Sugestão: Gérsio Mutti
O principal negociador nuclear da Coreia do Norte fará em março uma rara visita aos Estados Unidos, disse uma agência sul-coreana de notícias na sexta-feira, indicando que as negociações sobre a desnuclearização norte-coreana podem ser retomadas após mais de um ano de paralisação.
Sanções da ONU e uma fracassada reforma monetária causaram inflação e inquietação popular no final de 2009 no misterioso país, aumentando a pressão para que o regime comunista volte às negociações multilaterais, nas quais pode obter benefícios políticos e econômicos em troca de abrir mão do seu arsenal atômico.
A informação sobre a viagem de Kim Kye-gwan, o rosto da diplomacia nuclear norte-coreana, foi obtida pela agência Yonhap junto a fontes diplomáticas em Pequim.
Uma dessas fontes disse que na sexta-feira Kim deve se reunir com o principal representante nuclear de Pequim, e que no sábado voltará a Pyongyang levando um recado do governo chinês, principal aliado – ou quase isso – da Coreia do Norte.
A visita de Kim à China coincide com uma semana especialmente agitada em relação à Coreia do Norte, que incluiu visitas ao país de representantes das China e dos EUA, e uma declaração do líder Kim Jong-il reiterando seu desejo de desnuclearizar a região.
A última visita de Kim Kye-gwan aos EUA ocorreu há cerca de três anos, e meses depois levou a Coreia do Norte a iniciar a desativação do seu reator nuclear de Yongbyon, que produz plutônio para bombas.
Depois, a Coreia do Norte recuou dos seus compromissos de desarmamento, expulsou inspetores estrangeiros e produziu mais plutônio enriquecido.
Em outras ocasiões, a Coreia do Norte impôs condições para retomar negociações, como o fim das sanções da ONU ou discussões diretas com os EUA sobre um tratado de paz que substitua o armistício provisório que encerrou a Guerra da Coreia em 1953.