Brasil retoma investimentos em defesa para agregar força à diplomacia

O porta Aviões e a empresa são americanos, mas a idéia é a mesma

Sugestão: Gérsio Mutti

Por Danilo Almeida, especial para o Yahoo! Brasil

Ser porta-voz do chamado mundo em desenvolvimento implica a liderança de um bloco de países ativo e integrado, a salvaguarda dos recursos naturais e a “capacidade de dizer ‘não’ aos grandes quando necessário”, nas palavras do ministro da Defesa Nelson Jobim. Em sua aspiração pela condição de ‘global player’, o Brasil tem cada vez mais encarado o resguardo dos próprios interesses como etapa essencial para se firmar como ator decisivo nas questões internacionais.

  • Especial Defesa Nacional
  • Por “resguardo dos próprios interesses” compreendam fatores que vão do monitoramento do território nacional e suas riquezas à aquisição de tecnologia capaz de conferir desenvolvimento e autonomia ao país. Com mais proteção e menos dependência, aumenta a capacidade de persuasão lá fora. “É a chamada ‘nova diplomacia’, na qual os ministérios da Defesa e de Relações Exteriores caminham juntos”, explica o jornalista Roberto Godoy, especialista em assuntos militares.

    É nesta área que se tem aplicado pesados investimentos, de diretrizes pautadas pela Estratégia Nacional de Defesa (END), decretada pelo governo em fins do ano retrasado – uma espécie de PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) das Forças Armadas. Mais do que reaparelhamento, o plano prevê reformulações institucionais e a retomada da indústria bélica nacional, largada às moscas na década de 1990 depois figurar entre as dez mais importantes do mundo.

    ‘Know-how’
    O ponto-chave é a transferência de tecnologia: além de adquirir aparelhos, adquirir o “saber fazer”. Tema delicado, porém; uma vez que a disposição de um país de revelar a outro como faz sua própria segurança é conquistada à base de muita negociação, confiança recíproca, alinhamento geopolítico e, obviamente, de uma boa bolada de dinheiro.

    No caso brasileiro, a parceria com a França, firmada em dezembro de 2008, é a mais expressiva. A iminente compra de 36 caças Rafale – em meio a polêmicas em relação à concorrência de norte-americanos e suecos – é parte essencial neste acordo.

    Os biomas são cinco, e um deles é motivo de atenção redobrada em razão de sua riqueza imensa e relativamente pouco conhecida em razão das próprias dificuldades de cobertura: a Amazônia. Calcanhar-de-aquiles para muitos militares, o controle da área acirra ânimos, exorta nacionalismos contra ‘invasões estrangeiras’ e suscita disputas internas como, por exemplo, as entre ambientalistas e ruralistas. É assunto prioritário na Estratégia Nacional de Defesa, que prevê a ampliação e o reposicionamento de tropas nas áreas de fronteira.

    O monitoramento da região, feito pelo Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), é alvo de constantes críticas em função da defasagem dos aparelhos e do uso de imagens de satélites estrangeiros, o que poria em risco a soberania brasileira sobre a área. A própria END deixa claro o entendimento do país sobre o assunto, ao afirmar que “quem cuida da Amazônia brasileira, a serviço da humanidade e de si mesmo, é o Brasil”.

    Controle civil
    A efetivação, porém, dos planos e mudanças em defesa nacional tem um caminho arenoso a ser percorrido, ainda mais por se tratar de um setor culturalmente centralizador e de certa aversão à subordinação a civis – o próprio Exército, no ano passado, não se furtou a criticar o fortalecimento do Ministério da Defesa, por meio do END, em detrimento dos comandos das três Forças Armadas.

    “Não há como negar que o Brasil avançou muito desde a criação do Ministério da Defesa”, pontua o professor Alcides Vaz. “Mas há ainda pequenas questões que têm a ver com essa cultura institucional burocrática e de muita autonomia”.

    Outras nem tão pequenas. Mais recentemente, a resistência das Forças Armadas contra a investigação dos crimes cometidos “no contexto da repressão política”, uma referência direta feita pelo texto do Plano Nacional de Direitos Humanos à ditadura instaurada em 1964, escancarou como o governo pisa em ovos ao lidar com o setor.

    Na queda-de-braço com os elaboradores do plano, os militares levaram a melhor. Na base do grito, conseguiram a substituição do termo “contexto da repressão política”, que os botava contra a parede, por algo mais abrangente, como a investigação das violações de um modo geral.

    Cedeu-se de um lado na tentativa de se avançar em outro. Pragmático, o governo avaliou que compensava o ônus político de mais um dissabor aos setores que tentam passar a limpo um dos períodos mais nefastos da história recente do país. Na busca obstinada do Planalto para se atingir objetivos prioritários, como a consolidação regional e a autonomia internacional, não se abre mão do poder estratégico de Forças Armadas revigoradas – mesmo que pagando um preço bastante elevado por isso.

    Fonte: Yahoo

    16 Comentários

    1. O sr.Lula é seus ministros estão mt devagar quase parando o BRASIL, estamos bem próximo de cair na situação da argentina , q ñ pode se defender dos decadentes ingleses…estamos olhando , quando vamos resolver esse dramalhaõ méxicanos cahmado FX 2 e do VLS?

