Projeto fortalece Jobim, mas enfraquece Forças Armadas

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bd/Nelson_Jobim_batalh%C3%A3o_de_infantaria_de_selva_em_Tabatinga.jpg

BRASÍLIA [ ABN NEWS ] – O projeto de lei complementar aprovado pela Câmara dos Deputados e que reestrutura as Forças Armadas fortalece a figura do Ministro da Defesa, pois centraliza nele as nomeações dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e as promoções do oficialato.

Um projeto feito na medida para o ministro atual, Nélson Jobim, homem forte no Congresso e de grande talento legiferante, que gosta de vestir a farda de marechal-de-campo para dar mais autenticidade ao seu cargo. É vaidoso e tem ambições de poder que não se limitam ao campo ministerial. E tem respaldos significativos dentro e fora do Brasil, nos meios militar, político, jurídico e econômico.

Esse poder de polícia conferido aos militares nas regiões de fronteira não deixa de ser o desvirtuamento do emprego das Forças Armadas, em sua missão constitucional, além de criar caldo de cultura para eventuais disputas territoriais com policiais militares, policiais federais, policiais civis, policiais rodoviários, policiais marítimos, polícias municipais e membros da força de segurança nacional que atualmente são empregados no combate ao tráfico de drogas e contrabandos de armas na fronteira.

Os soldados são treinados para matar, e não para combater o crime organizado, e essa nova lei complementar, relatada pelo deputado pernambucano Raul Julgmann, é um desserviço ao País, porque fica até difícil controlar uma suposta operação envolvendo os militares contra o crime organizado com desdobramentos no interior do país e em outras capitais ou cidades não fronteiriças.

Porque não se colocarem as Forças Armadas no combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, em São Paulo, Porto Alegre e outras cidades? A resposta que se tem é que não é missão dos militares atuarem contra bandidos. Mas, na fronteira, pode, e a fronteira já está congestionada com tantas forças atuando.

A questão fundamental é a inteligência e a coordenação das ações, de modo mais eficaz, e nesses quesitos as Forças Armadas poderão dar grande contribuição, como dava o Exército, por exemplo, pela Inspetoria Geral das Polícias Militares.

[*] Feichas Martins, articulista colaborador da ABN NEWS – Agência Brasileira de Notícias, é Palestrante, Jornalista, Mestre em Ciência Política pela UnB, Professor Universitário, Especialista em Planejamento Político-Estratégico e Consultor Político-Eleitoral. É membro do Comitê de Ética e de Liberdade de Expressão da Federação Nacional da Imprensa [Fenai-Faibra] e da Associação Brasiliense de Imprensa [ABI-DF]

Fonte: ABN via NOTIMP

9 Comentários

  1. “soldados são treinados para matar”, hora, nunca me ensinaram esta barbária nos quartéis…. é lamentável…. o Sr. Digníssimo etc, etc, etc, poderia não ofender quem está quieto….. perdeu uma ótima chance de ter ficado calado.

  2. Pinto

    ” que gosta de vestir a farda de marechal-de-campo para dar mais autenticidade ao seu cargo ”

    Essa é a fonte verdadeira mesmo? Esse texto me pareceu muito critico.
    Nunca vi ministro usar uniforme militar, mas se existir, tudo bem.
    Mas acho que uniforme é coisa de militar de verdade.
    Nuca vi o ministro do meio ambiente andando de bicicleta, dirigindo carro a energia elétrica, tomando banho em água reaproveitada da chuva.
    Jornazinho filho da mãe esse não é, sempre tantado desmerecer os outros usando essa velha tática da desqualificação moral, bem tipica das mídias de 5ª categoria.

    Parabéns pela matéria.

