UE adverte EUA após desistência da EADS de licitação

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A Comissão Europeia considerou nesta terça-feira “lamentável” que a construtora aeronáutica EADS tenha desistido de um processo de licitação para o fornecimento de aviões-tanque aos Estados Unidos, e manifestou preocupação com as modificações no contrato para prejudicar a empresa.“É muito lamentável que uma potência se sinta incapaz de apresentar sua candidatura para um contrato deste tipo”, comentou o comissário europeu do Comércio, Karel De Gucht, em referência a EADS, fabricante do Airbus.

“A Comissão Europeia ficaria extremamente preocupada se os termos da licitação estivessem formulados de tal modo para impedir uma concorrência aberta pelo contrato”, completou.

O Executivo europeu, que representa os 27 países da União Europeia (UE) em questões comerciais, advertiu que acompanhará de perto os futuros passos do caso.

O Northrop Grumman, sócio da Airbus no mercado americano, anunciou na segunda-feira ter desistido da disputa em consequência da “estrutura da licitação” que, segundo a empresa, dá preferência ao avião da Boeing, uma versão modificada do 767, menor que o A330 da Airbus.

O presidente da Airbus, Thomas Enders, denunciou que “a licitação em curso é direcionada a favor do avião menor e menos eficiente da concorrência”.

Nota do Editor:

E tem gente querendo atrelar o FX-2 à venda casada do Super Tucano…

E.M.Pinto

Fonte: Bol/Uol

10 Comentários

  1. “a licitação em curso é direcionada a favor do avião menor e menos eficiente da concorrência”

    Não parece a suposta preferência da FAB em favor do Gripen, com falava a imprenssa “especializada”??

  2. Isto ai já aconteceu com a Embraer, quando o avião ganhou e não levou, pois na última hora resolveram mudar o esquema de forma a não caber mais no avião.

  3. Se o Brasil pode escolher caças não levando em conta questões técnicas e sim pela “estratégia”, os EUA também podem fazê-lo em relação aos seus “tanques”.
    Vale salientar que “menor” não quer dizer “pior”.
    Muitas vezes o “maior” tem também um maior custo de aquisição, de operação, de manutenção, precisa de mais pista, de pistas melhores, etc.
    Talvez o 767 tenha se adequado melhor aos requisitos do programa (em tempos de crise) exatamente por ser “menor” e menos capaz, enquanto o avião europeu joga a toalha antes da luta começar.

    • Salve Bosco meu caro.
      O que eu acho é que decisões sobre compras militares, sempre foram políticas, porém quando o Brasil anunciou isto foi um alvoroço danado.
      Lembro o JPATS e o AGS, a questão é que nação alguma compra armas sem a componente política.
      Eu defendo a posição dos EUA no caso KC-X por uma simples razão, eles estãod efendendo o deles e não os dos outros, e isso quero também para o Brasil.
      O KC-767 se provou inferior ao KC-45 mas nem por isso os EUA optaram pelo europeu, agora fica a pergunta, o governo Brasileiro seria defendido se tomasse uma decisão como esta??????? claro que não.
      Apesar de defender a atitude patriótica dos EUA no caso, não entendo como e porque a USAF requeriu a presença de um concorrente que derrubaria o modelo prferido pelo senado, para mim soa igual à polêmica do Gripen, queremos este mas eles querem aquele…
      se não era para dar o KC 45 porque deixaram ele entrar na concorrência?
      coisa de amador, tal como no nosso FX-2…
      SDS
      E.M.Pinto

  4. E.M.Pinto,
    eu acho que o fator complicador do F-X2 foi o anúncio prematuro do Presidente do “ganhador” e não necessariamente o anúncio do “peso político/estratégico” na decisão.
    Se no dia do anúncio oficial do vencedor fosse colocado para a mídia que o fator primordial seria estratégico iria ter a velha chiadeira de sempre dos perdedores e dos insatisfeitos, mas iria ser breve e sem maiores consequências.
    Mas acho que o Presidente Lula “pisou no tomate”. rsrss…
    Quanto ao KC-X salvo engano a Boeing pediu que o resultado oficial fosse revisto e que novos requisitos fossem feitos para que pudesse disputar de igual para igual baseado em alguma lei americana que prevê que quando existir um similar “doméstico” o mesmo tenha que obrigatoriamente fazer parte da “concorrência”.
    (Estou certo?)
    Aí, eles mudaram tanto os requisitos iniciais que descaracterizou a ponto da EADS jogar a toalha.
    Não podemos condenar a Boeing por isso e muito menos os americanos, como você mesmo frisou.
    Um abraço meu caro.

