América do Sul dá salto em compra de armas

http://visibility911.com/ford/wp-content/uploads/2009/02/money_pile_of_100_dollar_bills_blue_background.jpgLevantamento mostra que aquisições de países da região aumentaram 150% nos últimos cinco anos; no mundo, aumento foi de 22%

Brasil é o 3º comprador sul-americano, atrás de Chile e Venezuela, alavancado por ideia de país como potência global, avalia especialista

LUCIANA COELHO

DE GENEBRA

As compras de armas pela América do Sul cresceram 150% nos últimos cinco anos na comparação com o período entre 2000 e 2004, enquanto no mundo o aumento foi de 22%, mostram dados apresentados hoje pelo Instituto Internacional de Pesquisas da Paz de Estocolmo (Sipri).

O salto é maior do que o de qualquer outra parte do planeta. Ainda que as aquisições sul-americanas continuem sendo uma parcela menor do total global, o instituto mostra preocupação com o rápido crescimento e com o que que vê como “indícios claros de comportamento competitivo” -um país reagindo à compra por outro.

Tensões fronteiriças históricas ou recentes não são o único fator a pesar para essa aceleração. “O Brasil em particular tem ligado desenvolvimento com a ideia de que é preciso adquirir uma força militar mais moderna para se tornar uma potência global, como o presidente Lula tem enfatizado nos últimos anos”, disse por telefone Mark Bromley, especialista do Sipri na região.

Os dados, detalhados à Folha antecipadamente, tomam como base as encomendas de armas convencionais pesadas que foram entregues (e não apenas solicitadas) para cada país, o que cria expectativa de que o avanço persista.

O Brasil foi o terceiro comprador de armas da região e o 30º do planeta no período em foco, atrás do Chile (rival histórico do Peru e 13º comprador global) e da Venezuela (o 17º, constantemente em tensão com a Colômbia desde que Hugo Chávez e Álvaro Uribe chegaram ao poder em Caracas e Bogotá). Em seguida vêm exatamente Peru e Colômbia.

No quinquênio anterior, o país era o maior comprador da América do Sul e o 24º do mundo. Mas isso não significa que se gastou menos. Apenas que outros governos transformaram palavras em atos, e que tensões domésticas no sudeste da Ásia, em países como Malásia e Indonésia, catapultaram essa parte do mundo para um lugar mais alto da lista.

“As importações [de armas] pelo Brasil se mantiveram estáveis nos últimos dez anos, mas o volume global subiu”, afirmou Bromley. Apesar do avanço dos vizinhos, nenhum deles manteve trajetória tão perene quanto a brasileira.

“Com as encomendas que o Brasil tem feito mais recentemente [como os caças do projeto FX-2, que renovará a frota da FAB], é provável que o país suba no próximo ranking”, afirma o especialista.

Falta de confiança

O pesquisador aponta ainda para a necessidade de maior transparência nas transações de Defesa no subcontinente (“o histórico da América Latina aí ainda é volúvel”) e de medidas que reforcem a tíbia confiança entre governos.

Ele ressalta, no entanto, que parte desse salto se deve ao fato de as compras terem ficado praticamente congeladas na região nos anos 80 e 90.

No bolo global, a fatia sul-americana ainda é pequena -a América, EUA inclusos, adquiriu só 11% dos novos armamentos nesse intervalo. A Ásia e a Oceania, líderes, compraram 41% (a entidade não dividiu a tabela por sub-região, nem forneceu dados suficientes para o cálculo).

A lista é encabeçada pela China, que tem gradualmente renovado seu arsenal para se equiparar a outras potências e recebeu 9% das armas do planeta. Em seguida vêm países com questões de fronteira como Índia, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos e Grécia. Israel é o sexto, e os EUA, com o poder bélico há muito consolidado, são os oitavos. O Irã é o 29º, e a Rússia, a 80ª.

De todas as entregas no período, 27% foram de aeronaves militares. Os americanos continuam sendo os principais vendedores de armas, com 30% da oferta mundial, seguidos pela Rússia (23%). A China é apenas o nono, mas os pesquisadores chamam atenção para seu papel ascendente.

CELSO AMORIM: ARMAMENTO É PARA DEFESA DE FRONTEIRAS E PRÉ-SAL

O investimento brasileiro em armas não é uma reação a ameaças regionais, mas sim a forma de o país “defender suas fronteiras, as reservas do pré-sal e a Amazônia”, disse ontem o chanceler Celso Amorim, em Jerusalém.

Por isso, “é uma bobagem” dizer que o Brasil tenta não ficar atrás da Venezuela em gastos militares. Questionado se o aumento dos gastos é uma questão de prestígio no cenário global, ele disse que “o que credencia o Brasil [no exterior] é a sua capacidade de diálogo”.