    • Luiz, esta é a mídia brasileira, se você analisar a fundo verá que seja qual for o tema abordado ele sempre acaba em política, ou melhor, em ataque ao político e ao partido, não é de hoje. Lembro-me dos ataques ao ex-presidente Itamar e ao seu governo (chamado de tartaruga) ao Ex-presidente FHC ( o bixo papão da humanidade) e agora é ao atual governo.
      Os direitopatas e esquerdopatas do Brasil tem sempre o mesmo discurso, um a liberdade e ou a democracia, como se ambos enchessem barriga de alguém. e como falta conhecimento para mostrar o que de bom existe em qualquer um dos governos supracitados, sobra o ataque pessoal e termos pejorativos.
      O sr. Ministro Nelson Jobim que termina o seu mandato este ano mais cedo do que o fim do ano, deixará o governo e este “SUPER PODER” que acaba de ganhar, passando para o próximo ministro da defesa e ao seu sucessor, portanto, não é para ele o “super poder” e sim para a democracia de fato, não esta travestida pelas cores dos foristas que defendem a ferro e fogo a tal democracia (que eles nem sequer sabem o que é) nem muito menos a liberdade( que convém quando é bom para nós e não para eles).
      Falta senso crítico e senso de realidade tanto para a esquerda quanto para direita, o mesmo se aplica aos seus cruzados defensores.
      A minha visão é que o Ministro Nelson Jobim conseguiu muitas coisas boas, posso dizer isso porque o acompanho no traçado de ministro, pois criei o blog faz dois anos e tenho acompanhado os seus passos, dos demais ministros não falo pois não acompanhava a história como agora, e seria uma injustiça falar de casos pontuais, é óbvio que como cidadão tenho críticas.
      Nem tudo é ouro mas o importante é que se conseguiu vitórias inimagináveis, tanto na sociedade com em seus legisladores, a sociedade brasileira está mais aberta a discutir o tema geopolítica e defesa do que a 2 anos atrás, por exemplo.
      Para mim o grande feito do senhor Jobim foi conseguir fazer sentar-se a mesa os comandos e os elaboradores da END conseguindo assim esboçar algo que se não é perfeito pelo menos é o inédito primeiro passo para o futuro do país.
      Há pontos negativos? há sem dúvida, mas pode estar certo que o Brasil saiu ganhando com intervenção deste ministro, o que não podemos permitir é que os erros cometidos por ele, não se repitam no futuro, mas que os acertos sejam aperfeiçoados.
      Quanto a questão da farda isto de fato incomodou muita gente pois foi considerada uma arrogância, um general passa 45 anos de carreira para merece-la e o ministro “desfilou” com ela, para muitos Generais isto parecia ser uma forma de humilhar os militares, o que eu compreendo mas entendo de outra forma.
      Para mim sua intenção foi usar-se como propaganda das forças militares, mas ainda sim acho errado pois joga contra tradições seculares de uma entidade a qual não pode e não deve perder suas tradições pelo fato delas serem o alicerce de suas existências.
      Isto é complicado de entender quando se é civil, mas nas instituições militares isto é primordial e necessário.
      Para mim esta atitude provocou desconforto e protestos, ao meu ver, corretos, mas também colaborou para mostrar ao Brasil um ministro que realmente vestiu a camisa.
      Como cidadão espero que o seu sucessor seja ainda mais atuante e que não repita erros do passado não só os do Jobim, mas que aprenda com seus acertos e colabore na condução do Brasil para o futuro que todos nós almejamos.
      Um país sério, respeitado, pacífico e grandioso.
      Grande abraço
      E.M.Pinto

  3. Não concordo com a reportagem , em suas linhas gerais.
    A autorização legal para ação com poderes de policia em áreas e ações específicas parece bastante positiva. Uma atuação importante e necessária para as forças militares ( e para a sociedade civil) em tempos de paz.
    Fronteiras são regiões sensíveis, bem diferentes do interior.
    Quanto ao ministro Jobim, pelo pouquíssimo que acompanhei, vi um civil, um jurista, adotando posturas bastante coerentes numa área que envolve assuntos militares.
    Creio que o ministro Jobim, ao usar fardas, apenas chamou a atenção da sociedade civil para a necessidade dela, sociedade civil, engajar-se nas discussões sobre temas nacionais, especificamente no caso, a defesa nacional.
    ‘Vestir a camisa da defesa nacional’, simbolizada nesse caso, pela farda.
    (Parece que houve um exagero na crítica, pois gostaria que me esclarecessem: existe marechal-de-campo no Brasil? )
    Centralizar as nomeações de oficiais generais no Ministro da Defesa é apenas a delegação dada ao representante do Poder Executivo que está mais afeito e presente aos assuntos das armas, e tem com os militares, maior contato. Nada demais.
    E para que ministros se não terão força em suas áreas de atuação?

  4. Eu acho que o lobby do tráfico é muito forte.
    Eles inventam qualquer coisa para impedir o exército de apreender traficantes, mulas, veículos e pilotos dos traficantes… qulquer coisa para relaxar o flagrante!
    Sem falar que às vezes o jornalista pensa que os fins justificam os meios, então, começa a atacar uma decisão correta que auxilia na governabilidade, afinal, para ele o que interessa é a baderna.
    Abraços,
    Fernando

  5. Parabéns pelo seu excelente comentário E.M.Pinto!!!

    Como sempre digo…

    A imprensa parece que “distorce” a realidade!

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