França propõe ao Reino Unido unir frota nuclear submarina, diz jornal

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Sugestão: Gérsio Mutti

A França propôs ao Reino Unido unir a frota nuclear submarina dos dois países e a divisão das patrulhas submarinas, informa nesta sexta-feira o jornal britânico “The Guardian”. Até o momento, Londres rejeita a proposta ao alegar que a política de soberania compartilhada é politicamente impraticável.

A estratégia dos dois países está baseada em patrulhas marítimas, com o deslocamento permanente no mar de pelo menos um submarino nuclear armado com mísseis nucleares. A ideia, afirma o jornal, seria criar uma frota comum aos dois países e dividir tarefas e informações de inteligência.

“Mencionamos a ideia de compartilhar a permanência no mar dentro de uma discussão mais ampla sobre a divisão das tarefas de defesa”, declarou uma fonte francesa ao jornal.

O debate foi motivado pelo alto custo da manutenção deste mecanismo de defesa, cuja função passou a ser questionada depois do final da Guerra Fria.

Foi motivado ainda por um incidente em fevereiro de 2009, quando dois submarinos nucleares, um francês e um britânico, se chocaram quando navegavam no oceano Atlântico. O ministério francês da Defesa propôs, na época, que os dois países compartilhassem mais informações.

Debate

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, teriam conversado sobre esta possibilidade durante um encontro em Londres, em março de 2008.

Após essa reunião, ambos indicaram em comunicado conjunto que os dois países “incentivariam” o diálogo bilateral sobre defesa nuclear.

Na sexta-feira passada, Brown e Sarkozy voltaram a se encontrar em Downing Street para “discutir alguns assuntos relacionados com a agenda nuclear”, de acordo com um porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido.

Sistema

No Reino Unido, o sistema Trident se baseia em mísseis balísticos intercontinentais de fabricação americana, localizados em uma frota de quatro submarinos. Sua vida útil é de 30 anos, chegando ao fim em 2024.

A renovação da frota de submarinos poderia custar ao país, segundo o “Guardian”, 100 bilhões de libras (R$ 267,4 bilhões).

Em setembro passado, Londres chegou a dizer que a frota nacional poderia ser reduzida a três submarinos, em uma medida que pouco reduziria os gastos.

Já a França mantém em operação uma frota de quatro submarinos, cada um deles armado com 16 mísseis.

O “Guardian”, que cita um oficial britânico, ressalta que a união dos sistemas de submarinos provocaria um escândalo em plena campanha para as eleições legislativas, previstas para 6 de maio.

Fonte: Bol

15 Comentários

  1. Está aí mais uma prova! Em caso de conflito latino americano com os ingleses, de que lado a França ficaria? Se o Brasil, por suposição, num conflito por mais remoto que possa parecer neste momento, ficasse contra o casal USA and England ou seus interesses, nossos armamentos da frota naval e aérea, simplesmente deixariam de funcionar. Ninguem transfere nada, ninguem dá nada!
    A Embraer quando iniciou a montagem dos jatos na China, evidente que não queria passar tecnologia. Ninguem quer, ninguem passa nada. Todos querem é vender. Acorda Brasil!
    Bem, a sorte já está lançada. Para o bem e para o mau. Como dizia um conhecido: Quem viver verá!

  2. A idéia é muito boa do aspecto custo e deve ter realmente uma grande quantidade de vantagens em aspectos estratégicos, mas daí a ela ser uma idéia operacionalmente viável…

    Outro ponto que dificulta é a arrogância britânica e a mesma na parte francesa, hoje, os franceses estão dispostos a compartilhar, amanhã ninguém sabe…
    Os britânicos também são cheios de vontades e desejos…

    É difícil fazer uma mesa redonda com tantos egos… e ainda mais uma mesa redonda com um fator de dissuação nuclear no meio…

  3. Sei lá, dividir sua segurança com outro páis mesmo sendo aliado, não me soa bem.

    Paul,

    O texto não cita em parte alguma que haverá uma junção das 2 marinhas e criará apenas uma com a unificação de seus meios navais, e que no caso de um ataque argentino as malvinas, equipamentos franceses sejam usados, você está interpretando de forma equivocada, o que o texto menciona é a formação de uma unidade em comum aos dois países para o patrulhamento de suas extensões marítmas, e nada mais, evitando gastos excessivos aos dois países.

