Brasil cai 18 posições em ranking global de inovação

O Brasil despencou da 50ª para a 68ª posição no ranking mundial de inovação de 2010, que classifica as economias de Islândia, Suécia e Hong Kong como as três mais inovadoras do mundo.

Dentre os países latino-americanos, o país ficou apenas no 7º posto, perdendo para nações como Costa Rica, Chile e Uruguai. No ano passado, o Brasil era o 3º mais bem classificado na região. No grupo dos quatro Brics, o Brasil foi quem registrou o pior resultado neste ano.

Apesar desse cenário negativo, o Índice de Inovação Global divulgado nesta semana faz uma análise positiva sobre o futuro da inovação no Brasil.

A terceira edição do relatório produzido pela escola mundial de negócios Insead em parceria com a Confederação da Indústria Indiana (CII) destaca como principais forças inovadoras do Brasil “a exploração de petróleo em águas profundas, a agricultura tropical e a fabricação de aeronaves regionais”.

A pesquisa classificou 132 países a partir de 60 indicadores diferentes, tais como patentes por milhão de habitantes, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, usuários de internet banda larga e celulares por 100 pessoas e prazo médio para se abrir um negócio no país.

O estudo também tentou medir o impacto da inovação para o bem-estar social, incluindo dados de gastos com educação, PIB per capita e o índice Gini de desigualdade social.

O potencial brasileiro

A edição deste ano do Índice de Inovação Global contém um capítulo específico sobre o Brasil, que é tratado como “uma história de sucesso da América Latina”, já que “depois de 2014, o Brasil deve se tornar a quinta maior economia do mundo, ultrapassando a Grã-Bretanha e a França”.

Segundo o estudo, o país se destaca por seu pioneirismo na exploração de petróleo de águas profundas, “de onde 73% de suas reservas são extraídas”, pela produção de etanol, que “muitas nações africanas, como o Sudão, tentam reproduzir”, e pela fabricação de aeronaves regionais, setor em que a Embraer é líder mundial e que “exemplifica os benefícios de se adotar estratégias de negócios orientadas para a inovação”.

As principais forças inovadoras (do Brasil) residem na exploração de petróleo em águas profundas, a agricultura tropical e a fabricação de aeronaves regionais

Na visão do Insead e do CII, o Brasil leva vantagem em comparação com os demais Brics, apesar de ter registrado a pior posição no ranking. “Ao contrário da China, (o Brasil) é uma democracia. Ao contrário da Índia, não possui insurgentes, nem conflitos étnicos e religiosos, nem vizinhos hostis. Ao contrário da Rússia, exporta mais do que petróleo e armas e trata os investidores estrangeiros com respeito”.

Segundo o relatório, um em cada oito adultos brasileiros já tentou abrir um negócio. Além disso, o país está na 13ª posição mundial em número de artigos científicos publicados em revistas acadêmicas.

No entanto, o texto também registra os obstáculos à inovação no Brasil, em especial a desigualdade social. A infra-estrutura brasileira seria inferior a da China e a da Coreia do Sul. O texto também defende que a inovação brasileira se beneficiaria muito se a proteção da propriedade intelectual fosse mais forte no país.

Com relação ao papel do Estado no estímulo à inovação, as políticas do governo nesse sentido “carecem de coerência e as instituições responsáveis por administrar os processos inovadores, como o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), mantêm tendências burocráticas e ineficientes”.

Panorama mundial

Islândia, Suécia, Hong Kong, Suíça e Dinamarca lideram a edição deste ano do relatório.

O Índice de Inovação Global destaca o fato de os dez primeiros colocados de seu ranking serem nações relativamente pequenas, “cada uma tendo menos de 0,3% da população mundial”. Na análise do Insead e do CII, proporções menores podem tornar mais eficazes as políticas públicas.

Os Estados Unidos, que lideraram a pesquisa do ano passado, caíram para a 11ª posição. O estudo responsabiliza a queda do investimento americano em inovação e a recente crise econômica como duas das principais causas da atual classificação do país em seu ranking.

Sétimo colocado, Cingapura também mereceu um capítulo especial no estudo. Nele, o “impressionante sucesso” do país é descrito como consequência da atuação do Estado. O investimento em educação, em pesquisa e na indústria tecnológica fizeram de Cingapura o país inovador que é hoje, segundo o estudo.

