A descoberta de uma nova Amazônia

http://www.agrocim.com.br/imgs/imgfixa/politicas_agricolas/direito_agrario/Amazonia_Legal.jpg

Feito com radares em vez de fotos aéreas, um mapeamento da região começa a desvendar o que existe sob as árvores e no subsolo de uma enorme área do tamanho de três Franças

Laura Ming

Apesar de todos os superlativos que a Amazônia envolve, em termos de extensão ,riquezas naturais e importância para o clima do planeta, há vastas áreas da região que ainda não foram devidamente mapeadas. Numa área de 1,8 milhão de quilômetros quadrados, equivalente a três Franças, não se conhecem ao certo o relevo do terreno e o percurso dos rios. Ignoram-se o potencial mineral do subsolo e detalhes do ecossistema. Esse desconhecimento geográfico de um pedaço tão grande do Brasil decorre do fato de que o último levantamento cartográfico da amazônia foi feito em 1980, utilizando-se técnicas hoje obsoletas. Os mapas atualmente disponíveis, elaborados por meio de fotografias aéreas, trazem poucos detalhes e muitas imprecisões. Num período de trinta anos, o curso dos rios de porte médio e pequeno, por exemplo, sofre alterações significativas. Agora, por iniciativa do Exército brasileiro, está em andamento um novo levantamento cartográfico da Amazônia, que vai revelar os detalhes de seus trechos quase desconhecidos. Os novos mapas terão papel essencial no planejamento estratégico da região, tanto na preservação da floresta quanto na exploração das riquezas naturais e nos investimentos em obras de infraestrutura como estradas e gasodutos.

O novo mapeamento da amazônia, que custará 80 milhões de reais, usa radares transportados por aviões. Ao contrário do que ocorre com as câmeras fotográficas, mesmo aquelas instaladas em satélites, os radares conseguem enxergar além das nuvens e das árvores. Os aparelhos funcionam em duas frequências de ondas eletromagnéticas. A primeira, chamada de banda X, reflete-se na copa das árvores. A segunda, a banda P, atravessa a vegetação e chega ao solo. O cruzamento das informações colhidas pelas duas bandas fornece as curvas de nível do solo, o tamanho das árvores e outros dados necessários para elaborar um mapa preciso.

Essa tecnologia foi desenvolvida por uma empresa privada brasileira, a OrbiSat, usando como base equipamentos militares americanos. Os pilotos utilizam um GPS para percorrer linhas retas de 180 quilômetros, captando as ondas dos radares. Soldados do Exército complementam o trabalho em terra, instalando refletores no meio da floresta. Esses refletores garantem a precisão da localização geográfica do trecho do mapeamento. Depois de processadas em computadores, as informações produzem imagens com resolução de 1 para 50 000 – contra uma resolução de 1 para 100 000 dos mapas feitos com fotografias. “Ao olhar a Amazônia do alto, a impressão que se tem é a de um grande tapete verde, mas as alterações topográficas são enormes e só agora serão dimensionadas”, diz o general Pedro Ronalt, responsável pelo projeto de mapeamento.

O novo levantamento cartográfico da amazônia deverá ficar pronto em quatro anos. Com ele, será possível evitar equívocos como o ocorrido na construção da hidrelétrica de Balbina, no Amazonas. Como não se sabia ao certo a topografia da região, uma área maior que a necessária foi inundada. O conhecimento detalhado do curso dos rios vai ajudar a prevenir enchentes como a que inundou Manaus no ano passado. “Conhecer em detalhes a hidrografia também é importante para estancar os vazamentos de óleo, comuns na região, porque é possível prever por onde ele vai se espalhar”, diz o engenheiro João Moreira Neto, que desenvolveu os radares usados no projeto. O Ministério de Minas e Energia também vai utilizar a nova cartografia da amazônia. O objetivo será fazer o mapeamento geológico da região. Sensores instalados em aviões vão medir a densidade, o magnetismo e a radioatividade das rochas, estimando que tipo de minério existe no subsolo.

O alcance do projeto de cartografia da Amazônia evoca o esforço pioneiro do marechal Cândido Rondon (1865- 1958), o engenheiro que, no início do século passado, chefiou uma missão que levou trinta anos mapeando 50 000 quilômetros do território brasileiro, principalmente na amazônia e no Pantanal. Viajando a cavalo, em carro de boi ou a pé, a missão atualizou mapas que ainda datavam do período colonial. Alguns dos mapas de Rondon foram usados até os anos 70, quando as fotografias aéreas e as informações obtidas por satélites modernizaram os levantamentos cartográficos. Com o atual projeto de mapeamento, será possível conhecer melhor a amazônia e suas riquezas, tanto aquelas fornecidas pela floresta quanto as que repousam no subsolo.

