Buenos Aires, 14 mar (EFE).- Israel sabe “quem esteve por trás” e quem executou o atentado de 1992 contra sua embaixada em Buenos Aires, que deixou 29 mortos e centenas de feridos, e “já deu conta” dos responsáveis, afirmou seu embaixador na Argentina, Daniel Gazit.
Gazit atribuiu o ataque ao Hisbolá, com apoio do Irã.
“Sabemos quem esteve por trás do atentado à embaixada, quem o organizou, quem deu as ordens e quem o fez, com nomes e tudo, e já demos conta deles”, sustentou o embaixador israelense em uma entrevista ao jornal “Perfil” publicada hoje, a três dias do 18º aniversário do ataque.
Para Gazit, o responsável pelo ataque “foi o Hisbolá, e o Irã esteve por trás deles”, mas considerou que “o que fica com as autoridades argentinas é a conexão local” porque, nesse ponto, Israel não sabe mais “do que as autoridades judiciais argentinas”.
“Para a Embaixada, é importante esclarecer tudo. Há alguns criminosos locais que colaboraram com o terrorismo no país, o que não quer dizer que a Argentina os apoiou, mas o contrário”, ressaltou o diplomata.
Porta-vozes da sede diplomática disseram ao jornal que os supostos responsáveis pelo atentado estão mortos, entre eles o libanês Emad Mughaniya, um dos líderes do Hisbolá, assassinado em Damasco em fevereiro de 2008.
À época, o Irã acusou Israel de estar por trás de sua morte.
Mughaniya era um dos homens procurados pela Justiça argentina pelo ataque à Embaixada e pelo atentado que em 1994 destruiu a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em Buenos Aires, que causou 85 mortos e centenas de feridos.
A Justiça argentina atribui a responsabilidade do atentado contra a Amia ao Irã e ao Hisbolá. Em 2007, a Polícia Internacional (Interpol) emitiu uma ordem internacional de detenção contra seis suspeitos iranianos pedidos pela Argentina, mas o Irã se negou a extraditá-los.
A Argentina inclusive iniciou neste ano negociações com o Irã para sondar a possibilidade de realizar um julgamento contra os acusados em um país neutro. Até o momento, não houve avanços nos contatos, admitiu a Interpol.
Sugestão: Gérsio Mutti
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