Para a Rússia, Otan é “séria ameaça”

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Nova doutrina militar coloca a aliança europeia no topo das preocupações de segurança

Enquanto o programa nuclear do Irã concentra a atenção do mundo, um novo — talvez o mais adequado fosse classificar como “velho” — problema surge no horizonte das relações internacionais: a inconformidade da Rússia com a ampliação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), velha inimiga dos russos durante a Guerra Fria. O presidente Dimitri Medvedev aprovou, no fim da semana passada, a nova doutrina militar do país — e no topo da lista de preocupações de segurança está justamente o “cerco” que a Otan vem preparando há alguns anos, ao incluir no pacto militar países do Leste Europeu antes ligados à União Soviética, como a Ucrânia(1) e a Geórgia.

“Duvidamos muito de que a situação da Rússia seja mais segura com a ampliação da Otan. Essa é a posição de todos que têm trabalhado na doutrina militar do país”, declarou o secretário do Conselho Russo de Segurança, Nikolai Patruchev. “A Otan representa para nós uma ameaça, e uma ameaça bastante séria.”

O texto da doutrina militar, publicado no site do Kremlin, coloca em primeiro lugar da lista de principais perigos militares externos o “fato de a Aliança Atlântica tentar tornar mundiais suas funções, em violação às normas do direito internacional”. O documento denuncia a aproximação das fronteiras russas “da infraestrutura militar dos países-membros da Otan, sobretudo com a ampliação da Aliança”. Moscou critica há muitos anos a entrada de Estados do antigo bloco soviético na Otan, e faz todo o possível diplomaticamente para impedir que a Ucrânia e a Geórgia integrem a organização.

Defesa antimísseis

O sistema de defesa antimísseis que os Estados Unidos estão construindo na Europa não está direcionado para a Rússia e sim visa à ameaça do Irã, afirmou ontem o porta-voz da Secretaria de Estado dos EUA, Philip Crowley. “A arquitetura de defesa antimísseis que se constrói na Europa não visa à Rússia e sim à ameaça emergente do Irã”, garantiu Crowley à agência de notícias AFP. “Continuamos debatendo meios de cooperar com a Rússia sobre a defesa antimísseis.”

O chefe do Estado-Maior russo, Nikolai Makarov, citado por agências internacionais de notícias, vem repetidamente afirmando que o sistema de defesa antimísseis em construção pelos Estados Unidos está sim dirigido contra a Rússia, apesar de Washington afirmar o contrário. “Apesar das afirmações dos governos ocidentais de que é apenas para ‘garantir nossa segurança’, esse não é o caso”, insiste Makarov.

1 – A recusa de Tymoshenko

“Nunca reconhecerei a legitimidade da vitória de Yanukovich com uma eleição assim”, declarou a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Tymoshenko, ao comentar a derrota no segundo turno da eleição presidencial de domingo, segundo o site do jornal Ukrainska Pravda. Os deputados do partido da primeira-ministra anunciaram a intenção de apresentar vários recursos judiciais contra a eleição de Viktor Yanukovich. Tymoshenko vai tentar anular o resultado de várias seções eleitorais e, se obtiver sucesso, pretende questionar o resultado global da votação, informou a deputada Olena Chustik. No segundo turno, o candidato de oposição Viktor Yanukovich, pró-Moscou, recebeu 48,95% dos votos, contra 45,48% de Tymoshenko.

Fonte: CCOMSEX

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