Defesa & Geopolítica

Ministros dos EUA e Brasil discutem aviões de caça e confiança

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Por Phil Stewart
WASHINGTON (Reuters) – Ministros da Defesa do Brasil e dos Estados Unidos se reuniram na terça-feira para discutir esforços para estabelecer confiança em uma região há muito tempo desconfiada das motivações norte-americanas e um possível acordo de armas que autoridades dos EUA dizem poder aprofundar os laços bilaterais.O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse estar nos últimos estágios de sua análise das ofertas na competição multibilionária de aviões de caça, em que a Boeing, dos EUA, está entre as três concorrentes.

Apesar de o Boeing ser visto no Brasil como provável perdedor na competição que deve ser ganha pela francesa Dassault, Jobim disse depois de uma reunião com o secretário de Defesa Robert Gates que o Boeing ainda era uma possibilidade e que nenhuma decisão havia sido tomada ainda. A outra concorrente é a Saab da Suécia.

O secretário de imprensa do Pentágono, Geoff Morrell, disse que fechar o contrato com a Boeing poderia fortalecer a cooperação militar entre os dois países.

“Acreditamos claramente que o (F-18) Super Hornet (da Boeing) seja o melhor avião para o Brasil, não apenas pelo fato de o avião em si ser superior aos outros, mas por causa das oportunidades de cooperação”, disse Morrell.

Jobim disse que a conversa com Gates também tocou na necessidade de os Estados Unidos reconstruírem a confiança na América do Sul, região onde o ceticismo é profundo depois de oito anos de governo do ex-presidente dos EUA George W. Bush e décadas de percepção de intromissão de Washington no continente.

Conversando com repórteres na residência do embaixador brasileiro em Washington, Jobim disse ter dito a Gates que “existe uma grande desconfiança na América do Sul com relação aos Estados Unidos”.

“Existe a necessidade para uma reapresentação dos Estados Unidos à América do Sul”, disse ele, acrescentando que Gates pretende visitar o Brasil em abril.

Jobim disse que o Brasil estava disposto a trabalhar com Washington para fortalecer laços de confiança, mas acrescentou que os Estados Unidos precisam se provar através de suas ações. Ele citou a ajuda humanitária no Haiti depois do terremoto do dia 12 de janeiro como um passo bem sucedido nessa direção.

Ele expressou cautela sobre as garantias dos EUA sobre transferência de tecnologia no contrato para aquisição aviões de caça — assunto crucial para o governo brasileiro — brincando que usaria seu conhecimento em Direito para rever cuidadosamente a escolha de palavras dos EUA.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, enviou uma carta para o governo do Brasil, dizendo que os EUA aprovavam a transferência de “informações relevantes e tecnologias necessárias” da Boeing para o Brasil, disse Jobim.

“Quero saber o que querem dizer com ‘relevantes’ e ‘necessárias'”, disse ele.

Fonte: Gérsio Mutti

UOL Notícias

Fonte: bol.uol

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