O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou nesta terça-feira (9) o argumento brasileiro de que as potências mundiais deveriam dialogar com Irã para resolver a tensão sobre o programa nuclear iraniano, já que, segundo Lula, sanções mais severas contra o país poderiam desencadear novos conflitos militares no Oriente Médio.
“Não queremos repetir no Irã o que aconteceu no Iraque”, afirmou Lula em entrevista à agência de notícias AP, argumentando que novas sanções poderiam isolar o Irã de tal forma que a espiral de tensões poderia levar a uma guerra.
A declaração acontece uma semana depois da visita da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ao Brasil, onde ouviu do chanceler Celso Amorim o mesmo argumento.
Os Estados Unidos lideram um bloco internacional que busca legitimidade para aplicar novas sanções ao Irã, acusado de desenvolver tecnologia nuclear com fins bélicos. Para o Brasil, o país asiático tem direito a energia nuclear pacífica e as possibilidades de diálogo ainda não se esgotaram.
Lula afirmou que em maio, durante visita ao Irã, tentará convencer o presidente Mahhmoud Ahmadinejad a retornar às mesas de negociações para dissipar as dúvidas sobre o caráter da pesquisa atômica iraniana.
“Eu já falei para eles [governo iraniano] que uma guerra deve ser evitada a todo custo”, afirmou Lula hoje. “Quem ganharia com essa guerra?”
Segundo Lula, o Brasil é um país com características ideais para servir de mediador com o Irã, já que possui um programa nuclear pacífico.
Nesta semana, Lula inicia um giro pelo Oriente Médio, onde visitará Israel, Jordânia e Territórios Palestinos.
Sugestão: Gérsio Mutti
*Com informações da AP
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