Votação – Plenário aprova reestruturação das Forças Armadas

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Eduardo Piovesan

O Plenário aprovou ontem o Projeto de Lei Complementar (PLP) 543/09, do Executivo, que atribui poder de polícia às Forças Armadas nas áreas de fronteiras e cria o chamado Livro Branco, no qual devem ser detalhadas as informações da política nacional de defesa. A matéria, aprovada por 328 votos a 5 e 3 abstenções, deve ser votada ainda pelo Senado.

O projeto teve tramitação rápida em razão do regime de urgência aprovado pouco antes de sua votação. Com a mudança na Lei Complementar 97/99, as Forças Armadas poderão realizar ações preventivas e repressivas na faixa de fronteira terrestre, no mar e nas águas interiores contra crimes típicos de fronteira, como tráfico de drogas e crimes ambientais (tráfico de espécies protegidas, por exemplo).

Emenda do deputado Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) especifica que as ações na faixa de fronteira podem ser feitas independentemente da posse, propriedade, finalidade ou qualquer gravame que recaia sobre ela.

Além de fazer patrulhamento, os militares poderão revistar pessoas, veículos, embarcações e aeronaves, assim como realizar prisões em flagrante sempre que não houver policiais presentes no momento da ação.

Para dar eficácia à atuação da Aeronáutica no controle do espaço aéreo brasileiro, esse poder de revistar e prender em flagrante também será usado nos casos da Lei do Abate (9.614/98). A lei permite à Aeronáutica interceptar aeronaves sem autorização de voo ou suspeitas de levar drogas, armas ou passageiros ilegais.

Livro Branco

Os deputados incorporaram ao texto emenda do líder do PPS, deputado Fernando Coruja (SC), apresentada com base no PLP 547/09, do deputado Raul Jungmann (PPS-PE). A emenda cria o Livro Branco de Defesa Nacional com o objetivo de dar transparência à política e à estratégia de defesa do País. Deverão constar do livro dados referentes ao cenário estratégico para o século 21; à política e à estratégia nacionais de defesa; à modernização das Forças Armadas; e ao suporte econômico do setor. De quatro em quatro anos, a partir de 2012, o Executivo deverá encaminhar ao Congresso o Livro Branco, a política e a estratégia de defesa.

Segundo Jungmann, presidente da Frente Parlamentar da Defesa Nacional, “essa matéria coroa todos os avanços que a Casa conseguiu desde a Constituinte quanto ao papel da Forças Armadas”. Para o deputado, o livro evitará que o Congresso seja alijado do debate do tema.

Proposta fortalece ministro da Defesa

O PLP 543/09 também fortalece o papel do ministro da Defesa e especifica que caberá aos tribunais militares o julgamento de delitos de integrantes das Forças Armadas no exercício de atividades subsidiárias, como a de ajuda em calamidades públicas ou a de cooperação com órgãos federais na repressão a delitos de repercussão nacional e internacional.

A proposta cria um Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, subordinado diretamente ao ministro da Defesa e chefiado por um oficial-general de último posto. O órgão terá a participação dos chefes dos Estados-Maiores das três Forças – Exército, Marinha e Aeronáutica.

Segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, as mudanças conformam a lei à nova Estratégia Nacional de Defesa, aprovada por meio do Decreto 6.703/08. Jobim argumenta ainda que as mudanças dão mais autonomia ao ministério para gerir políticas setoriais em relação a armamentos, comunicação e protocolos militares. (EP)

Fonte: NOTIMP

4 Comentários

  1. “as mudanças dão mais autonomia ao ministério para gerir políticas setoriais em relação a armamentos, comunicação e protocolos militares. (EP)”

    Isso aí, até que enfim eles estão “acordando” para a realidade atual do Brasil! Agora só resta-nos arrumamos a questão da aposentadoria nas 3 Forças.

  2. O cargo de ministro da Defesa deveria ser desvinculado ao do presidente, ou seja, à semelhança do que foi proposto há um tempo atrás para o presidente do Banco Central, o “mandato” do ministro da Defesa não deveria coincidir com o do Presidente da República para que ele (o ministro) não sofresse influência do partido mandante, sendo sua política baseada no tal “Livro Branco”.

  3. AOS PULITICOS EM QUESTÃO ,TEMOS SEMPRE QUE ELEVAR O NOSSO PAIS AO MAXIMO,POIS
    SOMOS UMA ELITE E MESMO COM TANTAS CORUPIÇOES,DEPOSITAMOS NOSSA CONFIANÇA NOS SENHORES.[BARABÉNS ]

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