    2. Foi um ‘resumo’ muito bom. Pode não ter acrescentando nada do que foi dito, como disse nosso amigo aí em cima, mais para aqueles que ainda não sabem foi um “belo de um texto”.

    3. É o caminho normal, atrelar a politica de defesa com a politica de desenvolvimento. do país. É o sempre aconteceu desde que os primórdios.
      Os exemplos lá fora são variados, sendo os EUA o notável.

      O que se vê no país, é a falta do debate, muitos se dispersam no discurso político da matéria, com isso perde o Brasil. Somos um país com todas as instituições em pleno funcionamento mas, todo o debate dos temas nacionais se restringe somente na política partidária.

      A dita grande mídia Nacional, peca em destinar 90% de suas matérias para praticar o pesado jogo político partidário, tentando com isso fazer um atalho para se beneficiar no futuro. Perde a mídia, perde o país, perdemos todos nos.
      Não fosse os Blogs independentes, o assunto defesa nacional, estaria jogado as traças, como sempre esteve “jogado as traças”, o projeto espacial Brasileiro.
      Sinto falta da grande mídia nacional chamar a responsabilidade para se, de estender o debate com ideias e não só com críticas.

      Qual seria a melhor política de desenvolvimento industrial,tecnológica, infraestrutura,educacional, espacial. quais são as politicas vencedores pelo mundo?
      Chega de mesquinharia e tempo pedido, queremos debates, ideias e AÇÃO COORDENADA DE DESENVOLVIMENTO, assim todos poderemos estar falando uma mesma língua chamada DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO.

    4. Infelizmente é isto mesmo que acontece Itamar. Condordo com vocë.

      Hoje o grande debate está sendo feito pelos blogs e fóruns espalhados pela internet.

      A “grande-mídia” por vezes tem feito o trabalho inverso de desinformar e manipular o leitor. Obviamente tomada por interesses políticos-econômico.

      Felizmente espaços como deste blog, feito por pessoas que nada ganham e ainda gastam seu tempo e dinheiro, tem desempenhado um grande papel de prestação pública.

    5. Srs. se não for verdade, acho q. estou vendo demais mas acho q li q.o tio San ofereceu o Carl Vision junto com alguns Honet na vinda junto com o Fx. isso procede ou não. alguem hápto a me informar.Eu achei q a vinda do Nae 69 tinha um ar de oferta meio q desfarsada agora é só confirmar. Abraços á todos.

    6. Esdras :

      Achei que a imagem falou muito mais que o texto.

      O Esdras disse tudo…
      Mas o texto demonstra um passo… uma vontade… é um começo, com várias coisas no momento são meros começos, o importante será a manutenção dessas idéias iniciadas agora, principalmente diante da troca de governos e eventualmente até da troca de forças políticas…

      Espero eu que todos tenham aprendido a lição que DEFESA é projeto de ESTADO!

    7. Eraldo Calheiros

      Não posso te informar correto, mais não há previsões tão próximas de compra de um outro Nae. Como todos bem sabe o Nae São Paulo, tá todo preparado para voltar a ativa, manutenção completa…

      Nesse texto aqui no blog mesmo, trata como o Brasil vai comprar mais 2 Nae’s: http://pbrasil.wordpress.com/2010/03/15/detalhes-sobre-o-peamb-e-as-perspecitvas-da-futura-forca-naval-brasileira/#comment-8320

      Creio eu que esse texto não tem aprofundamento completo sobre verdade x especulação! Ou seja, no meu ponto de vista o Brasil não deve comprar nenhum Nae pelos próximos 10-12 anos! E se comprar, irá comprar apenas 1…

      O Brasil ainda não tem vocação para ser líder global ou seja lá o que quer ser! Mal consegue cuidar do próprio país, quanto mais influenciar um mundo inteiro.

      • Brasimiliano
        Sugiro a leitura deste pdf
        http://www.abinee.org.br/informac/arquivos/marin09.pdf
        acho que assim fica esclarecida a questão do NAE.
        quanto ao Nimtz( carl vinson oferecido) esta informação não é do Plano Brasil, ele foi apenas reproduzido aqui e eu mesmo contestei a veracidade da informação, o que está em oferta ao Brasil é sim o F 18 EF e não o navio que acaba de sair de um amplo programa de reformas que opermitirá operar por mais 25 ao serviço da US-Navy.
        SDS.
        E.M.Pinto

    8. O sonho do Sr. Molusco é eleger a Dilma e tentar realizar isso que foi dito aí em cima. Falta, sim, a mídia de massa explorar o assunto, só que sem aquela entonação de imprensa marrom, aliás, que é o forte da nossa imprensa. Não existe no Brasil uma verdadeira imprensa… a que aí está só se limita a reportar as notícias. Ninguém se adianta em cutucar num assunto como este. Se assim o fizer, poderá ser taxado de militarista (infelizmente a ditadura criou no Brasil um medo irracional dos militares por parte da imprensa, ao meu ver relatar fatos importantes para a Defesa Nacional deveria ser assunto corriqueiro assim como o futebol, afinal de contas somos nós os donos da maior jóia (entenda-se Amazônia) da humanidade).

    2 Trackbacks / Pingbacks

    1. Brasil x Turkia Copa Do Mundo 2002 Semi Final | Abraço - abraços e beijos
    2. BRASIL O NUNCA VISTO – PANTACAMPEAO PART2 | Abraço - abraços e beijos

    Comentários não permitidos.