O país do sudeste asiático é exemplo do papel central do poder público no estímulo à inovação. “Governos devem intervir para formular regras eficientes com relação a patentes, direitos autorais e o problema da pirataria”.

O texto conclui que o relatório 2010 demonstra que “os líderes de hoje não serão necessariamente os líderes de amanhã. Portanto, a inovação pode – e em geral deve – ser desobstrutiva para catalisar o processo”.

Fonte: BBC Brasil

16 Comentários

  1. Uma tragédia! Perda de inovação significa perda de capacidade de desenvolver tecnologia,fragilidade industrial, mais dependência externa. Ninguém vai para frente se não inovar, construir, e principal variável explicativa desta queda é a qualidade de nossa educação.

  2. Sacras palavras Ricardo, eu pessoalmente não sei mais qual é o problema!

    Falta dinheiro! Não vejo isso, vejo professores trabalhando nas universidades, nas escolas, no primário.

    Vejo escolas construidas e funcionando, o mesmo para as universidades.

    Vejo com empresas tercerizadas limpando , fazendo a comida do recreio, banheiros no normal de limpeza.

    Vejo tudo isso aqui em Goiânia, certamente o Brasil é muito grande e com muitas realidades, mas aqui nos níveis municipal,estadual e federal a coisa funciona, mas tem algo que não funciona bem, pois nas notas do Provão do MEC a coisa é triste. Então começo a pensar que o problema seja de carater individual do aluno, pois se da parte do estado ,AQUI EM GOÍAS está indo, por quê não tem aproveitamento dos nossos cerebros???

    Começo a pensar que falta motivação para a curiosidade do aluno, problema de qualidade dos professores no educar e da legislação, sobre os metódos de ensino e obrigações das matérias que deveram ser ensinadas, e isso tudo reflete de consequência para o desenvolvimento profissional do aluno, e assim sendo para a inovação tecnológica brasileira.

    Mas creio que o Hornet, que é professor universitário, mesmo que em outra área, deve saber o que dizem os técnicos, e as circulares do ministério da educação sobre esta tragédia nacional, como disse o Ricardo.

    Valeu!!!

  3. Francoopr, o problema é a mentalidade do brasileiro que ao longo dos anos, com tantos problemas ve-se meio que sem alternativa.

    eE sou contra dizer que o brasileiro é vira-lata. Essa mentalidade é provida de muitas décadas de uma política que não era de interesse a prioridade da educação e o lado social]. Em outra palavras, como o tempo, o pensamento do brasileiro é se manter de qualquer jeito, mesmo que do pior.
    Perdemos muito da capacidade de desenvolver e o principal, perdemos a ambição que tínhamos nos anos 30, quando o pensamento do Brasil e do brasileiro era o PROGRESSO, palavra de ordem na época.

    Tudo, ou quase tudo isso se perdeu ao longo dos anos. reconheço a folga do brasileiro, contudo, não posso acreditar que o brasileiro é preguiçoso. Pelo contrário,temos os pés no chão.

    Falta o governo nisso.

  4. Francoorp

    Sobre a falta ou a má importância que o aluno da a Escola é, no meu ponto de vista, culpa ja do ensino que é, digamos, chato e não desperta interesse nenhum no aluno.

    Você, no tempo de escola, je deve ter percebido a diferença entre os professores novos e os mais velhos.

    Agora, professores mais novos costumam ser muito legai e bem vistos pela “turminha” da sala de aula. São alegres e tem um jeito mais inovador de ensinar, tentam ao máximo facilitar a matéria explicando a mesma de forma diferente, com exemplos e comparações a acontecimentos nos dias de hoje, do cotidiano atual. Isso sim prende a atenção do aluno na matéria, pois quando o estudo acompanha a evolução da mentalidade do estudante, fica cada vez mais óbvia vontade do aluno em aprender.

    Geralmente professores velhos costuma ser muito mal amistoso, apresentam o conteúdo da matéria de forma muito padronizada e antiquada nos dias de hoje, talvez porque esse professores aprenderam assim nos seus tempos de aluno. Esses professores deveriam ter um “curso de ensino atual”, aprendendo qual é a melhor forma de apreender e compreender o aluno de hoje e saber como ensinar de forma mais “agradável” para os dias de hoje.

