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Impedir que o inimigo tenha vistas sobre a rota 64’’, tal foi o objeto deste ataque, realizada sobre o comando General Zenóbio da Costa. A realização sobre o dispositivo foi penosa. Feito na noite de 28 para 29, deslocaram-se as unidades por terreno íngreme e escorregadio de lama e das chuvas anteriores. Certas delas tiveram de percorrer 17 kms, em 7 horas, ocupando a base de partida às quatro da manhã para atacar as seis; é que a surpresa ordenada, exigia movimentação noturna. Foi ela feita com lentidão devido o péssimo caminho de terreno, às escuridão, ao silêncio às bases, encosta acima, à entrada em posição nos sítios exatos e, frente aos objetos a atacar, ao clarear o dia.
À hora prefixada partiu o ataque, seguido de forte proteção de nossa artilharia, as primeiras reação do inimigo, até o fim da primeira parte da jornada, tudo prenunciava o êxito: progredia satisfatoriamente o Batalhão Uzeda, sobre Castelo e o Batalhão Cândido, o Regimento Tiradentes, no flanco direito, avançava sobre Abetaia. Reagindo violentamente, o inimigo provocava fluxos e refluxos no batalhão Uzeda, que esgota seus recursos, manobrando a Cia. Reserva, afinal detida. No flanco, a direita, o Batalhão Cândido apenas consegue lançar alguns elementos sobre Abetaia. Por ultimo, não se podendo sustentar as posições já atingidas, o Batalhão Uzeda cedendo a crescente e mortífera reação do inimigo, recuando por fim. Recua também o Batalhão Cândido. O adiantado da hora, já escuro, não aconselhava o emprego do Batalhão Silvio, de reserva, é o retraimento geral é determinado pelo General Zenôbio, feito por ordem e sob a proteção de nossa artilharia, para as posições de partida.
Falhara, mais uma vez, a tentativa de Monte Castelo, apesar dos batalhões estreiantes se terem portado com o valor de eficiência combativa. (O Batalhão de Uzeda teve 150 baixas o Batalhão Cândido, cerca de 30 ).
Na noite seguinte, o inimigo tentou três contra-ataques ás posições inicias de nossos ataque, sendo sempre rechassado. E, na noite de1 a 2 de dezembro, o Batalhão Uzeda foi substituido, passando a reserva de divisão, depois de estreia viril, em que o cansaço e o inimigo foram superiores ás possibilidades.
EM RESERVA DA DIVISÃO
Com a ordem de passagem á reseva de divisão, o REGIMENTO SAMPAIO, a 8 de dezembro, terminou a sua saída de linha ( substituido pelo 6O- regimento ).da frente de marano, que assim mantivera intada por 16 dias, provando sobejatamente o valor de seus homens, estreiantes contra um inimigo veterano de muitas batalhas, embora já agarrando à de defensiva, alias sempre agressiva. De qualquer modo, fora auspiciosa a estréia do regimento Sampaio, quer pela tenacidade com que parou a repetidas ações conta Marane, quer pela virilidade com que atacou castelo. Em reserva, acantonou em Sila a La Porreta, instalando o P.C. em Corvela. Nova missão o guardava, porém; o segundo ataque brasileiro a Monte Castelo, de 12 de dezembro, para o qual entrou ativamente em preparação, em todos os setores o regimentais, dos recompletamentos de toda a espécie aos reconhecimentos táticos e planejamento da operação, para os quais disporia apenas, de três dias.
SEGUNDO ATAQUE A MONTE CASTELO
Foi ainda do comando general Zenóbio, o grupamento designado para o ataque de 12 de dezembro, nele compreendido o REGIMENTO SAMPAIO, a dois batalhões, a CIA. Obuzes a disposição da artilharia.
A entrada em linha para o ataque foi feita em véspera, a noite, nas mesma penosas condições de tentativa de 29 de novembro, sob condições atmosférica ainda mais favoráveis. Por surpresa e sem preparação de artilharia, o ataque de veria irromper as 6:30 da manhã, com os batalhões Franklin e Syzeno a frente e nessa ordem.
