EUA e Rússia concluem pacto de armas

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Tratado, que deve ser assinado no dia 8, substituirá acordo que expirou em dezembro e obrigará a redução significativa de arsenais; provável aprovação no Senado deve representar nova vitória política de Obama, após reforma da Saúde

Gustavo Chacra
O Estado de S.Paulo

EUA e Rússia chegaram a um acordo para a redução do arsenal nuclear dos dois países. O tratado anterior (Start), assinado em 1991, havia expirado no começo de dezembro e o pacto acertado ontem foi a segunda vitória nesta semana do presidente Barack Obama, depois de ele conseguir a aprovação da reforma do sistema de Saúde no Congresso.

“Acabei de concluir um produtivo telefonema com o presidente Medvedev e tenho o prazer de anunciar que, depois de um ano de intensas negociações, os EUA e a Rússia chegaram ao mais amplo acordo de controle de armamentos em duas décadas”, afirmou Obama ao lado da secretária de Estado, Hillary Clinton, e do secretário da Defesa, Robert Gates. “Eu já afirmei que a intenção americana é conseguir a segurança e a paz num mundo sem armas nucleares. Apesar de esta aspiração não ser possível de ser alcançada em um futuro próximo, estabeleci uma agenda para alcançá-la. Temos de frear a proliferação dessas armas; garantir que o material nuclear não caia nas mãos dos terroristas e reduzir os arsenais atômicos. Por isso, esforcei-me na negociação para o novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas com a Rússia (Start, na sigla em inglês)”, acrescentou o líder americano.

O presidente deve viajar para Praga no dia 8 para a assinatura do acordo com Medvedev. Quatro dias depois, o chefe da Casa Branca receberá líderes de 45 países em Washington para uma cúpula contra a disseminação de armas nucleares. O acordo era considerado fundamental para os EUA num momento em que o governo de Obama tenta obter apoio para aprovar uma nova resolução com sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O regime de Teerã é acusado pelos EUA e países europeus, como a França e a Grã-Bretanha, de estar desenvolvendo um programa para fabricar armas atômicas. Os iranianos negam.

Um dos obstáculos para o novo acordo será o governo americano conseguir apoio suficiente para a aprovação no Senado. Serão necessários 67 votos de um total de 100. Os democratas contam com 59. Depois de conseguir vencer a batalha da reforma da saúde sem os votos republicanos, Obama pode enfrentar resistências também na questão nuclear. Além disso, alguns senadores afirmam que o novo tratado pode pôr em risco a segurança americana. Hillary tentou atenuar o risco ontem ao dizer não acreditar que “a ratificação será afetada” pois “está no interesse da segurança nacional dos EUA”. De acordo com o presidente, o novo Start avança em muitas áreas, ao cortar em cerca de um terço as armas nucleares dos EUA e da Rússia. Também reduz de forma significante os mísseis e os lançadores.

Fonte: Estadão via Notimp

3 Comentários

  1. Falou como se só o Obama tivesse feito tudo e Medvedev só teria que dizer sim pra ele!!

    Se chegaram a este acordo é por que todos os DOIS trabalharam neste sentido e não só o Obama…. mas mesmo assim dúvido que mudarão o mundo com este acordo, 1.500 ogivas pra cada ainda é capaz de fazer um inverno nuclear no mundo, vários invernos álias.

    Agora voltamos ao assunto de igualdade internacional, se cada um deles poderá possuir um arsenal de 1500 ogivas( em prática o que fazem os dois grandes será eliminar as velhas ogivas mantendo as novas e mais letais operativas) é direito dos outros possuirem uma igual idêntica quantidade destas armas de destruição em massa, pois os únicos deuses estão no CÉU !!

    Então a Índia, Paquistão, Israel, França, Grã Bretânia e principalmente a China podem ter estas armas, mas nós que assinamos o TNPN não podemos, e devemos ficar sentados impotentes esperando que os donos do mundo decidam a nossa sorte!

    Muito justo isso… Justíssimo, e tem gente no Brasil que ainda é a favor deste tipo de justiça internacional !!!!

    Assim é muito fácil ser uma potência Hegemônica, ou regionais… Nukes Já para o Brasil!!

    Valeu!!

  2. Devido ao tempo em que se pretende (e acho que vai ficar só na pretensão…) eliminar armas nucleares, também acho que haverá ainda muita discussão sobre elas.

    Muitas nações desejarão igualar-se aos ‘detentores’ dessas armas, e usarão os mesmos argumentos de ‘segurança nacional e dissuasão’ que atualmente as ‘potências nucleares’ usam.

    Depois que sumir a fumaça dos fogos de artificio sobre esse acordo, o Brasil voltará a tocar o assunto (se vamos ou não ter ‘nukes’), mas no momento deve apenas firmar sua posição contra o Protocolo Adicional e ações que possam atingir nosso programa nuclear.

    Essa propaganda toda sobre esse acordo, que na prática está mais para o desativamento de armas mais velhas e redução de custos (como disse Francoorp logo acima) não torna o momento propicio para se falar em ‘nukes’ nossas, que acho que devemos ter e fatalmente teremos.
    Pelo menos um arsenal básico de armas táticas.

    Reitero que isso é uma opinião pessoal apenas.
    Como já escrevi antes, não sou apologista de armas nucleares, apenas penso que as ‘táticas’ são um instrumento poderosíssimo de dissuasão, embora impliquem em um risco geral considerável.
    São armas para se defender contra uma reunião de forças inimigas em iminência de ataque.
    Não gosto das chamadas armas estratégicas, que considero excessivamente desumanas. Excessivamente pq toda guerra é desumana, e armas nucleares de destruição geral e indiscriminada só pioram inda mais as coisas.
    Afinal, devemos nos pautar sempre pela busca da paz, sem esquecer que ‘ vis pacem, parabellum’.

    Mas que vamos ver muita pressão sobre o Brasil por conta desse ‘exemplo’ dado pelo acordo, não tenham dúvidas.
    É só ter calma, frieza e atenção, que em breve as pressões passarão.

    Só me preocupa a volta ao poder de um grupo que nos legou o TNP…

  3. Bom acordo, excelente! Agora reduzimos a capacidade de destruir o mundo de umas 50 vezes e caímos para 35. E tem gente que acha isto bom, legal, tão bom que desejam de todo coração que rasgamos nossa constituição e gastemos rios de dinheiro construindo bombas nucleares.

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