    Bem, aquestão é que no Brasil, o ensino não acompanha a evolução do mundo.

  5. Oi Francoorp,

    só li esta matéria agora…e pra falar a verdade fiquei surpreso.

    Eu tenho dados da Capes diferentes deste do post. Precisamos entender, antes de mais nada, o que é inovação, o que esta pesquisa levou em conta. Não ficou claro no texto. Ficou vago.

    Segundo a Capes (que se utiliza de medidores internacioonais) a C&T do Brasil é líder do Rio Grande pra baixo. Não dá pra comprar o Brasil com Costa Rica, Uruguai, Chile e nem muito menos colocar o Brasil em 7 lugar na AL.

    os medidores da Capes são basicamente: patentes e produção científica. Nestes quesitos posso assegurar que o Brasil é líder da AL, compete em algumas áreas com o Canadá e é claro, leva um baile dos EUA (no continente americano).

    Em termos mundiais, não me recordo de cabeça a posição do Brasil, mas não é nenhuma posição muito desabonadora. Temos melhorado muito nos últimos tempos em C&T. A rigor, dependendo da área, estamos entre os primeiros do mundo. No geral, devemos estar no mesmo patamar de Russia, África do Sul e similares (vou tentar achar aqui em casa a cópia que eu tenho do relatório da Capes do ano passado e confirmar isso depois, mas em princípio é por aí).

    Neste ano, por exemplo, passamos a Russia em publicações científicas. Não sei se em patente passamos também, mas caso não, devemos estar bem perto.

    Sei também que entre as 200 melhores universidades do mundo, nós temos 4 rankeadas entre elas (USP, Unicamp, UFRJ e Unesp, salvo engano). Entre as 500 melhores, emplacamos um número bem maior (não me lembro de cabeça, mas é algo em torno de 15 universidaes brasileiras). O que é um número muito razoável, especialmente se pensarmos que entre as maiores universidades do mundo só se encontram americanas e européias de um modo geral.

    Então, nosso problema não é exatamente de C&T (claro que ainda temos muito caminho a percorrer até chegarmos a ser um país de ponta nisso, mas não estamos no fim da fila de forma alguma).

    Talvez a questão seja industrial. De fato, a industria brasileira não desenvolve (salvo as excessões de praxe) pesquisa aplicada e nem cria patentes. Isso ficou a cargo das Universidades, no Brasil (e temos poucos centros de pesquisa aplicadas, como o DCTA, por exemplo. Precisáriamos de mais centros deste tipo).

    Só que, aí é que talvez tenha um gargalo, as universidades fazem pesquisa pura (mesmo nas ciências aplicadas). Ou dito de outra forma: as universidades não tem capital pra transformar a C&T em produtos industriais, e nem é essa a função da universidade.

    Eu diria, pra concluir, que o nosso problema (independente desta matéria do post) é de natureza industrial-empresarial e não propriamente de natureza de falta de pesquisa em C&T.

    Acho que o nosso empresariado, de um modo geral, é muito acomodado e muito acostumado a ser um apêndice das economias centrais. Os nossos capitalistas são uns bananas…só são “bons” (por falta de uma palavra melhor para colocarr aqui) intenamente (na hora de pedir benefício ao governo ou na hora de mandar a polícia reprimir greves), mas externamentes são uns bananas…hehehe

    De qualquer modo, seria bom não tomarmos esses dados do post como indicadores de alguma coisa, sem saber bem o que foi medido e entendido como “inovação”.

    enfim..

