Navio Hidroceanográfico “Cruzeiro do Sul” completa segundo ano de incorporação

Fruto de uma parceria entre a Marinha do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Navio Hidroceanográfico “Cruzeiro do Sul” (H38) completa o segundo ano de incorporação à Marinha do Brasil no dia 28 de fevereiro. No final do ano passado, o H38 realizou, no período de 19 de outubro a 22 de dezembro, a Comissão Oceanográfica “Trans-Atlântico I”, marcando a participação da Marinha do Brasil na realização de comissões oceanográficas intercontinentais. Em função do caráter inédito para a oceanografia brasileira, a comissão configurou-se em excelente forma de emprego do meio em prol da comunidade científica nacional, o que vai ao encontro das demandas por pesquisas que estão sendo atendidas a partir do convênio estabelecido entre a Marinha e o Ministério da Ciência e Tecnologia.

Nesses dois anos de relevantes serviços prestados em apoio do Poder Naval e à Comunidade Científica, o NHo “Cruzeiro do Sul”, também chamado de “Leão dos Mares”, realizou um total de 200,5 dias de mar e 32.643,1 milhas navegadas.

Características:
• Deslocamento: 2.215 t (plena carga);
• Dimensões: Comprimento – 65,7 m; Boca – 11,0 m e Calado – 6,0 m;
• Velocidade máxima: 11 nós;
• Propulsão: 1 Motor de Combustão Principal Bergen;
• Governo: Hélice de Passo Controlado Ulstein;
• 2 propulsores auxiliares (thrusters) de proa;
• 1 propulsor auxiliar azimutal;
• 2 propulsores auxiliares de popa;
• Sistema de Posicionamento Dinâmico “DP class II”; e
• Possui Certificado de Segurança para Navegação em Águas Polares em condição campo de gelo aberto (“light ice”).

Equipamentos de pesquisa:
• Perfilador de correntes marinhas de casco (Acoustic Doppler Current Profiler, ADCP);
• Ecobatímetro de banda tripla (18, 38 e 200 kHz);
• Salinômetro de bancada;
• Estação meteorológica automática;
• Lançador de batitermógrafo descartável (XBT);
• Equipamentos de laboratório (destilador, bureta, congeladores, etc.);
• Guincho oceanográfico para águas rasas;
• Guincho oceanográfico para águas profundas;
• Equipamentos e sensores para uso em conjunto com os guinchos oceanográficos (Carousel,  CTD, etc.);
• Termossalinógrafo; e
• Possui  uma  área  de  128 m2  destinada  à  pesquisa,  coleta  e  processamento  de  dados  e com laboratórios seco e molhado.

Fonte: Marinha do Brasil

2 Comentários

  1. Parabens pela aquisição de navios de pesquisa oceânica e polares.
    O Brasil precisa investir mais e mais em pesquisa, porque todo o dinheiro investido em pesquisa e desenvolvimento reverte para a nação como know-how, novas patentes e avanço tecnológico.
    Existem navios de pesquisa oceanográfica que não apenas coletam materiais da água, mas que podem efetuar perfurações do solo marinho, sondagens de minerais presentes na região, e é claro pesquisa biológica… em especial os navios polares da Inglaterra e de outros países europeus.
    Porque comento sobre “navios polares”?
    Faltam 54 anos para a abertura do espaço da Antártica à exploração comercial (2064 se não me engano); no entanto, países já tomam posse e deixam bem claro que não abrirão mão de uma parte do continente gelado, que deve estar cheio de riquezas no subsolo e na plataforma marinha. Garanto que os interessados não vão esperar até 2064 para começar a explorar a Antártica.
    Vejam o Japão que explora a caça de baleias na região e diz que está fazendo pesquisa científica, até o Chile e a Argentina tem feito acordos de propriedade do solo e tem ativamente ampliado suas bases por lá.
    Os Estados Unidos tem a base no pólo sul (Amundsen-Scott, completa e com aeroporto), na Antártica e nesta base científica eles acolhem estudiosos de todo o mundo, naturalmente, eles compartinham o conhecimento adquirido por estes cientistas.
    Enquanto isso, o Brasil usa por empréstimo um pedaço de uma praia numa ilha inglesa.
    Não está na hora de avançarmos para o continente, em áreas não ocupadas e começarmos a instalar unidades de pesquisa e suporte? No mínimo desenvolveríamos nossa capacidade logística por manter populações em áreas inóspitas e distantes.
    Se abríssemos cursos de graduação ou pós-graduação em oceanografia, biologia, estudos de mudança climática, astronomia… o Brasil poderia montar por lá uma série de prédios para nossos pesquisadores e eles passariam 3, 4, 5 anos por lá, recebendo uma bolsa de pesquisa e ao mesmo tempo estariam certificando nossa presença na região… ao lado dos pesquisadores, poderíamos iniciar a ocupação da região pelo pessoal administrativo, de limpeza, de recuperação do lixo, pesca, enfim, um grupo grande de pessoas que viveria e trabalharia por lá, por tempo indeterminado, e não precisam de ser apenas da Marinha.
    Aposto que se o governo acenar com um plano de carreira em que o profissional vai para a Antártica por 10 anos, com férias anuais de “3 meses” numa praia do nordeste… garanto que nós ocupávamos o pólo sul rapidinho!
    Abraços,
    Fernando

Comentários não permitidos.