País terá fábrica completa de helicópteros

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Investimento do grupo Eurocopter, controlador da Helibrás, será de US$ 420 milhões em nova base em Itajubá

Ivana Moreira / ITAJUBÁ – O Estadao de S.Paulo

A Eurocopter quer fazer do Brasil sua terceira base completa de produção de helicópteros no mundo. As outras duas ficam na França e na Alemanha. A meta é que a Helibrás, empresa brasileira da qual a Eurocopter detém75% do capital, esteja em condições de desenvolver uma aeronave inteiramente no Brasil na próxima década. Segundo o presidente mundial, Lutz Bertling, a construção da segunda fábrica da Helibras em Itajubá, para a produção do modelo EC 725, é só o primeiro de grandes investimentos previstos para o País.

O grupo francês lançou ontem a pedra fundamental das obras da fábrica, na qual serão investidos US$ 420 milhões. “Estamos começando um capítulo novo hoje na história da Helibrás”, afirmou Bertling. Embora veja perspectivas positivas no mercado brasileiro, sobretudo para os setores de petróleo e gás, o presidente mundial da Eurocopter reconheceu que a decisão de reforçar os investimentos no Brasil só foi possível por causa do contrato de R$ 5,2 bilhões com o Ministério da Defesa para a venda de 50 helicópteros EC 725 para o Brasil até 2016.

“Foi um empurrão, sem ele não seria possível fazer um investimento de longo prazo”. Os primeiros três helicópteros da encomenda serão produzidos na França e entregues no fim deste ano. Os primeiros equipamentos produzidos no Brasil só serão entregues a partir de 2013, depois que a construção da nova fábrica estiver concluída. O acordo do governo brasileiro com a Eurocopter prevê que a indústria chegue a um índice de 50% de nacionalização.

A ampliação elevará a área ocupada pela Helibrás dos atuais 11 mil m² para 24 mil m². A previsão é de que o número de funcionários pule de300 para 600.

Além da versão EC 725, para uso militar, a Helibrás produzirá o modelo 225, de uso civil. Segundo o presidente do conselho de administração da Helibrás, Jorge Viana, a Petrobrás é uma das empresas que já demonstraram interesse de compra por causa das características técnicas do equipamento, com autonomia de voo de até 1,2 mil km.

Dos 50 helicópteros encomendados pelo Ministério da Defesa, 16 serão destinados ao Exército, 16 para a Marinha e outros 16 para as Forças Aéreas. Dois equipamentos serão destinados para uso “VIP”, no transporte de autoridades. A produção de um único helicóptero pode levar até um ano e meio.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou ontem que a expansão da Helibrás representa um importante avanço para o Brasil, que passa a ser um fabricante de helicópteros com perspectivas reais de atender não apenas ao mercado interno mas também à África e outros países com os quais mantém fortes relações comerciais.

O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), destacou a importância da parceria entre Estado e governo federal para acordos que beneficiam o País. O governo de Minas detém 20% das ações da Helibrás, fundada há 30 anos. O Estado assumiu a responsabilidade de construir um aeroporto em Itajubá, infraestrutura essencial para os planos de expansão da empresa.

A Helibrás é a única fabricante de helicópteros na América Latina e produz hoje um dos modelos de maior comercialização, o Esquilo, hoje com 43% de nacionalização. A Eurocopter é uma das seis maiores fabricantes de helicópteros do mundo.

Fonte:O Estadao de S.Paulo via CCOMSEX

20 Comentários

  1. Excelente noticia, nossa parceira estrategica esta mostrando a que veio!!! Com certeza ha muito mais do que submarinos e cacas envolvidos aqui. Muito bom para ambos os paises, que tem fronteiras em comum, e sem nenhum atrapalhar a vida do outro, prevalecendo uma em detrimento da outra. Muito ao contrario, parceria eh uma estrada de duas maos, gerar beneficio mutuo, se quisermos que ela seja duradoura!!!Alem disso, nada melhor que estar em boa companhia, de vizinho!!!

