História das Armas Aeronáuticas (1/3)

http://www.leonardo-da-vinci-biography.com/images/da-vinci-helicopter.jpgSugestão Konner

Texto: R. P. Machado

A partir de 1913, programas mais sistemáticos foram estabelecidos pela maioria das potências beligerantes. O 3o Esquadrão do Royal Flying Corps na Inglaterra foi designado para selecionar uma arma apropriada para uso nos aviões e a escolha recaiu sobre a Lewis .303 americana, esfriada a ar, de peso médio, dentre uma grande quantidade de outras amas experimentadas.Era uma arma segura e tinha a vantagem de que todo o suprimento de munição (47 cartuchos) era carregado num pente em seu dorso, tornando-a extremamente flexível. A maior parte dessas experiências foi feita com aviões Henri Farman impulsores. As aeronaves impulsoras tinham a vantagem de oferecer um campo livre da hélice para a frente, permitindo o disparo da arma na direção de deslocamento da aeronave.

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Uma experiência inglesa com um Farman impulsor.

Em julho de 1913, um oficial de armamentos inglês, o Lieutenant Clark Hall foi designado para a Navy Wing (que em 1914 tornou-se o RNAS – Royal Naval Air Service) e as experiências continuaram independentemente do RFC (Royal Flying Corps). Em princípios de 1914 a metralhadora Vickers .303 foi disparada de um avião contra alvos no chão com algum sucesso, provavelmente marcando o primeiro uso de uma metralhadora a ser usada largamente pelos aliados como sua principal arma sincronizada.

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Metralhadora Lewis.
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Carregador duplo da Lewis para 97 cartuchos.

O mesmo oficial acreditava que o principal uso de metralhadoras no ar seria contra aviões inimigos e não contra alvos no chão, ao contrário do pensamento da maioria dos militares da época. Foi esse pensamento visionário do RNAS que o colocou acima do RFC em eficiência de combate durante os primeiros anos da guerra.

Essa investigação foi virtualmente feita ao mesmo tempo na França, onde os aviões Henri e Maurice Farman eram usados em pequeno número, carregando na maioria das vezes a metralhadora Hotchkiss. Essa era uma arma mais pesada que a Lewis e do mesmo calibre, mas não correspondeu ao uso em aviões por ter um pente de munição menor, sendo logo afastada em favor da Lewis e da Vickers. Todas as armas desse período eram modelos da infantaria, refrigeradas a ar ou a água mas com a pesada jaqueta de refrigeração removida, desde que não era necessária para emprego aéreo onde seu uso seria intermitente.

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Metralhadora francesa de infantaria Hotchkiss.
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Metralhadora inglesa Vickers-Berthier.

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Treinamento de tiro para tripulante de avião.

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Farman impulsor com metralhadora.

A Alemanha usou poucos aviões impulsores antes do começo da guerra e virtualmente nenhum depois que esta se iniciou. Como resultado não tinham aviões adequados em número suficiente para experiências, porque os modelos tratores eram menos convenientes. O princípio do trabalho na Alemanha é de difícil documentação, mas as únicas metralhadoras existentes eram modelos da infantaria ainda mais pesadas que a Hotchkiss, o que empobrecia a pequena carga líquida das aeronaves de então.

As montagens flexíveis de antes da guerra eram extremamente toscas, consistindo a maioria de uma guarnição rotativa que permitia que a arma fosse movida livremente, mas tinha a desvantagem de que era quase impossível apontar para o lado. Esse tipo de montagem, com alguns refinamentos para superar seus defeitos, continuou em uso ate ser substituída pelas montagens circulares de 1915. Como já foi mencionado, o tema principal desses trabalhos era o uso de uma arma contra alvos no chão, assim, poucas montagens fixas foram desenvolvidas. É surpreendente considerar que uma vez começada a guerra, a tática de assalto ao solo não teve importância até 1917, quando então táticas específicas foram desenvolvidas e aumentado o número de aviões de ataque em vôo a baixa altura.

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Texto: R. P. Machado

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