    Grande Abraço.

  4. Poxa, a Inglaterra com aquele tamanhinho tem 4 subs. nucleares…
    O Brasil, com mais de 8 mil km de fronteira marítimas e 4,5milhões de km2 de águas jurisdicionais, ‘pensa’ em apenas um ?
    Curioso é que não se ouve nadinha deles quanto a desmantelar os mísseis nucleares.
    Mas são uns ‘alto-falantes’ quando alguma outra nação fala em projeto nuclear.
    Mas creio que dificilmente se viabilizaria algo assim, apesar de estarem pressionados pelos custos.
    A questão dos custos da guerra moderna, é realmente impressionante.
    Coitadas as nações ‘pequenas’, vão virar ‘peixe fácil’ para os ‘tubarões’ mundiais.

    • Eduardo carvalho, A Marinha está pensando em 6 subs nucleares e 15 SSK, esta informação de só querer um não procede.
      O contrato inicial de 1 é para o desenvolvimento do navio a intensao é de se adquirir outros lotes.
      Sds.
      E.M.Pinto

  5. …agora os franceses são bonzinhos, vão dar tudo de mão beijada para nós,que povo bacana…legal…são despreendidos de intenciones males…deve ser esse negócio de nova era…sei lá,vão nos dar até uns aviãozinhos…bacana…

  6. Com mais 15, serão 21…
    Mais tranquilizador…
    Estratégicos são os que portam misseis nucleares, certo?
    Só mais uma questão:
    Subs. nucleares não podem ser de ataque ?
    Já que parece que não teremos nukes, então nossos subs. nucleares deverão ser de ataque, imagino…
    obrigado pelas informações…

  7. joviro :
    …agora os franceses são bonzinhos, vão dar tudo de mão beijada para nós,que povo bacana…legal…são despreendidos de intenciones males…deve ser esse negócio de nova era…sei lá,vão nos dar até uns aviãozinhos…bacana…

    A maioria dos países tem interesse próprios, e nessa lista até o Brasil entra…

    Não querendo ser rude. Na minha opinião um assunto não tem nada haver com outro, afinal uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

  8. Os subs nucleares franceses têm um desempenho inferior aos ingleses e são bem mais caros de construir e manter. Para a França seria uma ótima solução financeira e logística para não ter que ficar com uma frota de submarinos grande, operacionalmente mais cara e de eficiência que pode ser questionada em comparação com os dos EUA e Royal Navy.

    • Ricardo, Baseado em que os SUbs franceses podem ser considerados inferiores?
      A Royal navy está enfrentando dificuldades técnicas no Fearless, Trafalgar e nos dois Astut que estão incorpporados e em incorporação.
      A Royal navy está tendo dificuldades com os Vanguards e a incorporação dos mísseis Trident.

      Não ouço isso dos Rubis, os menores nucleares e um dos mais silenciosos do mundo nem muito menos dos Le triunfant.
      pelo que saiba aForça de submarinos Francesa está plenamente operacional e em nada deve a ninguém uma vez que seus subs são de produção nacional e não dependem de armamentos estrangeiros.
      Sds.
      E.M.Pinto

  9. Lendo alguns pontos de vista dos colegas acima, não deixo sentir um frio na espinha. Afinal ainda me lembro muito bem da guerras das Malvinas. E por falar nisso…. eles estão lá de novo.

  10. É disso q falo sempre…parece-me q os francos estão sempre cheirando os cachorrinhos dos ianks, os ingleses;até passaram o código fonte aos mesmo na guerra das Malvinas..lembram? Temos de conviver com pedro e manter os “DOIS” olhos em pedro..são ..(traíras ?)

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