História das Armas Aeronáuticas (1/5)

http://www.leonardo-da-vinci-biography.com/images/da-vinci-helicopter.jpgSugestão Konner

Texto: R. P. Machado

Garros testa seu defletor

Em fevereiro de 1915, enquanto os aviadores que tinham a sorte de encontrar um inimigo, contra o qual atiravam com revólveres e até com granadas, um aviador francês instalou um engenho simples em seu monoplano Morane Saulnier N que estava destinado a mudar todo o aspecto da guerra no ar. Roland Garros, um piloto famoso desde antes da guerra, examinou o invento que Raymond Saulnier desenvolvia e aproveitou somente um pequeno painel triangular de aço adaptado em cada uma das pás da hélice para protegê-las dos impactos estilhaçantes das uma-em-cada-doze-balas que a atingiam, na esperança de que as balas que aí ricocheteassem não atingissem nenhuma parte vital do seu próprio avião, descartando o mecanismo de sincronização que fazia parte do invento, restando somente uma metralhadora Hotchkiss montada no capô para atirar diretamente para frente através da hélice sem mecanismos interruptores de qualquer espécie.


O sincronizador de Raymond Saulnier foi patenteado em 14.04.1914, mas não satisfez a Garros. No desenho acima não aparecem os defletores nas pás das hélices.


O Morane Saulnier L de Garros com uma Hotchkiss e defletores nas pás das hélices.


Um Morane Saulnier Tipo N de Eugène Gilbert, armado com uma metralhadora Hotchkiss e com os defletores nas pás das hélices.


Morane Saulnier N inglês com defletores nas pás da hélice, as únicas peças do invento de Saulnier aproveitadas por Garros.

Apesar de tão primitivo, Garros abateu sua primeira vítima em 1o de abril de 1915 e mais 3 até 18 de abril, quando um defeito no motor o obrigou a pousar em território alemão. É muito provável que outros franceses houvessem aproveitado seu invento antes dessa data, porque os alemães estavam certos de que os franceses tinham armado seus aviões escoteiros, de maneira que pudessem atirar para frente através da hélice e estavam inclinados a acreditar que todos os monoplanos aliados estivessem dotados de tal aparelho. Os ingleses experimentaram o desenho até o ponto de adaptá-lo em alguns monoplanos, embora não existam dados de que ele tenha alguma vez sido usado em combate.

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Texto: R. P. Machado

 

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