Chovera sem parar e uma neblina irritante restringia a dezenas de metros a difícil visibilidade tornando impossível a regulação dos tiros de artilharia e tampouco se poderia contar com a cooperação prevista de aviação, com sacrifício das informações que dela se esperavam. E para agravar mais ainda tantos contratempos, a artilharia que agia para o setor vizinho, quebra o sigilo, desencadeando seus fogos com trinta minutos de antecedência, isto é, as 6:00 horas. Em consequência, o Batalhão Franklin desemboca quase sem tempo de parada, e em trinta minutos ganha a linha de Le Roncole-C. Guanela, (CIA, AMIZAUT E FARAH) enquanto o batalhão Syzeno, dava a impressão de ter partido com atrazo, (CIA. José Raul) sendo colhido, desde a base de partida (que apenas vinha de atingir, em fim de marcha) por violentas barragem de artilharia e morteiros do inimigo, já alertado e a postos. Todavia o pelotão Galloti (4ª- CIA), consegue ultrapassar a barragem e ás 8:00 horas estava diante de C. Viteline, onde o seu tenente foi então ferido gravemente. O Coronel Caiado pede insistentemente para os ataques Americanos, cujo o comandante responde não poder agir, pois suas máquinas estavam atoladas na lama. Nada mais podia fazer aquele chefe, forçado assim a assistir o combate de seu regimento, sem recursos para nele intervir.
Todavia , no batalhão Franklim, impulsionado vigorosamente pelo seu chefe, ás 9:00 horas a Cia. Farah ( 9a)
se encontrava audaciosamente diante de C. Zolfo, ( pelotões Bordeaux e Dijiacómo ) já bloqueada pelos fogos de Fornace , e batido de revez, por Mazzancana, enquanto a Cia. Arnizaut ( 7a- ), também adentrada ( pelotões Ataída ( Sgt ) e Genito ) se via hostilizada pela retaguarda, pelos fogos C. Viteline.
No batalhão Syzero, entretanto , a Cia. Kluge ( 4ª ) tinha, atravessada decisivamente a barragem, mas detidos já, o pelotão Urias e o pelotão Galloti passado de C. Viteline, ( deixadas para traz ) e mais adentrado, o pelotão Apollo da Cia. Waldir (5a- ) em reserva para reforçar ou ultrapassar a Cia. Kluge, ( 4a-), que á direita, conseguira progredir até La Cá.
Em curso esta decisão, chega uma informação de que C. Viteline estava abandonada e que já havia tropa amiga em Abetaia e Vale ( batalhão Jacy, do regimento Tiradentes ). Era a garantia do flanco direito do batalhão Syzeno. Sem embarco, quanto, ás 10:00 horas , a Cia. Waldir vai ultrapassando a Cia. Kluge, com ela se confunde, batidas ambas violentamente não só por C. Viteline como pelos fogos flanqueantes de Abataia e Vale, dadas por desocupadas, provocando confusão e incerteza.
Uma lástima este contratempo, por que o Batalhão Franklim já tinha suas avançadas no sopé do Castelo.
A situação se fazia critica para o batalhão Syzeno. Uma Cia. ( cap. Bueno, então gravimente ferido ) o batalhão Jacy, se esfacela diante das casamatas de Abetaia, que o inimigo mantia tenazmente. Por outro lado, no batalhão Franklin, uma informação do escalão superior fazia suspender os potentes fogos de .50 ( pelotão Silva Reis ) com que ele se protegia das resistências de Fornace e Mazzancana, á sua esquerda. É que uma informação chegada dera aqueles pontos como ocupados por tropas amigas, que assim estaria perdendo gente por tropas amigos. O batalhão Franklin foi, desse modo, forçado a se aferrar ao terreno, para melhor se proteger daqueles pontos, donde o inimigo lhe alvejava de flanco e de revez , reudemente…
As reações imediatas de Fornace e Mazzancaa , de Abetaia e Vale, de flanco e de revez e mesmo de C. Viteline; a indecisão que tais informações causaram, tornaram insustentáveis a situação, diante de um inimigo que resistia obstinadamente. E embora fosse acionada a reserva ( batalhão Cândido ), a pedido do comandante do Sampaio, esta chega fora de qualquer possibilidade eficaz de intervenção. Chovera e a visibilidade era restrita.
