Sugestão Gérsio Mutti
Estudo acusa duplicação das exportações de armas da Alemanha, e oposição pede maior controle sobre a indústria bélica do país. América Latina, cuja importação de armas subiu 150%, também preocupa especialistas.
O aumento substancial do volume de exportações de armas da Alemanha reacendeu o debate político sobre o controle do comércio de equipamentos bélicos. Um estudo divulgado nesta segunda-feira (15/03) pelo Instituto Internacional de Pesquisa de Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês), aponta que a Alemanha duplicou suas exportações de armas nos últimos cinco anos.
Entre 2005 e 2009, a participação do país como exportador no mercado bélico mundial saltou de 6% para 11%. A Alemanha ocupa o terceiro lugar entre os maiores exportadores de armas, atrás apenas dos EUA (30%) e da Rússia (23%).
A oposição alemã tachou de “preocupante” a notícia do aumento de exportações da indústria bélica do país, e exigiu que as vendas sejam fiscalizadas pelo parlamento alemão. Os principais clientes da Alemanha são a Turquia, a Grécia e a África do Sul.
Fazer fortuna armando rivais
Cem Özdemir, um dos líderes do Partido Verde, lamentou principalmente o alto volume de exportações para a Turquia e a Grécia. “É um absurdo estarmos fazendo fortuna ajudando dois membros da Otan a se armarem um contra o outro”, disse.
Na opinião da também líder verde Claudia Roth, o parlamento alemão deve controlar o envio de armas para o exterior, “como é comum em outros países e parlamentos, onde o Legislativo tem o direito de controlar o governo no que diz respeito a exportações de equipamentos bélicos”, pleiteou.
O Ministério da Economia, responsável pelo assunto, declarou que as exportações de armas seguem estritamente os regulamentos da UE. Grande parte do equipamento bélico só é vendido a países da UE e Otan, ressaltou uma porta-voz do órgão federal.
Corrida na América Latina preocupa
A corrida armamentista na América Latina também preocupa: as importações de armas dos países da região cresceram 150% entre 2005 e 2009. Segundo o Sipri, o aumento das importações se deve a um crescimento significativo tanto nos gastos militares como no volume de encomendas dos países latino-americanos.
“Há indícios de um comportamento competitivo nas aquisições de armamentos na América do Sul”, disse Mark Bromley, pesquisador do Sipri e especialista em América Latina. “Isso mostra claramente que precisamos de melhorias na transparência e nas medidas para fomentar a confiança recíproca e reduzir a tensão na região”, afirmou.
Em relação ao volume global, as importações de toda a América, incluindo os EUA, se mantêm em 11%, mesmo percentual registrado entre 2000 e 2004. Os Estados Unidos foram o maior importador de armas convencionais na região e o oitavo maior importador do mundo.
Investindo em blindados
Na América Latina, o principal importador desse tipo de armas foi o Chile, que ocupa do 13º lugar no mundo entre os importadores de armamentos. O relatório do Sipri aponta que alguns países da América do Sul estão investindo em tanques e veículos blindados.
Em setembro de 2009, Venezuela recebeu um crédito de cerca de 2,2 bilhões de dólares para comprar sistemas de defesa aérea, artilharia, veículos blindados e tanques, embora não sejam conhecidos nem o número nem o tipo de armas que serão adquiridos, de acordo com o Sipri.
Enquanto isso, o Brasil começou a receber em 2009 os 220 tanques Leonard-1A5 de segunda mão e o Chile concluiu a aquisição de 140 tanques modelo Leopard 2A4 , encomenda de ambos países à Alemanha. Por seu lado, o Peru anunciou no fim de 2009 a intenção de assinar um acordo com a China para comprar 80 tanques MBT-2000.
Brasil analisa compra de caças
Atualmente, o Brasil está analisando a compra de 36 aeronaves de combate. Os modelos franceses Rafale, os Gripen suecos e os estadunidenses F/A-18 fazem parte da concorrência. Em setembro passado, Brasília assinou, ainda, um acordo de cooperação militar com a França, prevendo a fabricação de 50 helicópteros, a construção em série de quatro submarinos convencionais, além do desenvolvimento do primeiro submarino brasileiro de propulsão nuclear.
Embora a maioria dos sistemas bélicos adquiridos venha de fora da América Latina, as empresas da região também estão se beneficiando de um aquecimento do comércio de armamentos. O Chile e o Equador encomendaram aviões Super Tucano à brasileira Embraer. As Forças Armadas colombianas utilizaram esse modelo em 2008 durante um ataque contra os guerrilheiros das Farc.
MD/dpa/afp
Revisão: Augusto Valente
Realmente um comercio belico grandes negocios
O BRASIL era p estar construindo + subs, uns 04 por anos, mt + caças com plataforma nacional, levando a sério o requipamento da nossas FAs, + um pouco estaremos sendo chantageados por potencias decadentes como os ingleses estão fazendo com os argentinos.Temos de fazer essas compras nos Rússos, nos Chineses é nos nossos “amigos” francos..p ontem.
Um belo sub pq o BRASIL parou de produzir -los ?