    • Salve Bosco.
      Concordo plenamente com esta questão do Lula abrir a boca antes da hora, ou pior, sem ter um vitorioso decidido de fato.
      uma vez que ontem mesmo ele disse que ainda não se decidiu, então poruq edisse aquilo? deixa pra lá…
      Qunato ao KC-X, bem a história não foi bem assim.
      ela teve um caminho tortuoso, a decisão estava tomada, o KC-45 venceu, daí o Presidente Obama assumiu e suspendeu o contrato sobre a alegação de que os programas militares precisariam ser revistos.
      Até acredito que o Obama queria retomá-lo com o KC-45 vitorioso no futuro, mas o lobbie foi forte, a EADS anunciou a saída já faz um tempo, alegando que não admitiria uma reavaliação, até porque eles tinham uma proposta mais barata o KC baseado no A-300 MRTT, mas que não se sujeitariam a uma concorrência que claramente seria relançada para dar vitória clara a Boeing.
      O Pentagono inclusive tentou aumentar os requisitos, desta forma a Boeing apresentaria o 777 que seria superior ao A-330, porém este aidéia não foi para frente.
      Como a concorrência tendia claramente para o lado da Boeing a EADS se retirou em protesto, facilitando a vida de muitas cabeças e deixando a boeing com o KC 767.
      detalhes: Uma das críticas quanto ao modelo é o fato de não possuir a carga necessária para abastecer o C-17, outra coisa é a taxa de transferência de combustível considerada muito inferior ao exigido (coisa que a boeing resolverá em breve segundo suas fontes).
      outra restrição diz respeito a capacidade de carga, pois todos os modleos serão KC e a USAF queria um modelo capaz de transportar tropas e material também, e nisso o KC 45 era superior inconteste uma vez que a aeronave é maior.
      Dito isto quero apenas esclarecer o andar do programa, porém como disse antes sou a favor que um país fescolha políticamente seus sistemas como no caso, não acho errado, quem paga é o povo americano e eles é quem tem que ter o retorno disso tudo.
      porém acho errado é fazer uma concorrência com o ganhador já decidido antes e mudar de idéia no final, esta é um exemplo claro de que os critériso técnicos foram superados pelso políticos, porém extratégicos para este país.
      Não condeno a boeing, ela é uma empresa e está na briga pois apresentou sua proposta cabe a quem de interesse julgar e escolher aquilo que quer ou acha melhor e neste caso eles tem total direito de fazer lobbie pois estão dizendo ao seu governo que investir no estrangeiro é minimizara capacidade tecnológica do seu país no futuro, além de exportar divisas, só acho chato é quando o governo americano chora quando uma coisa destas acontece fora do seu país, e acho mais horrendo ainda quando vejo brasileiros criticando o governo brasileiro por fazerem exatamente mesmo.
      Só acho que quando este arguento é usado aqui no Brasil, é um pega pra capar sem precedentes e sem razão…
      A USAF estará bem de KC 767 e isto é o que importa para o americano que terá investimento em defesa dentro do seu país, o qeu eu prego para o Brasil e defendo com afinco.

      Grande abraço meu caro
      E.M.Pinto

  5. E tem gente que ainda acha que eles vão mesmo comprar 200 Tucanos. Nem se o Brasil comprar os Superhornets.

    Os maiores picaretas da história moderna, ou de toda.

  6. E.M.,
    Valeu pela explicações meu amigo. Eu não sabia da deficiência do KC 767 em relação aos C-17.
    Se for isso é uma pena já que embora eu também concorde em se levar em conta o ‘fator político’ no caso de equipamentos muito parecidos, acho que deve-se priorizar qual equipamento atende melhor ao programa, depois os custos.
    Um abraço.

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