Ás 12:30 o ataque é dado por fracassado (principalmente porque tivera os dois flancos expostos ) e ás 15:00 horas a situação era a que se segue: No Batalhão Franklin, ( III ) a cia. Farah ( 9a, pelotão Bordeaux, Machado, Cirne e Dijiácomo), muito desfalcada e apoiada no retraimento pelos pelotões Guinemé e Siqueira, da cia. Amadeu (8a. , mais os pelotões Wilson e Zamora) mantendo Guambaiana com dificudade; e a cia. Arnizaut ( 7a-, pelotão Rocha, Genito, Nobrega e Ataíde) em 744, fortemente batida de 799. ( pelotões Genito e Ataíde ). A Cia. Floriano ( Petrechos ), na base de fogos ( pelotões Eurípedes, Glauco Mazza e seções Lana e Travassos).Apesar do seu sensível avanço, no recuo, o Btl. Franklin recolheu quase todos os seus feridos, poucos tendo ficado na palmilhada terra de ninguém.
No batalhão Syzeno (III), a Cia. Waldir ( 5a-, pelotão Sigismundo, Gibson, Darcidio e bicudo) com o pelotão Sigismundo na região de La Cá e o pelotão Gibson em C. Guanela, detidos; a Cia. Kluge ( 4a, pelotões Urias, Achiles, Rosa e Murilo ) com o pelotão Achiles esfacelado por La Cá, o pelotão de Urias na baixada de Abetaia e um grupo de pelotão Rosas (sgt) á direita de C. Viteleni, todos igualmente detidos; a Cia. José Raul, ( 6a, pelotões Chaon a esquerda de C. Viteleni; a Cia. Celestino, ( petrechos ) em base de fogos (Pelotões Ribeiro, Dias, Hugo, Castro, Filho e Seções Nilton e Walter ).
Finalmente, ás 15:40, o general Zenóbio passa o comando da frente para o coronel Caiado de Castro, determinando o retraimento paras as linhas de partida. Estas deveriam ser guarnecidas pelo Regimento Tiradentes, reforçado, e os batalhões de Sampaio se reagrupariam à sua retaguarda.
DE NOVO EM RESERVA DA DIVISÃO
Esta infeliz jornada de 12 de dezembro, incontestavelmente o mais duro revez sofrido pela F.E.B, na Itália, e no qual tudo conspirou contra o êxito, trouxe preciosos ensinamento para as operações futuras. Em sã consciência, porém, a ninguém é licito responsabilizar pelos seus fracasso, que se deve creditar, com fato consumado, é realidade da Guerra.
Fracassado o ataque de 12 de dezembro, e esgotado REGIMENTO SAMPAIO do brutal esforço que vinha dependendo, passou ele a um repouso relativo, como reserva de divisão, reagrupando-se entre Sila e Porreta, o P. C. Novamente em Corveta.
MONTE CASTELO – 18 º ABAIXO DE ZERO
Coincidindo com o período hibernal, em que o soldado brasileiro, tropical, revelou notável capacidade de adaptação ( 18º abaixo de zero marcou tantas vezes o termômetro, ao relento das gélidas madrugadas dos alpeninos ) á F.E.B, coube manter o setor defensivo que se estendia pelas alturas e o oeste da rota 64, de Belvedere a Castelnuovo, numa frente de 18 qüilômetros.
No cumprimento desta missão, a nota agressiva do front consistiu, como vimos, em duelos diuturnos de artilharia, bombardeios da parte as parte e intensa atividades de patrulhas. Registraram-se, mais, inúmeros golpes de mão a cotra-ataques locais, tudo no panorama de densa camada de neve intenso frio. E dada a situação do inimigo, a cavaleiros de alturas dominantes (Belvedere, Castelo e Soprasasso, principalmente ) todo nosso acentuado tráfego de abastecimento e evacuações, teve que se processar sob a proteção permanente de extensa e flutuante neblina artificial, no trecho devassando.
Nas passagens da serra, um serviço diário de remoção, impedia que as camadas de gelo bloqueassem a circulação.
Sensíveis foram as baixas verificadas neste período, na frente como na retaguarda imediata. Com a atenuação do inverno, porém, o IV corpo decide e retomada das operações ofensivas no Vale do Reno.
O PLANO ENCORE
Ficou assentada, em consequência, a realização do plano Encore, uma das mais belas concepções de manobra daquele corpo de exército, traduzida numa operação de vulto contra a principal posições organizada pelos inimigos nos alpeninos, colhendo-o de flanco e ao longo de toda de sua linha defensiva, montada no já famoso divisor Panaro-Reno.
