Lula é recebido por Abbas na Cisjordânia

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou nesta terça-feira a Belém, na Cisjordânia, onde foi recebido pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

Na agenda de Lula estão previstos um jantar e um encontro com empresários. A visita à Basílica da Natividade, apontada pela tradição cristã como o local do nascimento de Jesus, foi cancelada por “motivos de agenda”.

Lula passará a noite em Belém e no dia seguinte seguirá para Ramalá, capital administrativa da Cisjordânia, onde deve assinar acordos de cooperação com Abbas e colocar flores no túmulo do líder palestino Yasser Arafat, morto em 2004.

Por volta das 13h (8h de Brasília) de quarta-feira, Lula deixará a Cisjordânia e viajará para Amã, onde terá uma reunião de trabalho com o rei da Jordânia, Abdullah 2o.

Jerusalém

Antes de chegar à Cisjordânia, Lula passou um dia e meio em Jerusalém, onde se reuniu com o presidente de Israel, Shimon Peres, e com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Nesta terça-feira, Lula visitou o Museu do Holocausto.

A ida ao museu ocorreu no mesmo dia em que a chancelaria israelense havia programado uma visita ao túmulo de Theodor Herzl, fundador do movimento sionista cujo aniversário de 150 anos está sendo celebrado pelo governo de Israel. O fato de a comitiva brasileira ter rejeitado o convite gerou duras críticas de alguns setores da sociedade israelense.

Segundo a imprensa local, por causa da recusa de Lula, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, teria boicotado o discurso que o presidente brasileiro fez no Parlamento israelense.

Lieberman, líder do partido ultra-nacionalista Yisrael Beitenu (“Israel, nosso lar”, em tradução livre), é conhecido por suas posições duras com relação ao Irã e aos palestinos. O chanceler ainda não se pronunciou oficialmente sobre o episódio.

No entanto, o chefe do protocolo do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yitzhak Eldan, conversou com a BBC Brasil na saída da visita de Lula ao Museu do Holocausto.

“Apreciamos o fato de o presidente ter vindo ao museu e plantado uma árvore em seu bosque. Mas nada substitui a visita ao túmulo de Theodor Herzl”, declarou Eldan.

O embaixador disse, porém, que o episódio do túmulo não afetava o resultado final da viagem de Lula.

“Não diria que isso comprometeu o sucesso da visita. Houve muitos aspectos positivos, mas há ainda muitas pontes a serem construídas nessa relação. Esperamos que a passagem de Lula pelo museu faça o presidente entender melhor a nossa posição”, declarou em entrevista à BBC Brasil.

No dia anterior, Eldan havia definido como “lamentável” o fato de o governo brasileiro ter recusado o convite de Israel para visitar o túmulo de Herzl. Porém, disse ele, o governo israelense não queria insistir no assunto para não comprometer “o sucesso da visita”.

Com BBC e EFE

Fonte: Último Segundo

6 Comentários

  1. Engraçado esse nosso presidente. Visitar gente morta como o Yasser Arafat ele vai, agora ir à Basílica da Natividade, onde tem grande significado para nós cristãos, onde a maioria brasileira é, ele não vai… Belo presidente.

    Só tenho a lamentar esse rídiculo passeio dele pelo oriente médio, em que nada vai mudar a situação por lá, nem Obama consegue mudar nada por lá, imagine o Lula…

  2. Eu admito quanto a conseguir a pax local…no + td bem.Aliás , ele tem é q sair desta , os sionistas ñ querem a pax/paz, pura retórica dles, e pura perda de tempo de quem se metr nesse embloglio..Os Palestinos tem + é q lutarem por sua independência e suas terras.Vivas a Palestina livre.

  3. Brasil nunca foi tratado com tanto respeito em Israel, diz correspondente da BBC

    Do front em Tel Aviv, onde trabalha como correspondente da BBC Brasil em Israel e territórios palestinos desde 1997, Guila Flint conversou com o Heródoto Barbeiro, âncora da CBN, na manhã desta terça-feira (17/3), onde faz uma avaliação da visita oficial do presidente Lula ao Oriente Médio (Israel, Palestina e Jordânia). “Depois de viver muito anos aqui, nunca vi o Brasil ser tratado com tanto respeito”, disse.

    O comentário foi feito de um ponto de checagem no momento em que Lula terminava a visita a Israel. Guila trata também da repercussão da presença do presidente brasileiro no Oriente Médio publicada pela mídia: “A repercussão está sendo bastante grande tanto na mídia eletrônica quanto na mídia impressa. Várias reportagens, sendo a maior parte delas favorável ao presidente Lula”, destacou. Ela acrescentou que “o balanço foi muito bom. O presidente brasileiro foi bem recebido em Israel”.

    A correspondente assinalou, num outro comentário ontem (16/3), o fato de Lula ser o primeiro presidente da República do Brasil a visitar a região, observado com bons olhos pelos israelenses e palestinos que ela conversou nas últimas horas. Ela destaca comentário do presidente de Israel, Shimon Peres, que alegou que “a contribuição do Brasil será muito bem-vinda” ao processo de paz naquela região. Guila destacou também que “os palestinos consideram o Brasil um moderador honesto” e, por este motivo, ficariam muito satisfeitos “se o Brasil tivesse um papel ativo no processo de paz”.

    O site da BBC Brasil diz que Guila Flint começou a trabalhar em jornalismo em 1991, escrevendo para o diário israelense Davar sobre o Brasil. Cobre o Oriente Médio para a imprensa brasileira desde 1995 e trabalhou com o Jornal da Tarde, O Estado de S. Paulo e o Correio Braziliense. Foi correspondente da Globo News de 1997 a 2002 e também colaborou com a revista Carta Capital e com a revista Visão, de Portugal. Seu livro, “Israel terra em transe – democracia ou teocracia?”, em co-autoria com Bila Sorj, foi publicado pela Editora Civilização Brasileira em 2000. Guila é correspondente da BBC Brasil em Israel e nos territorios palestinos desde 1997

  4. Palestinos pedem Lula no posto
    de secretário-geral da ONU
    Presidente visita túmulo de Arafat, inaugura “rua do Brasil” e é chamado de “irmão”

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