Fonte: Veja via NOTIMP

6 Comentários

  1. O mais importante de tudo isso é que o trabalho está sendo feito pelo exército brasileiro e por uma empresa de tecnologia nacional. É oportuno contrato de salvaguarda dessas informações com a empresa envolvida a fim de se resguardar interesses estratégicos do país.

  2. Ótimo trabalho, agora é esperar que acabem logo este trabalho, antes que alguém chege querendo nós ajudar a fazer este mapeamento… Aí já viu né, vão dizer que uma colaboração é muito importante, vai ter gente aqui do Brasil achando que tudo o que dizem ao Norte do equador é verdadeiro, e que mentira e intenções obscuras são coisas somente de esquerdistas!!

    A Amazônia é nossa, e sai de retro com as colaborações estrangeiras neste programa, excluso os nossos vizinhos amazônicos!!

  3. Muito bom isso tudo.
    outra coisa a ser notada, é a grandeza do Marechal Cândido Rondon, um orgulho nosso.
    O triste é notar que a vida exemplar desse brasileiro não é contada em filmes ou novelas…

  4. O solo da Amazônia é plano e ja foi um deserto. Quem diria!

    Pode haver uma possibilidade de existir uma “colossal” área de petróleo debaixo de seu manto verde, representando 80 a 90 % do petróleo no mundo.

    Ja passou uma reportagem no Discovery Channel (não onfio muito nisso, mas…) era sobre as mudanças do solo, desertificação e reflorestação.

    Baseado nisso, alguns cientistas pensam nessa hipótese.

    Alguns dizem que a amazônia ja sofreu (ou sofre) fenômenos de desertificação e reflorestamento. Como de tempos em tempos, a Amazônia virasse de floresta para deserto nordestino. Algo que pode explicar uma existência de um possível “MAIOR ÁREA DE EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO DO MUNDO, estimado em trilhões de litros.

    Todos sabemos que o petróleo é um composto a base de carbono, cujo próprio carbono é “base” da vida na terra. Logo, a amazônia “morre” de tempos em tempos (é uma hipótese) e seu composto carbônico fica estocado no solo da Amazônia.

    Alguns críticos acreditam nisso, pois sabe-se que a Floresta Amazônica (ao contrário do que se diz nos “jornais”) tem uma incrível capacidade de regeneração.

    OBS: Esses cientistas pensam nessa teoria, porque sabe-se que em torno de (não me lembro bem) 100 ou 150 mil anos um período de aumento de calor e depois esfria.

    Essas mudanças, acarretariam a falta e/ou excesso de chuva amazônia, ou na região norte do continente. Fazendo a floresta morrer e/ou renascer.

    TUDO ISSO É UMA HIPÓTESE BASEADA EM REAÇÕES E MUDANÇAS GEOGRÁFICAS, CLIMÁTICAS E BIOLÓCIAS (VERÍDICAS) QUE OCORREM NO LANETA.
    É UMA HIPÓTESE. SEU CONTEÚDO NÃO É NECESSARIAMENTE A MINHA OPINIÃO.

    Pinto, isso sim seria um motivo e tanto. Contudo, falta pesquisa.
    Será que o Brasil vai aceitar ajuda externa com o RISCO de “vazar” a possível existência dessa mina de ouro???

  5. ” OBS: Esses cientistas pensam nessa teoria, porque sabe-se que em torno de (não me lembro bem) 100 ou 150 mil anos um período de aumento de calor e depois esfria. ”

    Essa parte, refere-se ao fenômeno das éras Glraciais, ou Èra do Gelo. Que ocorre de tempos em tempo, 100 mils anos, acho eu, em que a amazonia poderia morrer nesse paeríodo e depositando seus resíduos cabonicos do solo.
    No fim da Éra Glacial, o gelo derrete e a lforesta se regenera.

    Mas eu alerto, é teoria, pode ou não ser verdadeira.

  6. São esses detalhes, q mostram o quanto nossas “Ortoridades” ñ tem conhecimentos do q existe dentro do nosso país..+ qom certeza tem olhos estrangeiros fazendo pequisas por lá…Temos q povoar o norte, da mesma forma q os ianks fazem com o alaska…+ presença militar na amazônia, p ontem.

Comentários não permitidos.