História das Armas Aeronáuticas (1/4)

http://www.leonardo-da-vinci-biography.com/images/da-vinci-helicopter.jpgSugestão Konner

Texto: R. P. Machado

Agosto de 1914 – As primeiras metralhadoras

A despeito das experiências anteriores, nem a França, nem o RFC, nem a Alemanha tinham aviões amados em uso regular quando a guerra começou.

O RNAS tinha dois. De fato, o uso militar de aviões era tão pouco desenvolvido que freqüentemente o relatório dos observadores era completamente ignorado.

Os problemas de armar um avião foram consideráveis, pois as três potências possuíam uma diversificada coleção de tipos sem nenhuma uniformização. Um historiador credita a arma aérea francesa com somente duas metralhadoras e o RFC e o RNAS com um total de três.

A Alemanha tinha talvez um número igual. A história oficial inglesa é contraditória na exatidão da data em que o primeiro avião amado inglês chegou à França, dizendo que alguns Maurice Farman foram levados pelo 4o Esquadrão em setembro de 1914, depois descreve a tentativa de intercepção de um avião de observação Albatros por uma avião amado inglês pilotado pelo Tenente Strange em agosto de 1914.

Monoplano Deperdussin francês com metralhadora em montagem sobre a hélice.


SPAD A2 francês com metralhadora Hotchkiss em uma gôndola dobrável na frente da hélice.


Aviatik C.I com uma Parabellum fixa obliquamente para a frente para evitar o arco da hélice.


Uma Lewis com jaqueta, fixada para atirar obliquamente e permitir acesso ao carregador.

Montagem para atirar por sobre o ombro em um Martinsyde Elephant em 1917. A mira telescópica Aldis, na frente do piloto, servia para apontar outra metralhadora em montagem Foster sobre a asas.


Exemplos de posições para tiro num FE.2b inglês com duas montagens.


Montagem telescópica Anderson com uma Lewis em um FE.2b. O artilheiro está na cabine dianteira e fica de pé para atirar para trás, por sobre a asa.

É provável que os Maurice Farman tenham sido os primeiros aviões armados oficialmente e que o Henri Farman do Tenente Strange fosse uma das muitas adaptações para satisfazer a iniciativa de alguns pilotos. Desafortunadamente, ambos os tipos eram de tão baixa performance que o peso da arma afetava sua velocidade ascensional e baixava o teto de serviço para níveis desprezíveis. A tentativa de intercepção acima foi divertidamente descrita pelo Major McCudden, que escreveu: “cerca de meia hora depois que o alemão havia se afastado, um Henri Farman com uma metralhadora ainda estava subindo bravamente sobre o aeródromo a cerca de 1.000 pés, numa tentativa enérgica para agarrar o boche”. A falha desses antigos aviões amados resultou numa ordem de remover as metralhadoras dos aviões, embora não fosse taxativa. Em 4 de setembro de 1914, disse o General Henderson: “Não há no RFC aviões realmente adequados para carregar metralhadoras”.

Típica dessas vitórias foi aquela descrita na história oficial inglesa, na qual valia mais a sorte do que coragem dos participantes. Era comum para ambos os lados atirar até esgotar a munição sem atingir um ponto decisivo. Mais significante era a coincidência de encontrar um avião inimigo e a dificuldade que tinham de manobrar as toscas máquinas até o alcance do rifle. As metralhadoras continuaram a ser usadas em alguns aviões impulsores franceses, (e ingleses – visto que estes voavam na maioria aviões de desenho francês nessa época). Os alemães, sem aviões armados, iniciaram um projeto de adaptar seus aviões de observação da classe “B” (desarmados) de 1914, com rifles Mauser. Se os alemães tivessem um maior número de aviões impulsores, possivelmente fariam maior uso de armas automáticas durante o começo de 1915. A falta de efetividade dos poucos aviões armados pode ser calculada pelas poucas vitórias que obtiveram.

O primeiro combate aéreo vitorioso ocorreu quando um avião inglês forçou um alemão a aterrar em agosto de 1914, menos de um mês depois do inicio da guerra. Os franceses não alcançaram uma vitória até outubro, enquanto os menos agressivos alemães finalmente abateram um aparelho aliado no começo de 1915.

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Texto: R. P. Machado

Continua …

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