Brasil apoia resolução contra Coreia do Norte

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O Brasil rompeu sua série de abstenções na ONU (Organização das Nações Unidas) sobre países acusados de violações e abusos e votou ontem no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, para renovar o mandato do relator especial para a Coreia do Norte.

A resolução, que critica Pyongyang por “abusos graves, sistemáticos e disseminados”, foi aprovada com 28 votos. China, Rússia, Cuba, Egito e Indonésia votaram contra, e houve 13 abstenções.

“Nosso voto foi consequente com a posição que vínhamos defendendo”, disse à Folha a embaixadora Maria Nazareth Azevedo. “Demos à Coreia do Norte uma janela de oportunidade, pois acreditamos no sistema. Achamos que ela seria adequada para mostrar seu engajamento no diálogo, e esse engajamento não aconteceu na medida que esperávamos.”

A Coreia do Norte anunciou na semana passada que não aceitaria nenhuma das mais de cem recomendações feitas pelo Conselho em sua revisão periódica universal (UPR). Embora não tenha usado o termo “rechaçar”, mais forte, o país disse que “tomava nota” do que foi dito –na prática, uma rejeição.

Os termos da resolução são dos mais duros na diplomacia, como “deplorar” e “exortar”. O Conselho renovou assim o mandato do relator especial por um ano e pediu que Pyongyang colabore com seu trabalho –o que não tem ocorrido.

No texto, os signatários se dizem “profundamente preocupados com relatos de violações graves de direitos políticos, econômicos, sociais e culturais”, além de citar tortura e campos de trabalhos forçados para prisioneiros políticos.

Desde 2008 o Itamaraty vinha se abstendo sobre a Coreia do Norte na ONU tanto em Genebra quanto em Nova York, alegando que a instância adequada era o UPR e que Pyongyang –um dos regimes mais fechados do mundo e que vem adquirindo capacidade nuclear– merecia “janela de oportunidade”.

Ontem a embaixadora brasileira voltou a dizer que Brasília ainda defende o diálogo com o governo norte-coreano e que o UPR é um mecanismo crível.

Mas em outras ocasiões, evocando sua posição de aceno ao diálogo como um incentivo à cooperação melhor do que a pressão, o país deixou de votar contra Irã, Mianmar, Sri Lanka e outros. Conforme aumenta seu protagonismo internacional, no entanto, o Itamaraty é mais cobrado para tomar uma posição firme a respeito.

A Folha apurou que a diplomacia brasileira ficou decepcionada com a atitude norte-coreana e que acredita que uma abstenção nesse caso fragilizaria não só sua posição como a credibilidade do Conselho.

O Itamaraty avalia ainda que, com o rechaço, Pyongyang se enfraquece ante seus críticos. Mesmo países na berlinda, como o Irã, aceitam parte das sugestões, ainda que anódinas.

Fonte: Folha via Geopolítica Brasil

14 Comentários

  1. ja deveri ter invadido isso ja ta mais que na hora isso sim é um ameça real não o pobre do irã provas contra o irã tem muitas é igual a da historia do iraq que tem grandes armas de destruiçõ em massa só se uma batedeira

  2. a coréia do norte infelizmente vai pro saco logo, logo… pena pelas vidas de civís inocentes que pagaram por um louco.

  3. Coreia do Norte e Irã são dois regimes destintos.O Irã têm grande possibilidade de se torna uma nação democratica atravéz do progresso,”pegue as estatista de educação,recentes manifestações” e verá que lá é um caldeirão muito intereçante.Acho que os Aiatolás vão ter o mesmo destino dos Papas.Nunca vi um regime se manter pela opressão quando a maioria de seu povo quer mudar!

  4. Nesse caso creio que realmente temos que nos firmar contra a Coréia do Norte, agora contra o Irã, aí é outra coisa, já que o mesmo ainda não deu sinal de produção da bomba…

  5. Concordo com você Frank, o povo do Irã, demonstra a cada dia sua insatisfação com o regime dos Aiatolás, e a própria reeleição de Ahmadinejad gerou muitos protestos. O tempo antecede a previsível inevitabilidade do fim. …

  6. o Irã está indo pelo mesmo caminho da coréia do Norte, eu acho que se for p/ fazer sanções tem que ir direto nas exportações de gasolina p/ o Irã, só isso faria efeito, mas também não pode o Lula ficar defendendo tanto os aiatolás.

  7. Com relação à Coreia do Norte, não se trata de defender mais seu programa nuclear.
    Essa já produziu e testou bombas, agora é outra negociação, de outro tipo. Tanto que o Brasil nem se envolve muito nisso.
    Mas quanto ao Irã, a situação é próxima ao do Brasil. Não que estejamos querendo bombas, mas o estágio do programa iraniano é muito parecido com o do Brasil.
    Por isso a insistência em defender os iranianos, pois isso é uma defesa ‘preventiva’ do nosso próprio programa nuclear.
    Quanto ao regime , a CN parece uma ‘Cuba’ asiática, mas bem piorada.

  8. Sempre desconfiei e continuarei a desconfiar desse tipo de resolução da ONU que só se dirige a países francos no âmbito internacional. Quando virá uma condenação unânime da ONU quanto às violações dos direitos humanos que ocorrem em bases americanas espalhadas pelo mundo? E quando virá uma condenação aos países europeus que acobertaram e participaram em prisões ilegais e seqüestros de pessoas no seus territórios? As sanções da ONU não passam de uma tentativa imoral dos países “desenvolvidos” de continuar a sua dominação. A única coisa que os países “desenvolvidos” conseguiram realmente produzir no mundo foi exatamente esse descalabro que ele é hoje, inclusive espalhando a miséria e a fome pelo globo. Isso sim foi a sua contribuição para a “ordem mundial”. Aliás os países que hoje exigem que Irã e Coréia do Norte se desarmem são OS MAIS ARMADOS DO MUNDO. Dentre eles os EUA, os únicos até hoje a se utilizarem de bombas atômicas para atacar um país (que já estava completamente de joelhos). Quando virá uma condenação da ONU ao uso da bomba atômica pelos americanos como um crime contra a humanidade? Não me falem de países como a Coréia do Norte ou Cuba, antes de criticarem aqueles que realmente são a fonte e origem da desgraça desse mundo.

  9. As violações contra os direitos humanos na Coréia do Norte, é principalmente político e religioso! No início do ano, a Coréia do Norte, mais uma vez foram classificados pela ONG Open Dors (Portas Abertas), como o País que mais perseguem Cristãos em uma lista que classifica os 50 países que mais intolerantes a liberdade religiosa no mundo.

    Se não me engano é o 5 ano consecutivo que eles ocupam esta posição. Por tanto, Parabéns ao Brasil, pois é direito de todo ser humano, optar por uma posição política e a garantia da liberdade religiosa (Fé).

  10. O que me deixa desconfiado são as condenações seletivas, sempre dirigida aos países que não aceitam ingerência em sua soberânia e que não fazem parte do eixo Europa e EUA. Quanto as resoluões da ONU tem que se aplicar a todos os países indistintamente.

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