Pacto Mercosul-Israel é objeto de pressão

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Um jogo de pressão envolvendo o comércio exterior do Brasil precede a visita que o presidente Lula fará a Israel e aos territórios palestinos em março. A disputa é em torno do acordo de livre comércio entre o Mercosul e Israel, já aprovado pelo Congresso Nacional, e que depende do aval da Presidência para entrar em vigor.
A expectativa do governo israelense é que Lula assine o acordo o quanto antes. “Esperamos que isso aconteça antes da chegada do presidente a Israel”, disse a embaixadora Dorit Shavit, chefe do departamento de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores israelense.

Mas os palestinos temem que o formato atual ampliará a participação no comércio bilateral de mercadorias produzidas em assentamentos judaicos nos territórios ocupados, e pedem que o Brasil os exclua de suas transações com Israel.

A mensagem foi transmitida a Lula pessoalmente pelo premiê da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Salam Fayad, em encontro durante a recente Conferência do Clima, em Copenhague, na Dinamarca.

Em entrevista à Folha durante os protestos contra a barreira de segurança israelense em Bilin, na Cisjordânia, Fayad contou ter explicado a Lula que o comércio de produtos dos territórios ocupados com o selo israelense contraria a lei internacional.

“Não somos contra o comércio com Israel, ao contrário”, disse Fayad. “Mas os produtos dos assentamentos são como os assentamentos: ilegais. Não sou eu quem diz isso, é a lei internacional. O Brasil, com todo o seu peso na comunidade internacional e seu respeito aos valores básicos de respeito à lei, tenho certeza de que está levando isso em consideração.”

Assinado em 2007, o acordo de livre comércio com Israel, o primeiro do Mercosul com um país de fora da região, foi aprovado pelo Congresso brasileiro em dezembro. Paraguai e Uruguai já ratificaram o acordo. Na Argentina ele ainda aguarda aprovação tanto do Congresso como da Presidência.

Israel tem mostrado cada vez mais interesse em fortalecer as relações comerciais com o Brasil. Em novembro, na visita oficial que fez ao Brasil, o presidente israelense, Shimon Peres, foi acompanhado de uma delegação de 40 empresários.

Em 2009, as exportações do Brasil para Israel foram de R$ 486,9 milhões, e as importações, de R$ 1,2 bilhão. O saldo do intercâmbio comercial entre os dois foi de R$ 685,9 milhões em favor de Israel.

Fayad disse à Folha que repetirá o recado a Lula no encontro que terá com o presidente brasileiro no próximo mês. “Não estou aqui para dizer ao presidente Lula o que fazer. Mas tenho total confiança de que o Brasil compreenderá a importância da lei internacional”, observou.

Um acordo de livre comércio do Mercosul com os palestinos também está em estudo. O projeto foi confirmado por Lula em novembro, durante a visita ao país do presidente da ANP, Mahmoud Abbas.

O premiê Fayad acrescentou que apoia o desejo do Brasil de ter um papel político ativo no Oriente Médio.

A chegada de Lula está marcada para o dia 14 de março. Segundo a programação, ainda não finalizada, ele passará cinco dias entre Israel, territórios palestinos e Jordânia. O governo israelense está tentando prolongar a sua parte da visita, revelou a embaixadora Shavit.

Sugestão:Konner

Fonte: UOL

10 Comentários

  1. E depois vai no Irã… mas se alguns dos produtos israelenses vem mesmo destes insediamentos que a ONU considera ilegais, tem mesmo é que bloquear a entrada no mercosul, mas como fazer isso são outros 500, poisuma vez que todos sejam misturados la dentro de Israel mesmo, não teria com saber o que é de onde vem!

    Fazer o mesmo com os palestinos, tudo bem, creio que ninguém seja contra mesmo, seria uma grande causa humanitária em favor de um povo que sofre já ha muitas décadas.