    abração

  6. Francoorp :
    Sacras palavras Ricardo, eu pessoalmente não sei mais qual é o problema!
    Falta dinheiro! Não vejo isso, vejo professores trabalhando nas universidades, nas escolas, no primário.
    Vejo escolas construidas e funcionando, o mesmo para as universidades.
    Vejo com empresas tercerizadas limpando , fazendo a comida do recreio, banheiros no normal de limpeza.
    Vejo tudo isso aqui em Goiânia, certamente o Brasil é muito grande e com muitas realidades, mas aqui nos níveis municipal,estadual e federal a coisa funciona, mas tem algo que não funciona bem, pois nas notas do Provão do MEC a coisa é triste. Então começo a pensar que o problema seja de carater individual do aluno, pois se da parte do estado ,AQUI EM GOÍAS está indo, por quê não tem aproveitamento dos nossos cerebros???
    Começo a pensar que falta motivação para a curiosidade do aluno, problema de qualidade dos professores no educar e da legislação, sobre os metódos de ensino e obrigações das matérias que deveram ser ensinadas, e isso tudo reflete de consequência para o desenvolvimento profissional do aluno, e assim sendo para a inovação tecnológica brasileira.
    Mas creio que o Hornet, que é professor universitário, mesmo que em outra área, deve saber o que dizem os técnicos, e as circulares do ministério da educação sobre esta tragédia nacional, como disse o Ricardo.
    Valeu!!!

    Disse tudo!

    Aqui no Rio as coisas aparentemente funcionam bem. Assim como vc disse vejo os alunos irem para as escolas, vejo eles comendo suas comidas, etc.

    Como vc, eu também acho, que o que precisa é mudar o método de ensino, tem que trazer uma nova linguagem para as escolas, tem que “buscar” os alunos com aulas dinâmica que estimulem a capacidade de aprendizado do aluno, e não somente quadro e caderno como se vê em muitos escolas pelo Brasil a fora.

  7. Francoorp,

    eu ando meio ocupado ultimamente com meus trabalhos (por isso, inclusive que quase não tenho comentado muito aqui no Blog), mas fiz uma pesquisa rápida na internet e acho que esses dados da matéria do post precisam ser muito relativizados, além de necessitarem de ter uma definição mais clara do que eles entendem por “inovação”.

    por exemplo, as patentes brasileiras continuam crescendo, mesmo com a crise econômica mundial. Na revista da Fapesp (que é uma entidade financiadora de pesquisa e uma entidade séria) diz o contrário do que está na matéria do blog (aliás, E. M. Pinto, se quiser postar essa matéria da FAPESP, para contrabalancear a informação, acho que seria legal e oportuno para podermos debater melhor). Dá uma olhada neste link:

    http://www.agencia.fapesp.br/materia/11847/noticias/inovacao-brasileira-se-mantem.htm

    Não sei se vc voltará a este post, mas se voltar podemos trocar umas idéias depois (no sábado pra mim, geralmente, é mais tranquilo).

    abração

  8. Francoorp,

    apenas pra fornecer mais dados.

    se no caso das patentes o Brasil continua crescendo, no caso da produção científica é a mesma coisa (estamos crescendo).

    Como eu disse no outro comentário, neste ano já ultrapassamos a Russia (que sabe fazer aviões stealth e nós não, mas em outras áreas dominamos tecnologias que os russos não dominam…aliás, poderíamos fazer uma troca, né?…hehehe). Não sei se vc e os amigos do blog chegaram a ler esta matéria, mas deixo aqui o link:

    http://ccetufs.wordpress.com/2010/01/27/producao-cientifica-brasileira-ultrapassa-a-russia/

    Então, está esquisita essa matéria do blog: estamos crescendo em tudo e mesmo assim caímos 18 posições?!

    vai entender!!!!!!!!!

    abração

  9. Hornet :
    Francoorp,
    apenas pra fornecer mais dados.
    se no caso das patentes o Brasil continua crescendo, no caso da produção científica é a mesma coisa (estamos crescendo).
    Como eu disse no outro comentário, neste ano já ultrapassamos a Russia (que sabe fazer aviões stealth e nós não, mas em outras áreas dominamos tecnologias que os russos não dominam…aliás, poderíamos fazer uma troca, né?…hehehe). Não sei se vc e os amigos do blog chegaram a ler esta matéria, mas deixo aqui o link:
    http://ccetufs.wordpress.com/2010/01/27/producao-cientifica-brasileira-ultrapassa-a-russia/
    Então, está esquisita essa matéria do blog: estamos crescendo em tudo e mesmo assim caímos 18 posições?!
    vai entender!!!!!!!!!
    abração

    Hornet se não me engano, no Rank Mundial estamos em 3º Lugar. Uma ótima posição não acha? ^^

  10. Leandro,

    Eu não tenho este dado.

    Mas terceiro lugar em qual rank? Não entendi.