Fonte: Resenha CCOMSEX

15 Comentários

  1. O BRASIL deveria ser o nùmero um em compras de armas é de tecnológia das mesmas . corremos o perigo de cair na situação da argentina q é chantagenada pela inglaterra é ñ tem meios de se defender…Pq nossas “ortoridades” acredita q Deus é Brasileiro é o papa carioca…Que se cuidem.

  2. É, seria um absurdo o Brasil, realizar gastos militares para não ficar atrás da Venezuela.

    No mais, creio que nossos gastos militares são perfeitamente compatíveis com nosso peso político e econômico global, ao contrário de países como a Venezuela,Peru, Chile e Colômbia,onde seus gastos são incompatíveis com sua expressão internacional.

    Por fim, compramos sim armamento de outros países, mas queremos em troca a tecnologia empregada nestes meios, o que diferencia o Brasil de outros compradores, pagamos mais caro, mais temos total liberdade para adptar e até desenvolver futuramente uma variante nacional.

    Abraço.

  3. Pois e mas o brasil fica com historias de que custa caro,de que não quer deixar os vizinhos nervosos ai fica desse jeito carlos o brasil ta muito perto de ficar como argentina pois ja e chantageado pelos americanos os quais deixam todos os politicos daqui se borrando de medo

  4. Caro amigo rogerio, respeito sua opinião mais discordo de você, se realmente nossos políticos tivessem medo dos políticos americanos não estaríamos autorizados a fazer uma retaliação, que inegávelmente irá ocorrer, o apoio ao Irã, os caças F-18, etc,etc.

    Abraço.

  5. “Questionado se o aumento dos gastos é uma questão de prestígio no cenário global, ele disse que “o que credencia o Brasil [no exterior] é a sua capacidade de diálogo”.

    Palavras bem escolhidas e q ficam bem a qualquer politico, mas no mundo real a vontade de um país sem forcas armadas nao é respeitada.
    Um país para fazer valer a sua vontade tem apenas duas armas: a economia e as forcas armadas, se uma delas falta esse país estara sempre em desvantagem.

  6. Diplomacia é essencial, e se tivermos muitas toneladas de ‘aço’ respaldando, melhor.
    Não podemos é ficar sem força bélica compatível com o que queremos NO mundo e DO mundo.
    Claro que não sermos um nação ‘encrenqueira’ ajuda a fazermos as coisas com calma, e sem sacrificar outras prioridades internas, como educação, por exemplo.
    Mas não devemos nos aliar ao discurso fácil e aparentemente correto de ‘não vamos gastar com armas’ devido ao fato de termos problemas sociais (que existem de fato e não devem ser ignorados).
    Não adianta deixarmos nossos recursos ameaçados por imediatismos.
    Equilibrar as ações é essencial, e fortalecimento militar é obrigação também.
    Sinceramente, acho que o Brasil gasta bem pouco em armas.
    Concordo totalmente com o binômio economia e armas, principalmente como também fatores de respeito internacional.

  7. Concordo com você, Eduardo Carvalho0.

    Veja a Índia, país conhecido por ser “pacifista”, mas pacifista não significa ficar sem armas.
    Acho que temos o direito de nos rearmar mais doque a Índia. Ja que temos recusros hidricos abundantes, flora, falna, e toda a nossa riquesa minaral.
    No futuro, vai faltar,á gua e tudo isso, nós sremos os maiores fornacedores de alimentos do mundo, seremos um cofre aberto sem as nossas defesas.
    O futuro é obscuro, guerra podem acontecer por aqui.
    Temos 7 bases e meia duzia e presidênte malucos.