    • Esdras, as opiniões divergem, creio que a maior crítica quanto ao EC-725 é a sua baixa blindagem em relação ao B.Hawk e mesmo ao Mi-17, no mais não vejo o porque.
      A aeronave tem alcance e capacidade de transporte de tropas respeitáveis, a inclusão de sistemas de comunicação modernos, flir entre outros podem torná-lo uma máquina equivalente aos demais, com relação ao B.Hawk a mídia não informa que os Puma (espanhois e britânicos) e os Caracal Franceses tem obtido maiores índices de operacionalidade que os Pave Hawk Black Hawk em operação no Afeganistan, na poeira, frio e altitude.
      A questão preço tem sido usada e seria um argumento contundente, entretanto não se pode falar de preço quando se opera apenas 24 aeronaves, nãos e tem escala nem padronização e portanto a manutenção torna-se cara, porém se o EC-725 fosse o helicóptero utilitário médio (veja que disse Utilitário) padrão das 3 forças este custo cairia drasticamente, principalmente se houvesse uma padronização dos sistemas.
      A realidade das nossas forças está assim, a Marinha tem 6 o Exército 8, a Fab outros 8 (ou 10, não estou certo) o problema é que cada um tem o seu modelo e versão com alguma difernça entre eles, ou seja os custos são maiores, se houvesse um único parque de manutenção para os 3 as coisas seriam diferentes.
      quanto ao fato de falarem mal, bem, para mim, é puro reconceito incutido na mídia, antigamente eram os Russos os alvos da difamação, agora são os Franceses…
      Grande abraço
      E.M.Pinto

  2. Acho que os motivos das críticas ao EC-725 são bem óbvios. Alguém ouviu a Boeing, Sikorsky, etc, esbravejar sobre a decisão pelo Scorpene, ou um derivado dele?
    Bom, eles não tem subs convencionais para concorrer, certo?
    Mas tem helicópteros e caças. Taí o motivo.
    Bom, interessante que os melhores helicópteros do mundo estão apresentando baixo desempenho no afeganistão. E mais interessante ainda é que os aliados da OTAN, estejam contratando serviços dos antigos helicópteros russos, então soviéticos, que tanto eram inferiorizados pela mídia ocidental. E a nossa ia sempre de carona.
    A nossa mídia “independente” costuma pender para o lado do tio Sam, quase sempre.
    Esse negócio envolve muito mais que a compra do helicóptero em si.

  3. Esdras :Sem dúvida uma ótima noticia.
    Não entendo porque tem gente que crítica a compra dos EC 725.

    Caro Esdras,
    Vamos lá, manutenção dos Cougar é complexa e demorada, outra coisa sua manutenção é cara, os Heçlicopteros da França não foram projetos voltados para o miltarismo e sim projetos civiis que viraram militar.
    Com o preçço que se comprou esses Helis poderíamos comprar quase o dobre de Helis Russos ou então padronizar com os BH.
    Na minha opnião como o próprio editor citou, precisamospadronizar para diminuir os custos e outra no mercado existe outros Helis melhores do que os EC725, tanto que a França está espandindo para o NH90 e não o EC725.

    Lamentável essa escolha, pelo que sei a FRança está modificando os preços e elevando os custos.

    Abs.

  4. Helder Pinto

    Você está 100% correto. A pouco tempo saiu uma entrevista no afeganistão onde os pilotos elogiavam oa helicopteros russos por serem excelentes. Suporta o ar seco, quete e os ventos daquela área.

    Sem duvida, não podemos acreditarna mídia tendenciosa desse mundo.

    Sem duvidas se o ocidente requiseitar os helis russos, será uma declaração de fracasso do ocidente.

    As vezes, tem que ser bem rustico.

  5. Há helis melhores que o EC725 no mercado?
    Ha por que então estão evitando enviar os NH90 para o Afeganistão, será que aquele problema na sua estrutura ou por causa da falta de capacidade de carga interna!
    Interessante que a França encomendou mais um lote de Caracal.

    Abços.

  6. Os Helis Russos seria o ideal para o Brasil.
    Sem contar que ainda não temos Helis de transporte pesado. e os MI26T seriam tudo para nossas Forças.

    Abs

    • Salve Darkman.
      Também gosto dos Helis Russos, especialmente os Mi 17 e 35 que por exemploe stão no afeganistão à mais de 25 anos e operam naquelas condições extremas, com a manutenção do embargo uma vez que não recebiam peças e sobressalentes e ainda, eram geridas pelos talibãs.
      Ainda sim estão novamente me combate e com bonc índices operacionais.

      Robustez é a palavra…
      Mas sugiro o novo modelo Mil Mi 46
      Sds
      E.M.Pinto

  7. O EC-725 é um helicóptero civil que é configurado em versão militar. Tem em números gerais um desempenho semelhante ao Black Hawk, contudo tem mecânica mais complicada, aguenta menos tranco em combate e é bem menos versátil. Se quiser um modelo com melhor desempenho militar ou os MI russos ou os BH.

