Governo quer envolver sociedade na discussão da defesa nacional, diz Jobim

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Agência Brasil
Publicação: 25/03/2010 16:19

Rio de Janeiro –
Começou nesta quinta-feira (25/3) o primeiro ciclo de seminários sobre Segurança Internacional: Perspectivas Brasileiras, promovido pelo Ministério da Defesa, em parceria com diversas instituições públicas e privadas. O resultado das discussões, que devem ser realizadas durante todo este ano, será reunido em um livro, que servirá de apoio para a estratégia de Defesa Nacional do Brasil.

Durante a abertura do seminário, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a ideia do evento é levar a questão da defesa nacional à sociedade e ao meio acadêmico. “Nosso objetivo é trazer para a agenda nacional este tema, que já entrou na do governo e do Congresso, mas que é pouco refletido no meio acadêmico. É uma vitória para o governo e para o Ministério da Defesa, decorrente da estratégia nacional de integrar a defesa ao desenvolvimento nacional.”

Jobim declarou que o Brasil não pode e não deve abrir mão de possuir Forças Armadas capazes de exercer um poder de dissuasão necessário à defesa da soberania e do avanço do interesses nacionais no plano estratégico global. “Não podemos abrir mão de garantir nossa defesa tanto no que tange às nossas vulnerabilidades estratégicas, à dimensão do patrimônio nacional e à infraestrutura energética.”

Para o ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, que também participou do seminário, não existem Forças Armadas fortes sem uma indústria de defesa forte e investimento pesado em pesquisa científica e tecnológica.

“Os Estados Unidos investem por ano em pesquisa cerca de 3% de seu PIB [Produto Interno Bruto], aproximadamente U$ 450 bilhões, enquanto no Brasil investimos cerca de 1% do PIB ou ao redor de U$ 15 bilhões. Essa situação tem um impacto enorme sobre a competitividade das empresas nos campos civil e militar”, comentou o ministro de Assuntos Estratégicos.

O agravamento da crise energética também foi discutido no evento. Guimarães ressaltou a importância de se investir em tecnologia de enriquecimento de urânio para a produção de energia nuclear.

“O Brasil possui a quinta maior reserva de urânio do mundo. E a energia nuclear será um dos grandes vetores para solucionar a crise de energia mundial a longo prazo. Por enquanto, só temos conhecimento de 30% do território e as chances de haver reservas muito maiores são grandes. Essa e outras reservas naturais tornam o Brasil relativamente menos vulnerável que outros países, como Japão e França, altamente dependentes da importação de insumos para sua atividade industrial”, disse Guimarães.

Jobim criticou a postura dos países centrais em manter políticas de defesa de sufocamento, ao impedir outros países de avançar tecnologicamente, como ocorre no caso do uso de enriquecimento de urânio para fins pacíficos. “A Marinha do Brasil conhece muito bem as dificuldades que enfrentamos para desenvolver e dominar a tecnologia de enriquecimento de urânio para fins pacíficos e produção de energia elétrica.”

Fonte: Ministério da Defesa

13 Comentários

  1. poder ser mais não é o melhor na epoca dos anos dourados o brasil tinha uns dos maiores arsenais do mundo eu acho que ainda tem mais não sei te dizer com todo certeza ja que FAAS não diz e nada falam sobre seus arsenais
    para ver oque as FAAS de patrimonio ja 5 anos e ainda vai conseguiro dizer seguramente o patrimonio.

  2. Realmente temos que mostrar para o “povão” que as FAs devem e podem se tornar assuntos do dia a dia. Alias muitos acham que investe-se pouco nas FAs e também acham que o governo militar foi um dos melhores…

  3. …oi retirei esse post de parte de uma entrevista de Ozires Silva,do site forum militar….Desenvolver um caça de combate brasileiro de última geração não é um desafio novo para a Embraer, na avaliação de Ozires Silva, ex-presidente da companhia. Segundo ele, a fabricante brasileira de aviões, a partir de uma decisão da Força Aérea Brasileira (FAB), poderia negociar com fornecedores estrangeiros o que fosse preciso para complementar os investimentos materiais e técnicos requeridos na construção dos caças.