  2. Muito bom, ótimo vamos expandir o comércio com Israel e já que este está extremamente favorável à Israel, nada mais justo do que pleitearmos um equilíbrio nesse intercâmbio comercial. Todavia, o Presidente Lula deveria assinar o acordo sòmente depois da visita, diante da flagrante indelicadeza da embaixadora Dorit Savit: “Esperamos que isso aconteça antes da chegada do presidente a Israel”. Além
    disso, deveria considerar o posicionamento do Sr. Salam Fayad, excluindo a produção procedente dos territórios ocupados na Palestina da lista de importações do Mercosul. Assim, dar boas vindas aos produtos originários de território não ocupado de Israel e especialmente da Palestina (ter. não ocupado), mostrando que o crime não compensa e leis internacionais, bem como a soberania nacional das nações são para serem respeitadas!!!!

  3. Pô falou é mt Paulo Amaral, respeito ao país dos outros…+ os sionistas pedem q o irã os respeite e viola os mínimos direitos dos Palestinos , só 70 litros de água, a peca do direito de ir e vir dentro de seu próprio país…Que respeito , nê sionistas?

  4. Existe um problema para o governo federal ratificar este tratado, já assinado pelo Congresso Nacional. A Venezuela do tenente-coronel Hugo Chavez disse que não vai de forma alguma ratificar ou respeitar o tratado, mesmo que uma das regras do MercoSul seja de que os países que adentrem no grupo TENHAM de aceitar e adotar todos os acordos internacionais acordados anteriormente. Lula esta fazendo tudo para não colocar Hugo Chavez na saia curta. Nossa diplomacia hoje vive de agir a reboque das estratégias bolivarianas

  5. Caro Ricardo,

    “Nossa diplomacia hoje vive de agir a reboque das estratégias bolivarianas”?
    Não concordo, o Brasil vai ter maior contrôle sobre Hugo Chavez e o mesmo não vai poder “cantar de galo”, com êle perto e dependente de nós, no Mercosul, a maioria vence e vai ser cooptado, seguramente sempre vamos ter a maioria alí. Além disso, a Venezuela é um bom mercado para nossos produtos e empresas. O Hugo Chaves se radicalizou porque os norte-americanos sempre estiveram de costas para a America Latina, voltando-se para nós apenas para estuprar o povo latino-americano,…etc..etc….etc…Nós temos que estar atentos para não cometermos o mesmo erro e apresentarmos uma alternativa viável aos venezuelanos e Hugo Chaves, tendo feito isso, e não é difícil, acaba-se o problema e os venezuelanos e o Cel. será nosso amigo do peito !!!

  6. Tem razão, são vítimas, de uma shoah, eles q estão construindo um muro fora da linha verde , ie, de sua fronteira legal, expandindo assentamentos, enclaves, destruindo a infraestrututa do pais dos outros…verifique é lêia os depoímentos dos soldados q matam ,crianças e mulheres Palestinas, as humilhações impostas aos mesmos em sua própria terra…Quer + ?Então, quem são as vítimas? Quem são os algozes?

  7. Paulo, adoraria acreditar nisso, mas nem mesmo a burocracia do Itamaraty acredita que o presidente venezuelano pode ser controlado ou cooptado. Chavez grita, esperneia, e o Palácio do Planalto para não contrariar o tenente-coronel termina dizendo OK. Sempre foi assim, Chavez ganha no grito, e o pior está acostumado com isto. Estive na Venezuela em junho,e o país regrediu em quase tudo nos últimos três anos, a taxa de homicídio explodiu de forma inacreditável. As vezes faltam alimentos e água, agora energia. Posso garantir que aquilo não vai terminar nada, nada bem.Infelizmente para os Venezuelanos. Quanto a Israel, ele foi bem claro, não vai respeitar qualquer acordo entre MercoSul e o país. Nenhum e ninguém, como ele mesmo diz, o pode obrigar a isto.

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