História das Armas Aeronáuticas (1/7)

Sugestão Konner

Texto: R. P. Machado

Patentes de sincronizadores alemães de antes da guerra

A fama do Fokker E.II cresceu numa forma extraordinária e fora de todas as proporções no lado aliado que viam a morte em cada monoplano inimigo, copiando a atitude alemã de alguns meses atrás. A partir dessa publicidade inicial veio a lenda de que Fokker foi o inventor do sincronizador. Não pode ser negado que ele concebeu, desenhou e construiu e depois testou um no curto período de 3 dias e que este chegou à frente de combate um ano antes dos equivalentes franceses e ingleses – mas que foi o primeiro a inventar o mecanismo pode ser facilmente refutado.

Os historiadores tem ou lhe dado todo o crédito ou descrito as antigas experiências inglesas para negar-lhe a primazia, ignorando as patentes alemãs de antes da guerra ou contemporâneas a ela. Provavelmente a primeira pessoa que pensou no sério problema de atirar para frente a partir de um avião trator foi o engenheiro eletricista Franz Schneider, que em 1911 estava trabalhando com a idéia de atirar com um rifle através do eixo da hélice oco do motor rotativo Gnome. Durante dois anos ele concebeu diversas variações do original e finalmente produziu um desenho eficiente muito semelhante ao sistema de Fokker. Schneider recebeu a “Reichspatent” número 276.396 em 15 de julho de 1913, pelo que dizia ser o primeiro sincronizador de armas para aviões.

A patente de Fokker foi contestada pelo suíço Franz Schneider que havia patenteado um invento similar em 1913. O invento de Schneider baseava-se no bloqueamento da metralhadora quando uma pá da hélice estivesse na frente do cano da arma. Com a hélice girando a 1.200 rpm, a metralhadora era bloqueada 2.400 vezes por minuto. A arma, por outro lado, com sua capacidade de apenas 600 tiros por minuto, ficava incapacitada de dar um único tiro. O mecanismo de Fokker era acionado pelo motor através de uma haste, que disparava a metralhadora no momento em que não houvesse uma pá de hélice na frente do cano. Era a diferença entre o interruptor e o sincronizador.

Infelizmente para a Alemanha, o Estado Maior Geral achava que os civis não podiam experimentar dispositivos militares e aparentemente se recusou a dar uma metralhadora a Schneider para que ele desenvolvesse sua idéia. Schneider depois processou Fokker mas nunca conseguiu qualquer reparação. Pode ser contestado que o holandês não estava ciente do trabalho de Schneider no momento em que desenhou seu mecanismo e é por isso que ele mereceu todo o crédito.


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Texto: R. P. Machado

Fonte: Spmodelismo
 

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