    • Pelo que saiba o Caracal está surpreendendo a todos no afeganistão com índices de operacionalidade acima dos B.Hawk em campo.
      Outro dado o C-sar tem sido efetuado não pelo B.Hawk. dizer que os EC-725 são inferiores não condiz com a verdade.
      E.M.Pinto

  8. Faz um bom tempo que leio esse excelente blog, mas é a primeira vez que do minha opinião aqui.

    Acredito que o Black Hawk pertença a uma classe diferente seria comparar um cavalo a um elefante os dois são muito diferentes e não sei se devem se comparados.

    Black Hawk

    Propulsão: 2 turbinas General Electric T-700-GE-701C com 1940 hp cada.
    Velocidade máxima: 357 Km/h
    Velocidade de cruzeiro: 295 Km/h
    Alcance: 600 km (raio de ataque); 2200 km (travessia com tanques externos).
    Razão de subida vertical: 216 m/min
    Teto de serviço: 5790 m
    carga: 11 soldados equipados (pode-se aumentar para 14 em casos extremos)
    Cargas externas de até 4072 kg.
    Armamento: Metralhadora calibre 12.7 mm (. 50), Metralhadoras calibre 7,62X51 mm, casulos de foguetes Hidra 70 de 70 mm, Casulos com canhões de 20 ou 30 mm e mísseis AGM-114 Hellfire. SH-60 Seahawk: Torpedos MK-46, MK50 E MK-54, Mísseis antinavio AGM-119 Penguin e AGM-114 Hellfire.

    EC-725

    Propulsão: 2 motores Turbomeca Makila 2A com 2413 hp cada.
    Velocidade máxima: 314 Km/h.
    Velocidade de cruzeiro: 280 Km/h.
    Alcance: 1400 km (travessia).
    Razão de subida vertical: 216 m/min.
    Teto de serviço: 6000 m
    Carga: 29 soldados equipados; Cargas externas de até 5670 kg.
    Armamento: 2 metralhadoras FN MAG calibre 7,62X51 mm, casulos para 19 foguetes de 68 mm, Casulos com canhões GIAT de 20 mm. *Entre outros.

    Os dois tem suas qualidades, mas são muito diferentes 11/14 soldados transportados (Black Hawk), 29 soldados transportados (EC-725).
    Acredito que para o Brasil o EC-725 seja uma ótima escolha, um helicóptero muito bom para socorro a vitimas de catástrofes e transporte de soldados se armado não fica atrás do Black Hawk. Quanto ao preço acredito que esteja agregado o repasse de tecnologia e o direito de produção local.

    sds a todos

  9. Legal a Internet! É unico lugar onde os comentários são mais esclarecedore do que a matéria em si. Obrigado pela aula.

  10. E.M.Pinto :
    Slave Darkman.
    Também gosto dos Helis Russos, especialmente os Mi 17 e 35 que por exemploe stão no afeganistão à mais de 25 anos e operam naquelas condições extremas, com a manutenção do embargo uma vez que não recebiam peças e sobressalentes e ainda, eram geridas pelos talibãs.
    Ainda sim estão novamente me combate e com bonc índices operacionais.
    Robustez é a palavra…
    Mas sugiro o novo modelo Mil Mi 46
    Sds
    E.M.Pinto

    E.M.Pinto vc poderia publicar uma matéria comparando os dados técnicos dos helis na mesma categoria do EC-725? E também se possível tem como me mandar por e-mail ou pelo blog mesmo uma foto do Mil Mi 46, pq procurei pelo google e não encontrei =/

  11. Boa notícia para a industria brasileira, sobretudo se fabricar mesmo o primeiro heli nativo nos próximos 10 anos.

    Contudo, quanto ao EC725, é de facto uma versão militar de um helicóptero civil baseado num militar projectado na década de 1960… Não tem muito mais por onde “crescer” e temo que não servirá de “balão de ensaio” para o Brasil aprender com o seu fabrico e projectar um novo…

    E neste último capítulo, acho que os franceses estão a passar uma rasteira…

    Há melhores produtos no mercado (NH90 ou EH-101, este último um patamar acima) mas cuja tecnologia tem tido dificuldades de adaptação. Mas quando isso acontecer, o EC725 ficará completamente ultrapassado…

    A França encomendou mais NH90 ainda…

  12. Acho o nível de nacionalização de 50% muito baixo… o esquilo, que está a anos sendo MONTADO no Brasil, tem somente 43%? é muito baixo… aposto que as partes vitais, tais como motor e eletronica virá toda de fora… lamentável… deveriam impor um indice maior e em tecnologia e não em peso bruto da aeronave… Abs…

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