a diferença entre Brasil e Suécia…

    A Dilma é muito maluca, mas é melhor que o Serra.

    Para que não sabe, serra é entreguista.

    Meu pai já dizia isso, e vou dizer isso a meu filho, e espero que ele fale isso ao filho dele tanbém.

    A dilma vai ganhar, tomara. Antes ela que o Serra.

  10. muito obrigado amigos. A respeito da

    “lista dos países em desenvolvimento, impelidos pelos recursos naturais, o Brasil figura em sexto lugar na classificação feita pelo Fórum Econômico Mundial, atrás da Malásia, da África do Sul, do Chile, da Argentina e da Rússia.”

    A pesquisa foi feita pela London Business School, como o autor colocou, mas a menção do Fórum Económico Mundial leva a confução, fica a idéia de ser o FEM quem colocou na sexta posição ao Brasil.

    A pesquisa foi feita a pedido da Nokia Siemens Networks…
    Assim e tudo, não é para o Brasil ficar triste, porque nós avançamos 2 posições nesse ranking.
    Nossa patria amada passou da posição oitava para a sexta, parabéns Brasil!
    Mas tem sempre aqueles pessimistas vira-latas que vem o copo quase vazio ao invés de meio cheio rsrs

  11. Luiz:

    “A Dilma é muito maluca, mas é melhor que o Serra.

    Para que não sabe, serra é entreguista.

    Meu pai já dizia isso, e vou dizer isso a meu filho, e espero que ele fale isso ao filho dele tanbém.”

    É isto aí Luiz,

    o problema maior é eleger alguém que governa servindo aos interesses externos, em detrimento dos nacionais. É o chamado entreguista…

    Se ainda tivéssemos uma direita nacionalista… más no Brasil e AL em geral, não dá para diferenciar pura e simplesmente entre direita e esquerda, ainda estamos nos afirmando como nação independente e para esta afirmação, são necessários indivíduos em posições chaves da sociedade, como legislativo, judiciario, executivo, empresarios ,militares , educadores, jornalistas que defendam nossos interesses com ética e firmeza. E isto pode se feito por pessoas de esquerda ou de direita, desde que sejam moderadas. Más especialmente por pessoas honestas, razoáveis e pragmáticas, interessadas no bem do Brasil.

    Por isto na hora de votar, o mais importante é saber: É entreguista ou um legitimo brasileiro?

  12. Wi :
    Por isto na hora de votar, o mais importante é saber: É entreguista ou um legitimo brasileiro?

    Entre um entreguista e uma desconhecida do PT, eu voto no PT mesmo. Até porque que mandanão é p presidente, mas um comglomerado de interesses politicos.

    Eu só vi isso no PT, infelizmente a direita não pensa não quanto ela pode nos prejudicar com seu alinhamento automático com o ocidente.

    PT neles!!!!

  13. Grande Wi e Luiz, vocês chegaram ao cerne da questão. Prestem atenção a um exemplo:

    Enquanto estamos nos digladiando pelos royalties para estados e municípios, aconteceu o que eu vinha dizendo temer aqui. A relatoria do projeto que substitui o regime de concessão instituído por Fernando Henrique para quebrar o monopólio do petróleo pelo de partilha, que restabelece a soberania nacional sobre nossas jazidas foi entregue a ninguém menos que a hiperdireitista Kátia Abreu, a senadora do DEM que se notabilizou por ser porta-voz dos interesses mais reacionários e entreguistas no Congresso.

    A “Miss Desmatamento”, como é conhecida, aquela que se opõe à desapropriação das terras dos que usem trbalho escravo na lavoura, já anunciou que vai apresentar um relatório mantendo as concessões do petróleo às multinacionais.

    A indicação desta figura para relatar o projeto mais decisivo para a independência do Brasil é uma afronta a qualquer idéia de negociação. É uma declaração de guerra à soberania nacional. Precisamos começar já a mobilização contra a tentativa de modificar a essência da renacionalização do petróleo e, até, para derrubar na Câmara as monstruosidades que ela venha a conseguir fazer aprovar no Senado, por (des)ventura.

    Retirado do http://www.tijolaco.com/?paged=6

  14. Esta senhora foi uma das responsáveis pela entrada da Monsanto em nosso país. Para mais informações sobre o que é a Monsanto sugiro o documentário “O mundo segundo a Monsanto”.

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