    Se vc se refere a produção científica, acho que não estamos bem em terceiro. Tem muitos outros países na nossa frente (EUA, Alemanha, França, Japão, China, Inglaterra…quase toda a Europa…enfim…). Passamos a Russia, o que é um feito memorável. Mas para alcançarmos, por exemplo, um país como a Alemanha ainda temos que comer muito feijão…hehehe

    abração

  11. Hornet:

    Falei que servia uma posição tua sobre este tema aqui!!!

    Se estamos no C&T como “que o Brasil é líder da AL, compete em algumas áreas com o Canadá e é claro, leva um baile dos EUA” pra mim já está de ótimo tamanho!!

    Com o complemento de “No geral, devemos estar no mesmo patamar de Russia, África do Sul e similares ” começo a sorrir commais dentes!!

    E para ficar ainda mais claro, “Sei também que entre as 200 melhores universidades do mundo, nós temos 4 rankeadas entre elas (USP, Unicamp, UFRJ e Unesp, salvo engano). Entre as 500 melhores, emplacamos um número bem maior (não me lembro de cabeça, mas é algo em torno de 15 universidaes brasileiras).” fico feliz mesmo Hornet, chego a me comover com estas coisas pow… merecido isso aí heim!!! E pensar que tem muito mais pra ser conquistado, mas se melhoramos o ensino fundamental e médio, teríamos sem dúvidas melhores cabeças nas universidades também.

    “Os nossos capitalistas são uns bananas…só são “bons” (por falta de uma palavra melhor para colocarr aqui) intenamente (na hora de pedir benefício ao governo ou na hora de mandar a polícia reprimir greves), mas externamentes são uns bananas…hehehe” Como discordar????

    “Na revista da Fapesp (que é uma entidade financiadora de pesquisa e uma entidade séria) diz o contrário do que está na matéria do blog” + “Então, está esquisita essa matéria do blog: estamos crescendo em tudo e mesmo assim caímos 18 posições?! ” e temos mais esta do Link que o Hornet forneceu:

    “Com 480 solicitações de registro em 2009, o país apresentou um ligeiro aumento de 1,7% em relação ao ano de 2008, quando foram feitos 472 pedidos.

    O resultado é mais expressivo se comparado ao ano de 2005, quando o Brasil teve 270 pedidos. Em cinco anos, o registro internacional de patentes feito por instituições brasileiras aumentou quase 75%.”

    Chegamos a conclusão que:

    ESTA MATÉRIA APRESENTADA PELA BBC BRASIL É FALSA!!!! Mas sabemos que não é culpa do editor do BLOG!

    Mas não foi completamente inúltil, pois serviu para debatermos a educação brasileira. Forte Hornet, chegou e matou a cobra mostrando o PAU!!

    Mas acho que falta ainda muito por se fazer, estas 480 patentes me parecem pouquinhas, mesmo que representem um aumento em relação ao ano de 2005.

    E a outra parte da moeda é que com os nossos competidores diretos a coisa fica dificil né, sempre do mesmo link que postou :

    “Entre os países em desenvolvimento, o Brasil ficou atrás da Coreia do Sul (com 8.066 pedidos), China (7.946), Índia (761) e de Cingapura (594).”

    POW Singapura na frente é fogo hein, tem que ver se todos estes pedidos foram acolhidos, pois existe isso em patentes, algumas veses o pedido vem recusado!!

    Vamos batalhar galera, ÒÓ Ministério da Educação e Cultura, tem realmente que modificar algo na forma de educar os nossos filhos, será melhor pra todos, até para o futuro da nação!

  12. Leandro e amigos,

    um fenômeno interessante que está ocorrendo hoje em dia no mundo é a desconcentração da produção científica (antes essa produção ficava concentrada nos países centrais numa proporção medonha). Isso se deve, ao menos em grande parte, a própria dinâmica da economia global nos últimos tempos e também a uma consciência local (dos países periféricos) de se afastar cada vez mais da dominação (impositiva) dos países centrais.

    Até por volta dos anos 1970/80, o “sonho” de todo pesquisador terceiro-mundista-colonizado era trabalhar nos EUA, na Alemanha, na França etc. Hoje a situação mudou muito.

