História das Armas Aeronáuticas (1/6)

http://www.leonardo-da-vinci-biography.com/images/da-vinci-helicopter.jpgSugestão Konner

Texto: R. P. Machado

Fokker desenvolve seu sincronizador

O avião avariado de Garros foi imediatamente enviado para Berlim, onde o Estado Maior Alemão convidou um ainda desconhecido mas muito engenhoso jovem construtor chamado Anthony Fokker para fazer uma cópia do mecanismo. A escolha foi singular e parece ter sido baseada no fato de que o monoplano Fokker, então em uso na frente de combate, lembrasse superficialmente o Morane de Garros.Fokker recebeu uma metralhadora Parabellum e a ordem de voltar quando tivesse um mecanismo operacional. A Parabellum era uma nova metralhadora da infantaria, leve e refrigerada a ar; que se tornou disponível em janeiro de 1915 e era o primeiro modelo alemão finalmente adequado para o uso em aviões. A falta de uma arma comparável à Lewis, Vickers, ou até a Hotchkiss durante 1915 foi responsável pela escassez de aparelhos alemães armados e pelas poucas vitórias que obtiveram.

Fokker, um inventor imaginoso, reconheceu que os defletores eram muito primitivos para perder tempo com eles e os abandonou imediatamente. Nada conhecendo sobre o funcionamento de uma metralhadora, desmontou completamente a Parabellum e a estudou até saber exatamente como funcionava. Então desenhou uma articulação acionada pela hélice para disparar a arma. Um excêntrico no eixo da hélice movia uma alavanca com ação de joelho que operava uma barra que percutia o gatilho. Para controlá-lo, a barra tinha uma seção articulada que o piloto dobrava para deixar de acionar o gatilho e parar de atirar. Assim podia por em funcionamento a arma ou não.

O mecanismo era um verdadeiro sincronizador (não um interruptor como é dito algumas vezes); isto é, a arma era acionada pelo motor cada vez que as pás não estivessem na frente de seu cano. No tipo interruptor, a ama é operada pelo piloto e simplesmente não atira durante a fração de segundo em que a hélice está na frente, daí: interruptor.

O interruptor tem a vantagem que a quantidade de tiros disparada é usualmente maior usando a mesma arma, mas tem a desvantagem de que em alguma falha, a hélice é estraçalhada no momento em que o piloto atira. Isso também ocorria ocasionalmente com o sincronizador. Alguns interruptores entraram em serviço, mas todos os usados por mais tempo foram os sincronizadores.

Fokker armou um pequeno monoplano que tinha na fábrica com a sua invenção e rebocou-o com um automóvel por 220 milhas até Berlim somente três dias depois que viu o avião de Garros. Seguiu-se um número de demonstrações diante dos incrédulos generais, que esperavam que Fokker demorasse mais tempo. O holandês por fim os convenceu que seu sincronizador podia funcionar.

Alguns Fokker E.I Eindeckers foram modificados para aceitar a Parabellum. Os dois primeiros chegaram à frente em junho de 1915. O Tenente Boelcke fez a primeira vítima usando a máquina original, enquanto pouco depois estava outro ás – Max Immelmann, no terceiro avião. Depois de poucos Fokker E.l entregues, a produção continuou com o E-II, que reteve a arma única, mas tinha um motor rotativo Oberursel de 100 hp em lugar do normal de 80 hp. Durante julho de 1915 somente 11 estavam em uso em toda a frente ocidental.

Surpreendentemente, o Estado Maior Geral Alemão não reconheceu o valor da arma que Fokker colocou em suas mãos e falhou em não encomendar mais máquinas em grande número e em não usá-las em grupos, onde sua força teria esmagado os aliados.

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O sincronizador de Fokker
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O primeiro avião armado por Fokker foi este A.III, com uma Parabellum LMG 14. O piloto de testes foi o Leutnant Parschau.
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Monoplano Fokker E.II da marinha alemã com metralhadora e sincronizador.
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Outra foto de um Eindecker E.I com metralhadora e sincronizador. Parte do capô do motor está aberto para mostrar que a metralhadora é alimentada por uma cinta de balas.

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Detalhe de um Pfalz E.IV com uma Spandau sincronizada.

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Texto: R. P. Machado

Fonte: Spmodelismo

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