E desta vez não atacariamos isoladamente. Embora Monte Castelo continuasse a ser o objeto brasileiro, atuaria á nossa esquerda a bem adextrada e impetuosa 10a- divisão de montanha, estreiante, tendo a seu cargo uma ação de flanco sobre crista Belevedere-Torraccia, de que Mte. Castelo constitui um saliente montuoso. Disporíamos, também, de mais tempo para a montagem da operação, já agora bem recebida por toda a tropa, mercê do ânimo retemperado pelas providencia de toda ordem tomada durante o inverno pelo comando da divisão.
SAMPAIO X CASTELO
E o Regimento Sampaio, agora com todos os seus recursos á inteira disposição e integral faculdade de emprego pelo seu comandante, foi distinguido com a honrosa missão de ataque propriamente dito ao renitente e sinistro reduto, que por quatro vezes resistira já, desafiador e prepotente, a todos os eforços contra ele durante tentados.
O inimigo, já sabemos como o ocupava e de que forma obstinada o defendia. Tomadas nas véspera e de surpresa , pelos americanos , as alturas de Cappel Buso, no dia seguinte, dois regimentos montanheses, de lá apoiados, sob dantesco bombardeio de artilharia , assaltam , também, o Belvedere, toma Gorgolesco e avança sempre , ao longo da crista , até Mazzanca-Cappela de Ronchidos, atingida em fim de jornada.
A partir desta situação e segundos os planos divisionários, o Regimento Sampaio desencadearia o seu ataque.
A jornada de 21 de fevereiro foi decisiva para os brasileiros, já que os êxitos americanos de Belvedere e Gorgolesco impunham, como ponto de honra para o Sampaio, a conquista, a qualquer preço, do famoso Monte castelo. E desde a entrada em linha, iniciada ás 20 horas de 20, se revelara a disposição da tropa; a base fixada ( Mazzancana-Gambaiana-Le Roncole), fora ultrapassada, na madrugada, por audases patrulhas do 1a- REGIMENTO, que assim irrompeu para o ataque, ás 5:30, por elas cobertas pelo o alinhamento general Fornace – C, Viteline, a mais de km á frente.
Todavia confusos era os informes sobre a situação exata dos americanos, contra – atacados nessa mesma madrugada, na crista onde os brasileiros e montanheses corriam o risco de se desconhecem, dadas as semelhança dos nossos uniformes com os dos alemães ( muitos haviam despido a jaqueta da campanha ). Á hora da partida, pois, a situação dos nosso flanco esquerdo era incerta e de apreensões.
Vencidas, porém, as dificuldades iniciais, progride o Batalhão Uzeda, em ação flanqueante, com segurança e decisão, enquanto o batalhão Franklim via o impeto de seu ataque frontal prejudicado por sérios pontos fortes do inimigo.
Desta feita, porém, o comandante do regimento dispõem dos recurso preciosos dos pedidos direitos de tiro a artilharia Divisionária ( general Cordeiro de farias, comandante), podendo assim ajusta seus poderosos fogos à sua Manobra. E às 7:45, a seu pedido, desencadeou a artilharia fortes barragens sobres os pontos 930 e 887, na crista do castelo, bem como sobre acima de 776, onde se revelara tenaz resistência.
Consegue o Batalhão Franklim, desde modo, progredir mais além , mas às 9 horasda manhã, seu pelotão avançado são de novo detidos (fogos ajustados de C. Zolfo , 977 e 887 ). No batalhão Uzeda, porem, aniquilada a guarnição de Cargé ( pelotão Villaboim ), a cia, Yedo ( 3a- ) avançava sobre 875, enquanto que, de Fornace a Cia . Edison, buscava neutralizar C. Zolfo em proveito do batalhão vizinho.
Recuada, em reserva, a cia. Everaldo (1ª) limpa a cota 920, um ponto renitente que ficara para traz.
Nota do Blog:
Esta é uma singela homenagem aos combatentes brasileiros que participaram deste conflito.
Nesta importante data lembramos aqueles que lutaram naquele trágico conflito da humanidade, especialmente aos que tombaram no fronte defendendo a liberdade e a queda do regime fascista. Saúdo aos homens da Força Expedicionária Brasileira por esta importante contribuição no desfecho da guerra, aos que perderam seus amigos e que se entregaram por esta causa.
Parabéns ao Exército Brasileiro, em especial aos nosos “pracinhas”.
O dia 21 de fevereiro será sempre lembrado como “o dia em que a cobra fumou”…
E.M.Pinto
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