  8. E vejo de um ponto de vista algo diferente e a minha opinião, respeito as opiniões contrárias mas…
    Na América latina há um senhor de nome Chaves está a fazer o papel de salvador do centro e sul do continente americano. Vê os Americanos como a grande ameaça ao seu país, onde o risco da invasão é sempre iminente, começa a uns anos para trás a comprar o melhor material que a mãe Rússia pode oferecer… faz com que os seus “amigos” fazem o mesmo. Agora este aumento de compra de armas nessa aérea é de culpa de quem? Dos EUA? Do Chaves que está com a paranóia de invasão! Da Colômbia?
    Só sei uma coisa o povo fica sempre a perder, se não estou errado o valor que a Venezuela já gastou em armamento militar de certeza daria para fazer uma reforma a um dos sectores desse país.
    A minha dúvida é, qual é o interesse dos EUA na Venezuela? Se fosse americano e quisesse um país para conquistar seria o Brasil, pois tem recursos até dizer chega.
    Mas o meu sentido é que os yankees querem este Brasil como um aliado e não como um inimigo, isto nesta “Era” Obama.
    Isto fugindo um pouco ao tópico… será que os Americanos são mesmo o mal do Mundo? E os outros os bonzinhos?
    Ando a ler comentários que assustam-me um pouco quando querem a ruína de alguém para outro ficar favorecido (onde as ideologias são piores).
    Leio diariamente comentários tipo… o EUA são isto e aquilo, não valem nada, blá blá blá blá, etc etc etc.
    Eu continuo a dizer os EUA ainda são o mal menor… agora ver outros países como santos… isto é ter miopia ou algum estigmatismo.
    Podem pensar que estou a ser pró-americano… até poderei estar próximo disso… mas reconheço que algumas causa mundiais foram provocados por eles… mas outros aproveitaram a situação para tirar vantagem.
    Ok, foi um pequeno desabafo…
    Voltando ao assunto que interessa… acho que o Brasil não têm interesse em correr atrás do armamento, apenas deve comprar aquilo que precisa e não se preocupar que alguém vai atacar.
    Acho que deve manter o FX2, tal como os Submarinos e frota de navios de superfície que é necessário e claro manter algo que acho bom o Brasil ter, o A12. Espero vê-lo um perto do local onde vivo. Isto claro sem se esquecer das forças terrestres.
    Comprar novo, mas apenas para soberania do país e não correr atrás de paranóias.
    Desculpem-me de ser um texto extenso.

  9. kalus

    será que os Americanos são mesmo o mal do Mundo? E os outros os bonzinhos?

    Para muitos, não é que os Estados Unidos sejam o “capeta” do mundo, mas muitos apostam que eles são os principais “financiadores” de guerrilha e de “revoluções” para (segundo algumas pessoas) não deixar a América Latina evoluir. Porque não evoluir? Pois um país com uma postura mais “firme” não seria de interesse dos EUA. Dizem, que alguma empresas americanas patrocinam as aguerra mundo a fora a fim de arrasar o país para que as forças militares americanas controlem a região e passem a fornecer a sua matéria prima >abaixo do preço de mercado<. Em outra palavras, é como se os americanos fizessem guerras para invadir os países e controla-los, usando e abusando, pagando pouco a matéria prima, como o petróleo do Iraque. Para isto, qualquer pretexto valeria, desde "denúncias de apoio a terroristas" (na maioria não provadas) e o próprio terrorismo (não provado).

    Então, não é questão de ser "antiamericano" que é uma palavra feia e que muitas fezes é usada para "inferiorizar" uma opinião que vá contra os interesses americanos.

    Os outros países sim fazem de suas atrocidades. Mas não há realmente indícios que eles tenham tamanho poder para manipular o mundo ou parte dele, como supostamente fazem os EUA.

    Temos que agradece primeiramente a Venezuela, pois o Brasil é daqueles que relaxam deitado até pegar no sono. Somente acordamos quando um vizinho "capenga" (pobre) se arma até os dentes. Só assim para nos armarmos.
    Em segundo lugar, temos que agradecer a descoberta do pré-sal. Agora temos motivos para investir na marinha.

    ***************************************************

    O interesse na Venezuela?

    Bem, acho que só o petróleo. Mas para mim, essas bases são para o Brasil. A Amazônia. Não estou dizendo que vão nos invadir, mas uma base acaba com a nossa “moral”.
    Se por acaso se concretizar que as bases americanas são para diminuir a nossa influencia, a China poderá se aproveitar disso e aumentar o seu mercado na América Latina.

    Se formos desrespeitados e não fizermos nada, outros também não nos respeitarão.
    Logo depois que nós nos armarmos pra valer, teremos outra lição para aprender. “Como responder a altura”. Infelizmente no futuro teremos que usar a força militar como uma espécie de resposta para o “inimigo”, algo como os Estados Unidos fizeram quando a China mencionava invadir Taiwan.

  10. “Eu continuo a dizer os EUA ainda são o mal menor… agora ver outros países como santos… isto é ter miopia ou algum estigmatismo. Podem pensar que estou a ser pró-americano…”

    Deve estar falando da China não é? A China será no futuro o calo do mundo inteiro, não só pelos abusos que irá cometer, mas que poderão ser mais perversos que os americanos, ah sim, isso vai. Sem falar que são ainda mais traiçoeiros. Eu francamente torço para a China virar duas. Nada melhor que matar o dragão que irá destruir a terra. A China é um perigo e todos sabem disso.

    Os Estados Unidos estão envenenando alguns povoados chineses para apoiarem uma revolução que terminará numa “declaração de independência” que irá acabar com as chances da China ser a dona do mundo. Eu fico realmente triste por desejar algo ruim assim, mas é melhor o mundo capitalista do que todos terem que se igualar a China para não perderem o mercado. E não iria querer viver naquele inferno de vida.

