UE diz que Brasil tem “papel-chave” na crise nuclear do Irã

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A Alta Representante para a Política Externa e de Segurança Comum da União Europeia (UE), Katherine Ashton, afirmou nesta segunda-feira que o Brasil tem um “papel-chave” a desempenhar na resolução da polêmica nuclear do Irã.

“Reconhecemos que o Brasil, como potência global, tem um papel-chave a exercer na questão”, ressaltou Ashton, em entrevista coletiva após participar de uma reunião ministerial realizada hoje em Madri entre a UE e o Brasil.

Ashton insistiu na “importância de trabalhar juntos” (a UE e o Brasil) para resolver a crise do polêmico programa atômico iraniano. Também participaram da reunião os ministros de Assuntos Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, cujo país exerce a Presidência rotativa do bloco europeu neste semestre.

“É justo dizer que temos uma visão comum. O que buscamos são mais provas que o regime do Irã coopera. Queremos pensar que eles cumprem suas obrigações internacionais”, afirmou a chefe da diplomacia europeia.

“Na perspectiva da UE, se isso não acontecer, teremos que mostrar nossa determinação para garantir que as regras sejam respeitadas”, advertiu Ashton, ao incidir em que a UE e o Brasil continuarão “colaborando estreitamente sobre o Irã”.

Frente à postura mais dura da UE e dos Estados Unidos, Amorim defendeu a conhecida política do governo brasileiro, partidário do diálogo como via de resolução do problema.

“O Brasil continua disposto a favorecer esse diálogo entre a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e o Irã para garantir que o Irã tem um programa nuclear pacífico”.

Além disso, o governo brasileiro quer que a comunidade internacional tenha “a certeza de que esse programa nuclear não será utilizado para fins militares”.

“Achamos que há uma oportunidade de negociação do dossiê nuclear com o Irã que respeite o direito do país a ter seu programa pacífico”, reiterou o chanceler brasileiro.

Sanções

Amorim manifestou essa opinião um dia depois de o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, general James Jones, dizer que os EUA apresentarão “neste mês” ao Conselho de Segurança da ONU as novas sanções contra o Irã, que poderiam provocar um “mudança de regime” no país asiático.

Teerã anunciou, na semana passada, o início do processo de enriquecimento de urânio a 20% na usina nuclear de Natanz, em um desafio à comunidade internacional, que, liderada pelos EUA, optou por preparar sanções mais duras contra o regime, centradas na elite dirigente desse país.

Washington está negociando com seus parceiros do Grupo 5+1 –EUA, China, França, Reino Unido e Rússia, mais Alemanha–, ideias para uma possível quarta rodada de sanções, mas Pequim mostrou-se reticente.

O assunto do Irã esteve hoje na agenda da reunião ministerial que UE e Brasil tiveram em Madri. Com essa reunião, a UE e o Brasil ativaram o diálogo político de alto nível previsto na Associação Estratégica criada em Lisboa em 4 de julho de 2007, quando ocorreu a primeira cúpula bilateral.


Sugestão: Konner

Fonte: UOL

5 Comentários

  1. Cara… até ver a notícia sobre o posicionamento da Rússia, eu até achava que nós podiamos realmente ganhar algo com essa situação (se não enfiássemos os pés pelas mãos como em Honduras).
    Mas agora…

  2. Carcará,
    Acho sua análise equivocada , sobre a questão de Honduras.Não se poderia dar uma carta de aceitação para esse tipo de aberração política , já que há todo instrumento de sufrágio para se ter, ou não, o modelo político vigente.Esse tipo de ação só favorecem as potências hegemônicas, que querem , a todo custo , manter predomínio político e econômico, na região , e não toleram a posição independente do Brasil.

  3. O Governo atual colocando o Brasil no mapa,m com uma política de independência, de maturidade, bem do jeito que deve ser. Governos anteriores, especialment o do Sr. FHC, nada mais fizeram que amarrar nosso “burro” na “carroça” dos americanos.

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