    Hoje os pesquisadores usam (e usar é a palavra certa) os países centrais como plataforma de desenvolvimento dos países periféricos. Assim, tem muito indiano, chinês, coreano, brasileiro (etc.) estudando em Oxford, Harvard, Sorbonne (etc.) mas com o intuito de voltar aos seus países de origem depois e criar nucleos de C&T para concorrer com os centros europeus e norte-americanos. E esse fenômeno a longo prazo vai tirar a vantagem dos países centrais. A situação tenderá a ser mais equilibrada no futuro.

    estamos usando (na cara dura e sem medo de ser feliz – e digo isso tranquilamente pois sou um deles…hehe) a estrutura e o dinheiro dos países centrais para depois nos tornarmos concorrentes deles e se possível, passarmos eles (em muitos casos já passamos).

    poderia citar vários exemplos, mas vou citar um exemplo brasileiro conhecido: o caso do Nicolelis.

    Não sei se vc conhece ele (creio que sim), mas para quem não o conhece a história dele é mais ou menos a seguinte: formado na USP, foi trabalhar na Duke University (EUA), tornando-se um renomado professor e pesquisador desta universidade. Hoje ele é uma referência mundial na neurociência. Possivelmente o maior cientista da área.

    Mas, ao invés de se sentar na fama e no dinheiro e ficar comprando bujigangas nos shoppings dos EUA, o Nicolelis (em parceria com o governo brasileiro), voltou ao Brasil e criou um dos maiores centros de neurociência do mundo…em Natal.

    Ou seja, o nordeste brasileiro (antes miserável e sem nenhuma possibilidade de desenvolvimento em C&T) hoje é um dos pólos mundiais da neurociência. Estaremos (estamos) fazendo trabalhos de inteligência artificial por lá.

    Quando formos construir nossos UCAVs, com a França, (um exemplo apenas), a base científica usada na inteligência artificial já estará consolidada no Brasil, em pleno nordeste (não é SP e nem RJ, mas em Natal).

    Então, o mundo está mudando. Lentamente, mas está. Os países centrais ainda tem uma boa dianteira, mas isso não garantirá para sempre a hegemonia deles. A tendência é existir um equilíbrio maior, ou até mesmo uma ruptura com o Status Quo mundial como o conhecemos hoje (isso num futuro que não dá pra prever prazos com exatidão…mas podemos perceber a tendência, que cada vez mais se coloca em evidência).

    enfim…

    abração

    ps. para quem quiser conhecer melhor o Nicolelis, deixo estes links aqui:

    http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/conferencia_com_miguel_nicolelis_emociona_o_publico.html

    http://natalneuroscience.com/

    http://www.agencia.fapesp.br/materia/10251/divulgacao-cientifica/esperanca-restaurada.htm

  13. Francoorp,

    o interessante é observar a tendência (mundial e brasileira).

    É claro que ainda temos que melhorar muito (mas isso também não quer dizer que estamos perdendo pra Costa Rica…achei um pouco demais isso…sem demerecer a Costa Rica, que é um país muito simpático). Mas a notícia boa é que estamos melhorando.

    É claro que não tiraremos a vantagem que os países centrais possuem, da noite para o dia.

    primeiro a gente encosta e passa a Russia, depois dá um chega pra lá em Cingapura (hehehe), E QUANDO MENOS SE ESPERA JÁ JANTAMOS A ALEMANHA…HEHEHE

    estou brincando. É um processo longo, é claro. Mas o Brasil está no rumo certo (esta é a parte boa e pra ser comemorada).

    O que não podemos é voltar para o inferno dos anos 1990, que atrasou a educação e a C&T do Brasil em uma década (para ser bonzinho). Espero que aqeuele tipo de política educacional (força de expressão, pois não foi nem política e nem muito menos educacional) nunca mais se repita no Brasil (e ainda estamos pagando caro pelos estragos da década de 1990, se não fosse isso estaríamos bem melhor agora…mas enfim, a história não se muda, o que já foi já foi…bola pra frente).

    abração

  14. Francoorp :
    Sacras palavras Ricardo, eu pessoalmente não sei mais qual é o problema!
    Falta dinheiro! Não vejo isso, vejo professores trabalhando nas universidades, nas escolas, no primário.

    Falou tudo que tinha para eu falar…

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