  11. Claro que concordo com algumas coisas que escreves e estás correcto sim senhor.
    Eu abordei o tema desta forma para dizer que todas as potências que dominaram o mundo sempre agiram de forma pouco humanas para conseguir os seus afins.
    Mesmo na altura da guerra-fria a União Soviética também contribuiu com essa forma “anormal” de conseguir os seus objectivos.
    Agora dou um exemplo, a China… se Taiwan compra qualquer material para se defender dos chineses… já há um mal estar… a china farta-se de armasse; porque o país vizinho não pode fazer o mesmo? E lá está é o problema que o americanos criaram na zona… a Rússia vende armamento a China como fosse peixe… bem o mal ainda está nos EUA. Porque a Rússia não pára de vender armas a esses países que são susceptíveis haver algum tipo de conflito… porque são iguais aos americanos, isso é a verdade…
    Acredito numa coisa… é mais fácil o EUA agirem dessa forma do que uma Rússia ou China…
    O caso da Coreia do Norte… já sei o problema continua a ser dos EUA… países árabes… Líbia, Irão, etc etc.. o problema continua a ser americano….
    Não ,não é só americano… é muito mais complexo e envolve todos os líderes mundiais.
    Dinheiro é a palavra de ordem… é bom para todos enquanto maior instabilidade houver… porque todos podem facturar a vender armas… infelizmente é isto que impera a muitos anos… mesmo quando existia a colossal União soviética que ainda vive com um pouco desses princípios mas com outronome, Rússia… império que nem eles souberam aguentar.
    Gostaria de ver uma Rússia ou China a ter a papel que os EUA têm hoje… imagina como seria Luiz… eu imagino…
    Por isso que eu digo… os EUA são o mal menor…
    Desculpem de não ser da mesmo opinião que maior parte de coces têm… esse é o meu ponto de vista…
    É a minha reflexão dos problemas do mundo…
    Abraço Luiz

  12. Gostaria que o Brasil estivesse mais bem armado.
    Gostaria que pudéssemos realmente ter um poder dissuasório condizente com o tamanho de nossos recursos, o que não acho que tenhamos no momento.
    Se não foi possível, ou prioritário até agora, pode-se discutir, ou mesmo lamentar.
    De qualquer modo, não creio que se deva pensar em nos tornarmos ‘potência militar’, pelo menos nas próximas décadas.
    Creio que não seria possível mesmo.
    Não se deve pensar em confrontos, muito menos com super-potências.
    Infelizmente temos de nos ‘equilibrar ‘ em ‘alianças possíveis’ até que possamos realmente dissuadir qualquer aventura. Infelizmente porque alianças são sempre um péssimo negócio para quem não está em igualdade diante da outra parte.
    Temos enormes defasagens a vencer: social (pobreza, educação, ciência/tecnologia, saúde), em infraestrutura, politico-institucional, militar…
    Temos agora a oportunidade de começar a pensar realmente em como construir uma nação estruturada, em todos aspectos. Estamos no começo de uma caminhada, apenas no começo.
    O lado militar é um desses aspectos a serem construídos. É importante, mas é um ‘dos’, não ‘o’ aspecto.
    Não vamos dizer que nosso povo ‘vai comer grama’ para termos FA’s poderosas, isso seria um absurdo.
    Mas se pensarmos bem, 36 caças é quase uma piada, para mais de 8,5 milhões de km2, e milhares de km de fronteiras interiores.
    Um porta-avioẽs (reformado) e seis (ou cinco…) submarinos para mais de 8.000 km de litoral atlântico e 4,5 milhões de km2 de águas jurisdicionais também é algo meio risível.
    Fuzis de mais de 30 anos de uso, quase é melhor usar flechas e bordunas…
    Ocorre que nossas defasagens tornaram-se tão grandes, que somente poderemos vencê-las nas próximas décadas, não será um processo sequer a médio prazo.
    Temos de pensar em poderio bélico não apenas como ‘armas prontas’, mas toda uma estrutura de produção que garanta esse poder das armas.
    É certo que uma industria bélica pode funcionar como mola impulsora, mas ainda demora um bom tempo para fortalecer o que já existe e implementar o que falta.
    Apenas creio que devemos tentar uns passos mais largos nesse sentido, estamos meio tímidos.
    Apenas nesse sentido é quis dizer que o Brasil gasta pouco com armas.
    Ah , apenas também para concordar com os comentários aqui…
    admiro a China, mas não sei se queria que essa nação ‘mandasse’ no mundo.
    Acho que não; admito que prefiro me ‘entender’ ou até mesmo me ‘desentender’ com os EUA.

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