    “Em outras palavras, seria transformar as empresas brasileiras em contratantes do que realmente necessitarem, e não somente ficarem na lista de pedidos para receber que se conceitua como transferência de tecnologia”, explica Silva. A compra do Xavante na década de 70, segundo ele, foi feita dessa forma e, graças a essa experiência bem-sucedida, a Embraer conseguiu absorver todas as tecnologias que precisava dos italianos para desenvolver a linha de produção do Bandeirante.A modelagem de compra dos caças, proposta por Silva, agradou a um grupo de empresários e entidades de classe de São José dos Campos, reunidos semana passada com o ex-presidente da Embraer na sede local do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Para Almir Fernandes, diretor da entidade, a proposta da sueca Saab é a que melhor se encaixaria no modelo de desenvolvimento de um caça brasileiro. “O Gripen é um caça em desenvolvimento, e a indústria brasileira pode participar da sua construção.

    Eu defendo o melhor para o desenvolvimento da indústria de defesa do brasil,muitos falam que a indústria de defesa tem que receber investimentos…mas quando surge a oportunidade deixam escapar…eu defendo a embraer como contratante de qualquer aquisição que o governo venha a fazer…um abraço amigos!

  4. É muito salutar o envolvimento da Sociedade na Defesa Nacional. Para que esse reaparelhamento de nossas Forças Armadas tenham continuidade,urge que a END passe a ser considerada uma política de Estado e não de Governo; e para que isso realmente aconteça é necessário o engajamento da sociedade.
    Durante anos fomos vítimas de inteligentes estratégias de marketing que impediram o desenvolvimento de nossa Indústria Nacional de Defesa. Devemos enfatizar o quanto uma indústria bélica forte é importante para o País, principalmente na geração de postos de trabalho e geração de divisas; atingindo seu ápice com a tão desejada independência tecnológica.Cabe ressaltar, no entanto que todo esse esforço será em vão se não houver investimentos em Pesquisa Pura e Aplicada, bem como em P&D para a redução de nosso gap tecnológico.

  5. Jomado.
    Já tinha lido este artigo.
    O problema é o tempo e o custo deste desenvolvimento.
    Se o AMX, que já começou um projeto “defasado”, demorou e custou (e custa) uma fortuna, imagina desenvolver um caça de 4.5 geração, incluindo aviônicos, armas, etc.
    Esse sim viraria uma lenda!

  6. Infelizmente essa é a primeira vez que vou discordar do discurso do ministro Jobim.

    Não que o envolvimento da sociedade não seja importante, interessante e útil, porém isso algo para mim que no momento é impossível e infelizmente eu acredito que a sociedade civil não teria a condição necessária para opinar com consciência neste assuntos por no mínimo 30 anos, dado que entre 25 e 30 anos é o tempo para se considerar a passagem de uma “geração” (alguém me corrija se eu estiver errado).

    Julgo isso, humildemente, por acreditar que nada foi feito nos últimos 20 ou 30 anos para que a população tivesse uma mínima consciência de nossa real importância sequer no cenário regional (América do Sul), quanto mais na América Latina como um todo e o que dirá do mundo. Assistimos hoje um país que ganha importância mundial sem que seu povo saiba do seu valor, sabia do que é feito no país e sem saber quem são e como são os nossos vizinhos.

    E além disso creio ainda que nossa sociedade precisa de receber uma educação descente no sentido de mostrar nossa real história, como lutamos para ser livres e o que realmente fizemos na 2º guerra, como a ditadura foi não somente infeliz, mas também importante, e o real peso de nossos governos civis, tudo isso que a maioria da população ainda permanece sem saber direito… Ou seja, termos um senso maior de nacionalismo, não o exacerbado, mas também não aquele de “copa do mundo”.

    Quando tivermos essa consciência, aí sim, serei à favor de envolver a sociedade… Antes disso… Acho que será entregar o “ouro” a um “nativo” que não sabe o que a pedra dourada representa.

  7. E eu achando que “sociedade civil” era aquela já representada pelos deputados e senadores no congresso, os quais foram eleitos pelo cidadão exatamente porque já o representam em seus estados e cidades. Mas pelo jeito o termo “populismo” tem agora um novo sinônimo…

    O perigo das “consultas populares” ou das “consultas à sociedade civil” é que, na verdade, elas desconhecem a LEGITIMIDADE DOS REPRESENTANTES DO POVO JÁ ELEITOS, então são armadilhas ditatoriais baseadas no roubo da verdadeira democracia.

    Coisa de comunista…mas como eles se fantasiaram, é coisa de “socialista”…

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