Reis preparam visita

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Brasil-Suécia Carl Gustav XVI e a rainha Silvia chegam no fim do mês, com propostas de negócios e comitiva de empresários

Samanta Sallum
Enviada especial

Estocolmo Depois de 25 anos sem vir ao Brasil em caráter oficial, a realeza sueca se prepara para visitar o país no fim deste mês. O rei Carl Gustaf XVI e a rainha Silivia chegam a Recife no dia 22, com grande expectativa pelas praias, e cumprem agenda a partir do dia seguinte, em Brasília. O casal real aceitou um convite feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado, e chega acompanhado de uma grande delegação de empresários. Já atuam no Brasil 220 multinacionais de origem sueca, como a Ericsson e a Volvo. A programação prevê um encontro com o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, que levará o rei e a rainha para conhecer a Amazônia.

Nas conversas, um assunto polêmico não poderá ser deixado de lado: a licitação para compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB). A Suécia participa com o Gripen NG, projeto da Saab, e ainda tem esperança de que Lula reveja a preferência já explicitada pelo francês Rafale. O americano Super Hornet, da Boeing, também está no páreo.

O governo sueco afirma que a viagem não está relacionada diretamente aos caças, mas ela se segue à visita do presidente francês, Nicolas Sarkozy (em setembro), e à da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, que acaba de se reunir com Lula e o chanceler Celso Amorim, em Brasília. Nada mais oportuno do que o casal real e representantes do governo sueco também marcarem presença. Foi mera coincidência a ida do casal real ao Brasil neste momento, de grande expectativa pela definição do contrato. A viagem estava sendo programada havia muito tempo, e acreditávamos até que o assunto já estivesse resolvido a essa altura, explica o vice-ministro das Relações Exteriores para Comércio, Gunnar Wieslander. Não pretendemos fazer qualquer tipo de pressão. Só vamos continuar mostrando que a Suécia e o Brasil têm longa tradição em parcerias industriais, e que realmente é possível desenvolver um projeto conjunto com efetiva transferencia de tecnologia.

Vantagens

Na forma diplomática de demonstrar que oferece a opção mais adequada, o governo sueco argumenta que não está sujeito a injunções de terceiros países em questões geopolíticas e militares. O fato de a Suécia não ter presença permanente no Conselhos de Segurança da ONU, por exemplo, é exibido não como desvantagem, mas como garantia de que não seria suscetível a pressões para retaliar o Brasil, caso contrarie interesses de outro país. Temos tradição. Quando assinamos um contrato, cumprimos rigorosamente, destaca o vice-ministro.

Ele não menciona casos específicos, mas não é difícil compreender a referência lembrando o fato de a França ter apoiado o Reino Unido na Guerra das Malvinas (1982), o que dificultou para o governo de Paris o cumprimento de contratos que tinha com a Argentina na área militar.

Negócios sólidos

O Brasil está entre os 10 países onde a Suécia mais investe. Por outro lado, a Suécia é a maior consumidora de etanol na Europa, compradora do Brasil. Queremos aprofundar as relações e buscar formas de facilitar os negócios, diz o vice-ministro de Relações Exteriores para Comércio, Gunnar Wieslander. Ele se refere aos impostos e sobretaxas cobrados reciprocamente. O casal real e a comitiva de empresários passarão dois dias em São Paulo, onde terão encontros na Fiesp e farão uma visita à Embraer, em São José dos Campos mostra do interesse sueco na indústria Aeronáutica.

O presidente brasileiro conhece bem o peso das multinacionais suecas, que hoje empregam 50 mil trabalhadores no país. O próprio Lula foi um deles: trabalhou na Scania, onde liderou uma de suas primeiras greves o que, na Suécia, é motivo de admiração e simpatia entre autoridades e empresários. E foi Lula quem disse que a melhor fabrica da Suécia, fora da Suécia, é o Brasil. São Paulo é considerado o maior centro industrial sueco, por concentrar 220 empresas do país. Os suecos gostam de lembrar que veio de seu país o cimento usado na construção do Cristo Redentor, e de que foi em Estocolmo que a Seleção Brasileira conquistou a Copa do Mundo pela primeira vez, em 1958.

Mas a maior referencia brasileira para os suecos é Silvia, chamada de rainha brasileira porque sua mãe nasceu no Brasil. Silvia foi criada em São Paulo e esteve no Brasil mais recentemente em 2008 sozinha, para participar de uma conferência sobre direitos da infância.

Fonte: Correio Braziliense via NOTIMP

6 Comentários

  1. Ihhh
    Depois da história da Suécia ter decidido ir de Gripen NG… Já estou vendo que vão adiar o anúncio do F-X2 para não ficar mal anunciar com um líder nacional (que pode perder) aqui…

  2. Uma vinda sem muito sucesso.
    Não acredito que possa ter sucesso na sua visita, o GF já está inclinado para o Rafale.
    Espero que esteja enganado realmente.

    Abs.

  3. Oi xara/

    Suécia é onde se localzia a SAAB do Gripen New Generation

    Sei que alguns engenheiros brasileiros fora para lá para partidiparem de um trabalho em conjunto.

    Também, com a China entrando no mercado não militar da SAAB, vejo que ela terá que ganhar com os caças, caso contrário, ela vai perder dinheiro,e futuramente, inovação. Demições e falência.

  4. Isso mesmo, Carlos Argus, mandou bem,..rs..rs…que façam uma proposta razoável pela empresa Gripen da Saab. Embora limitada, ela poderia agregar alguma tecnologia à embraer. Na verdade, precisamos constituir um parque industrial nacional que proporcione a estrutura completa para as atividades de uma ou mais fábricas nacionais de aviões, não uma montadora de aviões com componentes estrangeiros que efetivamente não possa atender nossas necessidades de defesa. Para que possam mamar nas tetas do mercado civil de aviação no Brasil a empresa tem que ter autonomia para produzir e satisfazer nossa necessidade de defesa nacional. O governo precisa ser mais firme e pressionar a Embraer, até agora essa empresa tem estado acomodada, explorando o mercado nacional e internacional da aviação civil, dando lucro e criando empregos nos exterior e pouco contribuindo à defesa da soberania nacional, – o ST e AMX tem componentes críticos (motôres e aviônica), fabricados no exterior e tudo indica que se depender dela e/ou da FAB, vamos continuar na mesma.

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